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Sábado é dia de Rugby Championship! Nova Zelândia contra Austrália, África do Sul diante da Argentina. Dois jogaços se aproximam e é hora de passá-los a limpo porque a segunda rodada está chegando!

 

Na primeira rodada, a Nova Zelândia visitou a Austrália e saiu de Sydney com uma vitória acachapante por 42 x 08, largando na frente também na disputa da Bledisloe Cup, a melhor de três partidas anuais entre os dois países, que os australianos não conquistam desde 2002. Depois, na África do Sul, os Springboks sofreram demais contra os Pumas e venceram de virada por 30 x 23. Agora, os jogos de volta têm os mandos invertidos. Os Wallabies visitarão os All Blacks em Wellington, onde não vencem desde 2000 (na verdade, os australianos não vencem os All Blacks em solo neozelandês desde 2001), enquanto a África do Sul irá à Salta, no distante noroeste da Argentina, para buscar seguir em bom rumo, ao passo que os argentinos lutam por uma primeira vitória na história em casa sobre os Boks.

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Wallabies em busca de um milagre

Quando a Austrália entrar em campo em Wellington para encarar a Nova Zelândia um mar de incertezas e jejum se abaterá sobre os Wallabies, a começar pelo tempo sem vencer os All Blacks em terras kiwis e o tempo sem tocar na Bledisloe Cup. Para que os comandados de Michael Cheika saiam da capital neozelandesa em festa será preciso fazer seu “o jogo da década”. Para os comandados de Steve Hansen, por outro lado, a confiança é absoluta e caso a Nova Zelândia confirme sua 13ª vitória consecutiva encerrará a primeira etapa do Rugby Championship no trilho certo do sucesso no torneio.

 

Em Sydney, os All Blacks detonaram os Wallabies do começo ao fim sendo absolutamente superiores em todos os aspectos. Steve Hansen manteve a base do time que venceu o primeiro jogo, com trocas pontuais – a entrada do centro Lienert-Brown, de somente 21 anos, merece atenção, por toda a qualidade que o promissor atleta dos Chiefs, que fará uma agressiva dupla de centros com Fekitoa. Porém, o comandando dos kiwis sabe bem que encontrará uma Austrália bem diferente, que deverá apresentar uma estratégia nova – e, acima de tudo, com menos cautela e mais ousadia, pois sabe que sua situação não pode piorar e que é preciso inovar para tentar o improvável.

 

Cheika apostou em Coleman na segunda linha australiana para tentar combater Retallick, após um verdadeiro banho da segunda linha neozelandesa. Mas, certamente, a decisão que mais chamou a atenção do lado dourado foi a volta de Quade Cooper. O abertura imprevisível pode estar longe de seu melhor há muito tempo, mas será que agora, voltando a jogar com seu companheiro do Reds campeão do Super Rugby em 2011 Will Genia fará com que a velha magia do abertura reapareça? Se está claro para todos é que a Austrália precisa pensar fora da caixa e a aposta em Cooper, por mais contestável que possa ser, abre evidentemente esperanças ao torcer aussie. A parelha com o sólido Foley de 12, que deve ser o chutador, pode vir a levar problemas aos neozelandeses, ainda mais pelo fato de Lienert-Brown ser debutante e com Kerevi de segundo centro buscando criar os espaços. E se a Austrália busca retomar sua velha identidade na dupla de 9 e 10, a Nova Zelândia segue voando no setor com Aaron Smith e Beauden Barrett prontos para dominarem as ações e liquidarem as esperanças de um jogo equilibrado nos 3/4s.

 

A terceira linha australiana, com a formação de sucesso com Fardy, Hooper e Pocock também será essencial para os australianos renascerem e é na batalha do breakdown que a Austrália precisará se impor antes de pensar em fazer a diferença com uma linha imprevisível. A chave para o jogo estará ali, mas é óbvio que a Nova Zelândia tem um trio igualmente estrelado, com Kaino, Cane e Read, apoiado em uma segunda e uma primeira linha sensivelmente superiores à Wallaby. Prognósticos? Infelizmente, para a Austrália, os astros terão realmente que convergir de forma perfeita para Wellington ficar dourada. Os All Blacks estão prontos para voarem em céu de brigadeiro.

 

Los Pumas perseguem outra quebra de tabu

O segundo jogo do sábado promete muito mais equilíbrio, com África do Sul e Argentina construindo uma rivalidade parelha e cada vez mais empolgante. Se a Argentina vem sendo um verdadeiro empecilho para os sul-africanos jogando na África do Sul, em solo argentino os Pumas ainda não conseguiram repetir suas ações e precisam provar em Salta que estão em pé de igualdade com os Boks.

 

A confiança argentina de sucesso é clara, com Daniel Hourcade mantendo todo o XV que começou voando o último jogo contra os verdes. Claramente, Hourcade conseguiu reerguer o time argentino após ter quatro finais de semana livres de jogos para descansar seus atletas e aparar as arestas. O trabalho que os Jaguares não puderam fazer para solucionar suas deficiências por conta da desgastante maratona de jogos imposta pelo Super Rugby os Pumas puderam fazer após os Jaguares serem eliminados na temporada regular e não avançarem ao mata-mata do Super Rugby. O tempo para trabalhar fez toda a diferença e a confiança voltou ao Rio da Prata. Ainda assim, a Argentina ainda tem muito a melhorar e a queda de rendimento nos minutos finais em Nelspruit cobraram seu preço com os Springboks virando o marcado no momento decisivo da partida. Muitos erros, muitos penais e perda de foco levaram a uma dolorida derrota para os Pumas, que provaram ao longo de todo o jogo serem uma equipe capaz de jogar fisicamente em igualdade com os sul-africanos, tendo um poderoso pack e sobretudo muita força no breakdown. Como esperado, foi na batalha das terceiras linhas que os Pumas levaram vantagem até metade do segundo tempo – quando a situação se tornou desfavorável aos Pumas, em especial pelas ações do asa Mohoje do lado sul-africano.

 

Alister Coetzee, treinador dos Boks, apostou suas fichas na dupla de 9 e 10 dos Lions, Faf de Klerk e Elton Jantjes, e viu ambos cometerem muitos erros durante todo o primeiro tempo, mostrando seu real potencial somente na reta final do jogo, quando o pack sul-africano conseguiu dar maior equilíbrio na batalha do breakdown. Coetzee sabe que é preciso fazer os Boks jogarem mais eficientemente com a bola em mãos e o material ele sabe que tem para isso. Porém, contra os Pumas, a evolução necessária voltou a ser no pack. Koch irá compor a primeira linha, sendo a única mudança com relação ao time do primeiro jogo. Agora, a pressão pode estar maior sobre os argentinos, por jogarem em casa e já não terem mais o status de “outsiders”, mas os Boks também estão sob o crivo da crítica, já que precisam mostrar mais evolução nesse sábado.

 

The Rugby Championship

The Rugby Championship

2ª rodada

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04h35 – Nova Zelândia x Austrália, em Wellington – Bledisloe Cup (jogo 2) Watch ESPN AO VIVO / VT no sábado às 14h50 na ESPN+

Árbitro: Romain Poite (França) / Assistentes: Jaco Peyper (África do Sul) e Federico Anselmi (Argentina) / TMO: Shaun Veldsman (África do Sul)

 

Nova Zelândia: 15 Ben Smith, 14 Israel Dagg, 13 Malakai Fekitoa, 12 Anton Lienert-Brown, 11 Julian Savea, 10 Beauden Barrett, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Jerome Kaino, 5 Samuel Whitelock, 4 Brodie Retallick, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody.

Suplentes: 16 James Parsons, 17 Wyatt Crockett, 18 Charlie Faumuina, 19 Liam Squire, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Aaron Cruden, 23 Seta Tamanivalu.

 

Austrália: 15 Israel Folau, 14 Adam Ashley-Cooper, 13 Samu Kerevi, 12 Bernard Foley, 11 Dane Haylett-Petty, 10 Quade Cooper, 9 Will Genia, 8 David Pocock, 7 Michael Hooper, 6 Scott Fardy, 5 Adam Coleman, 4 Kane Douglas, 3 Sekope Kepu, 2 Stephen Moore, 1 Scott Sio.

Suplentes: 16 Tatafu Polota-Nau, 17 James Slipper, 18 Allan Ala’alatoa, 19 Dean Mumm, 20 Will Skelton, 21 Tevita Kuridrani, 22 Reece Hodge, 23 Nick Phipps.

 

Histórico: 156 jogos, 107 vitórias da Nova Zelândia, 42 vitórias da Austrália e 7 empates. Último jogo: Austrália 08 x 42 Nova Zelândia, em 2016 (The Rugby Championship);

 

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16h40 – Argentina x África do Sul, em Salta – ESPN+ AO VIVO

Árbitro: Jérôme Garcès (França) / Assistentes: Glen Jackson (Nova Zelândia) e Ben O’Keefe (Nova Zelândia) / TMO: George Ayoub (Austrália)

 

Argentina: 15 Joaquín Tuculet, 14 Santiago Cordero, 13 Matías Orlando, 12 Juan Martín Hernández, 11 Manuel Montero, 10 Nicolás Sánchez, 9 Martín Landajo, 8 Facundo Isa, 7 Juan Manuel Leguizamón, 6 Pablo Matera, 5 Tomás Lavanini, 4 Matías Alemanno, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustín Creevy (c), 1 Nahuel Tetaz Chaparro.

Suplentes: 16 Julian Montoya, 17 Felipe Arregui, 18 Enrique Pieretto, 19 Guido Petti, 20 Javier Ortega Desio, 21 Tomas Cubelli, 22 Santiago Gonzalez Iglesias, 23 Lucas González Amorosino.

 

África do Sul: 15 Johan Goosen, 14 Ruan Combrinck, 13 Lionel Mapoe, 12 Damian de Allende, 11 Bryan Habana, 10 Elton Jantjies, Faf de Klerk, 8 Warren Whiteley, 7 Teboho Mohoje, 6 Francois Louw, 5 Lood de Jager, 4 Eben Etzebeth, 3 Vincent Koch, 2 Adriaan Strauss (c) , Tendai Mtawarira.

Suplentes: 16 Bongi Mbonambi, 17 Steven Kitshoff, 18 Lourens Adriaanse, 19 Pieter-Steph du Toit, 20 Jaco Kriel, 21 Rudy Paige, 22 Morne Steyn, 23 Jesse Kriel.

 

Histórico: 23 jogos, 21 vitórias da África do Sul, 1 vitória da Argentina e 1 empate. Último jogo: África do Sul 30 x 23 Argentina, em 2016 (The Rugby Championship);

 

*Horários de Brasília

 

PaísJPPaísJP
Grupo AGrupo B
Austrália38Nova Zelândia39
Fiji37França37
EUA36Espanha35
Colômbia33Quênia33
Grupo C
Grã Bretanha39
Canadá37
Brasil35
Japão33Veja mais