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ARTIGO COM VÍDEOS – A madrugada e manhã deste sábado foram recheadas de jogos “do outro lado do mundo”. O Japão recebeu a Escócia para o segundo test match e saiu novamente derrotado, 21 x 16, enquanto a Geórgia fechou sua gira pelo Pacífico Sul de forma invicta ao superar Fiji por 14 x 3. Já pela Copa das Nações do Pacífico, Samoa bateu Tonga pro 30 x 10, em resultado importante para as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2019.

 

Lelos em novo patamar

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A invencibilidade da Geórgia jogando fora de casa contra as seleções do Pacífico Sul foi uma demonstração de força dos Lelos, que provam estarem rumando a um patamar novo e superior no rugby mundial. Mesmo sem os atletas dos principais clubes do Top 14, entre eles Gorgodze, Chilachava e Mikautadze, todos do Toulon, e Zirakashvili e Kolelishvili, do Clermont, a Geórgia venceu Fiji pela primeira vez na história. 14 x 6 em Suva, frustrando a torcida local.

 

O primeiro tempo foi pobre, com apenas 6 x 3 para os Lelos, na base do penal e do domínio de seu pack. O momento decisivo da peleja se deu logo no retorno, com o abertura Khmaladze achando o espaço para o try que abriu boa vantagem para os Lelos. Fiji não foi capaz de criar espaços na forte defesa do Cáucaso e Pruidze ainda chutou mais um penal para dar a vitória aos visitantes. Depois de empatar com Samoa e bater Tonga, a Geórgia celebrou sua invencibilidade nas praias da Oceania.

 

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Fiji 03 x 14 Geórgia, em Suva

Árbitro: JP Doyle (Inglaterra)

 

Fiji

Penal: Volavola (1)

15 Benito Masilevu, 14 Savenaca Rawaca, 13 Adriu Delai, 12 Eroni Vasiteri, 11 Patrick Osborne, 10 Ben Volavola, 9 Nemia Kenatale, 8 Eremasi Radrodro, 7 Mosese Voka, 6 Naulia Dawai, 5 Tevita Cavubati, 4 Savenaca Tabakanalagi, 3 Taniela Koroi, 2 Sunia Koto (c), 1 Peni Ravai.

Suplentes: 16 Viliame Veikoso, 17 Campese Maáfu, 18 Mesake Doge, 19 Nemia Soqeta, 20 Malakai Ravulo, 21 Henry Seniloli, 22 Seremaia Bai, 23 Vereniki Goneva.

 

Geórgia

Try: Khmaladze

Penais: Kvirakashvili (2) e Pruidze (1)

15 Merab Kvirikashvili, 14 Giorgi Pruidze, 13 David Kacharava, 12 Merab Sharikadze, 11 Sandro Todua, 10 Lasha Khmaladze, 9 Giorgi Begadze, 8 Beka Bitsadze, 7 Giorgi Tkhilaishvili, 6 Shalva Sutiashvili (c), 5 Giorgi Nemsadze, 4 Giorgi Chkhaidze, 3 Irakli Mirtskhulava, 2 Jaba Bregvadze, 1 Karlen Asieshvili.

Suplentes: 16 Shalva Mamukashvili, 17 Zurab Zhvania, 18 Nikoloz Khatiashvili, 19 Nodar Cheishvili, 20 Lasha Lomidze, 21 Vazha Khutsishvili, 22 Lasha Malaghuradze, 23 Saba Shubitidze.

Escócia vence série no Japão – por Leandro Vieira

Início de noite em Tóquio, estádio lotado para mais uma apresentação dos Brave Blossoms contra a Escócia. com presenças ilustres do imperador Akihito e Ayumu Goromaru. Um clima de desconfiança, já que os nipônicos foram engolidos pelo jogo consistente dos europeus na ultima semana. Uma equipe “menos Sunwolves” contra uma Escócia sem a liderança de Laidlaw que iniciou no banco.

 

O jogo começou com penal para os azuis, na recepção de bola, tentando evitar um knockon. O scrum-half Pyrgos fez os primeiros 3 pontos da partida. O Japão vinha com outra proposta, após receber falta de frente para os postes preferiu sair jogando, após jogada frustrada, acabou se beneficiando com outro penal, Tamura foi para os posts empatando rapidamente.

 

O time escocês perdeu a posse da oval após um high tackle. Tim Benetts não percebeu o apito do árbitro e levantou a torcida com um try de arrancada, obviamente não valeu. Os Blossoms vacilaram na linha dos 22 cedendo penal, fácil para Pyrgos que colocou a Escócia na liderança.

 

Aos 18 minutos, Tommy Seymour foi ejetado do campo. Na formação line-out surgiu  a jogada do primeiro try do partida, linda jogada coletiva da equipe japonesa que Male Sa’u deixou para Shigeno apoiar, Tamura converteu. Matsuda conseguiu executar bela recepção no chute de reinício, mas Shigeno usou  seu corpo para impedir a chegada dos escoceses, penal que Pyrgos guardou. Tamura também deixou guardado seus 3 pontos, mantendo assim o equilíbrio.

 

Japão indo bem nos rucks e mauls, problema para a Escócia que normalmente supera seus adversários justamente nas formações. Em um destes rucks aloprados, Peter Horne saiu distribuindo empurrões e sopapos aleatoriamente nos atletas japoneses, o árbitro deixou passar. Final do primeiro tempo, 16 a 12 para os Blossoms.

 

No segundo tempo a Escócia demorou 20 minutos para acordar. O Japão dominou as ações mas todo esse volume não foi convertido em pontos, somente um penal de Tamura aos 10 minutos. Laidlaw entrou em campo e as poucas descidas da Escócia culminaram em faltas que o scrum-half aproveitou bem, seu primeiro chute foi de 45 metros. Virada dos azuis.

 

Os escoceses se viravam como podiam das inúmeras descidas dos nipônicos. 25 fases abertas em um ataque que a bola caiu na linha do ingoal, O Japão tinha 60% da posse e a Escócia sequer tinha conseguido algum turnover no jogo.

 

Como alertado no confronto da semana anterior,manter a posse da bola no seu campo defensivo contra um time bem ajustado pode render muita pressão. A Escócia se manteve fria apesar do volume imposto pelos japoneses, mas estava acuada, parecia que seria hoje a primeira derrota no histórico do confronto.

 

A Escócia apostava nos penais, mas sem poder de penetração, recebeu um penal quase no meio de campo, Laidlaw novamente acertou, abrindo assim os últimos 10 minutos derradeiros. Os japoneses forçaram o jogo de mão, talvez pela confiança trazida nas circunstâncias do jogo, que o try era iminente a todo momento.

Os Blossoms forçaram sair jogando e em uma recepção de chute prendeu a bola no ruck, penal, Laidlaw guardou mais uma vez. Era evidente que Laidlaw deu outra cara para seu time, que com um jogo mais cerebral fez o que o Japão não se dispôs, buscar a pontuação nas descidas.

 

Foram raras as vezes que a Escócia passava da linha dos 22 japonesa, mesmo assim Laidlaw ainda conseguiu anotar mais um penal, chegando aos 21 pontos, dando números finais ao jogo.  Fim de jogo: Escócia 21, Japão 16.

 

A Escócia volta para casa soberana, venceu os dois jogos e pôs fim as discussões sobre o confronto da Copa do Mundo passada. Os europeus mostraram muitas virtudes no campo defensivo e principalmente na paciência de construir seu jogo, O aspecto fica pelo limitado setor de criação que o jogo coletivo acaba apagando bons atletas que poderiam arriscar mais, principalmente sendo o adversário ainda, embora que contestável, do segundo escalão.

 

Sobre os anfitriões há muita coisa a se fazer. Encontrar novas possibilidades quando tantos desfalques aconteçam como nesta série. O Japão ainda não se encontrou sem Tanaka, Goromaru, Leitch e Matsushima, mas já mostra que tem material humano nas universidades e na Top League, como Matsuda, que esteve melhor na posição de fullback que o nipo-africano na semana passada. Mas assim como vale para o Sunwolves, aprender a ganhar talvez seja o maior desafio que trava os Blossoms no embate contra a elite mundial.

 

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Japão 16 x 21 Escócia, em Tóquio

Árbitro: Marius Mitrea (Itália)

 

Japão

Try: Shigeno

Conversões: Tamura (1)

Penais: Tamura (3)

15 Riyika Matsuda, 14 Male Sau, 13 Tim Bennetts, 12 Harumichi Tatekawa, 11 Yasutaka Sasakura, 10 Yu Tamura, 9 Kaito Shigeno, 8 Amanaki Mafi, 7 Shokei Kin, 6 Hendrik Tui, 5 Naohiro Kotaki, 4 Hitoshi Ono, 3 Kensuke Hatakeyama, 2 Shota Horie (c), 1 Keita Inagaki.

Suplentes: 16 Takeshi Kizu, 17 Masataka Mikami, 18 Shinnosuke Kakinaga, 19 Kotaro Yatabe, 20 Ryu Koliniasi Holani, 21 Keisuke Uchida, 22 Kosei Ono, 23 Mifiposeti Paea.

 

Escócia

Penais: Pyrgos (3) e Laidlaw (4)

15 Stuart Hogg, 14 Tommy Seymour, 13 Matt Scott, 12 Peter Horne, 11 Sean Maitland, 10 Ruaridh Jackson, 9 Henry Pyrgos (c), 8 Ryan Wilson, 7 John Barclay, 6 Josh Strauss, 5 Jonny Gray, 4 Richie Gray, 3 Moray Low, 2 Stuart McInally, 1 Rory Sutherland.

Suplentes: 16 Fraser Brown, 17 Gordon Reid, 18 Willem Nel, 19 Tim Swinson, 20 John Hardie, 21 Greig Laidlaw, 22 Huw Jones, 23 Sean Lamont

 

Samoa larga a lanterna da Copa das Nações do Pacífico

Jogando em casa, Samoa largou o último lugar da Copa das Nações do Pacífico e das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2019 ao vencer a rival Tonga por confortáveis 30 x 10.

 

O jogo teve dois tempos totalmente distintos. No primeiro, Samoa simplesmente atropelou Tonga abrindo 23 x 3, aproveitando o amarelo a Otulea Katoa – cometendo penal try com um tapa em passe que resultaria em try. Faatiga Lemalu logo aproveitaria o homem a mais para cravar o segundo try dos donos da casa e Tonga não teve reação até o segundo tempo.

 

Os visitantes equilibraram as ações após o intervalo e ensaiaram a reação com try aos 61′ de Fonua, mas, aos 77′, Tusitala deu números finais com o terceiro try dos azuis. 30 x 10, fim de papo.

 

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World Rugby Pacific Nations Cup – Copa das Nações do Pacífico / Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2019

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Samoa 30 x 10 Tonga, em Apia

Árbitro: Pascal Gaüzère (França)

 

Samoa

Tries: Penal try, Lepa e Tusitala

Conversões: Fa’apale (2) e Leuila (1)

Penais: Fa’apale (3)

15 Malu Falaniko, 14 Faatoina Autagavaia, 13 Paul Perez, 12 Rey Lee Lo, 11 David Lemi (c), 10 Patrick Faapale, 9 Pele Cowley, 8 Alafoti Faosiliva, 7 Greg Foe, 5 Faatiga Lemalu, 4 Jeff Lepa, 3 Census Johnston, 2 Manu Leiataua, 1 Sakaria Taulafo.

Suplentes: 16 Seilala Lam, 17 Sam Aiono, 18 Viliamu Afatia, 19 Filo Paulo, 20 TJ Ioane, 21 Danny Tusitala, 22 D’Angelo Leuila, 23 Albert Nikoro

 

Tonga

Try: Fonua

Conversão: Takulua (1)

Penal: Takulua (1)

15 Tevita Halaifonua, 14 Otulea Katoa, 13 Apakuki Ma’afu, 12 Latiume Fosita, 11 Viliame Iongi, 10 Martin Naufahu, 9 Tane Takulua, 8 Sione Kalamafoni, 7 Jack Ram, 6 Nili Latu (c), 5 Uili Kolo’ofa’I, 4 Dan Faleafa, 3 Sila Puafisi, 2 Elvis Taione, 1 Sosefo Sakalia.

Suplentes: 16 Sione Angaelangi, 17 Eddie Aholelei, 18 Sione Faletau, 19 Opeti Fonua, 20 Sione Tau, 21 Wayne Ngaluafe, 22 Viliami Hakalo, 23 Daniel Kilioni

 

SeleçãoJogosPontos 2016Pontos 2017Pontos 2016-17
Fiji4080917
Tonga4010506
Samoa4040105

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