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Rugby em clubes famosos pelo futebol. Esta já é uma realidade concreta no Brasil. Galícia, Alecrim, Corinthians, Portuguesa e Vasco da Gama, todos já apoiam a bola oval. O Portal do Rugby lançou na semana passada uma nova série de entrevistas, “Rugby e Futebol, uma parceria”, dando o pontapé inicial com o Galícia Esporte Clube, de Salvador. Hoje, é a vez do Gigante da Colina, o Vasco da Gama, gigante do Rio de Janeiro!

O estádio de São Januário foi escolhido para ser a sede do rugby nos Jogos Olímpicos de 2016, o que estimulou o clube cruzmaltino a montar seu próprio projeto de categorias de base de rugby. A coordenação do projeto coube a Daniel Gregg, jogador da Seleção Brasileira e do Niterói RFC. Gregg conversou com o Portal do Rugby sobre o Vasco Rugby, confira!

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1 – O Clube de Regatas Vasco da Gama conta com uma longa história apoiando modalidades olímpicas e, em 2016, o Estádio de São Januário será a sede dos jogos de rugby. Como que a entrada do rugby sevens nas Olímpiadas contribuiu para a entrada do rugby no Vasco?

Acredito que só temos hoje o rugby 7 no Vasco da Gama por conta da volta do rugby as Olimpiadas. O rugby vem crescendo muito e todos estarão de olho nele nas Olimpiadas de 2016. Por isso, o Vasco não desperdiçou a chance quando procuramos o clube para a implantação do esporte em São Januário.


2 – Em linhas gerais, como é o projeto do Vasco para o rugby? Quais são as diretrizes do projeto?

Após anunciada a volta do rugby às Olimpíadas e a escolha de São Januário como sede dos jogos de rugby 7, entramos com um projeto para a implantação de polos do esporte nas comunidades do Rio de Janeiro. A ideia principal é desenvolver o esporte em São Januário para que, em 2016, o Vasco da Gama não seja apenas a sede dos jogos, mas que possa contar com uma estrutura de rugby já organizada e, quem sabe, com um ou mais atletas integrando as Seleções Brasileiras nos Jogos Olimpicos do Rio. Hoje, trabalhamos com crianças de 10 a 17 anos.


3 – No momento, quantos núcleos de rugby o projeto Vasco Rugby possui? Quais são eles? E quais são os projetos de núcleos futuros?

Hoje, temos um núcleo muito bem estruturado em São Januário, com aproximadamente 25 alunos. Estaremos inaugurando muito em breve mais um polo na Praia de Copacabana, e a previsão é que, até o final de 2013 , tenhamos 12 polos no estado do Rio de Janeiro. Todos eles com o objetivo de desenvolver o esporte com crianças e adolescentes.


4 – Como é a estrutura oferecida pelo Vasco ao rugby?

A estrutura é muito boa, mas não é a ideal. Temos material fornecido pela CBRu , uniformes e tudo de graça . Mas precisamos de espaço adequado ( campo gramado ) . O que é dificil de conseguir em São Januário por conta do futebol . Mas acredito que este problema será resolveido com a implantação dos novos polos e com a reforma do Estádios para as Olimpiadas.


5 – Como funcionam as escolinhas de rugby do Vasco? Quantos jovens já participam do rugby vascaíno? Qual a faixa de idade? E o rugby feminino está sendo contemplado?

Hoje , somente com um polo , temos treinos duas vezes por semana . Desde o inicio do projeto ( fez um ano em abril ) já passaram em média 50 alunos entre 10 e 17 anos . As meninas são a minoria , mas são sempre muito empolgadas ! Uma coisa que atrapalha é a cultura do futebol , pois muitas crianças mesmo interessadas , criam resistência a treinar por não torcerem para o Vasco . Mas com muito trabalho e divulgando a filosofia e os conceitos do rugby , iremos mudar isso.


6 – As equipes do Vasco já estão participando de competições? Quais os planos nesse sentido?

Nosso plano é de inscrever uma equipe M16 no próximo campeonato estadual, que acontece agora no segundo semestre de 2012. Já temos jogadores prontos para competições. Infelizmente, será somente uma equipe de rugby de 7 masculina, pois ainda não temos jogadoras suficientes para montar uma equipe feminina.

 

7 – Qual é o projeto do Vasco para futuras equipes adultas?

Já tentamos uma equipe adulta, mas com a dificuldade de horários, infelizmente tivemos que adiar os treinos. Porém, este ainda é um projeto que, quem sabe, ano que vem colocaremos em prática. No momento, estamos focado nas crianças.

 

8 – Qual a sua avaliação da evolução do projeto até o momento? Quais frutos já foram colhidos?

O projeto está muito bom. Neste mês de julho, tivemos 3 atletas convocados para as Seleções Fluminenses M16 e M18 para disputar o Campeonato Brasileiro Juvenil (Copa Cultura Inglesa). Este já é um passo para tentarem uma vaga na seleção nacional!

 

9 – E como você enxerga as possibilidades que estão se abrindo no Brasil para a parceria do rugby com clubes ligados ao futebol? Você vê riscos na associação entre rugby e futebol?

Na minha opinião, o rugby e o futebol não podem se misturar. Eles podem fazer parte do mesmo clube, mas devem ser administrados separadamente. O rugby brasileiro não está preparado para a estrutura de grandes clubes de futebol. Um dia chegaremos lá, mas temos que dar um passo de cada vez.

A vantagem disso para o rugby é o peso da camisa das equipes de futebol. Não tenho duvida de que, por exemplo, a marca Vasco da Gama ajuda e ajudará o rugby evoluir no Rio de Janeiro e no Brasil.

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