Tempo de leitura: 7 minutos

ARTIGO COM VÍDEOS – A evolução é incontestável. A Seleção Brasileira de Rugby XV definitivamente subiu um degrau a mais. Nesse sábado, os Tupis fizeram seu segundo jogo no exterior pelo Americas Rugby Championship e saíram de campo certamente de cabeça erguida. A derrota para o Canadá era esperável pela história das equipes, mas o Brasil não se intimidou de jogar em solo canadense, fazendo uma partida boa, ainda que com altos e baixos, conquistando três tries e flertando com um brilhante ponto bônus. A derrota por 52 x 25 para os Canucks não rendeu pontos aos Tupis, mas provou que a participação brasileira no campeonato não era um equívoco e que a seleção tem sim condição de jogar contra seleções com currículo de mundialistas.

 

O primeiro tempo brasileiro começou de forma preocupante. Com muitos erros e pouca concentração, o Brasil viu o asa Rumball – melhor atleta da partida – romper para o primeiro try canadense na partida, logo aos 3′. O elenco canadense era formado por atletas que atuam no próprio país e serviu para testar atletas.

- Continua depois da publicidade -

 

Moisés logo reduziu a diferença com penal chutado aos 9′ para o Brasil, mas Panga, pela ponta, quebrando os tackles brasileiros, cravou o segundo try dos Canucks logo na sequência, ao 13′. Tanque tentou responder com um drop goal sem sucesso e o Brasil, mas o troco não tardaria. Após scrum no ataque, Beukes achou o espaço e correu par o try brasileiro, enquanto o Canadá tinha um homem a menos depois do amarelo a Maguire.

 

O momento parecia perfeito para a reação, mas erros no manuseio de bola oferecerem oportunidades ao Canadá, que fez seu terceiro try mesmo com um homem a menos, com Barkwill recebendo passe salteado na ponta para voar para o try vermelho.

 

Na reta final do primeiro tempo, Rodolfo Ambrosio fez o inusitado e trocou toda a primeira linha, que não agradava. Logo na sequência, foi a vez do Brasil ser reduzido a 14 homens com o amarelo para Nick. O Canadá aproveitou a vantagem numérica e caiu para mais um try antes do intervalo, após erro em recepção de chute. Os Canucks aproveitaram a instabilidade brasileira e com scrum seguido de fases Rumball cruzou o in-goal para o quarto try, assegurando o bônus aos donos da casa antes do intervalo.

 

No segundo tempo, o Brasil foi outro, e se mostrou inclusive superior ao oponente, dominando o breakdown, mostrando grande força nos rucks ofensivos e um jogo de linha mais inspirados, com a formação entre Beukes, Tanque e Moisés funcionando. Daniel Sancery passou perto de um try, conseguindo boa arrancada, mas com seu passe para Coghetto para a finalização não se concretizou.

 

Sem problemas, pois aos 47′ Moisés disparou e serviu Daniel, que dessa vez foi implacável, correndo para o segundo try brasileiro. O momento parecia dourado para uma reação brilhante, mas Pango mostrou a força física canadense para romper para o quinto try dos anfitriões pouco depois, em série de fases, esfriando a reação dos Tupis.

 

Superior na terceira linha no segundo tempo, o Brasil chegou a um promissor terceiro try, com Ige finalizando no pick and go. 38 x 25 no placar e apenas um try restando para os Tupis arrancarem nada menos que 2 pontos bônus em um só jogo. Porém, o sonho não se concretizou desta vez, e o Canadá chegou a seu sexto try, com Ciulini, e emplacou um maul devastador que o debutante Hamson finalizou com o sétimo try. 52 x 25,  mas muitos pontos positivos e lições aprendidas pelo Brasil, essenciais para seu futuro.

 

O Brasil chegou. A redução em erros de fundamentos e maior controle mental poderão fazer a diferença a favor dos Tupis em breve. Nunca o caminho para o passo adiante esteve tão claro.

 

No próximo sábado, o Brasil recebe em Barueri os Estados Unidos, ao passo que o Canadá visita a Argentina XV no domingo.

 

canada copy copy52versus copiar25tupi logo

Canadá 52 x 25 Brasil, em Langford

Árbitro: Joaquín Montes (Uruguai)

 

Canadá

Tries: Rumball (2), Panga (2), Ciulini, Hamson e Barkwill

Conversões: Ferguson (5) e Staller (2)

Penais: Ferguson (1)

1 Djustice Sears-Duru (Ontario Blues), 2 Ray Barkwill (c) (Ontario Blues), 3 Jake Ilnicki (BC Bears), 4 Paul Ciulini (Ontario Blues), 5 Liam Chisholm (BC Bears), 6 Lucas Rumball (Ontario Blues), 7 Alistair Clark (Ontario Blues), 8 Clay Panga (Prairie Wolf Pack), 9 Andrew Ferguson (Ontario Blues), 10 Gradyn Bowd (Prairie Wolf Pack), 11 Duncan Maguire (Prairie Wolf Pack), 12 Nick Blevins (Prairie Wolf Pack), 13 Brock Staller (BC Bears), 14 Dan Moor (Ontario Blues), 15 Pat Parfrey (Atlantic Rock).

Suplentes: 16 Eric Howard (Ontario Blues), 17 Hubert Buydens (Prairie Wolf Pack), 18 Rob Brouwer (Ontario Blues), 19 Kyle Baillie (Atlantic Rock), 20 Michael Hamson (Atlantic Rock), 21 Jacob Robinson (Prairie Wolf Pack), 22 Joe Dolesau (BC Bears), 23 Brett Johnson (Atlantic Rock).

 

Brasil

Tries: Ige, Beukes e Daniel Sancery

Conversões: Moisés (2)

Penais: Moisés (2)

1 Jonatas Paulo “Chabal” (Band Saracens), 2 Daniel Danielewicz “Nativo (Desterro) (c) 3 Vitor Ancina (Curitiba), 4 Lucas Piero Moraes “Bruxinho” (Desterro) 5 Luiz Vieira “Monstro” (Oyonnax, França), 6 Mark Jackson “Wacko” (Desterro), 7 Clebber Dias “Gelado” (Wallys), 8 Nicholas Smith “Nick” (SPAC), 9 Johannes Beukes Cremer (Pasteur), 10 Lucas Duque “Tanque” (São José), 11 Lucas Muller (Desterro), 12 Moisés Duque (São José), 13 Felipe Sancery (Albi, França), 14 Stefano Giantorno (San Luis, Argentina), 15 Daniel Sancery (Albi, França).

Suplentes: 16 Yan Rosetti (CUBA, Argentina), 17 Wilton Rebolo “Nelson” (São José), 18 Lucas Abud (SPAC), 19 Matheus Wolf (Joaca), 20 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 21 Mateus Estrela (Niterói), 22 Laurent Bourda-Couhet (Band Saracens), 23 Guilherme Coghetto (Farrapos).

 

 

Uruguai flerta com vitória histórica

Que jogo no Uruguai! O torcedor dos Teros que compareceu ao estádio de Maldonado, na região de Punta del Este, presenciou uma grande partida de sua seleção, que passou perto de uma histórica primeira vitória sobre uma seleção de XV da Argentina em um campeonato oficial – e a segunda na história, a segunda seguida, depois de quebrar o tabu em amistoso antes da Copa do Mundo de 2015.

 

A Argentina XV largou na frente com try de Bollini, mas uma série de erros no primeiro tempo da parte dos argentinos quase lhes custou muito caro. A força do pack uruguaio deu as caras com Juan Ormaechea anotando o primeiro try dos uruguaios, aos 10′, e, após erro de recepção Favaro correu para o segundo try dos Teros. 18 x 7 na primeira etapa.

 

Porém, a reação argentina veio no segundo tempo, com tries de Cuaranta e Cappiello. Mas, com penal batido por Secco, o Uruguai seguiu no páreo, sendo derrotado apenas por conta de um penal arrematado por Mercerat aos 73′. No fim, os donos da casa pressionaram muito, mas pararam na defesa argentina no limite, passando a centímetros do try no apagar das luzes.

 

No próximo dia 27, o Uruguai visita o Chile, enquanto a Argentina recebe o Canadá no dia 28.

 

uru novo copy copy21versus copiar24UAR_copy_copy.jpg

Uruguai 21 x 24 Argentina XV, em Maldonado

Árbitro: Kurt Weaver (Estados Unidos)

 

Uruguai

Tries: Ormaechea e Favaro

Conversões: Secco (1)

Penais: Secco (3)

1 Mateo Sanguinetti 2 Germán Kessler 3 Juan Echeverría 4 Diego Magno 5 Mathias Palomeque 6 Juan Manuel Gaminara (c) 7 Juan Diego Ormaechea 8 Alejandro Nieto 9 Guillermo Lijtenstein 10 Martín Secco 11 Andrés Rocco 12 Andrés Vilaseca 13 Facundo Klappenbach 14 Federico Favaro 15 Santiago Martínez

Suplentes: 16 Facundo Gattas 17 Rodolfo de Mula 18 Ignacio Secco 19 Ignacio Dotti 20 Fernando Bascou 21 Manuel Blengio 22 Santiago Arata 23 Pedro Deal.

 

Argentina XV

Tries: Bollini, Cuaranta e Cappiello

Conversões: Novillo (1) e Mercerat (1)

Penais: Mercerat (1)

1- Roberto Tejerizo (c), 2- Santiago Iglesias, 3- Cristian Bartoloni, 4- Pedro Ortega, 5- Ignacio Larrague, 6- José Deheza, 7- Lautaro Bávaro, 8- Santiago Portillo, 9- Marcos Bollini, 10- Juan Novillo, 11- Axel Müller, 12- Bautista Ezcurra, 13- Juan Cappiello, 14- Franco Cuaranta, 15 – Segundo Tuculet.

Suplentes: 16- Axel Zapata, 17- Facundo Gigena, 18- Enrique Pieretto, 19- Gonzalo Paulín, 20- Miguel Urtubey, 21- Mauro Perotti, 22- Juan Cruz González, 23- Pedro Mercerat.

 

 

Estados Unidos alcança a liderança isolada com louvor

Na Flórida, os Estados Unidos não tiveram qualquer problema para superarem com ponto bônus o Chile. As Águias se impuseram com direito a 10 tries sobre os Cóndores e 64 x 0 no placar, que deu aos EUA a liderança isolada do certame por conta do resultado fraco da Argentina.

 

Com um rugby dinâmico e fisicamente muito superior a um acanhado oponente, os EUA pensam agora na viagem a Barueri para enfrentar o Brasil no próximo sábado. Já o Chile recebe o Uruguai.

 

usa_copy64versus copiar00chile logo

Estados Unidos 64 x 00 Chile, em Fort Lauderdale

Árbitro: Damian Schneider (Argentina)

 

Estados Unidos

Tries: Te’o (2), Baumann, Eloff, Edwards, Taufete’e, Thomas, Anderson, London e Hume

Conversões: Eloff (7)

1. Eric Fry, 2. Joseph Taufete’e, 3. Chris Baumann, 4. Ben Landry, 5. Brodie Orth, 6. Nate Brakeley, 7. Todd Clever (C), 8. David Tameilau, 9. Tom Bliss, 10. JP Eloff, 11. Nic Edwards, 12. Chad London, 13. Lorenzo Thomas, 14. Luke Hume, 15. Mike Te’o.

Suplentes: 16. Mike Sosene-Feagai, 17. Olive Kilifi, 18. Demecus Beach, 19. Alec Gletzer, 20. Patrick Blair, 21. Niku Kruger, 22. Ryan Matyas, 23. Jake Anderson.

 

Chile

1 Claudio Zamorano 2 Tomás Dussaillaint 3 Luis Sepúlveda 4 Felipe Bassaletti 5 Raimundo Piwonka 6 Ignacio Silva 7 Javier Richard 8 Benjamín Soto (c) 9 Beltrán Vergara 10 Cristian Onetto 11 Humberto Chacaltana 12 Francisco de la Fuente 13 Matías Nordenflycht 14 Matías Contreras 15 Pablo Casas.

Suplentes: 16 Rodrigo Moya 17 Iñaki Gurruchaga 18 José Tomás Munita 19 Cristobal Niedmann 20 Nikola Bursic 21 Matthieu Manas 22 José Ignacio Larenas 23 Leonardo Montoya.

 

EquipePJVED4+-7PPPCSP
Argentina XV2254104020799108
Estados Unidos1552123217711067
Canadá1453022019213953
Uruguai14530211123131-8
Brasil6510402107175-68
Chile551040173215-142

3 COMENTÁRIOS

  1. Outra pergunta besta: por que os clubes brasileiros não fazem amistosos com clubes estrangeiros? (alguém já me respondeu que é difícil e tal, concordo) Tem alguém pensando nisso? São José/Curitiba versus campeão paraguaio/chileno/uruguaio… Ouvi o podcast pensando em uma Taça Especial para confrontos sulamericanos, por que não fazer a Taça Tupi-Guarani (Brasil e Paraguai) para confrontos entre clubes… hehehehehehehe tô viajando aqui, mas anyway… PS: legal perder de pouco (contra Chile e Uruguai) e legal fazer ponto fora (Canadá)… mas não entendo por que o Paraguai é pior do que o Brasil? As duas equipes até ontem eram iguais, não?