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escociaEscócia flag

Símbolo: Cardo

População: 5.400.000

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Capital: Edimburgo

Continente: Europa

Principais títulos: Six Nations (14 vezes)

Mundiais disputados: Todos

Melhor campanha em Mundiais: 4º lugar (1991)

Copa do Mundo de 2011: Quartas de final

Caminho para o Mundial 2015: Classificada antecipadamente como uma das 12 melhores da Copa do Mundo de 2011

Técnico de 2015: Vern Cotter

2015: Grupo B

23/09 – x Japão – Histórico: 4 jogos, 4 vitórias. Último jogo: Escócia 42 x 17 Japão, em 2013 (amistoso);

27/09 – x Estados Unidos – Histórico: 4 jogos, 4 vitórias. Último jogo: Estados Unidos 6 x 24 Escócia, em 2014 (amistoso);

03/10 – x África do Sul – Histórico: 25 jogos, 5 vitórias e 20 derrotas. Último jogo: África do Sul 55 x 6 Escócia, em 2014 (amistoso);

10/10 – x Samoa – Histórico: 10 jogos, 8 vitórias, 1 derrota e 1 empate. Último jogo: Escócia 17 x 27 Samoa, em 2013 (amistoso);

 

Em seu currículo, 14 títulos europeus e uma semifinal de Copa do Mundo, sem jamais ter sido eliminada na primeira fase da competição entre 1987 e 2007. Time grande, sem dúvida. Mas, o fã de rugby mais jovem não chegou a vê-la em seu melhor. Essa é a Escócia, que vai a mais um Mundial em busca de voltar a brilhar em gramados internacionais e provar que seu histórico invejável não foi construído por acaso. Afinal, chegar a todas as quartas de final de Mundial até 2011 (quando caiu diante dos Pumas), era feito que gigantes como Gales, Irlanda e Argentina não podiam se orgulhar.

 

O rugby escocês dominou os primeiros anos do Home Nations, atual Six Nations, quando a competição tinha somente as quatro seleções britânicas. Foram sete títulos entre 1887 e 1907, e mais quatro antes da Segunda Guerra Mundial. Depois disso, apesar de grandes times nos anos 60 e 70, a Escócia voltou a conquistar um título apenas em 1984, feito repetido em 1990 e 1999, ano de sua última conquista, na última edição do Five Nations, que teve a adição da Itália no ano seguinte. Em 1991, ainda, liderada pelo gênio Gavin Hastings, a Escócia alcançou a inédita semifinal da Copa do Mundo, quando perdeu no detalhe para a Inglaterra por 9 x 6. Desde então, sem conseguir se adaptar ao profissionalismo tão rapidamente, a Escócia viveu anos ruins, frequentemente brigando contra os italianos para não acabar com a colher de pau do Six Nations, que ficou na mão escocesa por quatro vezes, a última justamente neste 2015.

 

Apesar da última colocação no Six Nations 2015, a Escócia deu amostras de evolução antes da Copa do Mundo. Neste ano, o time ainda não venceu, mas viu a base de seu elenco, o Glasgow Warriors, brilhar no PRO12 e conquistar de forma inédita o título da Liga Ítalo-Celta, praticando um rugby moderno e envolvente, empolgante e ofensivo, trazendo elementos novos ao até então ortodoxo rugby escocês. A revolução do Warriors foi comandado pelo ídolo da última geração vencedora da seleção escocesa Gregor Townsend, mas o trabalho não é apenas dele. Na seleção, o velho paradigma de equipe dependente do jogo de forwards e da obtenção de penais para seus exímios chutadores vem sendo quebrada pela equipe do técnico neozelandês Vern Cotter, que assumiu o comando do Cardo no ano passado, deixando o Clermont. Cotter pegou o desafio de transformar uma geração com vários bons valores mas sem grande sucesso em um time confiante e capaz de voltar a brilhar no cenário internacional. O trabalho começou a fazer efeito já no ano passado, quando a Escócia visitou e venceu uma desfalcada Argentina em junho e voltou a bater os Pumas em um jogão em novembro em solo escocês. Nos amistosos, aliás, a Escócia passou muito perto de uma vitória épica e inédita sobre ninguém menos que os All Blacks, perdendo por apenas 24 x 16, após por longos minutos ter sido melhor que o oponente.

 

No Six Nations de 2015, contudo, os escoceses perderam todos os seus compromissos e, portanto, não sabem o que é vencer desde 2014. Ainda assim, a Escócia apertou jogos contra França e Gales, passando mito perto de vitórias, até cair melancolicamente diante da combalida Itália, mostrando que anda tem dificuldades em saber vencer. O time ainda se reergueu e fez uma boa frente à Inglaterra, até ser atropelado pela Irlanda. Se antes de Cotter a Escócia tinha o problema crônico de pecar nas finalizações e não saber definir, sob o neozelandês o problema ainda não foi resolvido e será colocado à prova em um grupo que pode ser traiçoeiro na Copa do Mundo. Afinal, a Escócia é favorita ao segundo lugar do Grupo B, e tem a seu favor o peso de sua tradição em Mundiais, o que pode ser perigoso diante de três oponentes em boa fase e em crescimento: Samoa, sobretudo, pois tem plenas chances de vencer a Escócia, mas também as zebras Japão (que recentemente venceu a Itália) e Estados Unidos (ainda verde para uma vitória, mas capaz de negar o bônus aos escoceses com muita força física e trabalho defensivo).

 

A Escócia segue forte no pack de forwards e o destaque vem de sua segunda linha, com Jim Hamilton e os irmãos Richie e Jonny Gray. Richie é o grande nome da frente escocesa, mas é Jonny que se destacou em 2015, como o atleta que mais penais conquistou, mais laterais roubou e mais tackles aplicou a favor do time escocês. Outro nome importante na unidade é o experiente John Barclay, essencial para a boa forma da terceira linha azul, assim como o oitavo David Denton. Mas, a equipe peca na falta de líderes, já não contando com Al Kellock e Kelly Brown.

 

É, no entanto, na linha que a Escócia mostra seus maiores valores. Para as camisas 9 e 10, o Cardo parece ter encontrado interessantes opções, com os jovens Hidalgo-Clyne, para scrum-half, e Finn Russell, excelente abertura, cada vez mais confiante e de notável capacidade no jogo de contato, liderando as estatísticas de turnovers obtidos, competindo com o multiuso Greig Laidlaw. Atrás, homens como Alex Dunbar, Tommy Seymour, Dougie Fife, Mark Bennett e Matt Scott vivem boa fase, mas as atenções se voltam sobretudo para o finalizador Tim Visser, o “Holandês Voador” naturalizado e o fora de série Stuart Hogg, fullback e um dos grandes nomes da equipe, líder em metros ganhos para os azuis.

 

Os instrumentos para voltar a ser competitiva a Escócia parece ter, e a expectativa para 2015 é de um torneio sem sustos. Passar por Samoa, manter sua tradição de quartas de final e fazer a favorita África do Sul sofrer já seriam bons objetivos para os comandados de Cotter em 2015. Jogando no país vizinho, a Escócia tem a certeza de muita torcida a seu favor, sempre cantando o arrepiante hino “Flower of Scotland” e sugerindo ao “orgulhoso rei inglês que volte para casa”.

 

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