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O SPAC chegou a Curitiba com a difícil tarefa de bater os atuais campeões e já classificados para as semifinais para tentar assegurar sua vaga, dependendo do resultado do jogo entre São José e Desterro. Queria o destino que, mesmo que não tenha conseguido a vitória no último minuto de sua partida, o mesmo acontecesse em São José, deixando a decisão para o confronto direto entre as equipes na última rodada.
 
Após as fortes chuvas na capital paranaense, a mudança de local devido à rodada dupla (a final da Tupi disputada após o jogo) para a associação Viking foi de grande ajuda, visto as excelentes condições do campo, drenagem e
gramado do local. O jogo começou como de costume quando jogam em Curitiba, sempre muito fechado e cada time tentando aproveitar cada oportunidade de marcar, e logo aos dois minutos, Facundo arrisca um drop de forma até equivocada do meio campo, sem sucesso.
 
Os Touros começavam mais uma vez melhor, roubando dois lines seguidos, o que se tornaria comum ao longo de toda primeira etapa. E aos oito após uma série de erros tem a sua melhor oportunidade, com penal conversível a seu
favor, o time abre rápido e comete penal na sequência da jogada. Aos treze, mais uma oportunidade desperdiçada em penal para os curitibanos. As condições mesmo que melhoradas pelo local, ainda eram desfavoráveis, bola e campos molhados e um forte vento faziam com que ambas as equipes cometessem erros todas as vezes que tinham oportunidade de marcar, como aos vinte e dois, na primeira oportunidade real dos ingleses em penal também conversível para a qualidade dos chutadores.
 
Somente aos trinta a primeira grande oportunidade de try da partida, após três lances de penais seguidos, o SPAC tentou abrir rápido em todas elas mas a defesa dos touros segurou quase que dentro de seu ingoal, evitando a abertura do placar. Se os lines eram o problema do SPAC, os penais eram os do Curitiba, e após nova sequencia, Thiago Evaristo recebeu amarelo por offside e deu condições para Matias abrir o placar aos trinta e quatro minutos.
Aos trinta e oito, em mais um penal por offside, Mati aumenta o placar para os paulistanos, dando números finais à etapa, resultado de um jogo cheio de erros e equilíbrio técnico.
 
Logo no primeiro minuto do segundo tempo, vendo que o jogo se decidiria nos detalhes, os paulistas arriscaram um drop, sem sucesso. O jogo parecia ficar mais interessante, e aos três, após bom scrum curitibano, o time tem excelente oportunidade, na saída do primeiro ruck, Martin abre no lado cego do ataque, e a bola segue para o hooker Luan, que sairia sozinho na ponta para o try, mas a bola escapa da sua mão e os Touros perdem sua melhor oportunidade na partida até aquele momento.
 
Somente aos dez minutos da segunda etapa os donos da casa finalmente chegariam aos seus primeiros pontos, após erro de novo chute aos sete, Facundo converte penal e diminui o placar. Aos dezessete o primeiro lance polêmico da partida, o scrumhalf dos britânicos paulista André “Boy”, após ruck no lado esquerdo de seu ataque, chutou curto para ele mesmo buscar e, no errar da bola batendo no chão, chega antes na jogada e apóia, try para alguns dos presentes, knock on para outros, sem TMO mesmo com a partida ao vivo, ao consultar os auxiliares é marcado que o atleta curitibano introduziu a bola e a apoiou, anulando a tentativa dos paulistas, que só voltariam a marcar aos dezenove, com novo penal, com Matias novamente.
 
Aos vinte e um o Curitiba parecia mudar o jogo e tentar reagir, após sua primeira boa jogada com a linha, pouco utilizada na partida, e grande avanço, mais uma vez tenta chute curto para ganhar terreno, mas não deu sequência no ataque. O SPAC também teve oportunidade de aumentar aos vinte e cinco, mas Mati desperdiçou mais um penal.
 
Já faltando dez minutos para o final, o SPAC se veria desfalcado do experiente Fábio Galdieri “Bolinha” e o Curitiba acha mais três pontos em penal de Facundo, colocando o time a somente três pontos do placar, ao mesmo tempo em que melhora em campo. E aos trinta e cinco, o mesmo Facundo faz excelente jogada, chuta na ponta para ele mesmo buscar e quase finaliza com try, mais uma vez impedido pela excelente defesa paulistana. A insistência no ataque forçou os visitantes a seguir cometendo infrações, e Zé sairia com cartão amarelo, deixando o SPAC com dois a menos nos dois minutos finais. A desvantagem era grande e no minuto seguinte o Curitiba finalmente conseguiu avançar com seus forwards de maneira concreta, e após muitas fases, Martin entra e finalmente faz o primeiro try da partida em mais uma jogada polêmica, onde os atletas paulistanos pediram knock on em uma das fases. Facundo converteu e deu números finais à partida.
 
Mesmo com a vitória o Curitiba perdeu a segunda posição para o melhor time da segunda fase, Band Saracens que fez ponto bônus em sua partida. Situação que não deve ser alterada, visto que este joga contra o já rebaixado Jacareí e leva vantagem no desempate entre as duas equipes pelo confronto direto, enquanto que os Touros enfrentam o São José, refazendo a final do ano passado.
 
Já o SPAC, recebe o Desterro, justamente o único time que pode tirar sua vaga nas semifinais. Porém, para tanto, os catarinenses precisam vencer com ponto extra e impedir qualquer ponto do SPAC. No confronto direto o Desterro levaria vantagem, visto que venceu a primeira partida em Santa Catarina.
 
 
O Portal do Rugby elegeu Martin como melhor jogador da partida.
 
Placar final: Curitiba (00) 13 X 09 (06) SPAC
Árbitro: Renato Scalércio
Local: Associação Viking – VOLVO – Curitiba, PR
 
Curitiba
Try: Martin
Conversão: Facundo
Penais: Facundo (2)
 
SPAC
Penais: Matias (3)
 
 

EquipeApelidoPJVED4+-7PPPCSP
UruguaiTeros153300301135756
ChileCóndores9320110924448
BrasilTupis6310211946232
ParaguaiYakarés030030032168-136

 
 
Artigo por Carlos Gustavo Woellner
Foto por Hedeson Alves/Fotojump