Tempo de leitura: 15 minutos

ARTIGO COM VÍDEOS – O que acontece com os novatos no Super Rugby? O Jaguares, da Argentina, se distanciou da briga pela classificação ao mata-mata sofrendo sua quarta derrota em cinco jogos, desta vez em sua primeira visita à Nova Zelândia, contra o Blues. Já os japoneses do Sunwolves tiveram a chance de arrancar a primeira vitória, mas sucumbiram diante do fraco Kings, que também não havia vencido ainda.

 

Na parte de cima, destaque para o Chiefs, que superou o Brumbies e lidera o Super Rugby. Mas, o resultado mais expressivo talvez tenha sido do Melbourne Rebels, que pela primeira vez na história venceu o Waratahs em Sydney, no duelo das maiores cidades australianas. Sharks, Stormers, Reds e Hurricanes folgaram nesta que foi a 6ª rodada.

- Continua depois da publicidade -

 

Highlanders fazem sua parte e vencem Force

Valeu uma excelente reação dos Highlanders para garantirem uma vitória frente à equipe do Western Force, uma vez que os dez minutos iniciais a serem do pior possível, com dois tries sofridos. A equipe da Austrália, nesta sua viagem pela Nova Zelândia (a semana passada foram alvo de uma “demolição” a cabo dos Chiefs), começou melhor o jogo logo com um try à passagem do 2º minuto de jogo. A primeira vez que vão até à área de validação dos guerreiros de Dunedin, conseguem um try de forma algo muito fácil, uma vez que partiu de um erro ofensivo da equipe da casa, para Haylett-Petty chegar ao try. Aos 8’ chegou o 2º try da Force (pior início de jogo para os Highlanders na presente temporada), com uma variação atacante entre avançados e ¾’s com o nº8, Ben McCalman, a furar com facilidade para o 14-00. Balde de água fira neste regresso a casa (duas vitórias no “passeio” pela Austrália)! Qual seria a reação da equipe de Smith & Smith? Bem a partir, do minuto 9’, terminou a “brincadeira” da Force, com os Highlanders a atingirem o seu melhor rugby, tanto a nível atacante (600 metros conquistados em 125 carrie, o triplo do que a Force iria conseguir com os mesmos carries) como defensivo (em 133 tackles, voltaram só a falhar 14, cometendo só 5 penalidades), dominando o jogo – apesar de terem “perdido” o controlo pelo território (40-60%).

 

Aos 16’ veio o try dos guerreiros de Dunedin, com Osborne a expiar-se pelos seus “pecados”, após uma grande entrada de Matt Fades a seguir a uma formação ordenada. Dez minutos passaram, e veio o 2º, da autoria do asa Dan Pryor, a concluir dessa forma uma jogada brilhante de Osborne e Fades (uma penalidade para cada lado antes do final da 1ª parte). O 3º try dos Highlanders consta no top-3 dos melhores da semana: início por Fekitoa (altíssimo jogo do centro, com 82 metros, a “amarrar” os seus adversários no centro do terreno) a correr até aos 40’, com Aaron Smith a fazer uma finta de passe de categoria (é um “problema” para qualquer equipe adversária dos Highlanders), arrancar no limite, já com dois defensores em cima, realiza um pequeno gruber para Thomas Franklin a responder da mesma forma (segunda linha atenção), com M. Faddes a ficar  com o nome no placar. A Force depois conseguiu equilibrar, e só aos 75’ vai consentir o 4º try dos da casa, quando o resultado estava num interessante 25-20 (penalidades de Grant e Parker). Antes disso, a Force ainda tentou dar o golpe, mas a jogada de Luke Morahan terminou fora do campo. Bem, então o 4º proveio das mãos de Osborne, que voltou a quebrar a linha (3ª do jogo), que num offload larga para o suplente de Ben Smith, Jason Emery, chegar ao 32-20. Mais uma vez os Highlanders a demonstrarem a sua fibra de campeão, a saírem de um “sustos” – dos grandes – de 00-14, para uma vitória por 32-20. Ben Smith, é um prazer vê-lo a atuar, um líder nato dentro de campo, que tem em Aaron Smith e Liam Squire os seus dois “comandantes” de campo. A Force depois do desastre da semana passada frente aos Chiefs, teve a reação que se pedia… uma entrada muito agressiva, surpreendente e cativante… pena só ter durado durante os primeiros dez minutos de jogo, e entre os 60 e 70.

 

Dilúvio de tries com vitória dos Crusaders

Se há algo que pode ajudar a definir o Super Rugby e a forma como é praticada a modalidade no Hemisfério Sul ficou bem patenteado neste jogo entre Lions-Crusaders. Um resultado “gordo”, com os cruzados a garantir uma vitória por 43-37 no Emirates Airlines Park, em plena África do Sul. Começamos pelo fim, ao destacar a prestação do 1º centro, Ryan Crotty, que garantiu um hat-trick, para além das quebras de linha (3) e das vezes que conseguiu escapar do tackle (por 7 vezes). O neozelandês realizou uma excelente exibição, que deve agradecer, em boa parte, aos seus pontas, N. Nadolo e J. McNicholl. A equipe dos Lions realizou uma grande exibição a nível colectivo, a trabalharem bem em grupo e a demonstrar que ainda podem ser uma das surpresas deste Super Rugby 2016. Num jogo que tivemos 10 tries, 5 em cada parte, não houve momentos “mortos”: entrada “gigante” dos Crusaders de Christchurch, onde a entrada lançada de Nadolo possibilitou Crotty chegar ao 1º try do jogo. Nem passados dois minutos, os sul-africanos “arrancaram” o empate, em que Minsi, o 2º centro, realiza um excelente passe pelas costas, possibilitando L. Mapoe chegar à área de validação. Aos 12’, J. McNicholl aproveita um flat pass dos Lions para interceptar a oval e correr sem oposição até à linha final. Depois uma jogada entre avançados, iniciada numa boa entrada de K. Read (outra boa exibição nos Crusaders) com grande apoio de L. Romano transmitindo a bola para W. Crockett, pilar dos All Blacks, chegar ao 19-10. Antes do final dos primeiros 40 minutos, E. Jantjies conseguiu somar novo try para os Lions, num lance de grande classe do ponta. No relançamento da 2ª parte, os leões penalizaram-se, ao fazer duas penalidades, dando espaço para os Crusaders colocarem a bola já dentro da área de 22… nesse alinhamento, Crotty recebeu a bola ao meio e sem que alguém conseguisse pará-lo. Pagaram muito caro este erro de tackle, já que depois foi sempre a correr atrás do prejuízo, mesmo conseguindo marcar dois tries (ambos de A. Van der Merwe) para os mais dois dos cruzados (o 3º de Crotty e um de M. Drummond). 43-37, com uma penalidade já para lá da hora regular de jogo, possibilitou aos Lions somar o ponto de bônus defensivo. Crusaders mantêm a sequência de 4 vitórias consecutivas (tiveram uma derrota no 1º jogo frente aos Chiefs), permanecendo no 4º lugar da sua divisão.

 

Outra derrota dos argentinos

Jogo entre “aflitos” com os Blues a receber a equipe dos Jaguares na Nova Zelândia. Tana Umaga saiu com um sorriso na cara, especialmente por ter voltado a dar alguma “esperança” aos seus Blues em sair dos últimos lugares do Grupo Australasiano. 24-16, em que a super defesa dos Jaguares não impediu os tries de S. Luatua e I. West (voltamos a dizer para seguirem o abertura da equipe de Auckland). Blake Gibson (um futuro auspicioso para o asa dos Blues) a realizar 12, recuperando 2 bolas no ruck, num jogo em que J. Kaino, asa e capitão dos Blues voltou a não jogar por lesão (curiosamente na única vitória que tiveram, para além desta, o nº6 da Nova Zelândia também não jogou). Para este jogo, os Jaguares efetuaram várias trocas ao seu line up do costume, destacando-se a condição de suplente de Nicolás Sánchez ou de Agustín Creevy. A 2ª linha dos argentinos portou-se excelentemente bem do ponto de vista da defesa e agressividade, e não fossem as penalidades cometidas em zona perigosa do campo, podiam ter saído de Auckland com outro resultado. Durante os primeiros 30 minutos, o domínio foi argentino, “metendo” duas penalidades de Iglesias. Ironicamente, e como já aconteceu “consigo” mesmo, os Jaguares estiveram a jogar contra 14 (entre os 22-32), resultando no efeito contrário… ou seja, acabaram por consentir pontos em superioridade numérica, com o try de Luatua aos 30’ a dar o 05-06 (três tackles falhadas numa só entrada do nº8 azul).

 

O try catapultou a equipe de Auckland que partiu em busca de nova entrada na área de validação. Esse momento chegou aos 38’, quando R. Ranger entrou e já entra a queda e estar no chão realiza um inexplicável offload para o médio de abertura, West, captar e sair a correr para o 12-06. Em dez minutos, o jogo “virou do avesso”, a favor dos Blues, algo que lhes permitiu sair deste encontro com a vitória. A segunda parte foi algo “fraca”, ou melhor, muito física e pouco vistosa, decidindo-se pelas botas dos chutadores, West e Iglesias. Ainda assim, os jogadores das Pampas, conseguiram chegar ao seu único try, muito por culpa de um erro infantil da defesa dos da casa, em que Rieko Ioane deixou a bola bater e atirou-se para o chão antes de chegar à bola, permitindo Sánchez (tinha entrado há 5 minutos) chegar à oval para possibilitar o try dos Jaguares. Até ao apito final, tivemos duas formações muito preocupadas em defender, sem partirem para o ataque na melhor das formas (Ranger e West bem que tentaram levar os Blues para outro patamar). No total, as duas franquias do Super Rugby conquistaram mais de 720 metros, só “tirando” três tries da “cartola”, algo menos bom deste encontro entre aflitos (como fator de comparação vejam o jogo entre Lions-Crusaders em que as duas equipes somaram 820 metros juntos, saindo 10 tries de tanto metro percorrido). MVP desse encontro? Réne Ranger, sem dúvida. O All Black (será que regressa neste verão à seleção?) assistiu para o 2º try, foi sempre uma dor de cabeça com a bola nas mãos (somou só 35 metros, mas quebrou quase sempre a linha de vantagem) e ainda foi um autêntico “ladrão” (3 turnovers). Do lado dos argentinos, T. Lavanini continua a realizar exibições brutais, acompanhado de um P. Matera e R. Báez de alta classe.

 

Chiefs derrotam Brumbies e lideram o Super Rugby

Regresso a casa para os Brumbies de forma conturbada, somando nova derrota no Super Rugby, deixando várias dúvidas à cerca da sua candidatura (nós próprios tínhamos admitido que seriam um dos principais candidatos ao título), com uma derrota algo pesada frente aos Chiefs (48-23). O 1º try dos Chiefs aos 14’, por Pulu, num lance de grande facilidade, para Ngatai entrar sem – grande – oposição transmitindo a oval para o seu ponta. Aaron Cruden, o médio de abertura All Black, voltou a dar argumentos para ser ele o substituto de Daniel Carter na seleção da Nova Zelândia, fazendo jogar (e que jogar) de forma rápida, “alegre” e dinâmica. Foi o médio de abertura a assistir James Lowe para o 2º try dos Chiefs ao minuto 28, que após uma série de offloads e “brincadeiras” atingem a área de validação. Quando aos 36’ os Brumbies chegam ao 13-12 (try de Scott Sio) as bancadas do GIO Stadium não esperavam pela reviravolta antes de sairmos para o intervalo. Primeiro uma bela conversão a uma penalidade McKenzie e logo de seguida, a castigar mais uma penalidade dos Brumbies (Sio ou Fardy exageraram neste capítulo), os de Waikato atiraram para o alinhamento, seguindo a bola para Cruden a “brincar” entre os defesas dos Brumbies para assistir Tom Sanders aos 40’.

 

No reinício da segunda parte, Damian McKenzie voltou a converter duas penalidades (anulavam por completo as duas primeiros dos australianos) e iam mantendo um bom domínio territorial (58-42% até aos 60’, depois melhorou a favor dos Brumbies) para o nervosismo da equipe da casa. Fardy ainda tentou dar alguma esperança aos seus Brumbies, com novo try a partir de ruck, porém esta foi a última vez que os da casa conseguiram somar pontos no jogo, uma vez que os Chiefs foram à busca de mais tries: 1º por Lowe, a receber um pontapé de Cruden aos 64; o 2º por Brad Weber, numa das jogadas mais fenomenais desta jornada, uma vez que o lance começa na área dos 22 dos neozelandeses, com Pulu e McKenzie a darem um festival de Rugby aos Brumbies; e 3º, da autoria de Damian McKenzie a furar a linha de defesa (Cruden foi ao ruck limpar os avançados dos australianos). Os Brumbies têm tido uma queda de forma gradual, o cansaço parece estar a tomar conta da equipe de Stephen Larkham, e mesmo com um grande S. Moore ou um enorme D. Pocock não conseguiram passar do satisfatório nestas três últimas jornadas. O mérito e interesse do jogo vai para a qualidade de produção atacante que os Chiefs têm: uma velocidade “louca”, passes de alto risco e estilo e uma vontade total de “sacar” tries a cada minuto do jogo. Estarão destinados ao título?

 

Kings vencem a primeira… pior para os japoneses, que seguem sem vencer

Primeira vitória para os homens dos Southern Kings, que num jogo muito bem disputado o resultado terminou em 33-28. Os Sunwolves tiveram a hipótese de chegar à vitória, mas pela 3ª vez este ano perderam por cinco ou menos pontos, diga-se, por culpa própria e não só. Porque dizemos não só? Se na semana passada a melhor defesa do Super Rugby esteve nas mãos dos Highlanders, esta jornada são os sul-africanos a emergir como a melhor muralha do Super Rugby, com 158 tackles para apenas 22 fracassadas. São números espantosos para uma franquia que regressou junto às “estrelas” do Hemisfério Sul, onde CJ Velleman e S. Willemse foram os escudeiros destes Kings com 20 e 14 tackles respectivamente. Foram nos 1ºs 40 minutos que os tries chegaram em grande quantidade: Kings entraram a toda a velocidade, chegando ao try por Steven Skyes, o 2ª linha, a esticar o braço no limiar da falta no chão. O 2º foi uma jogada impressionante por parte dos sul-africanos, a darem uma de Super Rugby, a fazerem os japoneses andar atrás do prejuízo enquanto “brincavam” com a bola para o try em voo de M. Jaer aos 22’ (15-03). Resposta dos nipônicos, a trabalharem bem a bola, ocupando várias fases de ataque (9), saindo S. Horie disparado do ruck para o 15-10. 

 

Como dissemos uma entrega brutal das duas formações, foi levando os adeptos que estavam no Nelson Mandela Bay Stadium a ficar em polvorosa total, para tanta entrega e qualidade dos jogadores que alinhavam neste encontro. Passados três minutos, Tusi Pisi arrancou para a área de try, mesmo com dois placadores encima de si. Voltou a equipe da casa a ir para cima do resultado, com novo try (S. Gates) e penalidade (L. Fouche), apostando numa velocidade maior quando tinham a bola nas mãos, agarrando-se bem na hora de placar, algo que os Sunwolves tiveram grandes dificuldades em contornar (voltaram ao try com uma bela jogada finalizada por T. Bond à ponta). A “cheia” primeira parte pareceu ter esgotado os jogadores dos dois lados, uma vez que só nos últimos cinco minutos de jogo tivemos mais tries. Até lá muitas tackles dos Kings perante as contínuas tentativas dos Sunwolves em tentar correr com a bola na mão, sem nunca conseguir passar a última linha de defesa dos seus adversários (Tusi Pisi bem que tentou mexer com as suas linhas de ataque, porém os seus avançados pecaram na velocidade ou na conquista de metros necessária). Com um 26-23 no marcador aos 75’, eram os japoneses a ter que arriscar mais, mesmo que isto pudesse levar a uma derrota com números mais “pesados”… na recuperação de bola, um alinhamento com maul dinâmico, possibilitou Elgar Watts sair e invadir a área dos Sunwolves para o 33-23. O try de A. Yamada no final do encontro deu-lhes o ponto de bônus defensivo, um “prémio” pequeno para o rugby que produziram na África do Sul. Destacamos, mais uma vez, a tremenda exibição de CJ Velleman que foi sempre um dos jogadores que mais acreditou na vitória, merecida, diga-se, dos Southern Kings.

 

Bulls superam Cheetahs em dérbi sul-africano

Clássico sul-africano, entre Bulls e Cheetahs, entre Jesse Kriel e Clayton Blommetjies, na busca de vitórias, glórias e tries. Uma época decepcionante para os Bulls, estão longe, muito longe, daquilo que foram outrora, tropeçando em tentativas de atropelo. No capítulo de fases estáticas, é interessante ver que os Bulls dominaram a formação ordenada (92% para 82%), todavia perderam a “guerra” pelo domínio nas alturas (33% para 100%). A 2ª melhor formação desta jornada a defender, os Cheetahs, conseguiram fixar bem o ombro por 138 vezes, e só por 18 falharam o “alvo” (a 2ª linha, com L. de Jager e F. Uys, conseguiram 30 boas tackles). O jogo só existiu nos primeiros 40 minutos, onde se produziram a maioria dos pontos de ambas as formações, com a 2ª parte a ser um espetáculo sem a qualidade mínima para receber o rótulo de Super Rugby. Os Bulls somaram três tries nos primeiros 40’, 1º por RG Snyman, a finalizar uma boa movimentação entre avançados e ¾’s, que após 6 fases o 2ª linha consegue tirar uma chita do caminho e carimba o primeiro do jogo; Jason Jenkins, o outro 2ª linha, não quis ficar atrás e fez o seu primeiro try no Super Rugby (20 anos, 2 metros de altura, 120 kilos… futuro bok’?) a fazer uma “cópia” do try nº1 do encontro. Quando se esperava a chegada do domínio total dos Bulls, a equipe de Pretória “avariou” o seu sistema de jogo (lento, pouco dinâmico e “elétrico”), abrindo algumas brechas a nível da defesa, o que valeu o try de S. Petersen à ponta, em alta velocidade a fugir a Rudy Paige. A cinco minutos de irmos para o intervalo, Jamba Ulengo consegue arrancar dos seus 22 metros, e com uma troca de pés chega bem perto da linha de try… um ruck, alguma confusão, e o próprio ponta a sair disparado de um ruck para o 20-10.

 

A 2ª parte foi algo de jogo pesado, com ambas as formações a irem aos alinhamentos (um total de 24), em busca do possível maul dinâmico ou movimentação a partir do interior do terreno para atingir, mais uma vez, a linha de try. Muito pouco se viu, já que os Bulls deixaram a bola cair um bom par de vezes (Schoeman ou Ismaiel partilham alguns erros ofensivos graves) e os Cheetahs precisavam de outro flare a nível do embate físico, para conseguir avançar com mais segurança (concederam 17 turnovers, 7 a nível do ruck, 2 em formações ordenadas, 7 nos alinhamentos e o resto em bolas no ar). O melhor que a equipe visitante conseguiu foi o try aos 49 por Torsten Van Jaarsveld, a finalizar um poderoso maul dinâmico (“andaram” mais de 15 metros a arrastar vários touros pelo caminho). Cheetahs estão bem melhores em relação à temporada passada (na edição de 2015 ficaram em 12º) em termos de jogo jogado ou combinação entre os seus atletas, destacando-se o nº15, C. Blommetjies (80 metros conquistados) e Sergeal Petersen (uma assistência e um try). Dos Bulls, está a ser uma temporada algo inconsistente, aparecendo J. Kriel em boa forma na segurança defensiva e comunicação “lá atrás” e Jannes Kirsten (bom trabalho do asa nos alinhamentos e rucks). Seguem-se os Kings para a próxima jornada para os touros de Pretória.

 

Vitória histórica para os Rebels em Sydney

Rebelião máxima em Sydney! Os rebeldes de Melbourne invadiram o Allianz Stadium e tomaram o controlo da capital, da conferência e de um lugar para o playoff (o melhor que até hoje conseguiram no Super Rugby foi um 10º lugar em 2015). Mesmo contra um monstruoso Michael Hooper (o asa Wallabie realizou 18 tackles), ou o criativo Bernard Foley (uma penalidade e dois pontapés de try convertidos). Muito pouco Israel Folau (só uns 49 metros conquistados para um dos defesas mais temidos no Rugby Mundial) ou a interação do trio de trás complicou, em larga parte, a “vida” aos tahs’ que assim ficam a 6 pontos do 1º lugar da sua conferência. Sem tries até aos 20’, com os pontapés de Debreczeni e Foley a dar outra forma ao placar, o jogo estava muito “paralisado” em rucks sucessivos ou nas várias formações ordenadas (17 no total dos 80’) que iam “castigando” o jogo menos lúcido de ambas as formações. Porém, em apenas 20 minutos os Rebels entraram em modo furtivo e “carimbaram” a vitória, com dois tries e duas penalidades contra 0 por parte dos Waratahs. O médio de abertura dos rebeldes aproveitou uma tackle sem agressividade de Taavao-Matau, para fugir ao contacto e sair do terreno dos Waratahs com 5 pontos na “gaveta”; aos 24’ nova falha de tackle no centro da defesa da equipe da casa (responsabilidade de Jed Holloway), permitiu a Debreczeni fugir para depois ter o apoio de Lopeti Timani, que num offload dá ao seu “companheiro” da 1ª linha Toby Smith, caindo o pilar dentro da área de try. Depois mais duas penalidades dos de Sydney, permitiu a J. Debreczeni apontar aos postes e atirar para 21-03, numa altura que já jogavam contra menos um por expulsão temporária de Folau. Interessante ver que não foi pelas formações ordenadas ou alinhamentos que a formação dos Waratahs pode-se queixar de ter perdido o jogo, uma vez que teve 100% em ambos os setores.

 

Foi principalmente pela falta de soluções em jogo corrido, que os “tramou” obrigando a fazer um trabalho mais moroso, pouco espetacular e sem a intensidade pedida. Do outro lado, os Rebels viram-se “felizes” pela vantagem no marcador e “desligaram” para sofrer um pouco durante o restante do jogo, isto porque a equipe da casa ainda conseguiu chegar ao try por duas vezes: aos 51’ por Jack Dempsey, numa jogada que foi o próprio asa a começar, uma vez que roubou a bola no alinhamento, e após três fases o nº6 consegue entrar dentro da área de validação para 21-10. Quando se pedia mais velocidade e agressividade ofensiva, tivemos o contrário, uma vez que os Tahs’ vendo-se perdidos em erros próprios, tentaram procurar penalidades, algo que os Rebels souberam evitar (cometeram só 3 penalidades entre os 22 e os 40 metros) a tempo inteiro. Por volta do minuto 69’, Matt Lucas consegue escapar-se a três tackles, conquistando dez metros fundamentais, que depois foram aproveitados por Foley para fazer um pequeno crosskick que terminou em try de Matt Cararo para o 21-17. Mas o try foi em vão, já que somente garantiu um ponto de bônus de derrota, permitindo aos Rebels lançarem-se no “sonho” de um apuramento histórico. Grande jogo de Jack Debrezceni, a dar um perfume à nº10 com várias movimentações de registro, tendo sido o responsável pelas melhores oportunidades dos seus rebeldes. O 2ª linha Luke Jones, internacional pela Austrália, está num dos melhores momentos de forma, como demonstrou na formação ordenada, alinhamento e defesa do ruck.

 

Super Rugby logo

Super Rugby – Liga de Argentina, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Japão

Highlanders 32 x 20 Force

Lions 37 x 43 Crusaders

Blues 24 x 16 Jaguares

Brumbies 23 x 48 Chiefs

Kings 33 x 28 Sunwolves

Bulls 23 x 18 Cheetahs

Waratahs 17 x 21 Rebels

 

EquipeConferência*PaísCidadeJogosPontos
Grupo Australásia
HurricanesNeozelandesaNova ZelândiaWellington1553
HighlandersNeozelandesaNova ZelândiaDunedin1552
ChiefsNeozelandesaNova ZelândiaHamilton1551
CrusadersNeozelandesaNova ZelândiaChristchurch1550
BrumbiesAustralianaAustráliaCanberra1543
WaratahsAustralianaAustráliaSydney1540
BluesNeozelandesaNova ZelândiaAuckland1539
RebelsAustralianaAustráliaMelbourne1531
RedsAustralianaAustráliaBrisbane1517
ForceAustralianaAustráliaPerth1513
Grupo África do Sul
LionsÁfrica 2África do SulJoanesburgo1552
StormersÁfrica 1África do SulCidade do Cabo1551
SharksÁfrica 2África do SulDurban1543
BullsÁfrica 1África do SulPretória1542
JaguaresÁfrica 2ArgentinaBuenos Aires1522
CheetahsÁfrica 1África do SulBloemfontein1521
KingsÁfrica 2África do SulPorto Elizabeth1509
SunwolvesÁfrica 1JapãoTóquio1509
- Vitória = 4 pontos;
– Empate = 2 pontos;
– Derrota = 0 pontos;
– Vencer marcando 3 ou mais tries que o oponente = 1 ponto extra;
– Perder por diferença de 7 pontos ou menos = 1 ponto extra;

Classificam-se às quartas de final:
- o 1º colocado de cada uma das 4 conferências*;
- mais três equipes de melhor campanha no Grupo Australásia;
- mais a equipe de melhor campanha no Grupo África do Sul;

 

Escrito por: Francisco Isaac

Foto: Super Rugby