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Quando falamos em esporte competitivo logo pensamos em muito empenho, esforço e persistência. Se considerarmos esporte competitivo de alto rendimento incluímos dedicação integral e escolha. Mas porque escolha? Porque quem resolve ser atleta de alto rendimento de alto rendimento vai ter que fazer inúmeras escolhas, e é a coerência destas escolhas vão interferir diretamente em seu desempenho.

Tais escolhas estão relacionadas desde a alimentação até onde morar… passando por sair para passeios e baladas ou não; manter relacionamentos ou não; aceitar regras rígidas ou não; etc… A partir disso podemos perguntar: o que leva alguém a viver uma vida de atleta? O que leva uma pessoa a escolher passar por dificuldades e abrir mão de ‘coisas’ prazerosas? Será que a pessoa não fica em dúvida do porque esta fazendo isso?

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É aí que encontramos a motivação! Quando um atleta acorda de manhã sentindo dores por conta dos treinos do dia anterior, o treino será na chuva e exigirá ainda maior esforço… muito provavelmente vem a pergunta: Porque estou fazendo isso? É justamente saber responder esta pergunta e seguir em frente que demonstra a motivação no esporte. E por consequência sua importância para o desempenho.

Quando temos uma meta clara e estimulante, objetiva e desafiadora temos a resposta para a pergunta. O atleta de alto rendimento tem objetivos, ou metas, de longo prazo comumente estimulantes, como ir para Seleção Brasileira, participar de um Campeonato Mundial e/ou uma edição de Jogos Olímpicos. Sendo estas muitas vezes as razoes e as justificativas para as escolhas feitas. É o que motiva a optar pelo mais difícil e abrir mão das ‘coisas boas’.

Essa é a motivação intrínseca, também chamada interna, onde o prazer e a satisfação são os reforçadores, ou seja, são consequências naturais e pessoais, como as sensações provocadas pela prática e as pequenas conquistas diárias. Não podemos esquecer, da motivação extrínseca, ou externa, quando os reforçadores são chamados de arbitrários e também podem ser planejados. São reforçadores extrínsecos: atenção, reconhecimento, faixas, medalhas, assédio da imprensa, recompensas financeiras, etc…

Lembrando que para se obter êxito em metas como um Campeonato Mundial ou os Jogos Olímpicos, demanda muito tempo de preparação forte e pesada, com exigência máxima, trabalhando sempre no limite físico e mental. Desta forma manter-se motivado nestas condições não é exatamente fácil, pois a recompensa esta muito distante e não é garantida.

Os reforçadores externos, ou extrínsecos, fazem sua parte, e dão o estimulo e recompensa imediata, ou pelo menos mais próxima, mas é importante que estes estejam associados, vinculados às metas principais, de longo prazo, para que realmente tenham alguma influencia na motivação intrínseca.

No próximo artigo falaremos sobre o trabalho com metas, visando manter-se motivado e focado.
    

Renata Ianni
Psicóloga do esporte

CRP 06-60087
Psicóloga graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especializada em Psicologia do Esporte pelo Instituto Sedes Sapientiae.
Psicóloga das Seleções de voleibol feminino de base de 2008 a 2011.
Professora em cursos de pós graduação voltados para a área esportiva
Psicóloga da equipe de Ginástica Rítmica do Clube Espéria de São Paulo.
Professora da Universidade Sant’Anna Salto.
Psicóloga da Seleção adulta masculina de Volei de Praia.