Foto: World Rugby

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A Seleção Brasileira fez um de seus melhores jogos no ano, mas não conseguiu quebrar o jejum contra o Uruguai que dura desde 1964. Os Tupis flertaram com a vitória no Estadio Charrua, em Montevidéu, mas deixaram a vitória escapar na reta final da partida, com os uruguaios prevalecendo por 42 x 20, em placar que não reflete a realidade. pois os Tupis foram ao intervalo em vantagem e lideraram o marcador até metade da segunda etapa. A partida foi a última do Americas Rugby Championship 2019, com o Uruguai abocanhando inédito vice campeonato e o Brasil igualando sua melhor colocação, o 4º posto.

O Brasil começou a partida implacável e logo no primeiro scrum levou a melhor e arrancou penal para Josh abrir o placar, 3 x 0. O Uruguai respondeu rápido na mesma moeda com Berchesi, mas os Tupis mostraram maior qualidade, com mais posse de bola e território e com sua linha fazendo um jogo ofensivo acima do restante do torneio, com destaque para as investidas de Lorenzo Massari.

Os avançados brasileiros levavam vantagem no jogo de contato físico e as fases se acumulavam até, aos 16′, Massari quebrar a marca, os forwards avançaram, Zé foi detido do lado do in-goal e Tanque enxergou o espaço no ruck na boca do in-goal e cravar o primeiro try da disputa, abrindo 8 x 3. Josh não foi feliz na conversão, acertando a trave.

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Os brasileiros seguiram dominante, com maul funcionando e levando perigo. O Brasil flertou com o segundo try em uma sequência de fases nas 22 que só não se completou por um último passe errado. Com superioridade no breakdown, os Tupis logo se puseram novamente no ataque e, aos 22′, Monstro rompeu a linha defensiva celeste e ficou a poucos metros do try, com Zé aberto para o apoio. Mas o Uruguai logo cometeu penal e Daniel Sancery brilhantemente cobrou rápido enquanto os uruguaios não estavam arrumados na defesa e marcou o segundo try verde e amarelo. Josh chutou a conversão, abriu 15 x 03 e se tornou o maior artilheiro da história de uma edição do Americas Rugby Championship, com 54 pontos anotados em 5 partidas.

 

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Intervalo em Brasil 15 x 11! Olha que try esperto do @dan_sancery ! #VamosTupis #culturaderugby

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Berchesi reduziu para o Uruguai com penal, mas desperdiçou logo depois sua segunda chance, com o Brasil entregando penais em sequência para os Teros.

A reação dos anfitriões foi seguida por uma pixotada sem precedentes do árbitro Moe Chaudry, que encerrou o primeiro tempo aos 28′, confundindo-se com o cronômetro. O jogo prosseguiu mas a avalanche Tupi cessou e o Uruguai ainda teve tempo de marcar seu primeiro try, em maul finalizado por Kessler. Brasil 15 x 11 Uruguai no intervalo.

Os Teros abriram o segundo tempo com novo penal bem chutado por Berchesi, punindo indisciplina brasileira. Mas o scrum tupiniquim ainda era uma poderosa arma e, aos 50′, a formação brasileira falou mais alto e Tanque inverteu o passe, criando espaço no lado cego para Zé marcar o terceiro try dos Tupis, abrindo 20 x 14 que sugeriam uma histórica vitória se encaminhando.

Porém o Uruguai manteve seus nervos, soube trabalhar bem seu jogo de contato e Lamanna cravou try crucial paraos Teros, virando o marcador para 21 x 20, que foram sentidos pelo Brasil.

O rendimento dos Tupis caiu e, aos 65′, Juan Manuel Cat recebeu na ponta e quebrou o tackle brasileiro na potência para marcar o try que se provou decisivo, mas que não encerrava a emoção.

O Brasil ainda foi para cima e Ariel recebeu um tackle alto que rendeu cartão vermelho a Vilaseca, aos 67′. A oportunidade da virada estava dada, mas a defesa celeste deteve ataque de Moisés e levou os Tupis logo a um knock-on. A resposta veio e foi fulminante, com os uruguaios trabalhando bem o recurso do maul para Kessler liquidar as esperanças brasileiras com o quarto try dos donos da casa.

Exausto, mas com poucas substituições efetuadas, o Brasil caiu de rendimento e viu o scrum charrua falar alto e Ormaechea marcar o último try da partida, selando a vitória dos Teros por 42 x 20.

Com o encerramento do Americas Rugby Championship, os Tupis aguardam agora o anúncio das datas do Sul-Americano e a definição dos adversários dos amistosos de meio de ano.

 

42versus copiar20

Uruguai 42 x 20 Brasil, em Montevidéu

Árbitro: Moe Chaudry (Canadá)

Uruguai

Tries: Kessler (2), Cat, Lamanna e Ormaechea

Conversões: Berchesi (4)

Penais: Berchesi (3)

15 Gastón Mieres, 14 Federico Favaro, 13 Juan Manuel Cat, 12 Andrés Vilaseca, 11 Nicolás Freitas, 10 Felipe Berchesi, 9 Santiago Arata, 8 Manuel Diana, 7 Franco Lamanna, 6 Juan Manuel Gaminara (c), 5 Diego Ayala, 4 Ignacio Dotti, 3 Juan Pedro Rombys, 2 Germán Kessler, 1 Mateo Sanguinetti;

Suplentes: 16 Facundo Gattas, 17 Guillermo Pujadas, 18 Mario Sagario, 19 Gonzalo Soto Mera, 20 Juan Diego Ormaechea, 21 Tomás Inciarte, 22 Manuel Blengio, 23 Joaquín Prada;

Brasil

Tries: Tanque, D Sancery e Zé

Conversões: Josh (1)

Penais: Josh (1)

15 Daniel Sancery, 14 Lucas “Zé” Tranquez, 13 Lorenzo Massari, 12 Moisés Duque, 11 Robert Tenorio, 10 Josh Reeves, 9 Lucas “Tanque” Duque, 8 André “Buda” Arruda, 7 Arthur Bergo (c), 6 Cleber “Gelado” Dias, 5 Luiz “Monstro” Vieira, 4 Gabriel Paganini, 3 Wilton “Nelson” Rebolo, 2 Yan Rosetti, 1 Jardel Vettorato;

Suplentes: 16 Walter Schildberg, 17 João “Sininho” Talamini, 18 Pedro Bengaló, 19 Michael “Ilha” Moraes, 20 Alexandre “Texugo” Alves, 21 Douglas Rauth, 22 Stefano Giantorno, 23 Ariel Rodrigues;

 

 EquipeApelidoPJVED4+-7PPPCSP
ArgentinaArgentina XV2555005025860198
UruguaiTeros1854012012410222
Estados UnidosEagles1753024117313835
BrasilTupis952030164105-41
CanadáCanucks751041213110724
ChileCóndores150050153289-236
- Vitória = 4 pontos;
- Empate = 2 pontos;
- Derrota = 0 pontos;
- Anotar 4 ou mais tries = 1 ponto extra;
- Perder por 7 pontos ou menos de diferença = 1 pontos extra;

 

Histórico

AnoCampeãoVice campeão3º lugar4º lugar5º lugar6º lugar
2016Argentina XVEstados UnidosCanadáUruguaiBrasilChile
2017Estados UnidosArgentina XVUruguaiBrasilCanadáChile
2018Estados UnidosArgentina XVUruguaiCanadáBrasilChile
2019Argentina XVUruguaiEstados UnidosBrasilCanadáChile
2020-

2 COMENTÁRIOS

  1. Foi um ótimo jogo, finalmente o jogo de mão de Brasil saiu. Só que a defesa brasileira ta uma peneira, em vários jogos o time adversário sai dos 5 metros defensivos e chega aos 5 metros ofensivos em questão de pouco tempo, muitos tackles perdidos, o maul continua destruindo o Brasil. Melhorar na defesa e o jogo de mão, o Brasil será muito difícil de se bater.

  2. Melhor ARC dos Tupis: o scrum é realidade, laterais melhoram muito, temos um excelente chutador, o jogo de mão contra USA e Uruguai foi muito bom. A defesa precisa se esforçar um pouco mais e tentar evitar tantos penais. Mas o fato de não utilizarmos os 23 jogadores nas partidas deixa o time muito exposto no fim dos jogos e não consiguiremos chegar a um mundial sem um elenco forte. É preciso testar e dar mais experiência a um número maior de jogadores, quem são os reservas de Tanque e Josh? Agora é treinar e esperar o bi do sulamericano.