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ARTIGO COM VÍDEOS – O Super Rugby terá um campeão inédito! Será seu nono campeão diferente na história. No próximo sábado, dia 06, os neozelandeses dos Hurricanes receberão em Wellington os sul-africanos dos Lions em uma final de arrepiar, pouco antes do Rio 2016 começar suas disputas.

 

Neste sábado, os Hurricanes despacharam seus rivais da Ilha do Norte, os Chiefs, com uma categórica vitória por 25 x 09, ao passo que os Lions fizeram a festa no Ellis Park de Joanesburgo ao garantiram sua primeira final na história, passando como um rolo compressor sobre os Highlanders, campeões de 2015. 42 x 30 que impediram os neozelandeses de defenderem com sucesso a taça.

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Quem levará a taça mais da grande liga do Hemisfério Sul? Temos uma semana para descobrir!

 

Hurricanes ganham nova chance de títulopor Francisco Isaac

Os Furacões conseguiram impedir a “avalanche” ofensiva dos Chiefs de Waikato e, pela segunda vez consecutiva seguem para a final do Super Rugby. A equipe de Jamie Joseph é a única das cinco franquias neozelandesas que jamais foi campeã e tem tudo para conseguir levantar o título, tendo a vantagem do mando de jogo contra os Lions.

 

O jogo em si foi um “sofrimento”, já que os Chiefs estiveram largos minutos de jogo (chegaram a estar 10 minutos de forma consecutiva dentro dos 22 metros) perto do try, com McKenzie e Lienert-Brown a assumirem as responsabilidades de “carregar” a oval (15 para o fullback e 11 para o centro), com ambos a percorrerem mais de 130 metros (no total). Porém, foi em vão as tentativas de try dos visitantes, pois do outro lado esteve uma defesa incrível, que parou todas as grandes ações dos Chiefs, uma vez após outra… entre os 15 aos 30 minutos, os Hurricanes tiveram de cerrar as fileiras e de evitar que os scrums dos Chiefs resultassem em trys de penalidade ou que os mauls terminassem dentro da área de validação. Nisto foi fundamental o show que Ardie Savea “montou” para os seus adeptos em Wellington. 17 tackles, 4 turnovers (dois deles em cima dos últimos cinco metros defensivos) e teve ainda a “audácia” de fugir com a bola por 5 vezes (duas delas a partir de ruck quando os visitantes estavam com as atenções centradas em Barrett) como demonstram os 73 metros conquistados. Do outro lado, o seu homônimo, Sam Cane, teve um jogo para esquecer.

 

O segundo try dos Hurricanes foi fruto de um flat pass do asa que Barrett interceptou (foi o 5º try do abertura nesta temporada a partir deste tipo de situação de jogo) e correu sem defesas até à área de try. Pois, esse 2º try terminou com a pressão total dos Chiefs em cima dos ‘Canes, tendo chegado aos 34’, num momento crucial do jogo. E pegando nesse try, quem é que foi o MVP do jogo? Beauden Barrett. O nº10 neozelandês está num pico de forma inacreditável, com 15 pontos (1 try, 2 pontapés de conversão e dois de penalidade) e muito rugby para distribuir. Atenção que não foi só na componente ofensiva que Barrett se destacou… foi na defensiva sobretudo.

 

Passou os 80’ a comunicar com a sua defesa, a ir ao tackle (por duas vezes agarrou Cruden e “sacou” a oval no contato), a disponibilizar-se pela sua equipe, completando várias tackles de recorte (8 no total), o que fez o público de Welligton (mais de 28,000 no estádio) acreditar na vitória, mesmo naqueles momentos em que o try dos visitantes parecia certo. A esses faltou, principalmente, coordenação e equilíbrio… Aaron Cruden esteve “desaparecido” do jogo, com vários erros com a bola nas mãos (pelo menos 2 bolas atiradas para fora das linha de jogo) e sem a velocidade que a equipe necessitava naqueles instantes de segundo na quebra de linha. McKenzie no final da primeira parte ainda converteu nova penalidade, para dar o 15-06 e uma “bolha de ar” e de esperança para a formação de Waikato. Infelizmente para a equipe de Dave Rennie entrou na segunda parte a sofrer com uma imensa pressão defensiva e atacante dos Hurricanes. Aos 45’ com um alinhamento em cima dos seus 22 metros, os Chiefs demonstraram o seu “pior” rugby em segundos… bola captada no ar, Kerr-Barlow recebe e dá, para depois Cruden transmitir a bola sem sequer correr um ou dois metros com a oval, para os restantes jogadores fazerem o mesmo. McKenzie acabou por receber a bola já em cima da área de validação e perante um tackle de Brad Shields quase que deixou-a cair. No scrum seguinte, os Hurricanes vão ao terceiro try, com Victor Vito a sair disparado e a saltar para dentro da área para o 22-06. Depois a entre os 55’ e 70’ voltaram a carregar sobre a defesa dos da casa, mas sempre em vão… ora era Ardie que “sacava” um tackle de último segundo, ou Halaholo (autor do 1º try do jogo, após uma jogada de antologia de Barrett aos 6’) conseguia atirar Lowe para fora do campo quando estava na iminência do try.

 

Tudo correu bem aos Hurricanes, permaneceram calmos e concentrados durante todo o encontro, estudaram bem a forma como McKenzie procurava desequilibrar a linha defensiva (só 2 line breaks para um jogador que costuma ter uma média de 5), fechando bem os espaços e, no processo, atacavam com uma excelente pressão as opções de ataque do fullback dos Chiefs. Agora resta esperar… a final será na sua casa, mas estarão as “estrelas” alinhadas para uma vitória dos Hurricanes? Se conseguirem manter a eficiência defensiva (130 tackles com 18 perdidos, mais 7 turnovers) e a “manha” ofensiva (dois ensaios que saem em processos defensivos), poderão chegar ao tão desejado título do Hemisfério Sul.

 

O maior rugido dos Lions por Victor Ramalho

Joanesburgo esperou 23 anos para voltar a ver seu time na final do maior campeonato do Hemisfério Sul. Em 1993, o Transvaal, hoje conhecido como Lions, liderado por François Pienaar, se tornou campeão do primeiro Super 10 da história, torneio que em 1996 seria repaginado dando origem ao atual Super Rugby. Nos registros oficiais, no entanto, o Super 10 de 1993, 1994 e 1995 não entram na lista oficial do Super Rugby e para a SANZAAR os Lions jamais foram campeões de sua liga.

 

Depois de anos jogando na parte mais baixa da tabela, os Leões voltaram a rugir muito alto, coroando uma temporada revolucionária de um jovem time comandado pelo técnico Johann Ackermann, que mudou a forma sul-africana de jogar.   Neste sábado, o Ellis Park lotou para testemunhar uma brilhante vitória dos vermelhos sobre os atuais campeões do Super Rugby, os neozelandeses dos Highlanders. E a partida começou com os Leões imprimindo um ritmo muito forte e chegando ao primeiro try aos 11′, com rucks muito rápidos conduzidos pelo scrum-half Faf de Klerk até o abertura Elton Jantjies achar o espaço para o romper a defesa alviverde, depois de infiltração do gigante Malcolm Marx. Jantjes e Sopoaga ainda trocaram penais, mas no primeiro erro de mãos cometido pelos neozelandeses os sul-africanos não perdoaram. Aos 24′, a defesa subiu, o knock-on ocorreu e o implacável centro Janse van Rensburg disparou, quebrou dois tackles e cravou o segundo try dos anfitriões, dando um impacto moral na partida a favor dos Lions que se provou decisivo.

 

Os neozelandeses ainda perderam um try feito, com Dixon cometendo knock-on dentro do in-goal (após passe para a frente de Fekitoa, é verdade). Sopoaga ainda reduziria antes do intervalo com penal para os Highlanders, deixando o placar em Lions 17 x 6, apesar do maior volume de posse de bola a favor dos visitantes.

 

O segundo tempo começou com os Lions se provando novamente mais efetivos. Aos 45′, Jantjes, o “Homem do Jogo”, arrancou em contra-ataque e serviu o ponta Courtnall Skosan para disparar para o try. A resposta do time de Dunedin foi imediata, com o centro Matt Faddes caindo na ponta. Mas, não demorou muito para a resposta vermelha. Em outra ação em velocidade, Elton Jantjes desferiu um chute monumental para a ponta, onde encontrou o asa Jaco Kriel, que apanhou e disparou para o in-goal. 35 x 11 que praticamente selavam a vitória.

 

Os Highlanders ainda suspirariam aos 65′, com Sopoaga cravando um difícil try pressionado e desequilibrado na ponta. Porém, a obra prima viria aos 72′, com outro chute genial de Jantjes para o segunda linha Mostert apanhar e deixar com offload para Lourens Erasmus fazer o quinto e último try sul-africano. No fim, os neozelandeses ainda fariam dois tries, com Naholo, após lateral, e Wheeler, mas já sem tempo de reação. Os Highlanders terminaram a peleja com mais posse de bola e território (62%!), mas não foram capazes de manter o ritmo apresentado pelos Lions, de intensidade no pack – com clara superioridade no scrum – e muita velocidade e criatividade na linha. 42 x 20, com os Leões de Joanesburgo mostrando como se deve aproveitar os espaços e os contra-ataques. Jantjes foi nomeado o melhor em campo, com uma apresentação de tirar o chapéu ao lado de Faf de Klerk.

Super Rugby logo

Super Rugby – Liga de Argentina, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Japão

Semifinais

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Hurricanes 25 x 09 Chiefs, em Wellington

 

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Lions 42 x 30 Highlanders, em Joanesburgo

 

FINAL – dia 06 de agosto

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04h35 – Hurricanes x Lions, em Wellington

 

*Horário de Brasília