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Nessa segunda-feira, dia 10, a Confederação Brasileira de Rugby realizou seu encontro anual para patrocinadores e imprensa. Desta vez, o foco das apresentações foi a revisão do trabalho realizado no período de 2010 a 2016 e o planejamento da entidade para 2017 a 2023.

 

Academias como foco

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Novamente, a entidade deixou claros seus planos e metas para o novo ciclo que se inicia. Entre seus projetos mais importantes está o avanço das academias de alto rendimento e desenvolvimento, com planejamento para o crescimento das seis unidades, localizadas em São Paulo (capital e São José dos Campos), Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Agustín Danza, CEO da CBRu, ressaltou que a meta é chegar a 500 atletas, entre homens e mulheres, envolvidos nas academias no ano que vem, com cada atleta sendo cientificamente avaliado em mais de 50 indicadores.

 

Em adição, a CBRu voltará seus esforços em seu novo programa de detecção nacional de talentos, buscando a identificação de jovens (para o masculino e para o feminino) com potencial para se tornarem atletas de rugby de ponta baseado em índices antropométricos.

 

Para o futuro, ao longo do ciclo de 2019 a 2023, a CBRu já estuda que as academias se transformem efetivamente em um nível competitivo acima do nível dos clubes, caminhando na direção de se tornarem selecionados regionais para uma futuro competição nacional de academias, o que faria com que o alto rendimento do rugby brasileiro tenha dois tipos de competição: uma para clubes e outra para academias.

 

Entre outros projetos ligados ao alto rendimento está nos próximos anos a criação de uma seleção brasileira de desenvolvimento para o XV, o chamado Brasil “A” (nomenclatura tradicional para as equipes “B” no mundo do rugby).

 

Mais competições para as seleções

A CBRu confirmou que para 2017 existe uma forte chance do Brasil ingressar no novo torneio para seleções de desenvolvimento de XV criado pelo World Rugby, o Americas Pacific Challenge, que foi inaugurado neste ano no Uruguai, com seis seleções as equipes “B” de Argentina, Estados Unidos, Canadá, Uruguai, Fiji e Samoa). Para o próximo ano, é provável que Brasil e Tonga ingressem no torneio.

 

Além do Americas Pacific Challenge, a CBRu está negociando a participação do Brasil na World Rugby Nations Cup de 2017, competição realizada em Bucareste, na Romênia, envolvendo seleções do segundo escalão mundial e seleções de desenvolvimento de países da elite mundial. Para o XV nacional, a meta da CBRu segue sendo a classificação para a Copa do Mundo de 2023, o que foi reforçado por Danza.

 

Já para o feminino, o CEO ressaltou que a CBRu buscará viabilizar para cada torneio da Série Mundial de Sevens Feminina que o Brasil jogar um torneio extra de preparação. No total, o Brasil jogará os seis torneios do circuito mundial.

 

Super Rugby está sim na pauta

Como já havia sido antecipado na altura dos Jogos Olímpicos, a CBRu voltou a deixar clara sua intenção de viabilizar uma franquia de Super Rugby no Brasil entre 2019 e 2023. O modelo deverá incluir participação argentina e eventualmente de outros países sul-americanos, mas o projeto no momento ainda se encontra em fase de análise.

 

Rugby juvenil com maior centralidade

Quanto ao trabalho voltado para o rugby juvenil, a CBRu ressaltou que seus projetos de impacto já levaram a modalidade a ser praticada por mais de 500 mil crianças em escolas de todo o país, tendo por objetivo que cada vez mais secretarias de ensino incorporem o rugby à educação física. A entidade comemorou a inclusão do rugby também nos Jogos Escolares nacionais.

 

Para o rugby de clubes, a entidade reforçou seus planos para festivais no ano que vem que aumentem as atividades juvenis para mais de 20 clubes. E as seleções nacionais também deverão ter seus calendários ampliados. Para a seleção masculina juvenil, jogos contra equipes argentinas e a participação novamente no Torneio das Nações são projetados, enquanto a possibilidade de haver seleções brasileiras juvenis de sevens, em especial uma feminina, na disputa dos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, que serão em Buenos Aires, é boa.

 

Brasil é prioritário para o World Rugby

A CBRu ressaltou que nos últimos meses o World Rugby tem colocado Brasil e Alemanha como países de crescimento prioritário para a entidade, entre os países do chamado terceiro escalão mundial, por se tratarem de grandes mercados que mostram crescimento no rugby e que podem chegar muito mais longe. Não por acaso, o Brasil fará mais dois amistosos contra os alemães em novembro deste ano.

 

Sucesso nos dois últimos anos, o torneio de beach rugby de dezembro no Rio de Janeiro foi mantido no calendário com apoio do World Rugby e deverá em 2016 voltar a ter a participação de Itália, Portugal e Argentina, a confirmar.

 

Pacaembu como casa e Rede TV como possível parceira

Por fim, destaque também para o reforço da CBRu quanto à importância do Pacaembu em seu projeto de realização de grandes eventos, dando a entender que pretende o usar o estádio cada vez mais. Porém, a entidade deixou aberta a realização de eventos em outros palcos, como o Allianz Parque.

 

Além disso, a presença do rugby na TV aberta teve sua importância salientada, com a CBRu buscando reforçar a parceria com a Rede TV, assim como em manter o rugby em evidência dentro dos canais por assinatura, como a ESPN, que tem os direitos sobre o Americas Rugby Championship, e o SporTV.

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