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Foi dado o pontapé inicial para o Americas Rugby Championship, o Campeonato das Américas, com Brasil e Chile se encarando na capital chilena. E o jogo tão aguardado correspondeu – ou superou – as expectativas, produzindo uma partida de ótimo nível no Parque Mahuida e aberta até o fim. O Brasil conseguiu seu melhor resultado em terras chilenas até hoje, apesar da derrota. 25 x 22, com direito a três tries para cada lado e ponto bônus defensivo para os Tupis na classificação.

 

O Chile inaugurou o marcador aos 4′ com penal batido por Nordenflycht. Mas, o Brasil se mostrou superior no jogo de contato nos minutos iniciais e o debutante fullback Daniel Sancery mostrou o motivo de sua convocação, quebrando a defesa chilena pelo meio para cravar o primeiro try dos Tupis, virando o placar, 7 x 3, com Harvey convertendo.

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Os chilenos se recompuseram e ganharam território, apesar de se manterem longe das 22 do Brasil por muito tempo. Com o jogo no meio, o Chile aproveitou mais um penal com o ótimo chutador Nordenflycht guardando mais 3 pontos, pra reduzir a diferença. 7 x 6, aos 16′. E os Cóndores cresceram a partir dos 20 minutos, dominando as ações e se mostrando mais próximos de ampliarem o placar, apesar de seu jogo de mãos, bom historicamente, não encaixar como de costume. A insistência acabou recompensando os chilenos, e veio após o Brasil perder scrum, em dia que as formações não funcionaram tão bem para os brasileiros. A saída da formação foi rápida, de mão em mão, até encontrar o ponta Zunino, que arrancou para o try chileno. 13 x 7 para os vermelhos.

 

No fim do primeiro tempo, o Chile ainda garantiu um lateral perigoso, dentro das 22, e soube trabalhar seu ataque, encontrando o centro Francisco de La Fuente, que ganhou no físico e rompeu a defesa brasileira, já desordenada, para o segundo try dos donos da casa, 20 x 7, mostrando efetividade quando próximos do in-goal verde e amarelo.

 

O segundo tempo largou com o Brasil tendo oportunidade em penal, mas Harvey sofreu com o famoso vento da cordilheira dos Andes e não foi feliz no arremate. Mas, o início seguiu favorável ao Brasil, e a linha funcionou. Depois de segurar o ataque chileno, o Brasil partiu em poderoso contra ataque dos irmãos Sancery, que se provaram os grandes nomes da partida para o lado tupiniquim. Daniel Sancery arrancou meio campo, ganhou no físico outra vez e deixou com seu irmão Felipe, que cruzou o in-goal, deixando o Brasil de novo no páreo. A conversão, contudo, foi perdido, ficando o placar em 20 x 12 para os vermelhos.

 

Os andinos responderam com boa pressão, mas o Brasil resistiu e armou ótimo contra golpe, mostrando muito mais fluidez no jogo de mãos do que contra a Alemanha, sabendo explorar bem o diâmetro do campo. O Chile logo ganharia um penal, mas dessa vez o vento puniu Nordenflycht, aos 51′.

 

Apesar do bom momento, o Brasil não sustentou sua pressão por mais um try e viu o Chile aproveitar erros individuais para cruzar outra vez o in-goal. Aos 54′, Nordenflycht criou a jogada, aproveitando tackle furado, e deixou com Larenas, que arrancou para o terceiro try chileno. Um golpe e tanto, 25 x 12.

 

Uma das virtudes brasileiras no jogo foi certamente a capacidade de reação da equipe. Mesmo com o Chile ampliando o placar, os Tupis souberam correr atrás da desvantagem e o scrum brasileiro voltou a mostro o porquê de ter sido tão aclamado contra os alemães. A “bajadita” Tupi, ao melhor estilo argentino, funcionou, e Harvey ganhou um penal aos 67′ para bater e reduzir o placar em 25 x 15.

 

Harvey voltou a ter outra chance de penal logo na sequência, mas não foi feliz. Ainda assim, o Brasil seguiu melhor e pressionou até conquistar o que tanto almejava. Aos 71′, Daniel Sancery arrancou meio campo, rompeu a defesa vermelha e serviu Zé, que anotou o terceiro try amarelo na partida, com Harbey convertendo. 25 x 22, e 8 minutos pela frente para tentar o feito histórico da virada. E as chances apareceram. Primeiro, Felipe Sancery produziu outro bom contra-ataque, que o Chile conseguiu evitar. E, no fim, o pack brasileiro pressionou, trabalhou as fases, mas os forwards chilenos pressionaram com êxito, levando o Brasil ao erro. Apito final, saber de missão cumprida para o Brasil. Um grande jogo, um bônus na bagagem, e a certeza de que a vitória esteve a um palmo.

 

“Faltou um pouco de tempo, a gente vem com uma proposta de jogo que conseguimos fazer hoje, tivemos alguns erros individuais que nos custaram no fim do jogo. Mas estou feliz com a equipe, viemos, fizemos o que foi proposto e deixamos tudo em campo”, comentou Nativo, capitão brasileiro, ao final do embate.

 

O Brasil recebe na sexta-feira, às 20h00, na Arena Barueri, o Uruguai, com transmissão ao vivo da ESPN. Já o Chile visita a Argentina, em partida em San Juan.

 

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Chile 25 x 22 Brasil, em Santiago

Árbitro: Joaquin Montes (Uruguai) / Auxiliares: Francisco Saavedra e Frank Méndez (Chile)

 

Brasil

Tries: Daniel Sancery, Felipe Sancery, Lucas Tranquez “Zé”

Conversões: David Harvey (2)

Penais: David Harvey (1)

15 Daniel Sancery (Albi, França), 14 Stefano Giantorno (San Luis, Argentina), 13 Felipe Sancery (Albi, França), 12 Moisés Duque (São José), 11 Lucas Tranquez “Zé” (SPAC), 10 David Harvey (NSW Country Eagles, Austrália), 9 Beukes Cremer (Pasteur), 8 Nick Smith (SPAC), 7 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 6 Mak Jackson “Wacko” (Desterro), 5 Luiz Gustavo Vieira “Monstro” (Oyonnax, França), 4 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 3 Jardel Vettorato (San Diego), 2 Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro), 1 Wilton Rebolo “Nelson” (São José).

Suplentes: 16 Yan Rosetti (CUBA, Argentina), 17 Lucas Abud (SPAC), 18 Vitor Ancina (Curitiba), 19 Felipe Tissot (Curitiba), 20 Arthur Bergo (SPAC), 21 Martin Schaefer (SPAC), 22 Lucas Duque “Tanque” (São José), 23 Laurent Bourda-Couhet (Band Saracens).

 

Chile

Tries: Italo Zunino, Francisco de La Fuente, José Ignacio Larenas

Conversões: Matías Nordenflycht (2)

Penais: Matías Nordenflycht (2)

15 Leonardo Montoya (Rouen, França), 14 José Ignacio Larenas (Universidad Católica), 13 Matías Nordenflycht (COBS), 12 Francisco de la Fuente (Bagnères, França), 11 Italo Zunino (COBS), 10 Cristián Onetto (Old Boys), 9 Beltrán Vergara (Old Boys), 8 Benjamín Soto (Stade Français) (c), 7 Javier Richard (COBS), 6 Cristóbal Niedmann (Old Boys), 5 Matías Cabrera (Cisneros, Espanha), 4 Nikola Bursic (COBS), 3 Sergio de la Fuente (Waipu, Nova Zelândia), 2 Rodrigo Moya (Prince of Wales), 1 José Ramón Ayarza (La Voulte, França).

Suplentes: 16 Tomás Dussaillant (Old Boys), 17 Claudio Zamorano (Stade Français), 18 Luis Sepúlveda (Troncos), 19 Raimundo Piwonka (Prince of Wales), 20 Ignacio Silva (Stade Français), 21 Juan Pablo Perrotta (Universidad Católica), 22 Pablo Casas (Prince of Wales), 23 Matías Contreras (Alumni).

 

EquipePJVED4+-7PPPCSP
Argentina XV2254104020799108
Estados Unidos1552123217711067
Canadá1453022019213953
Uruguai14530211123131-8
Brasil6510402107175-68
Chile551040173215-142

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