Tempo de leitura: 5 minutos

georgia copy copy copy copyGeórgia

Apelido: Lelos

População: 3.700.000

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Capital: Tbilisi

Continente: Europa

Principais títulos: Europeu de Nações (8 vezes)

Mundiais disputados: 3 (2003, 2007 e 2011)

Melhor campanha em Mundiais: 4º lugar na fase e grupos (2007 e 2011)

Copa do Mundo de 2011: 4º lugar na fase de grupos

02/02/2013 – Bélgica 13 x 17 Geórgia; 09/02/2013 – Geórgia 25 x 12 Portugal; 23/02/2013 – Rússia 9 x 23 Geórgia; 09/03/2013 – Geórgia 61 x 18 Espanha; 16/03/2013 – Romênia 9 x 9 Geórgia; 01/02/2014 – Geórgia 35 x 0 Bélgica; 08/02/2014 – Portugal 9 x 34 Geórgia; 22/02/2014 – Geórgia 36 x 10 Rússia; 08/03/2014 – Espanha 17 x 24 Geórgia; 15/03/2014 – Geórgia 22 x 9 Romênia;

Técnico de 2015: Milton Haig

2015: Grupo C

19/09 – x Tonga – Histórico: 3 jogos, 1 vitória e 2 derrotas. Último jogo: Geórgia 9 x 23 Tonga, em 2014 (amistoso);

25/09 – x Argentina – Histórico: 3 jogos, 3 derrotas. Último jogo: Argentina 29 x 18 Geórgia, em 2013 (amistoso);

02/10 – x Nova Zelândia – Histórico: nunca se enfrentaram;;

07/10 – x Namíbia – Histórico: 4 jogos, 3 vitórias e 1 derrota. Último jogo: Geórgia 23 x 18 Namíbia, em 2011 (Copa das Nações do World Rugby);

 

Não há dúvidas, a Geórgia é hoje uma das seleções que mais chamam a atenção no segundo escalão da Copa. Potência absoluta do chamado Six Nations B, o Europeu de Nações, tendo conquistado o título da competição nos últimos cinco anos, a Geórgia vem sendo apontada por muitos como uma potência em gestação, uma seleção que poderá em poucos anos estar entre as grandes do mundo. O insucesso italiano no Six Nations, oposto ao domínio georgiano no Europeu de Nações, vem levantando clamores pela introdução de um sistema de rebaixamento no Six Nations e os que defendem tal proposta alegam que, com mais jogos contra os grandes do mundo, a Geórgia tem tudo para ultrapassar a Itália como a sexta força europeia em alguns anos.

 

A alegação é difícil de se provar, sobretudo pelo fato da Geórgia não enfrentar com regularidade as potências. A vitória em 2013 sobre Samoa reforçou a tese, mas as derrotas em amistoso no ano passado para Tonga, em casa por 23 x 9, e para a Irlanda, por acachapantes 49 x 7, apontam que ainda qualquer clamor a favor dos Lelos tem que ser tomado com cautela, pois a seleção de um longo caminho ainda a percorrer. Os bons resultados no juvenil em 2015, como o vice-campeonato europeu M18, após derrotar Escócia e Itália, e o título do Troféu Mundial Junior (M20), com a promoção para a elite mundial no ano que vem, são mostras de que o futuro é promissor, mas o presente ainda não justifica a badalação recente.

 

Parte da União Soviética até 1991, a Geórgia foi por anos um dos principais centros de prática do rugby na velha potência, mas foi somente após a independência que o esporte cresceu de fato, apoiado na grande imigração de georgianos para a França. Logo, a Geórgia se provou a mais bem sucedida nação da antiga URSS no esporte, provando repetidas vezes sua superioridade sobre a Rússia. Não demorou para o número de atletas na França transformar o país do Cáucaso na grande potência do Six Nations B, rivalizando à altura, e agora superando, a outrora dominante Romênia. A primeira participação de Mundiais veio em 2003, quando os Lelos caíram diante do Uruguai e saíram do torneio sem vitórias, mas nas edições seguinte a Geórgia assegurou uma vitória em casa torneio, derrotando a Namíbia em 2003 (e passando muito perto de vencer a Irlanda, caindo por apenas 14 x 10) e a Romênia em 2011 (depois de também fazer jogos muito duros contra Inglaterra, Argentina e Escócia, quando chegou a ter por longos minutos o controle da posse da bola com seu pack imenso).

 

O apelido “Lelos” (que também significa try em georgiano) deriva do nome de um tradicional esporte do país, o Lelo Burti, incrivelmente semelhante ao rugby. A presença anterior do Lelo Burti se tornou plataforma para o rápido crescimento do rugby no país e a tradição de esportes de contato – sobretudo da luta – moldou o estilo de jogo do país, apoiado sempre na fisicalidade e na força de seus atletas, cujo tipo físico já é normalmente favorável. Não por acaso, a Geórgia cultiva a tradição do jogo de forwards e por eles se notabilizou. O pack georgiano impressiona, com boa parte dos atletas atuando em alto nível no Top 14 francês e na Premiership inglesa. O hooker Mamukashvili (Sale Sharks), os pilares Zirakashvili (Clermont), Chilachava (Toulon), Kakovin (Toulouse), Zhavania, Kubriachvili (ambos do Stade Français), Nariashvili (Montpellier) e Peikrishvili (Brive), o segunda linha Mikautadze (Toulon) e os terceiras linhas Gorgodze “Gorgodzilla” (Toulon), Kolelishvili (Clermont) e Basilaia (Perpignan) assustam qualquer um e prometem fazer frente a Argentina e Tonga, seus principais rivais pela inédita vaga no mata-mata. Na linha, por outro lado, a fraqueza é notável, mas a situação vem melhorando. O centro Mchedlidze, do Agen, é um nome a se prestar atenção, enquanto o fullback Kvirikashvili pode guardar alguns pontos preciosos em penais para a equipe, caso não ceda à pressão, como antes já lhe ocorreu. A grande maioria dos atletas da linha atua em clubes da própria Geórgia e, apesar da melhor visível no setor, os Lelos seguirão apoiando seu sucesso a seu pack, que é capaz de fazer a diferença, padecendo de extrema dependência de seus homens de frente.

 

Ao cair no Grupo C, a Geórgia sabe que um sucesso contra a Nova Zelândia é utópico, ao passo que uma vitória sobre a Namíbia é obrigatória. Os confrontos-chave são os embates com Tonga e Argentina, as grandes provas do quanto cresceu a Geórgia. Contra Tonga, logo na estreia, a Geórgia terá um jogo crucial, que poderá significar que pela primeira vez o país poderá sair de uma Copa do Mundo com duas vitórias, como também dará a confiança necessária para os Lelos duelarem com os Pumas. Tonga tem características semelhante às da Geórgia, com um pack forte e uma linha frágil, mas a última derrota em casa para o oponente preocupou muito o torcedor dos Lelos. Já a Argentina também hoje é mais forte em seu pack do que na linha. Entretanto, a qualidade da linha argentina é incomparavelmente superior à dos caucasianos, impondo um grande desafio aos Lelos. Dar dois passos adiante, isto é, vencer Argentina e Tonga, seria o paraíso para os Lelos, mas ainda improvável. O objetivo está no terceiro lugar, que já seria louvável e crucial para seu crescimento.

 

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1 COMENTÁRIO

  1. Vamos LELOS! Até 10 anos atrás a Georgia os times treinavam em praças e a seleção precisava alugar campos de futebol, igual no Brasil hoje.
    Ganhar de Tonga é possível, aquele resultado de 2014 com uma margem tão grande foi resultado de muitas experiências, tanto na escalação quanto na forma de jogar (Milton Haig tenta mudar o estilo de jogo da Georgia, basta ver os jogos contra a Tonga e Irlanda, depois comparar com o jogo contra o Japão.

    Tonga e Georgia dia 19 de setembro pode ser um divisor de águas na história do rugby mundial, escutem o que eu digo. Se a Itália não bater canadá e romênia (os italianos são favoritos) eles podem ficar de fora da classificação automática do terceiro lugar, se a Georgia vencer Tonga termina em terceiro. Resumindo, imaginem a Georgia classificada automaticamente e a Itália sem ter chances de se classificar. O Six Nations não é da Fira, logo não vale como classificatório. Ou a Itália joga o Europeu de Nações ou não se classifica, quero ver o que vão fazer.

    LELO LELO SAQARTVELO!