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Encerramos nossa prévia dos clubes com uma equipe que é sempre favorita, o Desterro, nas palavras de um de seus grandes símbolos, Ige, eleito o melhor jogador de Sevens do Brasil em 2012.
Portal do Rugby: Na campanha deste ano do campeonato estadual, o Desterro, sem seus selecionáveis, caiu diante do jovem BC Rugby. O início irregular no estadual preocupa para o nacional?
Ige: Mesmo sem os jogadores da seleção foi uma derrota importante. O BC é uma equipe que esta crescendo bastante, como demonstraram os resultados do Brasil Sevens deste ano. Infelizmente o Desterro não fez boa apresentação nesta partida e perdemos. Acredito que essa derrota pode ter-nos servido como um incentivo à uma melhor preparação para o nacional.
PdR: Acha que o fato do clube realizar menos jogos mais disputados no estadual afeta a equipe nos momentos decisivos?
Ige: Acredito que sim. Este ano tentamos agendar mais amistosos com equipes de outros estados para a preparação, mas infelizmente grande parte foi desmarcada ou transferida para o segundo semestre. Mas acredito que isto afete mais a regularidade do nosso desempenho do que nossa atuação nos momentos decisivos das partidas.
PdR: O que vem sendo trabalhado especificamente para o Super 10? Quais os pontos fortes e os pontos fracos da equipe?
Ige: Estamos com uma equipe equilibrada e estamos dando continuidade a um trabalho iniciado no ano passado. Acredito que consigamos apresentar um jogo mais eficiente que no ano passado.
PdR: O Desterro fez grandes campanhas nos últimos nacionais. O que faltou para o título? As partidas de menor nível técnico no primeiro semestre são um ponto ruim pensando no nacional?
Ige: Temos um grupo unido, que tem como base atletas que estiveram presentes na conquista do título em 2005. Com certeza uma das maiores dificuldades enfrentadas está relacionada a falta de jogos de alto nível durante o restante do ano. Geralmente temos que ir acertando a equipe durante o brasileiro.
PdR: Quais as diferenças do Desterro de 2013 para o de 2012? Teremos novidades? Quais as dificuldades que o time espera para o Super 10?
Ige: Nosso trabalho é a continuidade daquele apresentado em 2012. Tivemos mais tempo para aprender e experimentar nosso sistema. Algumas caras novas e outras velhas caras retornando devem gerar uma equipe mais preparada que no ano passado. Uma das principais dificuldades que esperamos será o forte ritmo que as equipes paulistas adquiriram com a recente disputa do estadual. Acho que esta será uma dificuldade para todas as equipes de fora de São Paulo.
PdR: Há muito anos que o Desterro é o principal aspirante ao título do nacional de fora do estado de São Paulo. Qual a filosofia que norteia o trabalho do clube? Quais as metas a curto, médio e longo prazo?
Ige: Procuramos sempre realizar um trabalho sério, dento e fora de campo, e passar essa postura para nossos atletas. Acredito que a gente colhe o que planta, e por isso estamos trabalhando para o desenvolvimento vertical e horizontal do clube, para poder acompanhar o crescimento do esporte no país.
PdR: Como é a relação do Desterro com o poder público e com a mídia local? A equipe vem ganhando espaço de divulgação em Florianópolis? O Super 10 vem atraindo interesse?
Ige: Infelizmente não temos uma relação estável. A equipe conquista seu espaço com bastante custo e não conseguimos usufruir de todos os frutos de nosso trabalho. Sinto que estamos a um passo de mudar esta situação, mas até agora o interesse e o reconhecimento ainda é muito pouco por parte da mídia local.
PdR: Em 2013, o Desterro contou com muitos atletas na seleção brasileira. O que essa experiência pode trazer ao clube? E o clube vem alinhando seu trabalho com o desenvolvido na seleção?
Ige: Com certeza estamos alinhados com o trabalho da seleção, desde nosso primeiro contato com os treinadores do Crusaders. Com certeza isto ajudou nossos atletas a terem melhores condições de se encaixarem no sistema proposta para a seleção. Com mais atletas na seleção, durante os treinos, amistosos e torneios, proporcionamos uma melhor troca para todo o clube, que se desenvolve melhor.
PdR: O Desterro ainda domina na divisão principal, mas a base de clubes novos do estado mostram que o cenário de longo prazo para os rubro-verdes deve mudar. Como está a base do Desterro hoje? Como está a renovação do clube?
Ige: Conversamos bastante sobre isso e algumas mudanças importantes estão sendo adotadas para reverter esta situação. Já estamos colhendo alguns frutos disso. Acredito que em pouco tempo teremos uma base sólida novamente, com condições de ascenderem ao principal com boas condições de jogo.
