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Tradição é tradição. E novembro é tradicionalmente o mês dos amistosos internacionais no rugby mundial, com as seleções do Hemisfério Sul visitando as seleções do Hemisfério Norte. A ação estará na Europa durante todo o mês, mas nesse fim de semana de abertura dos amistosos Japão e Estados Unidos também viverão as grandes emoções.

 

Chicago: dos Cubs aos All Blacks

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Depois de festejar um título épico no beisebol, Chicago, mais uma vez, será o palco para a seleção dos Estados Unidos e para a Nova Zelândia. Mas, desta vez, a terceira maior cidade norte-americana terá dois dias intensos de jogos. Primeiro, na sexta, os Estados Unidos entrarão em campo contra os Maori All Blacks, a seleção maori da Nova Zelândia, no estádio Toyota Park, de futebol (da Major League Soccer), com 20 mil lugares. Depois, no monumental Soldier Field, do futebol americano, com seus mais de 61 mil lugares, receberá os All Blacks, que enfrentarão a Irlanda, que sempre tem muita torcida nos EUA.

 

Para o embate de sábado, Joe Schmidt, técnico da Irlanda, apostou em Rob Kearney com a camisa 15 e na dupla de centros Robbie Henshaw com Jared Payne, em posições que eram dúvida. Andrew Trimble e Simon Zebo farão dupla de pontas, ao passo que Murphy, CJ Stander e Jamie Heaslip terão o desafio de assumir o embate no breakdown na terceira linha. Como desafio está o fato de jamais na história a Irlanda ter derrotado os All Blacks.

 

Do lado dos All Blacks, o time segue embalado, ainda mais depois que bateu o recorde mundial de vitórias consecutivas no fim do mês passado, rumando para sua 19ª vitória. Julian Savea estará como titular, fazendo sua 50ª partida com a Nova Zelândia, ao passo que George Moala e Ryan Crotty farão nova dupla de centros. Outra novidade é o debut no banco de Scorr Barrett, o irmão mais novo de Beauden Barrett, que segue com a 10 ao lado de Aaron Smith, perdoado já pela comissão técnica. A Nova Zelândia segue como o time a ser batido.

 

Os novatos do Super Rugby medirão forças

Ainda no sábado, a Argentina fará sua primeira visita ao Japão desde 1998, no único jogo em casa dos japoneses em novembro. O técnico Jamie Joseph, do Japão, apostou em um time forte, recheado com quatro atletas das Ilhas do Pacífico, incluindo a estrela do sevens Lemeki na ponta, debutando no XV. Mafi segue como a fortaleza da terceira linha e a primeira linha poderosa do capitão Shota Horie e do veterano Hatekeyama. Debutam também no time o pilar Nakatani, o segunda linha Kajikawa, os asas Mimura e Uwe Helu e o centro Lotoahea. Mescla de experiência e juventude de olho em 2019.

 

Os Pumas, por sua vez, fez quatro trocas no time que perdeu para a Austrália em Londres, mas segue sendo basicamente o time dos Jaguares. Facundo Isa retorna ao time titular ao lado de Tomás Lezana, nos postos de Pablo Matera e Leonardo Senatore, ao passo que Nicolás Sánchez volta ao time principal na vaga de Iglesias com a 10 e Santiago Cordero estará com a 11 no lugar de Moyano. Para muitos, a Argentina está mais forte que no encerramento do Rugby Championship.

 

O início da caminhada Wallaby pelo Grand Slam

Enquanto isso, em Cardiff, Gales receberá a Austrália, que irá encarar cinco jogos seguidos, enfrentando todos os cinco grandes times europeus, valendo o Grand Slam de Novembro (título simbólico dado à seleção do Hemisfério Sul que derrota Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda em uma mesma gira, sendo que o jogo com a França não conta, mas eleva o Grand Slam a um nível ainda maior). Os Wallabies não conquistam o Grand Slam desde 1984, quando o venceram pela primeira e última vez (a última vencedora de Grand Slam foi a Nova Zelândia, em 2010).

 

Gales foi derrotado em todas as 11 últimas partidas contra a Austrália, incluindo duas derrotas em Mundiais (2011 e 2015) e as seis últimas partidas em Cardiff. A última vitória de Gales foi em 2008 e o tabu já está engasgado na garganta do time e do torcedor do Dragão. No último duelo, Gales chegou inclusive a ter dois homens a mais e mesmo assim não conseguiu superar os Wallabies. Porém, em 2016 os tempos parecem bem diferentes, com a Austrália ainda sob a desconfiança de um Rugby Championship fraco e sob a pressão de encerrar o ano bem.

 

Rob Howley, técnico de Gales enquanto Warren Gatland está com os Lions, apostou em experiência, nomeando o pilar Gethin Jenkins, atleta com mais partidas com a camisa vermelha, como capitão. Sam Warburton não estará no time, com Ross Moriarty, Dan Lydiate e Justin Tipuric compondo a terceira linha que irá encarar a volta de David Pocock à camisa 6 australiana. Michael Hooper e Lopeti Timani comporão a terceira linha dos Wallabies. Leigh Halfpenny estará com a camisa 15 galesa, em uma formação de linha fortíssima, com Biggar e Cuthbert atrás, Johnathan Davies e Jamie Roberts no centro, além de Rhys Webb e Dan Biggar com a 9 e a 10. Do lado australiano, Reece Hodge estará com a 12, enquanto Bernard Foley será o 10 ao lado de Nick Phipps. Sob fogo das críticas, Haylett-Petty seguirá com a 14 australiana e terá muito trabalho defensivo contra os vermelhos, certamente.

 

Ah, os Baa-baas… quem não gosta de um jogo com eles?

Por fim, o estádio de Wembley, em Londres, ainda receberá no sábado os tradicionais Barbarians (o famoso “clube de convite”, que costuma convidar atletas de todo o planeta para grandes jogos internacionais, formando verdadeiras seleções mundiais), para partida contra a África do Sul. Os Springboks não enfrentam os “Baa-baas” desde 2010.

 

Os sul-africanos vão à Europa pressionados por mostrarem serviço, após sofrerem a maior derrota da história para a Nova Zelândia. Serão seis novatos no time de Alister Coetzee, que aposta no jogo com os Baa-Baas como um laboratório de renovação, aproveitando o menor entrosamento dos Barbarians e seu caráter sempre despreocupado com as táticas do jogo. O segunda linha Snyman, o asa Roelof Smit, os pontas Petersen e Ulengo e os centros Venter e Janse van Rensburg são os debutantes no XV titular, que terá apenas três nomes que estiveram em campo contra os All Blacks: Mtawarira, Mohoje e Pieter-Steph du Toit. Jesse Kriel será experimentado com a camisa 15, ao passo que Lambie voltará a ser o abertura e capitão do time, jogando ao lado do scrum-half Paige.

 

Robbie Deans, técnico dos Barbarians, apostou em colocar o sul-africano Robert du Preez, dos Stormers, com a camisa 10 alvinegra, jogando com o scrum-half neozelandês, ex All Blacks, Andy Ellis, que aos 32 anos está jogando no Japão e capitaneará os Barbarians. Outros dois sul-africanos estarão no time titular dos Baa-Baas: o hooker Akker van der Merwe e o segunda linha Martin Muller, ambos dos Lions, que terão oportunidade de mostrarem seu valor a Coetzee. Destaques também para o australiano Naiyaravoro na ponta e o oitavo dos All Blacks Luke Whitelock.

 

Sexta-feira, dia 04 de novembro

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22h00 – Estados Unidos x Maori All Blacks, em Chicago

Árbitro: Matthew Carley (Inglaterra)

 

Estados Undos: 15 Mike Te’o, 14 Martin Iosefo, 13 Bryce Campbell, 12 Folau Niua, 11 Matai Leuta, 10 Will Holder, 9 Nate Augspurger, 8 Danny Barrett, 7 Tony Lamborn, 6 Todd Clever (c), 5 Nick Civetta, 4 Nate Brakeley, 3 Chris Baumann, 2 James Hilterbrand, 1 Titi Lamositele;

Suplentes: 16 Joe Taufete’e, 17 Angus MacLellan, 18 Alex Maughan 19 Matthew Jensen, 20 Al McFarland, 21 Stephen Tomasin, 22 Shalom Suniula, 23 Madison Hughes

 

Maori All Blacks: 15 Damian McKenzie, 14 Rieko Ioane, 13 Matt Proctor, 12 Tim Bateman, 11 James Lowe, 10 Ihaia West, 9 Tawera Kerr-Barlow, 8 Akira Ioane, 7 Kara Pryor, 6 Elliot Dixon, 5 Tom Franklin, 4 Jacob Skeen, 3 Ben May, 2 Ash Dixon (c), 1 Kane Hames;

Suplentes: 16 Joe Royal, 17 Chris Eves, 18 Marcel Renata, 19 Leighton Price, 20 Shane Christie, 21 Brad Weber, 22 Marty McKenzie, 23 Sean Wainui

 

Histórico: 3 jogos e 3 vitórias dos Maoris. Último jogo: Estados Unidos 19 x 29 Maori All Blacks, em 2013 (amistoso);

 

Sábado, dia 05 de novembro

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03h40 – Japão x Argentina, em Tóquio

Árbitro: Romain Poite (França)

 

Japão: 15 Kotaro Matsushima, 14 Lomano Lemeki, 13 Amanaki Lotoahea, 12 Harumichi Tatekawa, 11 Akihito Yamada, 10 Yu Tamura, 9 Fumiaki Tanaka, 8 Amanaki Lelei Mafi, 7 Yuhimaru Mimura, 6 Uwe Helu, 5 Samuela Anise, 4 Kyosuke Kajikawa, 3 Kensuke Hatakeyama, 2 Shota Horie (c), 1 Satoshi Nakatani;

Suplentes: 16 Takeshi Kizu, 17 Koki Yamamoto, 18 Heiichiro Ito,19 Kotaro Yatabe, 20 Malgene Ilaua, 21 Shuhei Matsuhashi, 22Takahiro Ogawa, 23 Timothy Lafaele;

 

Argentina: 15 Joaquín Tuculet, 14 Matías Moroni, 13 Matías Orlando, 12 Jerónimo de la Fuente, 11 Santiago Cordero, 10 Nicolás Sánchez, 9 Martín Landajo, 8 Facundo Isa, 7 Javier Ortega Desio, 6 Tomás Lezana, 5 Matías Alemanno, 4 Guido Petti, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustín Creevy (c), 1 Lucas Noguera;

Suplentes: 16 Julián Montoya, 17 Santiago García Botta, 18 Enrique Pieretto, 19 Leonardo Senatore, 20 Juan Manuel Leguizamon, 21 Tomás Cubelli, 22 Santiago Gonzalez Iglesias, 23 Ramiro Moyano;

 

Histórico: 5 jogos, 4 vitórias da Argentina e 1 vitória do Japão. Último jogo: Argentina 68 x 36 Japão, em 2005 (amistoso);

 

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12h30 – Gales x Austrália, em Cardiff – Watch ESPN AO VIVO / ESPN+ em VT segunda-feira 22h00

Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)

 

Gales: 15 Leigh Halfpenny, 14 Alex Cuthbert, 13 Jonathan Davies, 12 Jamie Roberts, 11 George North, 10 Dan Biggar, 9 Rhys Webb, 8 Ross Moriarty, 7 Justin Tipuric, 6 Dan Lydiate, 5 Luke Charteris, 4 Bradley Davies, 3 Samson Le, 2 Ken Owens, 1 Gethin Jenkins (c);

Suplentes: 16 Scott Baldwin, 17 Nicky Smith, 18 Tomas Francis, 19 Cory Hill, 20 James King, 21 Gareth Davies, 22 Sam Davies, 23 Hallam Amos;

 

Austrália: 15 Israel Folau, 14 Dane Haylett-Petty, 13 Tevita Kuridrani, 12 Reece Hodge, 11 Henry Speight, 10 Bernard Foley, 9 Nick Phipps, 8 Lopeti Timani, 7 Michael Hooper, 6 David Pocock, 5 Adam Coleman, 4 Rory Arnold, 3 Sekope Kepu, 2 Stephen Moore (c), 1 Scott Sio;

Suplentes: 16 Tolu Latu, 17 James Slipper, 18 Allan Alaalatoa, 19 Rob Simmons, 20 Scott Fardy, 21 Nick Frisby, 22 Quade Cooper, 23 Sefa Naivalu;

 

Histórico: 39 jogos, 28 vitórias da Austrália, 10 vitórias de Gales e 1 empate. Último jogo: Austrália 15 x 06 Gales, em 2015 (Copa do Mundo);

 

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13h30 – Barbarians x África do Sul, em Londres (Inglaterra) – Watch ESPN AO VIVO / ESPN+ em VT terça-feira 22h00

Árbitro: Mike Fraser (Nova Zelândia)

 

Barbarians: 15 Melani Nanai, 14 Matt Faddes, 13 Seta Tamanivalu, 12 Richard Buckman, 11 Taqele Naiyaravoro, 10 Robert du Preez, 9 Andy Ellis, 8 Luke Whitelock, 7 Jordan Taufua, 6 Brad Shields, 5 Michael Fatialofa, 4 Martin Muller, 3 Paddy Ryan, 2 Akker van der Merwe, 1 Reggie Goodes;

Suplentes: 16 Andrew Ready, 17 Schalk van der Merwe, 18 Toby Smith, 19 Sam Carter, 20 Ruan Ackermann, 21 Nic Stirzaker, 22 Richie Mo’unga, 23 Luke Moraha;

 

África do Sul: 15 Jesse Kriel, 14 Sergeal Petersen, 13 François Venter, 12 Ruan Janse van Rensburg, 11 Jamba Ulengo, 10 Patrick Lambie (c), 9 Rudy Paige, 8 Nizaam Carr, 7 Teboho Mohoje, 6 Roelof Smith, 5 Pieter-Steph du Toit, 4 Rudolf Snyman, 3 Lourens Adriaanse, 2 Malcolm Marx, 1 Tendai Mtawarira;

Suplentes:16 Bongi Mbonambi, 17 Lizo Gqoboka, 18 Trevor Nyakane, 19 Eben Etzebeth, 20 Jean-Luc du Preez, 21 Piet van Zyl, 22 Tiaan Schoeman, 23 Ruan Combrinck;

 

Histórico: 7 jogos, 4 vitórias dos Barbarians e 3 vitórias da África do Sul. Último jogo: Barbarians 26 x 20 África do Sul, em 2010;

 

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18h00 – Irlanda x Nova Zelândia, em Chicago (Estados Unidos)

Árbitro: Mathieu Raynal (França)

 

Irlanda: 15 Rob Kearney, 14 Andrew Trimble, 13 Jared Payne, 12 Robbie Henshaw, 11 Simon Zebo, 10 Johnny Sexton, 9 Conor Murray, 8 Jamie Heaslip, 7 Jordi Murphy, 6 CJ Stander, 5 Devin Toner, 4 Donnacha Ryan, 3 Tadhg Furlong, 2 Rory Best (c), 1 Jack McGrath;

Suplentes: 16 Sean Cronin, 17 Cian Healy, 18 Finlay Bealham, 19 Ultan Dillane, 20 Josh van der Flier, 21 Kieran Marmion, 22 Joey Carbery, 23 Garry Ringrose;

 

Nova Zelândia: 15 Ben Smith, 14 Waisake Naholo, 13 George Moala, 12 Ryan Crotty, 11 Julian Savea, 10 Beauden Barrett, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Liam Squire, 5 Jerome Kaino, 4 Patrick Tuipulotu, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody;

Suplentes: 16 Codie Taylor, 17 Ofa Tu’ungafasi, 18 Charlie Faumuina, 19 Scott Barrett, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Aaron Cruden, 23 Malakai Fekitoa;

 

Histórico: 28 jogos, 27 vitórias da Nova Zelândia e 1 empate. Último jogo: Irlanda 22 x 24 Nova Zelândia, em 2013 (amistoso);

 

*Horários de Brasília

 

Foto: Getty Images

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