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Australianos ou neozelandeses? As semifinais do Super Rugby acontecem nesse sábado e muitas questões serão respondidas nos confrontos entre Hurricanes e Brumbies, de um lado, Waratahs e Highlanders, do outro.

 

O embate das capitais

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As semifinais terão início às 4h35 da manhã, hora de Brasília, com o embate entre o melhor time da competição, o Hurricanes, da Nova Zelândia, que jamais conquistou o título do Super Rugby, e o vice-campeão de 2013, o Brumbies, da Austrália, bicampeão da liga nos já distantes anos de 2001 e 2004.

 

O Hurricanes chega como pleno favorito à vitória, sobretudo jogando em casa, na capital neozelandesa Wellington, no Westpac Stadium, onde perdeu apenas uma partida na temporada – diante do Waratahs, no dia 18 de abril. Os aurinegros fizeram uma campanha quase impecável, vencendo 14 de suas 16 partidas na primeira fase. Porém, por um capricho do sistema de disputa do Super Rugby, não enfrentaram o Brumbies em 2015. Como as últimas temporada não foram as mais positivas para a esquadra de Wellington, o Hurricanes tem um incômodo tabu a quebrar contra o Brumbies, o qual não derrota desde 2010, acumulando quatro derrotas consecutiva contra a equipe da capital australiana, Canberra.

 

O Brumbies, apesar do histórico favorável contra o time de Wellington, terá um tabu também a quebrar, e dos bons: jamais um time da Nova Zelândia perdeu em casa um jogo de mata-mata de Super Rugby contra um equipe de outro país. Porém, a seu favor, e contra os ‘Canes, está o desempenho de ambos jogando semifinais. Enquanto o Hurricanes conseguiu apenas uma vez em sua história passar pela fase semifinal, em 2006, para apenas perder depois a sua única final até hoje diante do Crusaders, em jogo marcado pela implacável neblina que assolou Christchurch. A equipe chegou a outras cinco semifinais e perdeu todas. Já o Brumbies coleciona oito semifinais, tendo vencido nada menos que seis delas, para ser campeão em duas oportunidades e vice em outras quatro.

 

O Hurricanes chega à final credenciado como dono do melhor ataque, com 58 tries, segunda melhor defesa, e equipe melhor desempenho nos scrums, tendo vencido 95% dos seus, apesar de ter o terceiro pior desempenho em laterais vencendo somente 79%. O Brumbies, por outro lado, tem justamente a melhor defesa do Super Rugby e o segundo melhor desempenho em laterais, com 91%, além do quarto ataque. Contudo, no scrum, o time de Canberra é o segundo pior, com apenas 82%. Ou seja, situações bem distintas nas formações.

 

Para a semifinal, o Hurricanes não terá Cory Jane, mas contará com o valioso retorno do abertura Beauden Barrett, que fará uma dupla apimentada com o scrum-half TJ Perenara e deverá municiar uma das melhores linhas do mundo, com a dupla de centros consagrada Ma’a Nonu e Conrad Smith jogando ao lado do ponta demolidor Julian Savea. Do lado do Brumbies, a ausência é do suspenso Henry Speight, mas a linha aussie também impressiona, com o tanque Joe Tomane contracenando com Savea. Enquanto a terceira linha do Brumbies impressiona e tem potência para se impor sobre os ‘Canes, com Pocock, Fardy e Vaea, o ponto de preocupação é o abertura Leali’ifano, sempre muito ruim nos chutes. No jogo aberto, no entanto, ele vai bem ao lado do 9 Nic White, armando para a dupla Toomua e Kuridrani. A forma com que o Brumbies passou pelo Stormers fora de casa, com um atropelo e três tries em sequência de Tomane, impressionou, mas o desgaste do jogo na Cidade do Cabo e o deslocamento por metade do Hemisfério Sul podem pesar contra os aussies, ainda mais pelo fato dos ‘Canes terem descansado na semana passada.

 

Waratahs em busca do bi

Em Sydney, o segundo jogo acontece às 7h00 com o atual campeão Waratahs, da Austrália, buscando seu bicampeonato diante do Highlanders, da Nova Zelândia, que jamais foi campeão.

 

O Waratahs começou a temporada errante, mas encontrou seu caminho na reta final e cresceu o bastante para assegurar a classificação direta às semifinais. Contudo, seu oponente teve campanha superior. O Highlanders somou um ponto a mais que o Waratahs na classificação, sendo o dono da segunda melhor campanha do Super Rugby 2015, atrás apenas do Hurricanes. Contudo, como o regulamento garante vaga direta nas semifinais a no máximo um time por país, os Highlanders foram jogados para a repescagem e venceram um jogo difícil contra o campeão de 2012 e 2013, o Chiefs.

 

Enquanto o Waratahs no ano passado quebrou seu incômodo tabu e conquistou seu primeiro título de Super Rugby, após ter acumulado duas finais perdidas, o Highlanders conseguiu apenas uma vez em sua história avançar à final, no distante ano de 1999, quando foi derrotado na decisão pelo Crusaders. Desde então, foram apenas mais duas semifinais jogadas, a última em 2002.

 

O time do extremo sul da Nova Zelândia vive seu melhor momento em mais de uma década e, não à toa, o otimismo é grande. O Highlanders mostrou ao longo do ano um rugby ofensivo, agressivo e envolvente, orquestrado pela dupla de halves Aaron Smith e Lima Sopoaga, que estão voando no ano e municiando um conjunto brilhante de finalizadores, com destaque para o demolidor Naholo e o fullback Ben Smith.

 

O time de Dunedin tem o segundo melhor ataque da liga e a quinta defesa, mas tem como deficiência grave os tackles, com apenas 85,5% de acertos. O s números do Waratahs não são melhores, com um índice ainda mais baixo d tackles certos, 84,3%, o terceiro pior.

 

A vantagem do Waratahs está no mando de jogo. Se no confronto direto o equilíbrio nos últimos anos com o Highlanders é grande, e o time neozelandês venceu em casa o único encontro de 2015 – 26 x 19, em março -, o terreno do Allianz Stadium favorece o Waratahs, que perdeu em casa para o Highlanders pela última vez em 2007.

 

Em campo, é a experiência e a capacidade de chegada dos ‘Tahs que poderão fazer a diferença. A solidez de um time formado que conta com forte terceira linha, de Palu, Hooper e Potgieter, uma confiável dupla criativa de Phipps e Foley, a segurança de Ashley-Cooper e o poder destrutivo de Israel Folau são armas já muito bem testadas. Os azuis celestres, todavia, terão um importante desfalque: Kurtley Beale.

 

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Super Rugby – Liga da África do Sul, Austrália e Nova Zelândia

Semifinais – dia 27 de junho

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04h35 – Hurricanes x Brumbies, em Wellington – ESPN AO VIVO

Hurricanes: 15 James Marshall, 14 Nehe Milner-Skudder, 13 Conrad Smith, 12 Ma’a Nonu, 11 Julian Savea, 10 Beauden Barrett 9 TJ Perenara, 8 Victor Vito, 7 Ardie Savea, 6 Brad Shields, 5 James Broadhurst, 4 Jeremy Thrush, 3 Ben Franks, 2 Dane Coles, 1 Reggie Goodes.

Suplentes: 16 Brayden Mitchell, 17 Chris Eves, 18 Jeffery Toomaga-Allen, 19 Mark Abbott, 20 Blade Thomson, 21 Chris Smylie, 22 Rey Lee-Lo, 23 Matt Proctor.

Brumbies: 15 Jesse Mogg, 14 Lausii Taliauli, 13 Tevita Kuridrani, 12 Matt Toomua, 11 Joe Tomane, 10 Christian Lealiifano,9 Nic White, 8 Ita Vaea, 7 David Pocock, 6 Scott Fardy, 5 Blake Enever, 4 Rory Arnold, 3 Ben Alexander, 2 Stephen Moore (c), 1 Scott Sio.

Suplentes: 16 Josh Mann-Rea, 17 Allan Alaalatoa, 18 Ruan Smith, 19 Jordan Smiler, 20 Jarrad Butler, 21 Michael Dowsett, 22 Nigel Ah Wong, 23 Robbie Coleman.

 

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07h00 – Waratahs x Highlanders, em Sydney – ESPN AO VIVO

Waratahs: 15 Israel Folau, 14 Taqele Naiyaravoro, 13 Adam Ashley-Cooper, 12 Matt Carraro, 11 Rob Horne 10 Bernard Foley, 9 Nick Phipps, 8 Wycliff Palu, 7 Michael Hooper, 6 Jacques Potgieter, 5 David Dennis (c), 4 Will Skelton, 3 Sekope Kepu, 2 Tatafu Polota-Nau, 1 Benn Robinson.

Suplentes: 16 Tolu Latu, 17 Jeremy Tilse, 18 Paddy Ryan, 19 Mitchell Chapman, 20 Stephen Hoiles, 21 Patrick McCutcheon, 22 Brendan McKibbin, 23 Jono Lance, 24 Peter Betham.

Highlanders: 15 Ben Smith (c), 14 Waisake Naholo, 13 Malakai Fekitoa, 12 Richard Buckman, 11 Patrick Osborne, 10 Lima Sopoaga, 9 Aaron Smith, 8 Nasi Manu (c), 7 James Lentjes, 6 Elliot Dixon, 5 Mark Reddish, 4 Alex Ainley, 3 Josh Hohneck, 2 Liam Coltman, 1 Brendon Edmonds.

Suplentes: 16 Ash Dixon, 17 Daniel Lienert-Brown, 18 Ross Geldenhuys, 19 Joe Wheeler, 20 Gareth Evans, 21 Fumiaki Tanaka, 22 Trent Renata, 23 Shaun Treeby.

 

 

*Horários de Brasília