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A Copa do Mundo de 2015 pode ser considerada no futuro um marco para a história do rugby. Exagero? Talvez, mas provavelmente não. Um dos motivos, como já exaustivamente citado, é a vitória do Japão sobre a África do Sul, considerada desde já a maior surpresa da história dos Mundiais. Porém, o motivo maior vai além de um resultado apenas. Em 2015, a média da diferença de pontos das partidas entre as seleções que jogam o Six Nations e o Rugby Championship, o chamado primeira escalão mundial (Tier 1), e as demais seleções do Mundial caiu como nunca.

 

Tomando por base as quatro edições da Copa do Mundo que tiveram o atual formato de 20 seleções divididas em 4 grupos com 5 equipes cada e um total de 48 partidas, isto é, entre 2003 e 2015, a média de diferença de pontos entre as dez grandes e as demais caiu de 45 pontos para 24, ou seja, quase metade. Mas, entre 2011 e 2015 a queda foi a maior de todos os tempos, de 38 para 24.

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Excluindo da análise os jogos envolvendo duas equipes de Six Nations ou The Rugby Championship no Mundial de 2015, dentro de um universo de 32 jogos, em 10 as equipes derrotadas perdiam por no máximo 12 pontos até os 30 minutos de jogo e em 9 jogos o primeiro tempo terminou com apenas 10 pontos de diferença. Ademais, em 6 jogos houve vitória parcial após o primeiro tempo de uma seleção que não era considerada favorita antes da Copa começar (Japão contra África do Sul, Geórgia sobre Tonga, Namíbia contra Geórgia, EUA diante da Escócia, e Japão contra Samoa, além de Argentina sobre Nova Zelândia). Somente em 6 jogos a diferença foi maior que 10 pontos no primeiro tempo.

 

Para completar, 2015 teve o menor número de jogos com uma equipe fazendo 50 pontos ou mais: apenas 8, metade de 2003.

 

Média de diferença de pontos entre as seleções Tier 1 (Six Nations e The Rugby Championship) e as demais:

2015: 24 pontos

2011: 38 pontos

2007: 39 pontos

2003: 45 pontos

 

Número de jogos com uma equipe anotando 50 pontos ou mais:

2015: 8

2011: 10

2007: 11

2003: 16

 

Um agradecimento a Frederick Brandão, o “Urso”, do site RugbyNordeste.com.br, que nos ajudou nos dados para a matéria.

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Baita levantamento. Se formos mais adiante poderíamos descobrir quantos scrums de seleções menores estão colocando pra trás as Top10. Os fundamentos das menores melhoraram, portanto, o jogo melhora e a diferença no placar diminui. É uma consequência do trabalho destes países. Infelizmente a maior diferença ainda ficou pro lado da América do Sul, onde o 2º representante aparece a cada 2 ou 3 copas e foi o que puxou pra baixo as estatísticas. Por essa conta se excluirmos o Uruguai a média da diferença cai pra 20 pontos o que, bem da regra, foi a diferença de placar no jogo Austrália x Inglaterra. Resta à América do Sul correr atrás dessa diferença.

  2. Baita levantamento. Se formos mais adiante poderíamos descobrir quantos scrums de seleções menores estão colocando pra trás as Top10. Os fundamentos das menores melhoraram, portanto, o jogo melhora e a diferença no placar diminui. É uma consequência do trabalho destes países. Infelizmente a maior diferença ainda ficou pro lado da América do Sul, onde o 2º representante aparece a cada 2 ou 3 copas e foi o que puxou pra baixo as estatísticas. Por essa conta se excluirmos o Uruguai a média da diferença cai pra 20 pontos o que, bem da regra, foi a diferença de placar no jogo Austrália x Inglaterra. Resta à América do Sul correr atrás dessa diferença.