Tempo de leitura: 4 minutos

O Rugby League (o rugby de 13 jogadores) está pronto para desabrochar no Brasil! A jovem Confederação Brasileira de Rugby League organizará um grande evento nos dias 24 e 25 de novembro. No Clube de Campo do Palmeiras, na Zona Sul de São Paulo, será realizado o 1º Campeonato Brasileiro de Rugby League, na categoria de 9-a-side, o Nines, a modalidade reduzida de 9 jogadores. O torneio contará com a participação de 6 times masculinos e 6 femininos, a serem ainda confirmado (inscrições:contato@brasilrl.com.br).

Em paralelo ao Brasileiro, o mesmo local será o palco para a 1ª edição da Copa Sul-Americana de Rugby League, organizado pela nova FLRLXIII (Federação Latino-Americana de Rugby League), com a Seleção Brasileira (fundada no ano passado) encarando Argentina e Colômbia. Brasil e Argentina ainda se enfrentarão com seus times B na Taça Prata Sul-Americana.

E ainda mais importante será a estreia da nova seleção brasileira feminina, que enfrentará a Argentina pela 1ª edição da Taça Sul-Americana Feminina (na modalidade de 13 jogadoras), que valerá como parte das Eliminatórias para a Copa do Mundo Feminina de Rugby League de 2021. Os detalhes da sequência das Eliminatórias femininas não foram ainda reveladas pela RLIF (Federação Internacional de Rugby League).

- Continua depois da publicidade -

“A expectativa é a melhor possível, é melhorar nossa posição no ranking e finalmente dar o primeiro pontapé com o League no Brasil”, comentou Hugo Froes, presidente da CBRL. “A NRL esta enviando árbitros australianos para a validação internacional dos jogos”, confirmou Froes acerca dos jogos internacionais.

Ponha já na agenda, pois será um belo evento.

 

As seleções brasileiras

No fim do ano passado, a Seleção Brasileira Masculina de Rugby League foi criada para disputar um inédito torneio no Chile, o 1º Campeonato Pan-Americano, viajando com o apoio da Latin Heat, entidade que fomenta o Rugby League entre latino-americanos na Austrália. O time acabou derrotado por Argentina, Chile e Colômbia, não realizando preparação prévia.

Com a estreia da seleção veio também a criação da Confederação Brasileira de Rugby League, vinculada na condição de membro observador à RLIF, seu ranqueamento (por conta do torneio no Chile, o Brasil é o 43º do Ranking da RLIF) e planos para a melhor estruturação da modalidade no país em 2018.

 

O que é o Rugby League?

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes e organizada por entidades distintas do Union. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union que reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França, onde segue bem abaixo do Union.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo;
  • A modalidade reduzida de 9 jogadores, o Nines, é disputado em 2 tempos de 9 minutos;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não é usado sistema de pontos bônus nas tabelas de classificação. A vitória vale 2 pontos, o empate 1 e a derrota 0;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;

 

 

1 COMENTÁRIO