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ARTIGO COM VÍDEOS – Gales não sente o gosto de vencer a Nova Zelândia desde 1953. E jamais bateu os All Blacks em solo neozelandês. Já Nova Zelândia não sente o gosto da derrota no estádio Eden Park, em Auckland, desde 1994, quando perdeu lá para a França. E neste sábado Gales foi justamente a Auckland para a primeira de três partidas contra a Nova Zelândia. Qual seria o resultado lógico? Vitória dos All Blacks. Ela aconteceu, 39 x 21, mas não sem Gales levar preocupação à torcida da casa.

 

A provação de Aaron Cruden como o herdeiro da camisa 10 de Dan Carter começou aos 2′, com penal que o abertura chutou na trave. Pressão? Talvez. Cruden logo se redimiria com o primeiro penal do jogo para os All Blacks, mas logo os olhos se voltariam para a boa forma de Gales, que chegaria ao primeiro try do jogo aos 9′, com Liam Williams – em dia majestoso – batendo Julian Savea na ponta e desarrumando a defesa neozelandesa para uma linha de passes perfeita dos galeses até a Toby Falaeu fazer o try na ponta. 5 x 3.

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Segurar os All Blacks em Auckland, onde são imbatíveis, é tarefa sempre quase impossível e logo os neozelandeses assumiriam a dianteira na partida. Aos 14′, Cruden chutou nas costas da defesa vermelha para Savea apanhar no alto no in-goal e fazer o try da virada kiwi. Gales sentiria o impacto da perda da frente e, aos 18′, Ben Smith deu as cartas, ganhando disputa no ar nas 22 de defesa e arrancando meio campo para servir Cruden que logo entregou para Naholo atropelar a defesa galesa e fazer o segundo try dos All Blacks. 15 x 5.

 

Os Dragões se recompuseram e souberam levar perigo explorando os espaços na defesa preta, levando a Nova Zelândia a passar do limite nos rucks e a ceder penais. Biggar descontou com dois penais seguidos e, aos 31′, veio a virada. Liam Williams recebeu no ar e quebrou dois tackles em grande arrancada, explorando o espaço na defesa neozelandesa para servir Rhys Webb para o try. 18 x 15, Gales na frente. Os galeses ainda privaram os neozelandeses da posse da bola e levaram o placar em vantagem ao intervalo.

 

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O segundo tempo não mudou a situação. Cruden empatou com penal aos 48′ para os All Blacks, mas logo Biggar devolveria a frente aos visitantes acertando um de dois penais para os vermelhos nos minutos iniciais. A linha defensiva galesa passou a ser um fator determinando do jogo, arrumada e agressiva, vencendo o embate no breakdown com os All Blacks, que seguiram com dificuldades em manter a posse de bola e a ganhar território. A superioridade galesa durou metade da segunda etapa, até Aaron Smith e Waisake Naholo desequilibrarem. Aos 62′, Smith cobrou rápido penal e entregou para Naholo correu para o try. Desatenção galesa que custou a liderança, 25 x 21.

 

Gales partiu para cima em busca de recuperar o prejuízo, mas na reta final da partida seu banco pesou contra e faltou o fôlego necessário para a vitória histórica. Aaron Smith trabalhou bem a bola no campo de ataque e, aos 68′, Kieran Reed deu o golpe de misericórdia no bravo time galês, fazendo o quarto try da Nova Zelândia. 30 x 21. No fim, Nathan Harris ainda faria o último try para os All Blacks, já com o jogo ganho.

 

Triunfo neozelandês, mas sem folga diante de um valente grupo galês que vendeu caro a derrota no Eden Park. 98% de sucesso em rucks para Gales e o dobro de erros de mãos da Nova Zelândia. Os dois times voltam a medir forças no próximo sábado, em Wellington.

 

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Nova Zelândia 39 x 21 Gales, em Auckland

Árbitro: Wayne Barnes (Inglaterra)

 

Nova Zelândia

Tries: Naholo (2), Savea, Read e Harris

Conversões: Cruden (4)

Penais: Cruden (2)

15 Ben Smith, 14 Waisake Naholo, 13 Malakai Fekitoa, 12 Ryan Crotty, 11 Julian Savea, 10 Aaron Cruden, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Jerome Kaino, 5 Brodie Retallick, 4 Luke Romano, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody.

Suplentes: 16 Nathan Harris, 17 Wyatt Crockett, 18 Charlie Faumuina, 19 Patrick Tuipulotu, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Beauden Barrett, 23 Seta Tamanivalu.

 

Gales

Tries: Faletau e Webb

Conversões: Biggar (1)

Penais: Biggar (3)

15 Liam Williams, 14 George North, 13 Jonathan Davies, 12 Jamie Roberts, 11 Hallam Amos, 10 Dan Biggar, 9 Rhys Webb, 8 Taulupe Faletau, 7 Sam Warburton, 6 Ross Moriarty, 5 Alun Wyn Jones, 4 Bradley Davies, 3 Samson Lee, 2 Ken Owens, 1 Gethin Jenkins.

Suplentes: 16 Scott Baldwin, 17 Rob Evans, 18 Tomas Francis, 19 Jake Ball, 20 Ellis Jenkins, 21 Gareth Davies, 22 Gareth Anscombe, 23 Scott Williams.

O campeão voltou para ficar

Sem visitar a Austrália desde 2010 e ferida pela eliminação precoce na última Copa do Mundo, a Inglaterra provou diante dos Wallabies que sua reconstrução está completa em menos de um ano. Depois do título do Six Nations, os ingleses derrubaram os vice campeões mundiais em seu próprio solo em jogo de alto nível. 39 x 28 na primeira vitória da Inglaterra na história atuando na fortaleza australiana de Brisbane.

 

Os primeiros minutos após o kick-off foram australianos, com os Wallabies superiores e lambendo as feridas da derrota para os All Blacks na final da Copa do Mundo. Afinal, esse era o primeiro jogo da Austrália desde a derrota em Twickenham. Líderes daquela campanha de 2015, Folau e Hooper começaram com tudo a partida. Aos 8′, Folau se infiltrou na defesa inglesa e serviu Hooper, que disparou na ponta até ser detido a 5 metros do try. Os aussies reciclaram a bola para o lado aberto do ruck, mas logo inverteram a jogada de novo para a cega, onde Kerevi encontrou Hooper com passe sob pressão para o asa anotar o primeiro try da partida, fazendo explodir o Suncorp Stadium.

 

A leitura australiana da defesa inglesa está apurada e, aos 15′, Folau explorou o erro na subida de Farrell e recebeu passe curto para quebrar fazer o segundo try amarelo. Porém, com novo erro de conversão, a Austrália seguiu com vantagem modesta, 10 x 0, o que não seria perdoado pelos ingleses. Os breakdown da Rosa cresceu na partida e Haskell, Itoje e Vunipola passaram a ter vantagem sobre Pocock e Hooper. Três penais seguidos foram arrancados pela Inglaterra, com Farrell perfeito nos arremates para deixar o jogo em 10 x 9 aos 30′. E, aos 31′, com o momento a favor dos visitantes, a virada foi inevitável. Foley e Kerevi se atrapalharam com a pressão inglesa no campo ofensivo e largaram a bola para Jonathan Joseph finalizar o primeiro try da Rosa. 16 x 10, Inglaterra na frente.

 

Foley ainda reduziria com penal para a Austrália, mas Farrell aproveitou a última chance inglesa e levou o jogo ao intervalo em 19 x 13 para os visitantes. Muitos erros ingleses nas formações, em especial no scrum, mas uma forma poderosa nos rucks garantiram a virada. E o erros logo seriam corrigidos por Jones, logo daria um jeito na forma das set-pieces brancas.

 

O segundo tempo largou com domínio inglês e novo try aos 45′, com troca Marland Yarde recebendo livre na ponta punindo uma desconcertada defesa australiana. Scott Sio logo pioraria as coisas para os donos da casa recebendo amarelo aos 53′, com Farrell chutando mais um penal que elevaria a contagem para 29 x 13.

 

A resposta dos Wallabies não tardou e saiu mesmo com um homem a menos, impondo um ritmo frenético no espírito do “ou tudo ou nada”. E Israel Folau acharia espaço para servir Hooper para fazer seu segundo try na partida aos 58′, dando vida aos anfitriões. A superação australiana só não resultou em mais um try porque Itoje salvou a Rainha. Mas, passada a pressão, a nova Inglaterra de Eddie Jones provou ser um time frio e logo Farrell adicionaria novo penal para dar tranquilidade aos visitantes, esfriando a reação aussie com 32 x 18 no marcador.

 

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A Austrália ainda correria atrás do prejuízo produzindo um final de gala. Kuridrani quebrou a defesa inglesa aos 71′ para fazer o quarto try dos anfitriões. E, aos 77′, após colapso do scrum inglês, Foley não desperdiçou penal que deixou os Wallabies a um try da virada heróica. 32 x 28. Porém, o tempo era curto, a Inglaterra e sua aclamada defesa suportaram a pressão final e no último minuto Ford chutou para Nowell na ponta fazer o try que decretou a vitória inglesa por 39 x 28. Primeira em Queensland na história do time da Rainha. História foi feita pela Inglaterra e sob o comando de um australiano. Não resta dúvidas de que a Rosa campeã esteja de volta.

 

No próximo sábado os dois times irão medir forças em Melbourne, com a vitória sendo obrigatória para os Wallabies se quiserem ainda vencer a série de três partidas.

 

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Austrália 28 x 39 Inglaterra, em Brisbane

Árbitro: Romain Poite (França)

 

Austrália

Tries: Hooper (2), Folau e Kuridrani

Conversões: Foley (1)

Penais: Foley (2)

15 Israel Folau, 14 Dane Haylett-Petty, 13 Tevita Kuridrani, 12 Samu Kerevi, 11 Rob Horne, 10 Bernard Foley, 9 Nick Phipps, 8 David Pocock, 7 Michael Hooper, 6 Scott Fardy, 5 Rob Simmons, 4 Rory Arnold, 3 Greg Holmes, 2 Stephen Moore (c), 1 Scott Sio

Suplentes: 16 Tatafu Polota-Nau, 17 James Slipper, 18 Sekope Kepu, 19 James Horwill, 20 Dean Mumm, 21 Sean McMahon, 22 Nick Frisby, 23 Christian Lealiifano.

 

Inglaterra

Tries: Joseph, Yarde e Nowell

Conversões: Farrell (3)

Penais: Farrell (6)

15 Mike Brown, 14 Anthony Watson, 13 Jonathan Joseph, 12 Luther Burrell, 11 Marland Yarde, 10 Owen Farrell, 9 Ben Youngs, 8 Billy Vunipola, 7 James Haskell, 6 Chris Robshaw, 5 George Kruis, 4 Maro Itoje, 3 Dan Cole, 2 Dylan Hartley (c), 1 Mako Vunipola.

Suplentes: 16 Luke Cowan-Dickie, 17 Matt Mullan, 18 Paul Hill, 19 Joe Launchbury, 20 Courtney Lawes, 21 Danny Care, 22 George Ford, 23 Jack Nowell