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Chegou a hora, vai ser dada a largada para o Six Nations 2017, o torneio da elite do rugby europeu. Competição mais antiga do mundo entre seleções, o Six Nations reúne as potências Inglaterra, Irlanda, Gales, Escócia, França e Itália, que se enfrentarão em turno único, entre 3 de fevereiro e 18 de março, para definir o campeão continental após cinco rodadas, tudo com transmissão para o Brasil pelos canais ESPN.
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A temporada de 2017 será um marco: pela primeira vez na história o Six Nations mudará seu sistema de pontuação e adotará o sistema de pontos bônus. A partir de agora, serão conferidos:
- – 4 pontos à vitória;
- – 2 pontos ao empate;
- – 1 pontos à derrota por 7 ou menos pontos de diferença;
- – 0 pontos à derrota por 8 ou mais pontos de diferença;
- – 1 ponto a mais para quem marcar 4 ou mais tries na partida;
A grande diferença com relação aos demais torneios é que o Six Nations ainda dará 3 pontos a mais na classificação para a equipe que tiver vencido todos os seus cinco jogos, isto é, para quem tiver conquistado o chamado Grand Slam, dado à equipe que vence todas as suas partidas. Tal medida serve para evitar que uma equipe que vença o Grand Slam perca o título por ter somado menos bônus que um time que, apesar de ter perdido um jogo, tenha conquistado muitos bônus.
O que esperar para 2017?
A edição 2017 do Six Nations terá valor redobrado, pois os pontos que as seleções ganharem ou perderem no Ranking Mundial farão toda a diferença em maio, quando será realizado o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2019. Essas são as cinco últimas partidas dos europeus antes do sorteio, enquanto as nações do Hemisfério Sul não jogam mais até lá.
Hoje, a Inglaterra está em segundo lugar no Ranking e só um desastre tira dos ingleses um lugar como cabeça de chave em 2019, destinado aos quatro primeiros do Ranking. Irlanda, quarta do mundo, e Gales, quinto, também estão de olho no topo, enquanto a Escócia, em 7º, que se garantir entre os segundos dos grupos. Quem precisa subir mais é a Itália, hoje em 13º, e que precisaria pular para o 8º lugar para não ser sorteada como terceira nas chaves de 2019.
Campeã do ano passado, a Inglaterra vai em busca de algo a mais neste ano. Os ingleses somam no momento 14 vitórias consecutivas em jogos internacionais e pode igualar o recorde mundial, hoje da Nova Zelândia, de 18 vitórias. O jogo que poderia fazer os ingleses igualarem o recorde é o clássico da quarta rodada contra a Escócia, enquanto o jogo final do Six Nations, contra a Irlanda, poderia significar a quebra definitiva do recorde dos All Blacks. Será?
Ninguém duvida que a Inglaterra do técnico Eddie Jones seja a grande favorita ao título e a verdadeira máquina branca formada em 2016 inspira confiança, com um time completo em todos os setores e respaldado por ótimas formas individuais de seus atletas no rugby de clubes, com a Premiership em alta. Basta ver os desempenhos inspiradores de Saracens e Wasps na Copa Europeia, exibindo um rugby dinâmico, veloz e vencedor. O fato dos ingleses jogarem três jogos em casa e dois fora poderá ser um fator a seu favor.
A Irlanda é a segunda força do torneio sem dúvida e pode até já ser equiparada em termos de favoritismo com a Inglaterra. O time do técnico Joe Schmidt fez história no ano passado vencendo pela primeira vez em sua existência os All Blacks, além de pela primeira vez vencer no mesmo ano também Wallabies e Springboks. Os irlandeses também estão respaldados por uma forma exuberante de suas equipes no PRO12 e na Champions Cup, com Munster e Leinster renascidos após oscilações recentes. A Irlanda jogará apenas duas partidas em casa, mas uma delas será justamente contra a Inglaterra.
Gales, Escócia e França formam o bloco intermediário do torneio. Os galeses não terão o técnico Warren Gatland, que já estará trabalhando com os British and Irish Lions, e o “pepino” de reerguer uma seleção de resultados decepcionantes no ano passado está nas mãos do auxiliar Rob Howley. Gales tem um ótimo elenco, mas não empolga e precisa retomar sua identidade de jogo aberto e envolvente se quiser prevalecer contra ingleses e irlandeses. Somente dois jogos em casa não formam uma tabela favorável aos galeses.
A Escócia, por sua vez, terá pela última vez o comando do técnico Vern Cotter. O time escocês evoluiu muito nos últimos tempos e, com um rugby moderno, já não lembra mais a velha Escócia ortodoxa dependente de scrums e penais. Ainda resta, no entanto, a Escócia recuperar seu espírito vencedor e ser capaz de se impor sem oscilação, sobretudo quando tem a vantagem do mando de jogo – e em 2017 será três jogos como mandantes, incluindo os duelos com Gales e Irlanda.
A França chegou no fundo do poço em 2015, mas agora sob o comando do técnico Guy Novès os Bleus parecem ter reencontrado um caminho positivo. A França é gigante e sabe que se quiser ir a 2019 novamente como candidata a título precisará fazer um grande Six Nations já. O dilema ainda segue em ter um grupo formado, sobretudo em definir os titulares de posições chave na linha com segurança e sucesso, em especial ter donos confiáveis para as camisas 9 e 10. Os Blues perderam há muito tempo seu estilo ousado de jogo de mãos e, apesar de terem um pack forte e confiável, precisam de um pouco do velho “fleur” francês, que Guy Novès tão bem conhece. Contra os franceses, no entanto, está a tabela, com somente dois jogos em casa.
Por fim, a Itália de Conor O’Shea é, de novo, favorita ao último lugar, mesmo tendo no ano passado festejado vitória inédita sobre a África do Sul. Os Azzurri ainda são acima de tudo frágeis e têm muito a acertar para evitarem a colher de pau.
As tradições
O Six Nations é cheio de tradições. Uma delas é o Grand Slam, o simbólico título dado à equipe que conquista o torneio vencendo todos os seus jogos. Para todas as seleções, o Grand Slam é o máximo objetivo e máxima honra em jogo no Six Nations. Já a Tríplice Coroa (Triple Crown), disputada somente por Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales. A Tríplice Coroa é dada à equipe entre essas quatro que vencer todas as demais ao longo do torneio.
E para quem fica em último lugar? No Six Nations, o último colocado fica com o amargo “prêmio” da Colher de Pau (Wooden Spoon). E quando a equipe que termina em último lugar coleciona cinco derrotas a Colher de Pau ganha um adjetivo a mais: “whitewash”, isto é, bem lavada.
A Tríplice Coroa data de 1883, quando o Home Nations Championship foi criado, dando original ao que é hoje o Six Nations. Em 1910, a França entrou para o torneio, formando o Five Nations, e o Grand Slam foi criado. Os franceses deixaram a disputa do Five Nations nos anos 1930, acusados de profissionalismo, mas retornaram após a Segunda Guerra Mundial. Depois, o torneio voltou a se expandir apenas em 2000, quando a Itália foi aceita na competição.
Ainda algumas partidas específicas do torneio valem taças. O duelo anual entre Inglaterra e Escócia vale a Calcutta Cup, sendo o jogo de rugby entre seleções mais antigo do mundo (com a taça sendo disputada desde 1879). O jogo entre França e Itália vale o Troféu Giuseppe Garibaldi, em alusão a Garibaldi, que, no século XIX, além de participar da Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul, foi líder da unificação da Itália e da proclamação de Terceira República Francesa. Para completar, Escócia e Irlanda ainda jogam entre si pelo Centenary Quaich, enquanto Inglaterra e Irlanda jogam pelo Millennium Trophy.
Tabela 2017
1ª rodada
Dia 04/02 – Escócia x Irlanda, em Edimburgo – The Centenary Quaich
Dia 04/02 – Inglaterra x França, em Londres
Dia 05/02 – Itália x Gales, em Roma
2ª rodada
Dia 11/02 – Itália x Irlanda, em Roma
Dia 11/02 – Gales x Inglaterra, em Cardiff
Dia 12/02 – França x Escócia, em Paris
3ª rodada
Dia 25/02 – Escócia x Gales, em Edimburgo
Dia 25/02 – Irlanda x França, em Dublin
Dia 26/02 – Inglaterra x Itália, em Londres
4ª rodada
Dia 10/03 – Gales x Irlanda, em Cardiff
Dia 11/03 – Itália x França, em Roma – Troféu Giuseppe Garibaldi
Dia 11/03 – Inglaterra x Escócia, em Londres – Calcutta Cup
5ª rodada
Dia 18/03 – Escócia x Itália, em Edimburgo
Dia 18/03 – França x Gales, em Paris
Dia 18/03 – Irlanda x Inglaterra, em Dublin – Millennium Trophy
Histórico
Equipe | Jogos | Pontos |
---|---|---|
Newman | 13 | 49 |
Hindú Club | 13 | 48 |
Belgrano Athletic | 13 | 43 |
La Plata | 13 | 40 |
Atlético del Rosario | 13 | 36 |
CUBA | 13 | 36 |
San Luís | 13 | 32 |
Alumni | 13 | 27 |
Pucará | 13 | 21 |
CASI | 13 | 18 |
Lomas Athletic | 13 | 17 |
Regatas Bella Vista | 13 | 17 |
Pueyrredón | 13 | 15 |
SIC | 13 | 14 |
Top 50 do Ranking World Rugby
Posição | País | |
---|---|---|
1º | África do Sul | |
2º | Nova Zelândia | |
3º | Inglaterra | |
4º | Irlanda | |
5º | França | |
6º | Gales | |
7º | Austrália | |
8º | Escócia | |
9º | Argentina | |
10º | Japão | |
11º | Fiji | |
12º | Geórgia | |
13º | Tonga | |
14º | Samoa | |
15º | Itália | |
16º | Estados Unidos | |
17º | Espanha | |
18º | Uruguai | |
19º | Romênia | |
20º | Rússia | |
21º | Portugal | |
22º | Hong Kong | |
23º | Canadá | |
24º | Namíbia | |
25º | Países Baixos (Holanda) | |
26º | Brasil | |
27º | Bélgica | |
28º | Suíça | |
29º | Chile | |
30º | Alemanha | |
31º | Coreia do Sul | |
32º | Quênia | |
33º | Colômbia | |
34º | Polônia | |
35º | Zimbábue | |
36º | Ucrânia | |
37º | Tchéquia | |
38º | Malta | |
39º | Tunísia | |
40º | Uganda | |
41º | Filipinas | |
42º | Costa do Marfim | |
43º | México | |
44º | Lituânia | |
45º | Croácia | |
46º | Paraguai | |
47º | Sri Lanka | |
48º | Marrocos | |
49º | Malásia | |
50º | Trinidad e Tobago |
Foto: 6 Nations – Facebook
Helder Costa Júlio Henrique
Helder Costa Júlio Henrique