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ARTIGO COM VÍDEO – Langford, na ilha de Vancouver, foi o palco da quarta etapa da Série Mundial de Sevens Feminino, com o Canadá recebendo pela primeira vez uma etapa do circuito. Como esperado, a Nova Zelândia reafirmou sua supremacia e conquistou seu quarto título em quatro torneios na temporada 2014-15, assegurando, na prática, o título do circuito e a vaga nos Jogos Olímpicos. Destaque para o público de 6,500 pessoas – casa cheia – no segundo dia, mostrando que, apesar da escolha da Rugby Canada por um estádio pequeno, o clima criado foi um ponto alto. O ponto baixo, por outro lado, foi a má qualidade da transmissão online.
O torneio foi decepcionante para a seleção brasileira que, apesar de sair do torneios com duas vitórias, feito sempre importante de ser ressaltado, ficou pela primeira vez no ano de fora das quartas de final, deixando sua classificação escapar por conta do empate que Fiji arrancou diante da Inglaterra. As Tupis avançaram à final da Taça Bronze, mas foram derrotadas pela Espanha, terminando o torneio no 10º lugar, seu pior na temporada, que praticamente tirou do Brasil a chance de ultrapassar Fiji e terminar o circuito no sonhado oitavo lugar.
Na primeira fase, a única surpresa ficou por conta do empate entre Fiji e Inglaterra, no Grupo A. As inglesas, no entanto, venceram a Espanha e fizeram uma boa apresentação contra a Nova Zelândia, acabando no segundo lugar do grupo. As Black Ferns, novamente, se impuseram e passaram sem problemas no primeiro lugar, enquanto Fiji garantiu sua classificação batendo a Espanha.
As donas da casa também terminaram em primeiro lugar, decidindo o Grupo C com vitória sofrida de 19 x 15 sobre as vizinhas dos Estados Unidos. As duas seleções ainda saíram vitoriosas contra a Rússia, que garantiu a classificação superando o Brasil no saldo de pontos depois de passar tranquilamente pela África do Sul.
No Grupo B, Austrália e França, novamente, se mostraram muito superiores a Brasil e China. As Tupis estrearam com derrota de 43 x 0 para as Wallaroos, enquanto no segundo jogo a derrota foi menor, 27 x 5 para as Bleues, com Amanda fazendo o try de honra do Brasil. Contra a China, as brasileiras voltaram a se impor, mostrando sua superioridade. As chinesas abriram o placar com try de Sun, mas Paulinha, Raquel, Mari e Cacau garantiram os tries da vitória por 24 x 7 que, contudo, foi insuficiente para dar a vaga às Tupis. Na decisão do grupo, a Austrália deixou a aparência de estar voltando aos bons momentos, batendo a França por 24 x 5, com dois tries de Elia Green.
O Brasil foi para a Taça Bronze como favorito, superou bem a África do Sul, por 17 x 5 (com dois tries de Júlia Sardá, destaque brasileiro no torneio, e um de Paulinha Ishibashi, sempre com classe), e foi para a decisão contra a Espanha, que havia passado pela China. O jogo já era esperado que seria difícil e o Brasil largou atrás, com Patrícia Garcia anotando o primeiro try espanhol. Cláudia Jaqueline “Cacau” mostrou que tem muito a dar pela seleção e empatou o jogo, fazendo seu segundo try no torneio. Mas, no segundo tempo, Maria Casado recolocou as Leoas em vantagem. Coube a Júlia Sardá, em lindo try, deixar o Brasil no páreo, mas o erro na conversão custou o empate. Os pontos da virada não vieram e o triunfo foi da Espanha, 14 x 12.
As quartas de final foram cheias de surpresas, mostrando que, na sua reta final, a Série Mundial Feminina vem apresentando notável equilíbrio entre as sete melhores seleções do mundo. Ou melhor, entre as seis abaixo da Nova Zelândia. As Black Ferns não tiveram problema para passarem por Fiji, 26 x 5, enquanto a zebra falou mais alto para a vice-líder Austrália, que caiu diante da Rússia – sonhando ainda com os Jogos Olímpicos. 17 x 12 para as Ursas, com tries vencedores no segundo tempo de Kudinova e Bogdacheva. O anfitrião Canadá, por sua vez, sucumbiu perante sua torcida contra a Inglaterra, com Emilly Scarratt fazendo o try da vitória por 12 x 5. Já a França cresceu contra os Estados Unidos, em duelo direto pelo Rio 2016. 17 x 0.
Nas semifinais, as inglesas não foram páreo para a Nova Zelândia, 24 x 14, com tries de Goss e Blyde decisivos. A Rússia, por sua vez, carimbou sua vaga na inédita decisão derrotando a França por 14 x 12, após sair perdendo por 12 x 0. Enquanto isso, na Taça Prata, a Austrália se afundava um pouco mais, perdendo para os Estados Unidos por 29 x 10 e vendo seu segundo lugar na temporada escapar por conta do atropelo imposto pelo Canadá sobre Fiji, 45 x 0. As canadenses, no entanto, perderiam a chance de aumentar ainda mais a frente sobre as aussies ao perderem a Final Prata para as vizinhas, 19 x 12, com Doyle dando o golpe final nas Canucks, para a decepção da torcida. A Austrália reduziu o prejuízo, vencendo Fiji por 22 x 0.
Quem sorriu com os vacilos de Canadá e Austrália foi a Inglaterra, que se igualou aos EUA na quinta posição, 4 pontos atrás da França, justamente ao vencerem o terceiro lugar contra as francesas, apimentando ainda meiax a briga pelos Jogos Olímpicos. 19 x 7. E na grande final não houve emoção. A Nova Zelândia não deu qualquer chance à Rússia e se impôs por 29 x 10, com Portia Woodman garantindo dois tries na final e se mantendo como a artilheira da temporada, com 210 pontos, e a maior anotadora de tries, com 42.
A próxima etapa ocorre em Londres, nos dias 15 e 16 de maio, e será a última participação do Brasil na temporada. O último torneio será em Amsterdã, nos dias 22 e 23 de maio, com a Holanda ocupando o lugar das Tupis.
Canada Sevens – 4ª etapa da Série Mundial de Sevens Feminina – em Langford, Canadá
Sábado, dia 18 de abril
Grupo A: Nova Zelândia, Inglaterra, Fiji e Espanha
Grupo B: Austrália, França, Brasil e China
Grupo C: Canadá, Estados Unidos, Rússia e África do Sul
França 29 x 0 China
Austrália 43 x 0 Brasil
Inglaterra 31 x 14 Espanha
Nova Zelândia 38 x 14 Fiji
Estados Unidos 40 x 5 África do Sul
Canadá 26 x 15 Rússia
França 27 x 5 Brasil
Austrália 40 x 0 China
Inglaterra 19 x 19 Fiji
Nova Zelândia 45 x 10 Espanha
Estados Unidos 17 x 10 Rússia
Canadá 47 x 0 África do Sul
Brasil 24 x 7 China
Austrália 24 x 5 França
Fiji 20 x 5 Espanha
Nova Zelândia 24 x 12 Inglaterra
Rússia 22 x 5 África do Sul
Canadá 19 x 15 Estados Unidos
Seleção | Pontuação geral | Etapa 5 (França) | Etapa 4 (Canadá) | Etapa 3 (Estados Unidos) | Etapa 2 (Brasil) | Etapa 1 (Emirados Árabes) |
---|---|---|---|---|---|---|
Austrália | 94 | 18 | 16 | 20 | 20 | 20 |
Nova Zelândia | 80 | 16 | 18 | 18 | 16 | 12 |
Canadá | 74 | 20 | 12 | 14 | 18 | 10 |
Inglaterra | 74 | 14 | 20 | 16 | 08 | 16 |
França | 60 | 12 | 14 | 08 | 12 | 14 |
Rússia | 42 | 04 | 06 | 10 | 04 | 18 |
Estados Unidos | 46 | 10 | 08 | 12 | 14 | 02 |
Fiji | 36 | 08 | 04 | 06 | 10 | 08 |
Espanha | 26 | 06 | 10 | 02 | 02 | 06 |
Brasil* | 12 | 00 | 03 | 00 | 06 | 03 |
Japão | 12 | 01 | 01 | 03 | 03 | 04 |
Irlanda | 11 | 03 | 02 | 04 | 01 | 01 |
Quênia* | 02 | 02 | 00 | 00 | 00 | 00 |
Colômbia* | 01 | 00 | 00 | 01 | 00 | 00 |
* seleções convidadas | ||||||
Etapa | Campeão | |||||
Etapa 1 (Emirados Árabes) | Austrália | |||||
Etapa 2 (Brasil) | Austrália | |||||
Etapa 3 (Estados Unidos) | Austrália | |||||
Etapa 4 (Canadá) | Inglaterra | |||||
Etapa 5 (França) | Canadá |
Domingo, dia 19 de abril
Quartas de final
Austrália 12 x 17 Rússia
Estados Unidos 0 x 17 França
Canadá 5 x 12 Inglaterra
Nova Zelândia 26 x 5 Fiji
Semifinais Bronze
Brasil 17 x 5 África do Sul
Espanha 33 x 5 China
Semifinais Prata
Austrália 10 x 29 Estados Unidos
Canadá 45 x 0 Fiji
Semifinais Ouro
Rússia 14 x 12 França
Inglaterra 14 x 24 Nova Zelândia
Finais – Taça Bronze
3º lugar – África do Sul 21 x 31 China
Final – Brasil 12 x 14 Espanha
Finais – Taça Prata
3º lugar – Austrália 22 x 0 Fiji
Final – Estados Unidos 19 x 12 Canadá
Finais – Taça Ouro
3º lugar – França 7 x 19 Inglaterra
Final – Rússia 10 x 29 Nova Zelândia
Seleção | Pontos |
---|---|
Nova Zelândia | 108 |
Canadá | 96 |
Austrália | 94 |
Inglaterra | 76 |
Estados Unidos | 76 |
França | 72 |
Rússia | 60 |
Fiji | 32 |
Espanha | 26 |
Brasil | 20 |
China | 13 |
África do Sul | 9 |
Holanda | 2 |
- 4 primeiros colocados garantem vaga nos Jogos Olímpicos de 2016
Sem transmissão nenhuma é complicado, nem masculino nem feminino!
a evolução da Russia merece um paragrafo a parte