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ARTIGO ATUALIZADO – Ajuste os relógios, pois o horário de verão começa no domingo em boa parte do Brasil. E domingo é também o segundo e eletrizante dia das quartas de final da Copa do Mundo. O primeiro dos confrontos tem muita história em Mundiais, com a Irlanda desfalcada medindo forças com a ascendente Argentina, ao passo que na sequência é a vez da Escócia tentar barrar o rolo compressor da Austrália. Quem leva?

 

História e ambição em campo entre o Trevo e Los Pumas

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As memórias em Mundiais jogam a favor da Argentina, que sempre vai se lembrar das grandes vitórias em 1999 e 2007 sobre os irlandeses. Porém, o histórico é todo favorável ao Trevo, que as últimas cinco partidas entre as duas seleções, não perdendo dos Pumas justamente desde 2007.

 

Imersa numa crise de lesões, que tirou do time ninguém menos que Paul O’Connell e Peter O’Mahony, a Irlanda ainda lamentou a perda de Jonny Sexton, inicialmente confirmado para a partida, mas que foi cortado no sábado. Sean O’Brien também não joga, por suspensão, e a Irlanda estará diante do desafio de, mesmo sem alguns de seus líderes, superar o trauma psicológico de jamais na história ter passado das quartas de final de uma Copa do Mundo.

 

Sem O’Connell, a Irlanda contará com Ian Henderson na segunda linha, o que pode ser uma perda do ponto de vista da liderança, mas Henderson vem sendo um dos nomes mais aclamados do Trevo, mostrando um nível altíssimo quando entra em campo pela seleção. Já Chris Henry – também aclamado – e Jordi Murphy entram na terceira linha ao lado do capitão Jamie Heaslip. A Irlanda pode ter perdido nomes importantes, mas o nível não cairá tanto quanto a força dos nomes que ficaram de fora sugere. Para o posto de Sexton, Madigan voltou ao time.

 

A Argentina, por sua vez, voltará a colocar quase força máxima em campo, apesar da ausência do suspenso Marcelo Bosch. Martin Landajo impressionou Hourcade e ganhou a camisa 9 da equipe, jogando ao lado de Nico Sánchez de abertura e Juan Martín Hernández de primeiro centro criativo. A terceira linha será de Matera, Lobbe e Senatore, enquanto Herrera formará na primeira linha com Ayerza e Creevy, o capitão.

 

A partida será um verdadeiro xadrez entre dois times extremamente ofensivos, que sabem se valer da força de seus packs e conseguem trabalhar a bola com muita qualidade na linha. A Irlanda tem a melhor defesa do Mundial, e a Argentina o melhor ataque. A Irlanda tem o lateral que mais bolas roubou no Mundial, e a Argentina tem um temível scrum a seu favor, capaz de fazer qualquer grande do mundo sofrer. E ambos estão no Top 3 de equipes que mais metros ganharam no Mundial, sendo que nenhum dos dois penou diante das seleções mais fracas de seus grupos.

 

Com isso, a briga mais interessante estará na luta pela posse de bola no breakdown, com a Argentina levando certa vantagem pela força máxima em sua terceira linha. No sistema criativo, Madigan terá a missão de substituir Sexton, mas quem poderá ditar o ritmo do jogo é Sánchez e Hernández, em dupla, tornando a linha argentina imprevisível e busca explorar a capacidade definidora de Imhoff, Cordero e Moroni, todos em alta. Mas, a Irlanda não fica atrás, com Henshaw compondo muito bem o centro e Rob Kearney estruturando muito bem as ações da linha como um dos mais perigosos fullbacks do mundo. É jogo para ser decidido no detalhe.

 

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10h00 – Irlanda x Argentina, em Cardiff – ESPN AO VIVO

Árbitro: Jérôme Garcès (França)

Assistentes: Romain Poite (França) e Chris Pollock (Nova Zelândia) / TMO: George Ayoub (Austrália)

 

Irlanda: 15 Rob Kearney, 14 Tommy Bowe, 13 Keith Earls, 12 Robbie Henshaw, 11 Dave Kearney, 10 Ian Madigan, 9 Conor Murray, 8 Jamie Heaslip (c), 7 Chris Henry, 6 Jordi Murphy, 5 Iain Henderson, 4 Devin Toner, 3 Mike Ross, 2 Rory Best, 1 Cian Healy.

Suplentes: 16 Richardt Strauss, 17 Jack McGrath, 18 Nathan White, 19 Donnacha Ryan, 20 Rhys Ruddock, 21 Eoin Reddan, 22 Paddy Jackson, 23 Luke Fitzgerald.

 

Argentina: 15 Joaquin Tuculet, 14 Santiago Cordero, 13 Matías Moroni, 12 Juan Martín Hernández, 11 Juan Imhoff, 10 Nicolás Sánchez, 9 Martín Landajo, 8 Leonardo Senatore, 7 Juan Martín Fernández Lobbe, 6 Pablo Matera, 5 Tomás Lavanini, 4 Guido Petti, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustín Creevy (c), 1 Marcos Ayerza.

Suplentes: 16 Julián Montoya, 17 Lucas Noguera, 18 Juan Pablo Orlandi, 19 Matías Alemanno, 20 Facundo Isa, 21 Tomás Cubelli, 22 Jerónimo De La Fuente, 23 Lucas González Amorosino

 

Histórico: 15 jogos, 10 vitórias da Irlanda e 5 vitórias da Argentina. Último jogo: Argentina 17 x 23 Irlanda, em 2014 (amistoso);

 

Wallabies vão para cima da Escócia

Austrália e Escócia se encaram no jogo mais desigual das quartas de final, no qual o favoritismo está todo nas mãos da Austrália, que passou ilesa pelo grupo da morte, passando invicta por Inglaterra e Gales, mais badalados que a própria Escócia. Contudo, os escoceses mostram clara evolução, sobretudo no jogo de mãos, um dos mais empolgantes da Copa, apesar que, diante da África do Sul, os escoceses não corresponderam às expectativas criadas.

 

Os Wallabies vão para o jogo sem David Pocock e Israel Folau, ambos lesionados após a batalha épica contra Gales, quando a Austrália segurou os galeses com dois jogadores a menos. Para seus lugares entram Ben McCalman, que fez uma partida memorável contra Gales, salvando dois tries certos dos Dragões, e Kurtley Beale, que dispensa apresentações. Simmons também entra no time no posto de Mumm.

 

A Escócia, por sua vez, teve duas trocas em seu time, após Ross Ford e Jonny Gray serem suspensos. Fraser Brown e Tim Swinson ganham as vagas e terão a missão de fazer a Escócia jogar em igualdade com os australianos nas formações fixas, que foram um problemas para os escoceses até aqui. A Austrália, por outro lado, mostrou grande evolução no scrum e, sem dúvida, não tem o que temer contra a Escócia nos forwards.

 

O maior problema para os escoceses será garantir posse de bola em boa condição para que a dupla Greig Laidlaw e Finn Russell produza. Com a bola em mãos, o Cardo tem qualidade para levar problemas à Austrália, explorando o entrosamento de Hogg, Maitland, Bennett e Seymour. Mas, as armas dos azuis nem se comparam às dos dourados, que têm a liderança de Matt Giteau e Adam Ashley-Cooper e os pés de Bernard Foley para construir sua vantagem sem maiores percalços.

 

A desvantagem australiana está no desgaste, pois seu grupo exigiu mais fisicamente do que o vivido pela Escócia, ainda que o Grupo B tenha se mostrado competitivo, com a evolução japonesa e a reação tardia samoana. Se a Austrália sucumbir contra a Escócia depois de passar da forma que passou pelo Grupo A, o mundo pode ficar de novo em choque neste Mundial.

 

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13h00 – Austrália x Escócia, em Twickenham, Londres – ESPN AO VIVO

Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)

Assistentes: Glen Jackson (Nova Zelândia) e Pascal Gaüzère (França) / TMO: Ben Skeen (Nova Zelândia)

 

Austrália: 15 Kurtley Beale, 14 Adam Ashley Cooper, 13 Tevita Kuridrani, 12 Matt Giteau, 11 Drew Mitchell, 10 Bernard Foley, 9 Will Genia, 8 Ben McCalman, 7 Michael Hooper, 6 Scott Fardy, 5 Rob Simmons, 4 Kane Douglas, 3 Sekope Kepu, Stephen Moore (c), 1 Scott Sio.

Suplentes: 16 Tatafu Polota Nau, 17 James Slipper, 18 Greg Holmes, 19 Dean Mumm, 20 Sean McMahon, 21 Nick Phipps, 22 Matt Toomua, 23 Quade Cooper.

 

Escócia: 15 Stuart Hogg, 14 Sean Maitland, 13 Mark Bennett, 12 Pete Horne, 11 Tommy Seymour, 10 Finn Russell, 9 Greig Laidlaw (c), 8 Dave Denton, 7 John Hardie, 6 Blair Cowan, 5 Richie Gray, 4 Tim Swinson, 3 WP Nel, 2 Fraser Brown, 1 Alasdair Dickinson.

Suplentes: 16 Kevin Bryce, 17 Gordon Reid, 18 Jon Welsh, 19 Alasdair Strokosch, 20 Josh Strauss, 21 Henry Pyrgos, 22 Richie Vernon, 23 Sean Lamont.

 

Histórico:28 jogos, 19 vitórias da Austrália e 9 vitórias da Escócia. Último jogo: Escócia 15 x 21 Austrália, em 2013 (amistoso).