Tempo de leitura: 9 minutos

ARTIGO COM VÍDEOS – O sábado largou quente no fim de semana de despedidas para muitas das grandes seleções do mundo. Encerrando um longo 2016, a Argentina caiu contra a Inglaterra, que alcançou sua 13ª vitória seguida, por 27 x 14, enquanto a Escócia deu um duro golpe na Geórgia vencendo os aspirantes a Six Nations por 43 x 16. A Itália, por sua vez, voltou a decepcionar, caindo em casa diante de Tonga por 19 x 17, ao passo que o Japão não embalou e foi derrotado por Fiji, que ainda não havia vencido ninguém, por 38 x 25.

 

Apenas a Inglaterra voltará a campo no próximo sábado, quando encarará a Austrália,

- Continua depois da publicidade -

 

Pumas de mãos abananando e Inglaterra ainda invicta – por Luis Kolle

A Argentina foi a Twickenham enfrentar a Inglaterra que segue imbatível sob o comando de Eddie Jones. Um jogo importante para as duas equipes que não se enfrentavam desde 2013 e que a Inglaterra venceu os 12 últimos confrontos anteriores.

 

O jogo começou agitado. Logo aos 5 minutos, Elliot Daly levou cartão vermelho por tacklear Leonardo Senatore no ar quando ele apanhava uma bola após um chute. O árbitro demorou a constatar a gravidade da infração com a ajuda do TMO, mas viu que realmente a penalidade foi severa e necessitava de uma punição severa, já que a contusão retirou Senatore da partida, trazendo a campo, Facundo Isa. A partir daí o jogo ficou morno e equilibrado. A Argentina bem que tentava utilizar seu jogo de mão fazendo valer sua superioridade numérica, mas pecava em seu manejo precipitado das bolas ou tentar fazer malabarismos e também ao fazer muitas penalidades, principalmente quando seus jogadores eram tacleados e não soltavam a bola. Aos 25 minutos, a Inglaterra já vencia o jogo por 9 x 0 graças a estas penalidades que Farrell aproveitou para converter. E só não foi mais porque uma delas, Farrell desperdiçou.

 

Os Pumas apostaram no jogo de mãos, mas Billy Vunipola recuperou a bola e armou um pequeno contra-ataque dentro dos 22 metros da Argentina. A Argentina só conseguiu alivar quando Matías Orlando deliberadamente impediu o passe de Robshaw, cometendo um knock on e, nessa jogada, o árbitro anotou penalty-try para os ingleses e penalizou Orlando com cartão amarelo. Farrell não teve dificuldades em converter o penalty-try, deixando o placar muito favorável à Inglaterra que vencia por 16 x 0. Daí até os minutos finais do jogo, foi equilíbrio. Equilíbrio encontrado nos oito minutos finais do primeiro tempo. Que durou até os 47 minutos. Disputa acirrada, exagerada, desumana e, até certo ponto impensada, provocada por um árbitro, o francês Pascal Gauzère, que não pensou nas consequências para os jogadores. Foram 8 minutos de força em disputa de scrums pedidos pela Argentina ávida por entrar no ingoal da Inglaterra que tentava de toda maneira impedir. Impedia com penais causados por impedimentos ou por colapsos. Em um destes, o árbitro chegou até a punir Dan Cole com cartão amarelo. Será que não podia ter dado um penalty-try para a Argentina? Aos 47 minutos, na última disputa Facundo Isa apoiou a bola no ingoal da Inglaterra e anotou o primeiro try da Argentia. Try que Hernández converteu. Placar do final do primeiro tempo: 16 x 7.

 

O segundo tempo começou como o primeiro terminou, Argentina pressionando e marcando. Logo no início, jogada de mão de toda a linha dos Pumas e Santiago Cordeiro anotou o segundo try da Argentina. Assim, a Argentina já encostava no placar: 16 x 14. Depois disso, os Pumas voltaram a falhar quando pressionavam a Inglaterra. Pressão da Argentina nesse jogo significava penal a favor da Inglaterra. E Farrell não perdeu mais penais. Converteu mais dois e aos 25 minutos do segundo tempo o jogo já estava 22 x 14 para o time anfitrião. Aos 27 minutos, Pablo Matera foi punido por jogada perigosa e levou cartão amarelo. Logo depois, uma bela jogada da linha inglesa após um chute de saída de 22m e uma boa trama armada por George Ford. Try Inglaterra! Johnny May apoiou a bola no ingoal da Argentina. Owen Farrell foi para o chute de conversão mas, não conseguiu converter. 27 x 14. Pouco depois, uma ótima infiltração de Mike Brown na defesa argentina, mas não conseguiu concluir o try de maneira correta, como mostrou o TMO. No lance, então, tivemos o scrum 5 para a Argentina que aliviou a pressão jogando de mão. Aos 35 minutos, em desentendimento entre Enrique Piretto e Joe Marler que acabou no chão e com o jogador argentino tentando pisar no pilar inglês, ambos foram punidos com cartões: o inglês com amarelo e o argentino com vermelho. A partir daí, o jogo passa a ser com a Argentina tentando pressionar, mas cometendo os mesmos erros de sempre e a Inglaterra gastando o tempo para a partida acabar. E acabou. Placar 27 x 14.

 

inglaterra novo27versus(12)14UAR_copy_copy.jpg

Inglaterra 27 x 14 Argentina, em Londres

Árbitro: Pascal Gaüzère (França)

 

Inglaterra

Tries: Penal try e May

Conversões: Farrell (1)

Penais: Farrell (5)

15 Mike Brown, 14 Jonny May, 13 Jonathan Joseph, 12 Owen Farrell, 11 Elliot Daly, 10 George Ford, 9 Ben Youngs, 8 Billy Vunipola, 7 Tom Wood, 6 Chris Robshaw, 5 George Kruis, 4 Courtney Lawes, 3 Dan Cole, 2 Dylan Hartley (c), 1 Mako Vunipola;

Suplentes: 16 Jamie George, 17 Joe Marler, 18 Kyle Sinckler, 19 Charlie Ewels, 20 Teimana Harrison,, 21 Danny Care, 22 Ben Te’o, 23 Henry Slade;

 

Argentina

Tries: Isa e Cordero

Conversões: Hernández (2)

15 Joaquín Tuculet, 14 Matías Orlando, 13 Matías Moroni, 12 Santiago González Iglesias, 11 Santiago Cordero, 10 Juan Martín Hernández, 9 Tomás Cubelli, 8 Leonardo Senatore, 7 Javier Ortega Desio, 6 Pablo Matera, 5 Matías Alemanno, 4 Guido Petti, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustín Creevy (c), 1 Lucas Noguera;

Suplentes: 16 Julián Montoya, 17 Santiago García Botta, 18 Enrique Pieretto, 19 Facundo Isa, 20 Tomas Lezana, 21 Martin Landajo, 22 Jerónimo De la Fuente, 23 Juan Pablo Estellés;

Six Nations who?

Há um bom tempo o assunto favorito sobre o Six Nations é a expansão do torneio, com a Geórgia clamando por um lugar entre os grandes. Mas, a Escócia deu neste sábado uma pequena lição aos georgianos, mostrando que o caminho dos Lelos rumo ao primeiro escalão ainda tem um percurso considerável. Os escoceses se impuseram em Kilmarnock e venceram por contundentes 43 x 16.

 

Quem largou na frente foi a Geórgia, com o scrum-half Lobzhanidze cravando o primeiro try aos 4′, completando poderoso maul de cartão de visitas dos Lelos. O atropelo se deu ainda no primeiro tempo e foi pela capacidade escocesa de jogar tanto no contato como de mãos. Logo aos 7′, Seymour mostrou que o Cardo é completo e, arrancando na ponta, recebeu chute e Hogg para o in-goal e mergulhou para o primeiro try da casa.

 

Aos 14′, foi o scrum escocês que mostrou sua potência e arrancar um penal try precioso, abrindo frente. A Geórgia sentiu o golpe e Maitland, aos 19′, fez o try escocês com a bola de mãos escocesa viajando com qualidade pelo campo. E aos 34′ Hogg deu show chapelando e arrancando para o quarto try. 31 x 08.

 

No segundo tempo, a Escócia seguiu dominando e largou com um lindo try de Hamish Watson, aos 41′, saindo do lateral. Os Lelos ainda teriam fôlego para esboçarem uma reação com Lobzhanidze novamente finalizando após o maul, mostrando que a Geórgia ainda é dependente de um mesmo tipo de jogada. E houve mais uma oportunidade para Hogg guardar no fim o último try da Escócia, selando a vitória.

 

escocia logo43versus(12)16georgia copy copy copy copy

Escócia 43 x 16 Geórgia, em Kilmarock

Árbitro: Matthew Carley (Inglaterra)

 

Escócia

Tries: Hogg (2), Seymour, penal try, Maitland e Watson

Conversões: Laidlaw (5)

Penais: Laidlaw (2)

15 Stuart Hogg, 14 Sean Maitland, 13 Mark Bennett, 12 Alex Dunbar, 11 Tommy Seymour, 10 Finn Russell, 9 Greig Laidlaw(c), 8 Ryan Wilson, 7 Hamish Watson, 6 Rob Harley, 5 Jonny Gray, 4 Richie Gray, 3 Zander Fagerson, 2 Ross Ford, 1 Allan Del;

Suplentes: 16 Fraser Brown, 17 Alex Allan, 18 Moray Low, 19 Grant Gilchrist, 20 John Barclay, 21 Ali Price, 22 Pete Horne, 23 Rory Hughes;

 

Geórgia

Tries: Lobzhanidze (2)

Penais: Kvirikashvili (2)

15 Merab Kvirikashvili, 14 Giorgi Aptsiauri, 13 Tamaz Mtchedlidze, 12 Merab Sharikadze, 11 Alexander Todua, 10 Lasha Malaghuradze, 9 Vasil Lobzhanidze, 8 Beka Bitsadze, 7 Mamuka Gorgodze, 6 Vito Kolelishvili, 5 Kote Mikautadze, 4 Giorgi Nemsadze, 3 Levan Chilachava, 2 Jaba Bregvadze, 1 Mikheil Nariashvili;

Suplentes: 16 Badri Alkhazashvili, 17 Karlen Asieshvili, 18 Dudu Kubriashvili, 19 Lasha Lomidze, 20 Giorgi Tkhilaishvili, 21 Giorgi Begadze, 22 Beka Tsiklauri, 23 Shalva Sutiashvili;

Itália não consegue sua sequência de vitórias e decepciona de novo

Padova encheu o Stadio Euganeo confiante de que após venceram os Springboks os Azzurri iriam se impor sobre Tonga e festejar sua segunda vitória seguida, encerrando 2016 em alta. Não foi o que ocorreu. Sem por contar com o capitão Parisse mais uma vez a Itália decepcionou, caindo contra um time com Ranking inferior.

 

Os italianos começaram bem a partida e cravaram seu primeiro try logo aos 12′, com maul para Lorenzo Citadini cair para o try do time da casa. Entretanto, a Itália foi incapaz de seguir pontuando e dominando a partida, com Tonga equilibrando as ações e sendo premiada aos 32′ com penal para Takulua, o homem do jogo, reduzir. A virada veio logo no segundo tempo, com Takulua chutando novo penal e, aos 51′, Siale Piutau (irmão de Charles Piutau) correu para o try da virada de Tonga. A resposta italiana não tardou com Tommaso Allan recebendo offload de McLean para guardar o segundo try dos Azzurri. Porém, a Itália seguiu instável e morreu por dois penais no apagar das luzes, com Takulua garantindo a vitória dos ‘Ikale Tahi já com o tempo esgotado.

 

Foi a quarta vitória de Tonga em sua história contra nações que disputam ou o Six Nations ou o Rugby Championship, a primeira desde 2012.

 

italia copy copy17versus(12)19tonga copy

Itália 17 x 19 Tonga, em Padova

Árbitro: John Lacey (Irlanda)

 

Itália

Tries: Cittadini e Allan

Conversões: Canna (1) e Allan (1)

Penais: Padovani (1)

15 Edoardo Padovani, 14 Giulio Bisegni, 13 Tommaso Benvenuti, 12 Luke McLean, 11 Giovanbattista Venditti, 10 Carlo Canna, 9 Giorgio Bronzini, 8 Sergio Parisse (c), 7 Simone Favaro, 6 Francesco Minto, 5 Marco Fuser, 4 Quintin Geldenhuys, 3 Lorenzo Cittadini, 2 Ornel Gega, 1 Sami Panico;

Suplentes: 16 Tommaso D’Apice, 17 Nicola Quaglio, 18 Simone Ferrari, 19 George Biagi, 20 Abraham Steyn, 21 Edoardo Gori, 22 Thomas Allan, 23 Michele Campagnaro;

 

Tonga

Try: Piutau

Conversão: Takulua (1)

Penais: Takulua (4)

15 David Halaifonua, 14 Nafi Tu’Itavake, 13 Siale Piutau, 12 Latiume Fosita, 11 Fetu’U Vainikolo, 10 Kali Hala, 9 Sonatane Takulua, 8 Tevita Koloamatangi, 7 Jack Ram, 6 Dan Faleafa, 5 Jon Tu’Ineau, 4 Steve Mafi, 3 Siua Halanukonuka, 2 Paula Ngauamo, 1 Tevita Mailau;

Suplentes: 16 Elvis Taione, 17 Paea Fa’Anunu, 18 Sila Puafisi, 19 Valentino Mapapalangi, 20 Kotoni Ale, 21 Tomasi Palu, 22 Tevita Taufui, 23 Cooper Vuna;

Fiji retoma seu caminho e frustra Japão

Em Vannes, na França, Fiji e Japão mediram forças e o que se viu foi, finalmente, uma grande apresentação fijiana. Depois de jogos fracos na Europa, Fiji acordou e voou no início da partida, com Vulivuli, Talebula e Botia cravando os três primeiros tries do jogo para os melanésios. Nada inspirado e envolvido pela qualidade do time fijiano, o Japão somou apenas com dois penais de Tamura.

 

Aos 31′, Yato recebeu cartão vermelho e deixou Fiji com 14 homens por 50 minutos. Mesmo assim, o segundo tempo seguiu na mesma toada e Fiji, com seu jogo expansivo, cruzou mais duas vezes o in-goal japonês, com Botia de novo, aos 42′, e Nadolo, aos 50′. Foi somente nesse momento, com cinco tries de desvantagem, que os Brave Blossoms encaixaram seu jogo e reagiram, com Matsushima, Ilaua e Matsushima já no fim fazendo os tries asiáticos, mas já sem chances de uma virada. 38 x 25.

 

fiji copy38versus(12)25japão logo novo copiar

Fiji 38 x 25 Japão, em Vannes (França)

Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)

 

Fiji

Tries: Botia (2), Viriviri, Talebula e Nadolo

Conversões: Nadolo (5)

Penais: Nadolo (1)

15 Kini Murimurivalu, 14 Metuisela Talebula, 13 Albert Vulivuli, 12 Levani Botia, 11 Nemani Nadolo, 10 Ben Volavola, 9 Nikola Matawalu, 8 Akapusi Qera (c), 7 Peceli Yato, 6 Dominiko Waqaniburotu, 5 Leone Nakarawa, 4 Nemia Soqeta, 3 Manasa Saulo, 2 Sunia Koto, 1 Peni Ravai;

Suplentes: 16 Tuapati Talemaitoga, 17 Joeli Veitayaki, 18 Leeroy Atalifo, 19 Apisalome Ratuniyarawa, 20 Naulia Dawai, 21 Eremasi Radrodro, 22 Serupepeli Vularika, 23 Waisea Nayacalevu;

 

Japão

Tries: Matsushima (2) e Ilaua

Conversões: Tamura (2)

Penais: Tamura (2)

1 Satoshi Nakatani, 2 Shota Horie(c), 3 Kensuke Hatakeyama, 4 Kyosuke Kajikawa, 5 Samuela Anise, 6 Malgene Ilaua, 7 Shunsuke Nunomaki, 8 Amanaki Lelei Mafi, 9 Fumiaki Tanaka, 10 Yu Tamura, 11 Kenki Fukuoka, 12 Harumichi Tatekawa, 13 Timothy Lafaele, 14 Akihito Yamada, 15 Kotaro Matsushima;

Suplentes: 16 Kanta Higashionna, 17 Takeshi Hino, 18 Heiichiro Ito, 19 Kotaro Yatabe, 20 Shuhei Matsuhashi, 21 Keisuke Uchida, 22 Amanaki Lotoahea, 23 Karne Hesketh;

 

Foto: RFU – Inglaterra x Argentina