Tempo de leitura: 6 minutos

ARTIGO COM VÍDEO – O Hemisfério Sul domina as semifinais da Copa do Mundo de Rugby. Depois de Springboks e All Blacks se garantirem ontem e dos Pumas se classificarem mais cedo hoje, os Wallabies garantiram vaga sobre a Escócia na partida de quartas de final mais emocionante e mais cheia de viradas de todas.

 

Naquele que se acreditava que seria o jogo mais desigual entre o último campeão do The Rugby Championship e a “colher de pau” do Six Nations de 2015, o que se viu foi uma Escócia dedicada taticamente e disposta a terminar com a invencibilidade da Austrália, mostrando que está no trilho certo de volta a seus melhores momentos.

- Continua depois da publicidade -

 

A primeira etapa foi marcada pela qualidade do jogo de mão da Austrália (além das conversões perdidas por Bernard Foley) e pelos acertos nos chutes de Greig Laidlaw, que deixaram o placar justo e parelho.

 

A abertura do placar se deu logo aos 9 minutos, quando Adam Ashley-Cooper anotou o primeiro try dos Wallabies após uma jogada em que Tevita Kuridrani rompeu a marca da defesa britânica e deixou uma avenida para o avanço do ponta australiano. Na conversão, Foley cometeu o primeiro de seus erros. Mas, em um jogo em que a Escócia veio para jogar como se estivesse jogando no Super Rugby, não demoraria a responder e aos 14 minutos com um penal convertido por Laidlaw, a seleção do Cardo encostaria no placar para aos 18 minutos em uma jogada genial de Peter Horne ao sair jogando a partir de um ruck, anotar o primeiro try da equipe escocesa. Laidlaw chutou aos postes e converteu completando a primeira virada para a Escócia: 10 x 5.

 

A Escócia dominava as formações de scrum e conquistou por essa via um penal aos 19 minutos, que Laidlaw chutou aos postes e converteu e ampliou a vantagem da Escócia para 8 pontos. Vantagem que durou por quase 10 minutos, até o try anotado por Drew Mitchell após uma jogada bem articulada pela linha australiana. No chute para a conversão, mais um erro de Foley. Escócia ainda liderava por 13 x 10.

 

Aos 33 minutos mais um penal convertido por Laidlaw ampliou a vantagem da Escócia que terminou na frente a primeira etapa. Não com uma vantagem razoável porque a Austrália estava muito aplicada em suas cobranças laterais. Foi através de um alinhamento que Michael Hooper iniciou uma formação volante que entrou no in-goal escocês, apoiando a bola e anotando seu try na partida, o terceiro dos Wallabies. E, novamente, Foley falho na conversão, dando os números finais ao placar da primeira etapa: 16 x 15 para o Cardo.

 

As duas equipes voltaram em ritmo elevado também para a segunda etapa e numa tentativa de roubar a bola, Sean Maitland fez knock on deliberado e ficou 10 minutos no banco como punição, deixando sua equipe prejudicada. A Austrália optou cobrança de lateral e na cobrança, outra formação volante e Mitchell recebeu a bola e invadiu o in-goal anotando seu segundo try na partida, o quarto dos Wallabies. E Foley acertou sua primeira conversão na partida, virando novamente para colocar a Austrália novamente na frente: 22 x 16. Pouco depois, um penal convertido para cada lado, não alteraria a diferença no placar, 25 x 19 para os Wallabies.

 

Logo em seguida, um lance em que temos que valorizar a arbitragem no rugby. Um try anotado por Adam Ashley-Cooper originado em um ruck em que a bola foi retirada por Will Genia e trabalhada por toda a linha. Após o lance, Craig Joubert, o árbitro, solicita ao TMO revisão da jogada por suspeitar que houve knock on de Genia ao retirar a bola do ruck, o que foi confirmado, anulando o try.

 

Aos 18 minutos, Finn Russell bloqueou chute de Foley e fez ótima corrida em direção ao ingoal dos Wallabies e ao ser tackleado passou a bola para Tommy Seymour que anotou o segundo try da Escócia, não convertido por Laidlaw. Desta maneira, a Escócia ainda ficava atrás no placar: 25 x 24 para os Wallabies.

 

A força da Austrália nas cobranças laterais era evidente e, aos 24 minutos, a bola chegou a Kuridrani, que anotou seu try. Bernard Foley não perdeu a conversão e ampliou o placar. Contudo, a diferença foi reduzida após uma cobrança de penal executada por Laidlaw aos 29 minutos: 32 x 27 para os australianos.

 

O jogo seguiu totalmente em aberto, com a pressão defensiva aumentando dos dois lados na tentativa de desconstruir as jogadas dos dois lados. Nesta hora, um pilar tentando fazer um passe longo pode ser um perigo. Ainda mais aos 34 minutos da segunda etapa: Greg Holmes, pilar dos Wallabies tentou um passe longo e Mark Bennett pegou a bola e correu para anotar o try da virada da Escócia na conversão de Laidlaw: 34 x 32 para o Cardo.

 

Entretanto, os Wallabies ainda jogavam por um penal e, aos 39 minutos, um impedimento da Escócia em cobrança lateral de Jon Welsh, em lance que gerou debate após a partida, deu a oportunidade que Foley precisava para dar a vitória aos dourados. Foley não perdeu, garantindo uma vitória mais apertada do que o esperável. Números finais do confronto: 35 x 34 para os australianos. No fim da partida, os números provavam o quanto a Escócia foi superior em vários aspectos, anulando a força aussie na terceira linha, tendo nada menos que 97% de sucesso nos rucks e 17 turnovers conseguidos – contra 9 cedidos. Vern Cotter armou sua equipe e faltou um detalhe para uma vitória histórica ocorrer.

 

Com esta vitória, a Austrália se junta às outras velhas conhecidas equipes integrantes do The Rugby Championship na disputas das semifinais do torneio mundial. Pela primeira vez na história nenhum europeu está entre os quatro melhores de um Mundial.

 
Os Wallabies enfrentarão os Pumas no domingo, ao passo que All Blacks e Springboks medem forças no sábado.
 

ATUALIZADO ÀS 22h36:
Resolvemos consultar um árbitro (Sr. Henrique Platais) sobre o lance polêmico. Eis a sua interpretação, que foi de acordo com os membros do Portal: o pilar escocês pegou a bola e impediu a Austrália de jogar em vantagem. Se a bola bate em outro australiano na trajetória, é irrelevante, o regulamento não diz nada sobre isso, portanto PENAL para a Austrália.

E porque ele não pediu TMO? Porque ele NÃO PODE pedir TMO nessa situação! O TMO serve para as situações descritas nesse guia, e resumindo, inclui decisões de try ou não, jogada desleal e sanções relacionadas a jogadas desleais, se um chute aos postes foi bem sucedido, e até a legalidade de dois lances anteriores a um try, nenhuma delas se enquadrando no lance em questão.

 

australia%282%29   35versus copiar34   escocia logo

 

Austrália 35 x 34 Escócia, em Twickenham, Londres

 

Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)

 

Assistentes: Glen Jackson (Nova Zelândia) e Pascal Gaüzère (França) / TMO: Ben Skeen (Nova Zelândia)

 

 

 

Austrália

 

Tries: Ashley-Cooper, Mitchell (2), Hooper, Kuridrani

 

Conversões: Foley (2)

 

Penais: Foley (2)

 

15 Kurtley Beale, 14 Adam Ashley Cooper, 13 Tevita Kuridrani, 12 Matt Giteau, 11 Drew Mitchell, 10 Bernard Foley, 9 Will Genia, 8 Ben McCalman, 7 Michael Hooper, 6 Scott Fardy, 5 Rob Simmons, 4 Kane Douglas, 3 Sekope Kepu, Stephen Moore (c), 1 Scott Sio.

 

Suplentes: 16 Tatafu Polota Nau, 17 James Slipper, 18 Greg Holmes, 19 Dean Mumm, 20 Sean McMahon, 21 Nick Phipps, 22 Matt Toomua, 23 Quade Cooper.

 

Escócia

 

Tries: Horne, Seymor, Bennett

 

Conversões: Laidlaw (2)

 

Penais: Laidlaw (5)

 

15 Stuart Hogg, 14 Sean Maitland, 13 Mark Bennett, 12 Pete Horne, 11 Tommy Seymour, 10 Finn Russell, 9 Greig Laidlaw (c), 8 Dave Denton, 7 John Hardie, 6 Blair Cowan, 5 Richie Gray, 4 Tim Swinson, 3 WP Nel, 2 Fraser Brown, 1 Alasdair Dickinson.

 

Suplentes: 16 Kevin Bryce, 17 Gordon Reid, 18 Jon Welsh, 19 Alasdair Strokosch, 20 Josh Strauss, 21 Henry Pyrgos, 22 Richie Vernon, 23 Sean Lamont.

 

 

[youtube link=”https://youtu.be/7B4XjTWf2BM” width=”590″ height=”315″]

6 COMENTÁRIOS

  1. 1 comentários

    Publicar também no Facebook

    Marcos Leite de Oliveira
    Lamentável estas contusões, fazendo com isso que os melhores jogos, as seleções não estejam com seus melhores jogadores. A WR deve rever este tipo de disputa na primeira fase, onde umas equipes se beneficiaram, como Argentina e África do Sul, e onde outras se mataram em campo, como França, Irlanda, Austrália e Gales. Num mundial com 24 seleções não aconteceria isso, pois não haveria grupos tão fortes, e as seleções só dariam tudo em campo, a partir dos mata-mata, a não ser que na primeira fase tenham pedido algum jogo para uma seleção menos expressiva, e tenha que fase um jogo de vida ou morte na ultima rodada de grupos para continuar no mundial.

  2. 1 comentários

    Publicar também no Facebook

    Marcos Leite de Oliveira
    Lamentável estas contusões, fazendo com isso que os melhores jogos, as seleções não estejam com seus melhores jogadores. A WR deve rever este tipo de disputa na primeira fase, onde umas equipes se beneficiaram, como Argentina e África do Sul, e onde outras se mataram em campo, como França, Irlanda, Austrália e Gales. Num mundial com 24 seleções não aconteceria isso, pois não haveria grupos tão fortes, e as seleções só dariam tudo em campo, a partir dos mata-mata, a não ser que na primeira fase tenham pedido algum jogo para uma seleção menos expressiva, e tenha que fase um jogo de vida ou morte na ultima rodada de grupos para continuar no mundial.