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ARTIGO ATUALIZADO – Nesse sábado, All Blacks e Wallabies voltarão a campo, já não mais pelo Rugby Championship, que chegou a seu final, e sim pelo “jogo 3” da Bledisloe Cup, a melhor anual de três partidas entre neozelandeses e australianos.

 

Como a Nova Zelândia saiu vitoriosa nas duas primeiras partidas, ambas válidas pelo Rugby Championship, o terceiro duelo tinha tudo para não valer mais nada, afinal a taça não está mais em jogo. Porém, a partida ganhou uma importância histórica, pois os All Blacks estão a uma vitória de baterem o recorde mundial de vitórias consecutivas em jogos entre seleções da elite mundial.

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Na última partida pelo Rugby Championship, os All Blacks atropelaram os Springboks por 57 x 15, alcançando sua 17ª vitória seguida, marca que iguala os feitos dos próprios All Blacks entre 1965 e 1969 e entre 2013 e 2014, e da África do Sul, entre 1997 e 1998. Até hoje, jamais uma seleção do primeiro escalão do rugby mundial alcançou a 18ª vitória seguida e os neozelandeses terão a chances de quebrar o recorde nesse sábado, jogando em casa, no Eden Park, em Auckland, onde não perdem uma única partida desde 1994 (quando perderam para a França por 23 x 20). Isto é, jamais na era profissional do rugby os All Blacks perderam no maior estádio da Nova Zelândia. Mais que isso, a última vez que a Austrália venceu em solo neozelandês os All Blacks foi em 2001, em Dunedin, em uma época que ainda jogavam pelos Wallabies George Gregan, Stephen Larkham, Matt Burke, entre outros. E pior: a última vez que os Wallabies venceram no Eden Park os All Blacks foi em 1986, quando a Copa do Mundo sequer existia. Portanto, para os australianos, a vitória no Eden Park não serviria somente para impedir o recorde dos All Blacks. Seria uma injeção de moral que traria novo fôlego após uma temporada tão sofrida pós-Copa do Mundo.

 

Com o desafio em mente, o técnico australiano Michael Cheika decidiu revelar seu XV titular somente na véspera da partida, alimentando ainda mais as expectativas – e provando o tamanho da importância que a Austrália também deposita no jogo. Mesmo porque, nova derrota significaria que pela primeira vez na história os Wallabies perderiam duas séries de três partidas por três derrotas e nenhuma vitória, já que os Wallabies já caíram dessa forma diante da Inglaterra em junho. A Austrália não terá o scrum-half Will Genia, que voltou ao rugby europeu, sendo substituído por Nick Phipps. A sua dupla com a 10 não será mais Quade Cooper, com Cheika apostando em Bernard Foley, movendo o Reece Hodge da ponta para o primeiro centro. Entrará, com isso, Henry Speight com a 11, jogando pela primeira vez pelos Wallabies desde o jogo com o Uruguai na Copa do Mundo de 2015. Outra novidade será o retorno de David Pocock, começando no banco de reservas.

 

Steve Hansen, por sua vez, já anunciou o time neozelandês que começará jogando, com apenas uma mudança no XV titular que venceu a África do Sul no sábado retrasado: será o retorno à ponta de Julian Savea, que estará com a camisa 11 no posto de Naholo. Aaron Cruden será a novidade neozelandesa no banco de reservas, enquanto Aaron Smith seguirá fora do time devido à sua suspensão disciplinar interna. Sam Cane, Naholo e Pulu foram liberados para jogarem as semifinais da Mitre 10 Cup, o Campeonato Neozelandês.

 

Inegavelmente, o favoritismo é todo da Nova Zelândia, superior à Austrália em todos os atributos e estatísticas até aqui. Mas, os Wallabies vem de vitória sobre a Argentina e o elenco é feito de jogadores que inclusive venceram os All Blacks no ano passado e fizeram uma grande Copa do Mundo, perdendo para os neozelandeses apenas na final, não sei antes colocarem em dúvida que o título seria mesmo dos kiwis, em ótima final. Portanto, por mais que o cenário leve à conclusão que só uma tragédia tiraria o recorde dos All Blacks, um jogo desse calibre merece toda cautela.

 

Infelizmente, a partida não deverá ter transmissão para o Brasil.

 

Mulheres finalmente em campo!

O Eden Park ainda será palco de outro grande jogo no sábado, que será disputado antes de All Blacks e Wallabies entrarem em campo. Depois de dois anos, Black Ferns e Wallaroos, as seleções femininas de XV de Nova Zelândia e Austrália, voltarão a medir forças, em partida que será o primeiro de dois confrontos em solo neozelandês válidos pela Laurie O’Reilly Cup, a versão feminina da Bledisloe Cup que, infelizmente, não é disputada com regularidade. O troféu terá seu renascimento neste ano, mesmo que de forma incompleta, sem nenhum jogo em solo australiano. A série de dois jogos entre os dois países faz parte da preparação das duas seleções para a Copa do Mundo Feminina de 2017 e carrega consigo um desequilíbrio histórico ainda maior, pois jamais a Austrália conquistou uma vitória sequer em jogos oficiais de XV feminino sobre a Nova Zelândia, em contraste com o seven-a-side, no qual as australianas rivalizam intensamente com as neozelandesas pela supremacia mundial.

 

Foca no sevens, a Austrália simplesmente não realizou nenhuma partida de XV feminino desde a Copa do Mundo de 2014, quando acabou com o humilde sétimo lugar. Situação bem distinta da Nova Zelândia, que apesar de perder sua hegemonia no XV feminino mundial ao terminar apenas com o quinto lugar na Copa do Mundo, seguiu ativa em 2015. Apesar do favoritismo ser das Black Ferns, as Wallaroos já iniciaram a viagem pelo país vizinho com sucesso, vencendo amistoso contra a poderosa província de Auckland nessa quarta-feira por 21 x 19. Mas, enquanto as neozelandesas terão no elenco destaques do sevens, como Portia Woodman, Sarah Goss e Kelly Brazier, as australianas optaram por deixaram as heroínas olímpicas de fora do XV.

 

Sábado, dia 22 de outubro

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02h05 – Nova Zelândia x Austrália, em Auckland – Laurie O’Reilly CupFeminino

Histórico: 12 jogos e 12 vitórias da Nova Zelândia. Último jogo: Nova Zelândia 38 x 03 Austrália, em 2014 (amistoso);

 

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04h35 – Nova Zelândia x Austrália, em Auckland – Bledisloe Cup – jogo 3

Árbitro: Nigel Owens (Gales)

 

Nova Zelândia: 15 Ben Smith, 14 Israel Dagg, 13 Anton Lienert-Brown, 12 Ryan Crotty, 11 Julian Savea, 10 Beauden Barrett, 9 TJ Perenara, 8 Kieran Read (c), 7 Matt Todd, 6 Jerome Kaino, 5 Samuel Whitelock, 4 Brodie Retallick, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody.

Suplentes: 16 Codie Taylor, 17 Wyatt Crockett, 18 Charlie Faumuina, 19 Liam Squire, 20 Ardie Savea, 21 Tawera Kerr-Barlow, 22 Aaron Cruden, 23 Malakai Fekitoa.

 

Austrália: 15 Israel Folau, 14 Dane Haylett-Petty, 13 Samu Kerevi, 12 Reece Hodge, 11 Henry Speight, 10 Bernard Foley, 9 Nick Phipps, 8 Lopeti Timani, 7 Michael Hooper, 6 Dean Mumm, 5 Adam Coleman, 4 Rory Arnold, 3 Sekope Kepu, 2 Stephen Moore (c), 1 Scott Sio.

Suplentes: 16 James Hanson, 17 Tom Robertson, 18 Allan Ala’alatoa, 19 Rob Simmons, 20 David Pocock, 21 Nick Frisby, 22 Quade Cooper, 23 Sefa Naivalu.

 

Histórico: 156 jogos, 108 vitórias da Nova Zelândia, 42 vitórias da Austrália e 7 empates. Último jogo: Nova Zelândia 29 x 09 Austrália, em 2016 (The Rugby Championship);

 

*Horário de Brasília

 

Foto: All Blacks x Wallabies 2015 – AllBlacks.com