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Em release oficial, a Confederação Brasileira de Rugby comentou a nova gestão profissional da entidade. Confira:

 

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Entidade aposta em executivos profissionais, cria um conselho de empresários notáveis, monta plano estratégico com consultoria internacional e faz parceria com time mais vitorioso da Nova Zelândia

Em um país dominado pelo futebol, uma modalidade esportiva precisa de muita criatividade, aliada a profissionalismo, para crescer. E o rugby brasileiro está apostando justamente nessa receita. A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) adotou uma gestão inovadora para cuidar da modalidade, usando exemplos de sucesso no esporte e nos negócios para que o esporte da bola oval se torne mais conhecido em terras verde-amarelas.

A base do trabalho da entidade é o profissionalismo. Desde o começo do ano, a CBRu criou um conselho de importantes executivos brasileiros para ajudar no desenvolvimento do esporte. O grupo é formado por profissionais de diferentes segmentos, dividido em grupos de atuação, os quais apadrinham projetos pré-estabelecidos e acompanham seu desenvolvimento até a conclusão. Estão trabalhando pelo rugby brasileiro, por exemplo, Eduardo Mufarej, Jean Marc Etlin, João Livi, Luis Terepins, Doug Munro, entre outros empresários de grande expressão.

“Esperamos que, com esses passos, o rugby possa se consolidar como um modelo de gestão esportiva no Brasil e potencialmente servir de inspiração para outras modalidades. Acredito que o que estamos fazendo pela CBRu irá muito além do rugby”, explica Eduardo Mufarej, presidente do conselho consultivo.

A principal atuação nesta etapa do processo tem sido a captação de patrocinadores. E o grupo já tem resultados para mostrar. A CBRu assinou contratos de longo prazo com Bradesco, Topper, JAC Motors e Heineken, provando que o mercado do marketing esportivo nacional já vê o rugby como uma alternativa sólida a esportes já consolidados no país. Sua notoriedade tem se destacado também na mídia, com a transmissão ao vivo de jogos pelo Sportv, o qual divulgou dados sobre os níveis de audiência superando as médias de modalidades como natação e atletismo, próximo à media do basquete (NBB). CBRu e Sportv celebraram contrato de transmissão de jogos de rugby até Rio 2016. Além disso, a CBRu está investindo na contratação de profissionais experientes no mercado esportivo para ocupar cargos chave na organização, como a gerência de marketing e projetos.

Outra novidade é o plano estratégico formatado pela CBRu em parceria com a consultoria internacional Deloitte, uma das mais importantes do mundo. Após o diagnóstico do patamar atual do rugby brasileiro, foram traçadas ações que fortalecerão o esporte, com o objetivo de alcançar bons resultados tanto da equipe masculina como a feminina já nas Olimpíadas de 2016. Esses resultados, inclusive, servirão como impulso para a projeção mundial do Brasil no rugby. Para isso, foram feitos diagnósticos da modalidade no Brasil, identificando as principais metas de médio e longo prazo para a modalidade e projeção de cenários futuros e potenciais alternativas para a modalidade.

“Para alcançar nossas metas, temos de planejar com conhecimento e responsabilidade. Estamos trabalhando com as melhores pessoas e instituições, visando assegurar a elaboração e execução de um planejamento de longo prazo através do qual o rugby evolua e perpetue-se no Brasil. Agora, basta dar tempo ao tempo. Paciência, sinergia e responsabilidade: esses são os pilares de nosso trabalho”, afirma Sami Arap Sobrinho, presidente da CBRu.

Parceria campeã começa com pé direito – Uma das principais novidades desta temporada foi a parceria histórica entre a CBRu com a Federação de Rugby de Canterbury e o Crusaders para auxiliar na implementação do programa de alto rendimento da CBRu. O Crusaders é a equipe mais vitoriosa na história do Super Rugby, com sete títulos conquistados (1998, 1999, 2000, 2002, 2005, 2006 e 2008). O campeonato é disputado por quinze times de três países (Austrália, Nova Zelândia e África do Sul) e é considerado o maior campeonato de rugby do hemisfério sul.

Na primeira fase, foram realizadas sessões de treinamento com as seleções brasileiras e o preparo de um relatório de avaliação da situação do rugby nacional. Tabai Matson, técnico de aptidão (skills coach) do Crusaders, que já defendeu os temidos All Blacks (seleção da Nova Zelândia), foi o primeiro a desembarcar no Brasil e desenvolveu uma série de atividades preliminares durante três semanas. O ex-jogador voltou para a Nova Zelândia impressionado com a hospitalidade e afirma que o País tem um grande potencial para se tornar um dos principais polos da modalidade.

“Acho que a principal diferença entre o Brasil e a Nova Zelândia é que nós praticamos rugby desde que começamos a andar, assim como os brasileiros fazem com o futebol. Acredito que com o passar dos anos a idade de início deverá diminuir, especialmente por conta da visibilidade que o rugby deve ganhar com os Jogos Olímpicos e a exposição crescente na mídia”, afirma Matson.

Para dar sequência ao acordo firmado, vieram para o Brasil Brent Frew, técnico de linha (backs coach) do Crusaders, um dos maiores especialistas na técnica chamada “run, catch & pass” e atual gestor de desenvolvimento de técnicos para a Federação de Canterbury, o lendário terceira linha dos All Blacks, Scott Robertson, que atualmente é o técnico assistente de avançados e de defesa (forwards and defence assistant coach) do Crusaders.

Scott e Brent estão fazendo a preparação da Seleção Brasileira Masculina para o CONSUR “A”, que será disputado em Santiago, no Chile, entre 17 e 27 de maio. Durante o período em que não estiverem servindo a Seleção Brasileira, os técnicos darão sequência aos cursos e sessões de treinamentos de Tabs iniciados em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. As próximas Federações a serem visitadas serão Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Segundo o presidente Sami Arap, o processo de crescimento da modalidade será lento, mas será possível alcançar os objetivos com qualidade. “Cumpridos os compromissos do primeiro semestre, focaremos o trabalho do segundo semestre nas Seleções Masculina e Feminina de Sevens, visando o Campeonato Mundial em 2013 na Rússia”, comenta.

Projetos incentivados são alternativa para crescimento e execução do planejamento – A visita do IRB (International Rugby Board, entidade máxima do rugby mundial) no final de abril comprovou a importância do País nos planos de expansão da modalidade. Morgan Buckley, gerente geral de desenvolvimento, e Santiago Ramallo, coordenador de desenvolvimento na América do Sul, estiveram reunidos com Marcus Vinicius Freire, superintendente do COB, para discutir questões chaves e o principal ponto do encontro foram as diversas oportunidades disponíveis para o rugby, principalmente com a realização da Olimpíada do Rio de Janeiro/2016, que marca a volta ao programa olímpico.

Com isso em mente, a opção por projetos incentivados tem sido cada vez mais adotada pela CBRu, uma excelente ferramenta para divulgação da modalidade, aliada à captação de recursos financeiros para as Seleções Brasileiras e torneios da entidade. Em 2012, a Confederação formatou projetos de Lei de Incentivo ao Esporte para as seleções brasileiras e para o Super 10.

“Além dos projetos financiados via Lei de Incentivo ao Esporte, buscaremos melhorar a Copa Cultura Inglesa (M18), manteremos a Copa Michel Etlin (M15) e implementaremos um Circuito Brasileiro de Rugby Sevens para equipes femininas. É importante fomentarmos a prática do rugby feminino nos Estados, buscando divulgar a modalidade e aumentar o número de praticantes. Equipes como Charrua e Desterro estão praticamente isoladas em seus Estados. As Federações Estaduais devem investir na divulgação da prática do rugby feminino”, explica o presidente Sami Arap.

É desta forma que o rugby brasileiro define sua postura frente ao público, entrando no cenário esportivo de forma humilde e carismática, mas também muito consciente de seu alto potencial de desenvolvimento aliado ao profissionalismo.