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É 2015, é ano de Copa do Mundo de Rugby! Entre os dias 18 de setembro e 31 de outubro deste ano, os 20 melhores times do mundo entrarão em campo na Inglaterra em busca do título mais importante do rugby mundial.

Esta será a oitava Copa do Mundo da história e até aqui a Taça Webb Ellis – o nome do troféu da Copa do Mundo – passou seis vezes pelas mãos de seleções do Hemisfério Sul e apenas uma vez pelo Hemisfério Norte. Com dois título cada, Nova Zelândia (1987 e 2011), Austrália (1991 e 1999) e África do Sul (1995 e 2007) são os maiores campeões do torneio, com duas conquistas cada, enquanto a Inglaterra conta com um título (2003). Além delas, apenas a França, em nada menos que três oportunidades, chegou à grande final, acabando com o vice-campeonato em todas elas. Apenas mais três países – Gales, Argentina e Escócia – já viveram a experiência de alcançar as semifinais, outros quatro países – Irlanda, Samoa, Fiji e Canadá – já sentiram o gosto de alcançarem as quartas-de-final. No total, até hoje 25 seleções já disputaram a Copa do Mundo de Rugby, enquanto o torneio já foi disputado em oito países diferentes, com a Taça Webb Ellis sendo decidida em seis diferentes estádios: Eden Park (Auckland, em 1987 e 2011) Twickenham (1991 e novamente em 2015), Ellis Park (Joanesburgo, 1995), Millenium Stadium (Cardiff, em 1999), Stadium Australia (Sydney, em 2003) e Stade de France (Paris, em 2007).

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Com tanta história a contar, começamos hoje a nossa série de especiais, contanto a partir de amanhã um pouco mais sobre cada um dos torneio. Hoje, vamos passar a limpo o histórico do torneio!

 

Por que só em 1987?

A Copa do Mundo de Rugby teve início tardio se comparado a outros esportes. O futebol iniciou sua Copa do Mundo em 1930, enquanto o beisebol deu o arremesso inicial do Mundial original em 1938. Já o Mundial de Basquete começou em 1950, ao passo que a Copa do Mundo de Críquete teve início em 1975.

A primeira “Copa do Mundo de Rugby” (“Rugby World Cup”) não foi do rugby union, mas do rugby league. Usando exatamente o mesmo nome, a modalidade de 13 jogadores iniciou seu Mundial com quatro países (Austrália, Nova Zelândia, Grã-Bretanha e França) em 1954. Em oposição ao union, o league abraçava o profissionalismo e via com bons olhos um Mundial, ainda que o número de países que o praticassem fosse pequeno.

Contrário ao profissionalismo, o IRB bania toda a qualquer prática de remuneração a atletas em todo o mundo. Entre outras medidas estava sua posição contrário a qualquer tipo de Copa do Mundo, uma vez que a exposição que um torneio desse tipo geraria poderia gerar interesses comerciais grandes e elevar a pressão sobre a liberação do profissionalismo, que seria contrário aos valores do rugby. Propostas por uma Copa do Mundo existiram desde pelo menos os anos 1950, mas nenhuma foi adiante.

Foi apenas nos anos 80, com o crescimento das transmissão de TV ao vivo e do sucesso comercial de eventos esportivos como a Copa do Mundo que o interesse sobre um Mundial de rugby aumentou decisivamente. Sem ter uma competição anual de peso a disputar, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul estavam entre os grandes interessados por um Mundial, ao contrário de Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda, que já tinham o Cinco Nações (Five Nations, atual Six Nations) e adotavam posições mais conservadoras sobre o amadorismo no rugby. A França, por outro lado, pendia favorável aos torneios internacionais, fomentando o Troféu da FIRA – atual Europeu de Nações, que congregava seleções europeias que não jogavam o Cinco Nações. Como somente esses oito países possuíam votos (2 votos cada) no Conselho do IRB, a decisão por uma Copa do Mundo precisava de um exercício político extra.

Em 1985, australianos e neozelandeses conduziram uma força-tarefa para estudar a viabilidade de uma Copa do Mundo, levando uma proposta concreta à reunião da entidade, em Paris, no mesmo ano. Com o apoio de franceses e sul-africanos (que, todavia, estavam banidos de jogos internacionais, por conta do apartheid), a proposta da Copa do Mundo se materializou com um dos votos ingleses e um dos votos galeses sendo ganhos a favor da causa. Com isso, por 10 votos favoráveis contra 6 contrários, a Copa do Mundo foi criada.

O início do Mundial seria experimental. Em 1987, Austrália e Nova Zelândia receberiam o torneio, enquanto em 1991 ele seria disputado nos cinco países europeus, com finais na Inglaterra. A partir deles, a Copa do Mundo seria revista para se decidir sobre sua continuidade – o que ocorreu, com o terceiro mundial sendo marcado para 1995, na África do Sul saída do apartheid. E, fatalmente, os temores de que a Copa do Mundo levasse ao profissionalismo se confirmaram, com o IRB aceitando o rugby profissional logo após a Copa do Mundo de 1995.

 

O desenvolvimento da Copa do Mundo

Ao longo de sete edições da Copa do Mundo, o Hemisfério Sul provou sua supremacia, vencendo seis deles. Nova Zelândia, Austrália e África do Sul venceram duas vezes cada o Mundial, enquanto a Inglaterra conquistou seu título isolando em 2003.

O formato da Copa do Mundo mudou ao longo dos anos. Em 1987, não houve eliminatórias, com as 16 seleções sendo convidadas. A partir de 1991 as vagas passaram a ser decididas pelas eliminatórias e pelos resultados do Mundial anterior. A competição manteve 16 participantes até 1995, passando a 20 em 1999. Ao longo dos 28 anos de Copa do Mundo, 25 seleções estiveram presentes no torneio, sendo que 2015 será o primeiro ano que não haverá nenhuma seleção estreante.

Austrália, Nova Zelândia, França, Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda, Itália, Romênia, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Fiji, Tonga, Japão e Zimbábue estrearam em 1987. Em 1991, apenas uma mudança: Tonga não se classificou, dando lugar a Samoa, que estranhamente havia ficado de fora em 1987. Em 1995, duas estreias: a África do Sul, enfim livre do apartheid, e a Costa do Marfim. Tonga também retornou, enquanto ficaram de fora Fiji, Estados Unidos e Zimbábue. A Costa do Marfim não voltou em 1999, Fiji e Estados Unidos retornaram e três seleções estrearam, aproveitando a expansão do torneio. Foram elas Namíbia, Uruguai e Espanha.

Em 2003, apenas uma troca com relação a 1999: a Geórgia estreou no lugar da Espanha. Já em 2007, foi o Uruguai que falhou em voltar ao Mundial, dando lugar ao estreante Portugal. Por fim, em 2011, a Rússia debutou, tomando a vaga dos portugueses. Em 2015, a única mudança será o Uruguai no lugar da Rússia.

 

Taça Webb Ellis (foto)

A taça dada ao campeão da Copa do Mundo tem nome: é a Webb Ellis Cup, ou Taça Webb Ellis, em homenagem ao mítico William Webb Ellis, que teria, em 1823, durante uma partida de football na escola de Rugby (que NÃO era futebol, ao contrário do que traduções erradas da história dizem), apanhou a bola com as mãos e saiu correndo pelo campo com ela, ao contrário do que a tradição das regras orais da época pregava. O ato transgressor teria dado origem ao rugby que, contudo, só tiveram suas primeiras regras escritas bem depois de Ellis, em 1845.

Independente de história de Ellis, a taça 38 cm e 4,5 kg banhada em prata, coroa o campeão do mundo. Existem duas taças: a original, de 1906, fabricada pela Carrington and Co. of London, e uma réplica, de 1986, que viaja o mundo promovendo o torneio e é entregue ao campeão no dia da grande final. A original, por sua vez, fica de posse do campeão pelos quatro anos.

 

 

 

 

 

Fonte: http://www.worldcupweb.com/rugby/results/history.asp