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Setembro logo começa e no próximo dia 2 terá início a edição 2016-17 do Guinness PRO12, a Liga Ítalo-Celta, uma das três grandes ligas europeias, que reúne franquias regionais de Irlanda, Gales, Escócia e Itália, sendo 4 times irlandeses, 4 times galeses, 2 times escoceses e 2 times italianos. Criada em 2001, a Liga Celta nasceu com o intuito de prover aos times profissionais de Irlanda, Gales e Escócia uma competição forte o bastante para rivalizar com as poderosas ligas de França e Inglaterra, já que esses países sozinhos não possuem mercados grandes o bastante para sustentarem competições do mesmo nível que ingleses e franceses. A competição vingou e em 2010 incorporou dois times italianos, assumindo, com isso, o nome de PRO12, em 2011.

 

Em 2016-17, seguindo o modelo consagrado, os 12 times se enfrentarão em turno e returno na temporada regular, totalizando 22 rodadas, com a última rodada ocorrendo no dia 06 de maio. Os 4 primeiros colocados avançarão às semifinais, que serão jogadas entre os dias 19 e 21 de maio, com a grande final acontecendo no dia 27, em Dublin, no Aviva Stadium. Além disso, os 7 primeiros colocados ainda garantirão vaga na Champions Cup 2017-18, a Copa Europeia. Entretanto, o PRO12 assegura que ao menos um time de cada um dos quatro países esteja garantido na Champions Cup, o que significa que se algum país não tiver nenhum de seus times entre os 7 primeiros colocados sua melhor equipe na competição ganhará uma vaga, deixando o 7º colocado sem a classificação à competição.

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Para a edição 2016-17, o PRO12 mostrou alguma vitalidade, repatriando alguns bons nomes, mas o torneio ainda segue na sombra do Top 14 francês e da Premiership inglesa. Os times irlandeses, galeses, escoceses e italianos terão a missão de mostrar progresso em gramados europeus, depois de termos uma Champions Cup no ano passado sem nenhum time do PRO12 entre os oito melhores, enquanto batalham pelo título da liga. Dentro de campo, olhos para os poderosos Leinster e Ulster, para os emergentes Connacht, Glasgow Warriors e Scarlets, e para os gigantes em xeque Munster e Ospreys. Porém, talvez as atenções irão estar mesmo fora de campo, em meio a todo o debate do PRO12 se expandir nos próximos anos para a América do Norte. A pré temporada da liga foi rica em declarações de que o PRO12 precisa se reinventar e buscar novos mercados. Então, fiquemos atentos a tudo que rolar em terras celtas (e italianas, por que não?).

 

Equipes

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Cardiff Blues

País: Gales

Cidade/Estádio: Cardiff – Cardiff Arms Park (12.000 lugares)

Títulos: 1 título da Challenge Cup (2010) e 1 título da Copa Anglo-Gales/LV Cup (2009)

2015-16: 7º lugar

2016-17: As temporadas passam e o Cardiff Blues não engrena. O clube da capital galesa vive sob pressão, pois conta com muitos atletas da seleção nacional, mas não tem resultados de acordo com seu elenco. Liderados por Sam Warburton e comandados pelo técnico Danny Wilson (que liderou Gales na campanha história do Mundial M20 de 2012), os Blues de solidez, de um padrão de jogo e de um banco mais capaz de substituir seus titulares quando ausente. O time perdeu alguns nomes importantes, como o chutador Rhys Patchell, mas trouxe o oitavo Nick Williams, o fullback Mathew Morgan e o abertura Steven Shingler para renovar o time em posições-chave. A meta é voltar à Champions Cup, que o time não visita desde 2014.

 

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Connacht

País: Irlanda

Cidade/Estádio: Galway – Sportsground (9.500 lugares)

Títulos: 1 título do PRO12/Liga Celta (2016)

2015-16: Campeão / 2º lugar da temporada regular

2016-17: A grande surpresa e sensação da temporada passada: o pequeno notável da Irlanda atingiu a maioridade e se sagrou campeão pela primeira vez em sua história. Um conto de fadas que se tornou real sob o comando do técnico Pat Lam, mas que dificilmente será repetido. Isso porque agora o Connacht está sob os olhares de todos e perdeu atletas importantes, como o centro Robbie Henshaw, o abertura AJ MacGinty e o pilar Rodney Ah You. Porém, o time verde é forte o bastante para pleitear voltar às semifinais e seu jogo moderno, aberto e ofensivo e sua homogeneidade no elenco está a seu lado nessa empreitada.

 

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Dragons

País: Gales

Cidade/Estádio: Newport – Rodney Parade (8.800 lugares)

Títulos: 0

2015-16: 10º lugar

2016-17: O time mais fraco de Gales, o Dragons está arriscado seriamente de brigar ainda mais embaixo na tabela nesta temporada e só tem uma meta: não terminar abaixo dos italianos. O time de Newport não tem dinheiro e perdeu seus grandes nomes, Talupe Faletau e Jason Toovey. Com uma reposição que não é na mesma altura, o técnico Kingsley Jones só pode temer o pior.

 

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Edinburgh

País: Escócia

Cidade/Estádio: Edimburgo – Murrayfield Stadium (67.000 lugares) e Myreside (6.000 lugares – a partir de janeiro)

Títulos: 0

2015-16: 9º lugar

2016-17: Eclipsado pelo sucesso de seu rival Glasgow nos últimos anos, a missão do Edinburgh, antigo poderoso do norte britânico, é voltar s ser protagonista. O time parece mais forte do que na temporada passada, com Duncan Weir, Jason Toovey e Viliami Mata contratados para ajudarem os Gunners a, no mínimo, voltarem à Champions Cup. Um passo de cada vez para os comandados do técnico Alan Solommons, que vem conseguindo fazer a equipe da capital jogar mais próximo da seleção escocesa, ainda que sem a regularidade que tem Glasgow.

 

Glasgow Warriors

Glasgow Warriors

País: Escócia

Cidade/Estádio: Glasgow – Scotstoun Stadium (10.000 lugares)

Títulos: 1 título do PRO12/Liga Celta (2015)

2015-16: Semifinalista / 3º lugar da temporada regular

2016-17: A nova potência do PRO12, o Glasgow vem de três grandes temporadas, nas quais alcançou sempre as semifinais e conquistou o título de 2015. Os escoceses seguem fortes sob o comando de Gregor Townsend, que deve se despedir nesta temporada da equipe. Justamente por isso, em nome do grande treinador, que o time que é base da seleção da Escócia tem tudo para fazer novamente uma campanha de finalista e brigar seriamente por mais um título. Apesar da perda do brilhante Leone Nakarawa, os Warriors têm elenco para isso, tendo contrato bons nomes, como Corey Flynn, Leonardo Sarto e Neemia Kenatale. Olho nos escoceses!

 

Leinster

Leinster

País: Irlanda

Cidade/Estádio: Dublin – RDS Arena (18.500 lugares)

Títulos: 3 títulos da Champions Cup/Heineken Cup (2009, 2011 e 2012), 1 título da Challenge Cup (2013) e 4 títulos do PRO12/Liga Celta (2002, 2008, 2013 e 2014)

2015-16: Vice campeão / 1º lugar na temporada regular

2016-17: A potência dominante desta década de PRO12 deve sempre ser colocada na lista de favoritas. O Leinster não jogou bem na temporada passada, não impressionou e ainda assim chegou à decisão da competição. A equipe do técnico Leo Cullen sofreu muito recentemente com aposentadorias que não tiveram substituições à altura, mas para 2016-17 o time tem ainda nomes de experiência valiosa, e qualidade indubitável, como Isa Nacewa, Jonny Sexton, Rob Kearney, Jamie Heaslip, Sean O’Brien, Cian Healy ou Sean Cronin. E com o reforço de Robbie Henshaw, os Leões de Dublin prometem mostrar muito mais neste ano, se as contusões não assolarem o time. O Leinster veio mais uma vez para jogar pelo título – e para voltar a ser protagonista na Champions Cup europeia.

 

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Munster

País: Irlanda

Cidades/Estádio: Limerick – Thomond Park (26.500 lugares) / Cork – Irish Independent Park (9.800 lugares)

Títulos: 2 títulos da Champions Cup/Heineken Cup (2006 e 2008) e 3 títulos do PRO12/Liga Celta (2003, 2009 e 2011)

2015-16: 6º lugar

2016-17: O destino que o Munster teve nos últimos anos preocupa o torcedor, com o time de Limerick tendo sido o pior irlandês da temporada em 2015-16, fato impensável para o orgulhoso rugby vermelho e azul do sul da Irlanda. Reconstrução é a palavra de ordem no Munster do técnico Anthony Foley e material humano para fazer muito mais a equipe tem, contando com nomes importantes da seleção irlandesa, como Peter O’Mahony, CJ Stander, Conor Murray, Keith Earls, Simon Zebo, entre outros. O centro sul-africano Jaco Taute foi o principal nome contratado após o fraco 6º lugar de 2015-16. A meta é simples: voltar aos playoffs do PRO12 e da Champions Cup. A auto-estima precisa ser reconstruída no poderoso Munster.

 

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Ospreys

País: Gales

Cidade/Estádio: Swansea – Liberty Stadium (20.800 lugares)

Títulos: 4 títulos do PRO12/Liga Celta (2005, 2007, 2010 e 2012) e 1 título da Copa Anglo-Galesa/LV Cup (2008)

2015-16: 8º lugar

2016-17: Historicamente o maior time galês, o Ospreys teve uma temporada para esquecer em 2015-16, com um terrível 8º lugar que lhe tirou a vaga na Champions Cup. Para 2016-17, o torcedor de Swansea segue desconfiado, pois as contratações não vieram no volume esperado. Bradley Davies é o grande nome que voltou a Gales, e fará talvez a melhor dupla de segundas linhas do PRO12 com Alun Wyn Jones, mas o técnico Steve Tandy, mesmo contando com uma dúzia de atletas com destaque na seleção galesa (incluindo a dupla Rhys Webb e Dan Biggar, e Dan Lydiate e Justin Tipuric), sabe que a casa precisa ser profundamente arrumada. Voltar à Champions Cup é obrigação, a meta é ser semifinalista.

 

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Scarlets

País: Gales

Cidade/Estádio: Llanelli – Parc y Scarlets (14.800 lugares)

Títulos: 1 título do PRO12/Liga Celta (2004)

2015-16: 5º lugar

2016-17: Os Scarlets se provaram o melhor time de Gales na temporada passada e será o único a representar o país na Champions Cup. A esquadra de Llanelli se reforçou, comemorou a chegada de Rhys Patchell para atuar ao lado de Gareth Davies como 9 e 10 e festejou a volta do craque Jonathan Davies, que promete tornar a linha dos Scarlets um terror para os oponentes. Mas, os Scarlets precisam de uma regularidade, sobretudo defensiva, que lhes faltou para darem um passo adiante. A meta é, claro, as semifinais, mas o técnico Wayne Pivac sabe que muito trabalho está pela frente para fazer dos vermelhos um time realmente postulante a voos maiores.

 

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Benetton Treviso

País: Itália

Cidade/Estádio: Treviso – Stadio Comunale di Monigo (6.700 lugares)

Títulos: 15 títulos do Campeonato Italiano (1956, 1978, 1983, 1989, 1992, 1997, 1998, 1999, 2001, 2003, 2004, 2006, 2007, 2009, 2010) – o Treviso abandonou o Campeonato Italiano em 2010

2015-16: 12º lugar

2016-17: É clichê dizer que os italianos serão os piores do PRO12 de novo. Afinal, é essa a tendência. A última temporada foi ainda mais desastrosa para os Leões do Vêneto, que perderam a hegemonia italiana para o Zebre e ficaram de fora da Champions Cup europeia pela primeira vez desde 2002-03. Os alviverdes não perderam tempo e contrataram nomes interessantes, como o abertuea neozelandês Marty Banks, campeão do Super Rugby com o Highlanders, trouxe o centro fijiano Tagicakibau, que sempre jogou bem pelo rebaixado London Irish na Premiership inglesa, e repatriou Tommaso Allan, Tommaso Benvenuti e Ttito Tebaldi. Todas contratações na linha, que pretendem transformar o estilo de jogo do time do novo técnico Kieran Crowley, neozelandês que deixou o Canadá para assumir o desafio na Itália. A missão de não ser o último colocado e terminar melhor que o Zebre parece óbvia, mas com os reforços e a mudança de filosofia o Treviso quer dar um passo a mais e quem sabe terminar acima do 10º lugar.

 

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Ulster

País: Irlanda

Cidade/Estádio: Belfast – Kingspan Stadium (18.000 lugares)

Títulos: 1 título da Champions Cup/Heineken Cup (1999) e 1 título do PRO12/Liga Celta (2006)

2015-16: Semifinalista / 4º lugar na temporada regular

2016-17: Outro candidato a semifinais, o Ulster é um gigante adormecido. Eterno candidato a título, o Ulster vem sofrendo com os repetidos insucessos e não levanta nenhuma taça há 10 anos, em período que todos os seus rivais irlandeses foram campeões. Depois do título do Connacht, a pressão está toda sobre a equipe da Irlanda do Norte, que vai a 2016-17 com um elenco forte e capaz de dar a alegria que seu torcedor merece, mas que ainda não provou que pode crescer nas decisões. O Ulster foi às compras e trouxe nomes de peso mesmo em um momento em que o PRO12 vem perdendo terreno no cenário global. Charles Piutau fez o caminho menos comum e trocou a Premiership e os Wasps por Belfast, enquanto o Springbok Marcell Coetzee também apostou no Ulster. O time não perdeu nomes centrais e tem um elenco poderoso. A hora é agora para os norte-irlandeses. O passo adiante precisa ser dado.

 

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Zebre

País: Itália

Cidade/Estádio: Parma – Stadio Sergio Lanfranchi (5.000 lugares)

Títulos: 0

2015-16: 11º lugar

2016-17: As Zebras de Parma fizeram sua melhor temporada em 2015-16, mas a vida no rugby italiano é sempre dura. A missão do Zebre é simples: ser de novo melhor que seu rival Treviso. Mas, assim como os vênetos, o Zebre quer deixar para trás alguns times de outros países, e a equipe investiu em contratações, trazendo Kurt Baker, dos All Blacks Sevens, e repatriando Giovanbattista Venditti, Joshua Furno e Carlo Festuccia. O técnico é o italiano Gianluca Guidi, que também tem a missão de mostrar que o rugby italiano precisa também formar e apostar em treinadores nativos.

 

Lista de campeões da Liga Celta/PRO12:

1 – Leinster (Irlanda) – 4 títulos

Ospreys (Gales) – 4 títulos

3 – Munster (Irlanda) – 3 títulos

4 – Connacht (Irlanda) – 1 título

Glasgow Warriors (Escócia) – 1 título

Scarlets (Gales) – 1 título

Ulster (Irlanda) – 1 título

 

Lista de títulos por país:

1 – Irlanda – 9 títulos

2 – Gales – 5 títulos

3 – Escócia – 1 título