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ARTIGO COM VÍDEOS – Ano de Copa do Mundo é sempre especial. Em 2015, o Mundial disputado na Inglaterra bateu recordes de público e audiência e no Brasil teve a maior cobertura da história, com a ESPN com quatro comentarista (dois da equipe Portal do Rugby, Victor Ramalho e Virgílio Neto), programa diário e matérias especiais. Para celebrar o ano que passou, elegemos 10 fatos da Copa do Mundo para relembrar.

 

10 – Pedido de casamento romeno

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Comecemos com o momento romântico da Copa. Na partida entre Irlanda e Romênia, na primeira fase, o romeno Florin Surugiu fez um emocionante pedido de casamento em campo à sua (agora) noiva Alexandra, que fazia aniversário no mesmo dia. Dava para não aceitar?

 

9 – Irlanda bate recorde mundial

Irlanda e Romênia ainda produziram o recorde mundial de público em uma Copa do Mundo. O poder de união da torcida irlandesa é tamanho que os verdes inundaram o estádio de Wembley, em Londres, elevando o público para nada menos que 89.267. E, claro, romenos, ingleses e outros turistas também deram uma força para a marca ser alcançada.

 

8 – Geórgia sobe novo degrau

Há muito tempo se fala que a Geórgia em breve se tornará uma potência no rugby. Mas, até hoje os georgianos não tinham conquistado mais que um vitória em um mesmo Mundial. A quebra da marca veio em 2015, com os Lelos superando Tonga por 17 x 10 e a Namíbia por sofridos 17 x 16, alcançando o terceiro lugar do Grupo C e pela primeira vez a classificação antecipada para o próximo Mundial.

 

No mesmo grupo, a Namíbia acabou comemorando seu primeiro ponto na história dos Mundiais, com o bônus alcançado na derrota para os georgianos. Por outro lado, quem lamentou muito foi o Pacífico Sul. Ao final da primeira fase, pela primeira vez na história Fiji, Samoa e Tonga terminaram a primeira fase no pífio quarto lugar de seus grupos, o que significa que pela primeira vez nenhuma dos três arquipélagos da Oceania não tem vaga assegurada antecipadamente para a Copa do Mundo seguinte.

 

7 – Habana e Savea atingem o topo

A Copa do Mundo foi também de recordes entre os atletas. O sul-africano Bryan Habana somou 5 tries no Mundial e se igualou ao gigante neozelandês Jonah Lomu como o maior anotador de tries da história da Copa do Mundo, com 15. Habana teve a chance de ultrapassar Lomu na decisão do 3º lugar, mas perdeu chance de ouro contra a Argentina.

 

Habana, contudo, não foi o maior anotador de tries da Copa do Mundo de 2015. A honra coube ao neozelandês Julian Savea, que somou 8 tries, igualando o recorde que também era de Lomu e de Habana, de maior número de tries em um só Mundial. Habana fez 8 tries em 2007, enquanto Lomu somou 8 tries em 1999.

 

6 – Austrália e Gales sobrevivem ao grupo da morte

A primeira fase da Copa do Mundo foi traumática para o país sede, a Inglaterra. Pela primeira vez na história da Copa do Mundo o anfitrião foi eliminado na primeira fase. Méritos para Austrália e Gales, que derrotaram os ingleses (28 x 25 para Gales e 33 x 13 para a Austrália) em Twickenham.

 

Os Wallabies foram a sensação, com uma campanha impecável no grupo da morte, que alçou os então campeões do Rugby Championship à condição de favoritos ao título ao lado dos All Blacks. No jogo decisivo do Grupo A, os australianos derrotaram Gales por 15 x 6, resistindo aos vermelhos mesmo quando jogavam com 13 homens contra 15.



 

5 – Escócia renasce com estilo

A primeira fase contundente da Austrália quase foi manchada nas quartas de final. Os Wallabies encararam a emergente Escócia e venceram no sofrimento por apenas 35 x 34, graças a um polêmico penal chutado no apagar das luzes por Bernard Foley.

 

A Escócia encheu os olhos e foi a mais aclamada entre as seleções do Six Nations. Os escoceses venceram com placares elásticos Japão (45 x 10) e Estados Unidos (39 x 16), sendo derrotados na sequência pela África do Sul (34 x 16). No último jogo da primeira fase, veio sofrimento contra Samoa, mas vitória por 36 x 33 no finzinho. Com uma linha envolvente, de Greig Laidlaw, Finn Russell e Mark Bennett, a Escócia deu esperanças de um futuro melhor para seu torcedor.


 

4 – Argentina chegou para ficar

Quem também encheu os olhos foi a Argentina, que voou em campo sob o comando do técnico Daniel Hourcade, que montou uma esquadra poderosa no pack de forwards, especialmente no scrum, com Ayerza, Creevy e Herrera fazendo tremer os oponentes, e uma incisiva na linha, de Sánchez, Cordero e Imhoff, que encheram os olhos. Os Pumas venceram Tonga, Geórgia e Namíbia sem sustos e perderam apenas para os All Blacks na primeira fase, 26 x 16. Nas quartas de final, os argentinos atropelaram a Irlanda, que havia terminado em primeiro lugar em seu grupo, 43 x 20, para cair apenas na semifinais diante da Austrália, 29 x 15.

 

Na decisão de 3º lugar, os Pumas são conseguiram igualar o feito de sua seleção de 2007, perdendo para a renascida África do Sul, que superou o trauma das derrotas para o Japão na primeira fase do Mundial e para a própria Argentina no Rugby Championship.


 

3 – Japão choca o mundo

E foi justamente a vitória do Japão sobre a África do Sul no Grupo B que subiu em nosso pódio. Foi talvez a maior zebra do esporte mundial e também o resultado mais importante (quem sabe?) para o futuro do rugby. Com apenas uma vitória conquistada ao longo de sete Mundiais disputados, o Japão chegou a 2015 com boas expectativas, comandado pelo técnico australiano Eddie Jones. Muito se falava sobre a capacidade do Japão de bater Samoa e, quem sabe, Escócia, mas jamais uma vitória sobre os Springboks fora antes cogitada. Ao menos, fora do elenco japonês. Jones sabia que o triunfo era possível e o que se viu em campo foi uma máquina japonesa, com disciplina tática impecável, técnico da nível internacional e, quando preciso, capacidade de criar e ousar. O Japão deu um baile na África do Sul, com o fullback Ayumu Goromaru perfeito nos chutes, e um scrum devastador, mesmo diante de um dos mais fortes scrums do mundo. O try de Karne Hesketh virando o placar com o tempo esgotado foi a cereja no bolo. Vitória histórica, 34 x 32.

 

O Japão provou que sua vitória não fora acaso. Os Brave Blossoms caíram contra a Escócia, mas tiveram apenas quatro dias de descanso, mostrando os defeitos do calendário do Mundial. Mas, ainda assim, fizeram um ótimo primeiro tempo. E, depois, derrotaram Samoa por indiscutíveis 26 x 5 e os Estados Unidos por 28 x 18, assegurando o terceiro lugar no grupo. A classificação só não veio porque a Escócia não segurou os Springboks. Ainda assim, muito a comemorar na Terra do Sol Nascente, com a melhor campanha japonesa na história, quatro anos antes de receber a Copa do Mundo, em 2019.


 

2 – Apoteose All Black

Mas, nada pode superar o que a Nova Zelândia construiu em 2015. Contando pela última vez com Richie McCaw, Dan Carter e Keven Mealamu, os All Blacks foram impecáveis do começo ao fim, passando pela primeira fase com tranquilidade, apesar de difícil vitória sobre a Argentina.

 

A prova da qualidade da equipe veio no mata-mata. Um massacre sobre a França por 62 x 13 espantou todas as dúvidas sobre o time, com direito a atuação sublime de Julian Savea (com dois tries para gravar na memória). O triunfo sobre os Springboks na semifinal, por 20 x 18, mostrou o poder de reação da equipe mesmo nos momentos mais difíceis. A África do Sul se reerguera na derrota para o Japão com uma espetacular vitória sobre Gales por 23 x 18 nas quartas de final, com try de Fourie Du Preez em passe genial de Duane Vermeulen. Contra os All Blacks, a sede por vitória dos Boks produziu um jogo espetacular, mas que terminou com classificação neozelandesa.

 

E, na grande final, mesmo com a poderosa Austrália pela frente, a Nova Zelândia se impôs, com Milner-Skudder e Ma’a Nonu fazendo o tries nos momentos mais importantes do jogo. Os Wallabies ainda reagiram, com tries de Pocock e Kuridrani, mas o desfecho de brilhantismo veio com Dan Carter chutando um raro drop goal, aos 70′, e um penal do meio campo, aos 75′, para dar o terceiro título mundial aos All Blacks, justo em seu último jogo pela seleção.

 

Richie McCaw, em sua despedida da equipe, se tornou o único capitão da história a levantar a Taça Webb Ellis duas vezes. A Nova Zelândia se sagrou a primeira tricampeã mundial e a primeira seleção a vencer dois Mundiais consecutivos, quebrando também seu jejum de título no exterior para levantar a taça pela primeira vez fora de casa. Para concluir uma história perfeita, Sonny Bill Williams protagonizou um lindo momento na final ao presentear um garoto com a medalha do título. Imagem para o rugby se orgulhar.




 

1 – Invasão brasileira na Inglaterra

A Nova Zelândia pode ter sido campeã mundial e o Japão abalado o mundo. Mas, para nós, o destaque maior ficou por conta dos brasileiros que inundaram a Copa do Mundo. O Portal do Rugby lançou um grupo de Whatsapp especial para a congregar brasileiros que estiveram na Inglaterra e o resultado foi constatar que tivemos brasileiros em praticamente todos os jogos do Mundial, de jogadores ativos e árbitros a fãs de sofá, muita gente esteve na Terra da Rainha. Incluindo o Portal do Rugby, com Virgílio Neto, Pedro Mantovani e Diego Gutierrez marcando presença em alguns dos principais jogos do torneio.