Solomone Kata, destaque dos Brumbies. Foto: Brumbies/Stu Walmsley

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Aí está de regresso das franquias australianas ao Super Rugby numa competição desenhada pelas mesmas, seguindo o mesmo modelo que os seus “vizinhos” da Nova Zelândia! O Super Rugby AU (uma “brincadeira” com o elemento químico do ouro na tabela periódica) entra oficialmente em campo no dia 3 de Julho com o encontro de estreia a ser entre os Reds e Waratahs (10h25 da manhã, hora portuguesa) e que promete o melhor rugby aussie do globo a entrar em ação, entre essa data e 19 de Setembro, altura em que se vai jogar a final da competição – ao contrário do Aotearoa que não vai ter eliminatórias, sendo um campeonato a duas voltas.

Escolhemos 5 jogadores que merecem uma atenção redobrada!

 

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Solomone Kata (Brumbies)

Enquanto houve Super Rugby, os Brumbies foram a melhor franquia australiana da competição, batendo os Chiefs da Nova Zelândia por exemplo, o que mostra que mesmo com a saída de Lealiifano e Pocock não perderam pitada das suas competências e capacidades de controlo de jogo.

Dos vários nomes que se destacaram até à paragem forçada, Solomone Kata foi um dos principais jogadores a alinhar pela formação de Canberra, com 5 ensaios marcados e 2 assistências, sem esquecer os 300 metros e algumas quebras-de-linha que o tornaram um dos pontas mais ameaçadores da competição, no ano de estreia como atleta do Rugby Union depois de ter vingado no Rugby League (chegou a ser internacional pela Nova Zelândia). Carregando um poderio físico imparável e, por vezes, demolidor para os placadores que tentem aplicar uma defesa mais alta, Kata confere toda uma agressividade elétrica e uma imprevisibilidade que transmitem outra dimensão ao corredor esquerdo dos Brumbies.

Ensaio de Kata (2:19)

Andew Kellaway (Rebels)

Tem sido um dos atletas em melhor forma da Austrália e Hemisfério Sul e não é só pelos ensaios (acabou o SR 2020 com 7) que se destaca, pois é detentor de apontamentos técnicos de um espectro elevado seja os sidesteps, o handling caprichoso, poder de reação explosivo e um jogo ao pé equilibrado e inteligente.

Depois de ter sido referência nos Waratahs e Northampton Saints, Kellaway regressou em 2020 à Austrália com o foco posto em chegar aos Wallabies e decididamente tem a qualidade mínima para vingar na equipa de Dave Rennie, que procura jogadores explosivos, determinados, criativos e geniais e não há dúvidas que o ponta/centro dos Rebels é merecedor da oportunidade. Numa competição agora dedicada só às equipas australianas, Kellaway tem de ser uma das engrenagens que empurre os Melbourne Rebels em direcção ao topo da tabela, apesar dos Brumbies e Reds serem os candidatos mais sérios.

Ensaio de Kellaway frente aos Highlanders (1:24)

Harry Wilson (Reds)

Surpreendeu em inúmeros jogos na actual época, com a exibição frente aos Crusaders a ter capturado elogios até de Scott Robertson, que vaticinou um futuro promissor e de excelência para o nº8 australiano de 20 anos sobretudo devido à forma como transitava rapidamente do jogo de trabalho pesado de batalhar no contacto, de ir ao ruck e de se lançar ao breakdown, para participar avidamente no jogo contínuo onde foi constantemente uma ameaça para quem estava na linha de defesa.

Vai escalar rapidamente na Austrália e não há margem para dúvida que conquistará um lugar nos Wallabies já nesta temporada, podendo devolver alguns dos pormenores que celebraram George Smith ou David Pocock, seja pela fisicalidade agressiva ou a inteligência no desenhar de excelentes linhas de corrida que catapultam os Reds para outro nível, sendo um dos actuais nomes principais da franquia comandada por Brad Thorn.

Will Harrisson (Waratahs)

Depois da saída de Bernard Foley ficou a dúvida de quem ia conseguir ocupar o lugar de nº10 nos Waratahs, elevando as preocupações para uma franquia que já estava afundado em sérios problemas em termos de escolhas ou até em relação à equipa técnica.

No meio das ruínas surgiu Will Harrison, um dos melhores prospects dos Junior Wallabies, e que forçado a assumir o lugar de abertura de uma das equipas mais respeitadas do Hemisfério Sul não desiludiu, sendo neste momento o segundo jogador com mais metros conquistados (324), 4º nas quebras-de-linha (5), 1º nos tackle-busts (18) polvilhando as exibições com momentos de alta genialidade e que merecem da etiqueta Super Rugby. Harrison é criativo, inteligente, detentor de uma visão e análise de jogo que consegue apaixonar os adeptos com facilidade, precisando de tempo para se ambientar à intensidade deste nível competitivo e este Super Rugby AU é o espaço certo para singrar.

 

Brad Lacey (Force)

Das várias escolhas possíveis por entre o elenco interessante e até relativamente conhecido da Western Force, optámos por Brad Lacey, ex- Junior Wallaby da geração de 2013 e 2014, que chegou a estar na franquia dos Reds sem ter conseguido singrar. Lacey não é um ponta gigante em termos de dimensão física, mas a passada intensa e veloz combinada com uma agilidade elegante fazem-no de um adversário seriamente perigoso para qualquer defesa que se comprometa de forma errada na defesa, com o 3/4 dos Force a ter uma predisposição para inventar um pormenor que se transforme numa jogada de perigo e ensaio iminente.

Fez furor no Global Rapid Rugby e deverá ser díficil que passe ao lado desta competição reservada para as franquias australianas do Super Rugby, sendo um regresso da Force depois de ter sido expulsa em 2016 da competição. Numa equipa recheada de bons jogadores como Greg Holmes, Ben Grant, Henry Stowers, Ian Prior, Jono Lance e Kyle Godwin (é o principal jogador da franquia de Perth), veremos se o desconhecido Brad Lacey vai agarrar a oportunidade.

O ensaio de Lacey no 1º jogo da época do Global Rapid Rugby (27:27)