Tempo de leitura: 2 minutos
O atendimento em campo vai muito além de jogar um “spray mágico” ou “água benta” como muitas pessoas pensam. A avaliação deve respeitar os preceitos básicos do atendimento de primeiros socorros.
Usamos o famoso ABCDE:
A (airway) – vias aéreas
B (breathing) – respiração
C (circulation) – circulação/sangramento
D (disability) – avaliação neurológica
E (evaluation/extremity) – exposição e avaliação de extremidades
A maior parte das lesões esportivas não apresentam risco de vida para os atletas. Por isso, vemos poucos atendimentos com avaliação do ABC. Nessa primeira parte é importante ter treinamento em BLS (basic life suport) e PHTLS (pre hospital trauma life suport). Pontos cruciais são identificação de uma possível parada ou lesão mais grave e conduzir o caso de maneira correta.
Avaliação neurológica envolve checar sensibilidade distal, função motora e pulsos periféricos. Sempre que houver evidência de fratura ou luxação deve-se checar sensibilidade e pulso antes e depois da imobilização também. Além disso, deve-se evitar redução de articulações luxadas ou com fratura no campo, ainda mais por leigos.
Além disso, os atletas devem ser afastados do jogo se:
1. tiverem lesão articular que afetam significativamente a amplitude de movimento,
2. tiverem crepitação óbvia, deformidade focal dolorosa, indicação de fratura de ossos longos,
3. tiverem instabilidade articular significativa,
4. não conseguirem suportar o próprio peso,
5. não desejarem continuar,
6. não conseguirem desempenhar funções básicas do seu esporte ou posição.
É importante lembrar que crianças e adolescentes que o avaliador fique em dúvida sobre uma possível fratura ou não é melhor que se retire o atleta.
Mais pra frente falaremos um pouco mais sobre lesões comuns no rugby.
Por: Leonardo Kenji Hirao
Médico do Esporte e do Exercício
Coordenador Médico da Seleção Brasileira de Rugby
Foto: www.dailymail.co.uk