Foto: Hurricanes/divulgação

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ARTIGO OPINATIVO – Todas as semanas até ao fim do Super Rugby vamos destacar em particular três jogadores que mostraram os seus melhores atributos, detalhes, pormenores, offloads, quebras de linha, quebras de tackles e muito mais!

Nesta 3ª rodada houve a sua franca quantia de MVP’s mas este é o nosso trio!

Por Francisco Isaac:

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TOM CHRISTIE (CRUSADERS)

23 tackles, 3 turnovers no breakdown e 2 penalidades arrancadas… são números suficientes para dar o palanque de destaque da semana a Tom Christie, asa dos Crusaders? O atleta de 21 anos, que fez parte de três gerações dos sub-20 dos All Blacks chegou esta temporada ao Super Rugby e simplesmente tem arrasado a nível defensivo, de leitura táctica e de rápida destruição do plano de jogo do adversário, afirmando-se com uma total força num dos elencos mais difíceis de conquistar um lugar. Matt Todd saiu da franquia tricampeã em título do Super Rugby e perante as crescentes preocupações em quem ia substituir um dos mais prolíferos “ladrões” de bola nos rucks dos últimos anos, surgiu quase do nada Tom Christie para preencher o lugar e dar continuidade à estratégia defensiva dos saders.

É um jogador que tem características similares a Richie McCaw, Sam Cane ou Matt Todd, em que enche a defesa da sua equipa com uma fisicalidade titânica e nociva para quem tentar carregar a bola à sua frente, onde o poder de aceleração e elevado ritmo encaixam com perfeição na sua assertividade enquanto enforcer. No que concerne ao domínio da oval, o asa é confiável, mostrando uma atitude dura na conquista sucessiva de metros, sem nunca mostrar exaustão ou desistir quando é chamado a ir de novo ao contacto para se fazer uma nova fase.

Ao 3º jogo nesta época, Tom Christie continuo a revelar-se como um dos melhores Crusaders da atualidade e poderá conquistar a atenção de Ian Foster já num breve futuro.

 

JUARNO AUGUSTUS (STORMERS)

Será que Juarno Augustus vai ser a nova Big Mean Thing do rugby sul-africano? O n.º8 dos Stormers rubricou uma exibição de grande nível frente aos Lions, recheada de apontamentos técnicos e mentais de excelsa qualidade seja no handling (o offload para o try de Senatla é um primor tanto na execução e visão de jogo), fisicalidade (o impacto que coloca na tackle chegou a pôr pilares da franquia de Joanesburgo a andar para trás, assim como forçou erros de controlo de bola do adversário), atitude (comandou o bloco de avançados dos Stormers a par de Pieter-Steph du Toit com uma imperiosa e dominante voz) revelando-se como um dos atuais “motores” da estratégia John Dobson e a sua equipa técnica.

A intensidade e agressividade na tackle fizeram constante dano na defesa contrária, especialmente em momentos em que os Lions faziam circular a oval com mais velocidade nas linhas atrasadas, surgindo o Baby Bok de 2017 em super velocidade para encaixar o ombro no sítio e hora certa, o que foi essencial para impedir a equipa de Joanesburgo parar de querer jogar sempre rápido.

50 metros conquistados, 1 try, 1 assistência, duas quebras-de-linha, 3 defesas batidos, 14 tackles (85% eficácia) e 1 turnover foram os números finais da exibição do 3ª linha nesta 3ª ronda.

 

JORDIE BARRETT (HURRICANES)

O polivalente back dos Hurricanes parece ter entrado em 2020 com outra mentalidade e esta mudança parece estar a dar os seus frutos, com Jordie Barrett a galvanizar o ataque e contra-ataque dos Hurricanes com uma total classe e genialidade, que parecia adormecida em 2019. O irmão mais novo dos Barrett Brothers deu uma lição no jogo ao pé que foi levantando as bancadas durante todo o encontro, seja pela assistência primorosa num dos tries de Ben Lam (a oval parecia que tinha vontade própria, viajando até ir parar às mãos do ponta) ou como foi reciclando os pontapés dos Sharks para os converter em pressão contra a franquia de Durban.

Teve génio para ler o jogo durante todo o encontro, dando excelentes indicações a Laumape (uma exibição completa daquele que é um dos melhores centros do Mundo do rugby), Garden-Bachop (poderá ser o abertura que desesperavam por encontrar?) e Ben Lam (dois tries, 120 metros conquistados com 3 quebras-de-linha e muito mais) de forma a criar constantes problemas e dissabores aos Sharks, tendo sido Jordie Barrett um dos mestres para a desconstrução total da estratégia do conjunto sul-africano.

Rápido, elegante e fantasista quer seja com a bola nas mãos ou pés, o nº15 da franquia de Wellington foi uma das peças-chave para a conquista de 5 pontos nesta 3ª rodada do Super Rugby 2020.

 

Créditos: Francisco Isaac