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edna australia

O site esportivo SportVC fez uma bela entrevista com Edna Santini, destaque do São José e da Seleção Brasileira Feminina. Agradecemos a Kévin Chevalier por nos ceder a matéria. Clique aqui para acessar a entrevista no SportVC.

 

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SportVC : Edna, como você começou a jogar Rugby??Comecei a jogar com 10 anos de idade em um projeto social do São José Rugby. Joguei até meus 15 anos com meninos.

SportVC : Você atua na posição de scrum-half, como você poderia explicar seu papel para nossos leitores? 

A posição de Scrum-Half geralmente é jogada pelos jogadores menores e com muita agilidade.

Um scrum-half deve ter um bom passe e boa visão de jogo, pois estão constantemente com a bola nas mãos fazendo-a chegar aos outros jogadores o mais rápido e da melhor maneira possível. Em defesa é a voz do time fazendo uma segunda linha defensiva e dando comandos para se organizarem.

SportVC : Quais são os seus maiores ídolos dentro da modalidade??

Quem que tenho como um mentor do Rugby e um grande incentivador, foi o Ex-Presidente do São José, o Francês Ange Guimerá que me ajudou muito.

Como jogadora, procuro observar os melhores jogadores que atuam na minha posição ou com estilo de jogo parecido, assim como o Francês Terry Bouhraoua, Tomasi Cama, o argentino Bruzzone e o Lucas Duque, o Tanque, entre outros.

SportVC : O Brasil receberá a Série Mundial de Sevens Feminina em 2014, qual é seu sentimento sobre isso??

Bom, sentimento de jogar em casa, trazer toda essa adrenalina de jogar um circuito mundial em nosso país e poder jogar com a torcida a favor e com nossos familiares, amigos e presentes.

SportVC : O Rugby está crescendo bastante no Brasil há alguns anos, você sente esse foco na modalidade como algo palpável?

Claro que sim. Faço parte do primeiro grupo de jogadores brasileiros a ser profissionalizado. Sinto este crescimento da modalidade todos os dias.

SportVC : Você prefere jogar Rugby 7 ou 15? Quais são as maiores diferenças?

Eu quase nunca jogo 15, tive a oportunidade de jogar umas 3 vezes e a maior diferença está na velocidade do jogo.

O 15 é mais fechado, com mais contato, já o Seven é mais físico, mais corrida um jogo muito rápido e aberto, com mais oportunidades.

SportVC : A vida de jogador do circuito mundial é feita de muitas viagens. Até o momento, qual lugar que mais te encantou?

Todos me encantaram, mas os que me deixaram com vontade de voltar foram: Las Vegas, Dubai e Amsterdam.

SportVC : Como você imagina a competição dos Jogos Olímpicos de 2016? Qual seu maior objetivo nesta competição?

Vai ser um grande evento, uma grande festa. Ainda mais sendo no Brasil, com o povo brasileiro presente. Vai ser demais.

Meu maior objetivo primeiramente é estar na equipe que irá representar o Brasil. Na competição é ser uma medalhista olímpica.

SportVC : Atualmente, você consegue viver somente da prática esportiva do rugby?

No momento que estou no Rugby com o projeto que está sendo feito posso dizer que sim, mas não que seja o suficiente para me acomodar e realmente dizer que vivo do Rugby. Tenho muito que conquistar.

SportVC : Na Europa, o rugby feminino tem algumas dificuldades para existir do lado do rugby masculino. Você sente essa discriminação também aqui no Brasil?

Não, aqui no Brasil o Rugby Masculino é um grande incentivador do Rugby feminino. Além disso, com os bons resultados que temos acredito que também os incentivamos a ir mais longe.

SportVC : A seleção feminina teve resultados interessantes nesses últimos meses, quais são os objetivos futuros a serem alcançados?

 Uns dos objetivos é ser um time competitivo e estar entre as equipes fixas no WsWs*. Continuar sendo uma potência do rugby feminino na América do Sul e ser Medalhista Olímpica em 2016.

SportVC : Você acha que treinar um tempo fora do Brasil (Inglaterra, Nova Zelândia, África do Sul…), poderia ser interessante para você melhorar o seu nível ou o Brasil possuiu as ferramentas necessárias para o seu desenvolvimento como atleta?

Sim, acho que ia ser muito bom para o meu desenvolvimento não só como atleta, mas também como pessoa. O Brasil tem ferramentas para o meu desenvolvimento, mas poder viver uma experiência dessas, viver outra cultura e aprender novas técnicas seria muito bom.

SportVC : O Rugby tem uma fama de esporte de contato, às vezes considerado violento. Como seus pais reagiram quando você decidiu começar a praticar esta modalidade?

No começo, não entendiam o jogo direito e nem o nome sabiam pronunciar.

Acharam meio estranho e até maluco, mas nunca me proibiram ou tiveram medo que jogasse. Sabem que é o que gosto de fazer e me incentivam.

SportVC : Você poderia deixar um recado para os fãs do rugby e leitores do portal SportVC?

Obrigado pela oportunidade de falar um pouco sobre a minha carreira. Estou vivendo um momento muito especial na minha vida, mas quero construir muito mais histórias dentro do rugby e do esporte brasileiro para poder falar mais vezes com vocês. Um abraço.