Foto: Bruno Ruas l @ruasmidia

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No dia 09 de novembro de 2021, as Amazonas, a Seleção Brasileira Feminina de Rugby League (o rugby de 13 jogadoras), farão história e entrarão em campo na cidade de Leeds para encararem a dona da casa, a Inglaterra, na partida que abre a edição feminina da Copa do Mundo da modalidade.

Pela primeira vez na história, o Brasil se classificou ao Mundial da modalidade e fará logo um dos jogos mais aguardados da competição, o de abertura. O jogo será no tradicional Headingley Stadium, a casa de um dos maiores clubes de Rugby League do mundo, o Leeds Rhinos (tricampeão mundial e 11 vezes campeão inglês), com capacidade para 21 mil torcedores.

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O torneio feminino terá 8 participantes, com o Brasil encarando no Grupo A, além da anfitriã Inglaterra, Papua Nova Guiné e Canadá. Os duelos contra as outras duas seleções ainda não tiveram suas dias e sedes confirmadas.

O Mundial de Rugby League de 2021 terá tanto o torneio feminino como o masculino jogados ao mesmo tempo, com o evento das mulheres começando na reta final do masculino. As finas das duas categorias serão jogadas juntas no dia 27 de novembro.

Foi ainda confirmado hoje que as Amazonas terão sua base de treinos também na cidade de Leeds, que é a quarta maior da Inglaterra e maior da região do Yorkshire, no Norte do país, com uma região metropolitana de quase 1,8 milhão de habitantes, tendo sido uma das regiões mais importantes da Revolução Industrial e um dos berços do Rugby League.


“Estamos ansiosos para ver a equipe brasileira trazer um carnaval colorido para a grande cidade de Leeds, que sem dúvida ofertará uma recepção calorosa”, comentou o CEO da Copa do Mundo, Jon Dutton.

A confirmação das bases das seleções foi ainda acompanhada pelo anúncio da nova marca do evento.


Copa do Mundo de Rugby League – Inglaterra 2021

Masculino

Grupo A: Inglaterra, Samoa, França e Grécia

Grupo B: Austrália, Fiji, Escócia e Itália

Grupo C: Nova Zelândia, Líbano, Jamaica e Irlanda

Grupo D: Tonga, Papua Nova Guiné, Gales e Ilhas Cook

 

Feminino

Grupo A: Inglaterra, Papua Nova Guiné, Canadá e Brasil

Grupo B: Austrália, Nova Zelândia, França e Ilhas Cook

 

O que é o Rugby League?

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union quem reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França.

As entidades que organizam o Rugby League no mundo não têm ligações com as entidades do Rugby Union. A federação internacional do League é a International Rugby League (IRL) – Federação Internacional de Rugby League. No Brasil, a entidade que organiza o League é a CBRL – Confederação Brasileira de Rugby League.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo. A modalidade reduzida principal é o Nines, de 9 jogadores de cada lado;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;