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ARTIGO OPINATIVO – Quem foram os melhores jogadores deste Mundial de Rugby 2019? O XV titular e os suplentes? Qual é a seleção que dominou as escolhas? E há surpresas?

Muitos nomes foram deixados de fora provavelmente de forma injusta, mas a lista é limitada e alguém tem que ficar de fora – além de buscarmos dar uma variedade de nacionalidades. Com isso, nomes como Mtawarira e Malherbe da primeira linha sul-africana, assim como o ponta genial Cheslin Kolbe, não entraram. Ardie Savea, asa dos All Blacks, fez grande ano, assim como os geniais Antoine Dupont e Romain Ntamack, 9 e 10 da França. E o que dizer do sublime pilar japonês Keita Inagaki ou do artilheiro galês Josh Adams? Já na Inglaterra, Sam Underhill, Billy Vunipola, George Ford, Owen Farrell. Manu Tuilagi… tantos nomes de brilho.

Explicamos três escolhas destes nomes, neste que é o melhor 23 para nós e o Portal do Rugby! Escolhas por Victor Ramalho e Francisco Isaac.

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SAMU KEREVI (AUSTRÁLIA)
É uma escolha polémica, mas merece constar não só no 23 como no XV titular, uma vez que foi o melhor jogador da Austrália a par de Marika Koroibete. O centro foi massacrando defesas e placadores, abrindo linhas de jogo, explorando canais, impondo offloads e pormenores técnicos de alto relevo e tudo mais, rubricando boas exibições com mais de 221 metros conquistados em 4 jogos. Apesar, da Austrália ter caído nos quartos-de-final depois de uma exibição algo agridoce, Kerevi não deixou de ser um dos melhores em campo durante esse encontro. Um autêntico tanque com uma caixa de velocidades letal que tem marcado bem uma era nos Wallabies!

 

SHOTA HORIE (JAPÃO)
O talonador japonês foi um dos melhores da competição na sua posição e para nós é o homem escolhido para vestir a camisola nº2! Rápido, móvel, inteligente e incrivelmente rápido junto ao ruck, o talonador trintão foi liderando o pack avançado com ajuda de Kazuki Himeno, Michael Leitch e Peter Labuschagne, mostrando-se um dos mais difíceis atletas a parar na competição na primeira cortina defensiva. A colocar bolas no alinhamento foi mais certo que um relógio e nas formações-ordenadas imperou com qualidade, dando até boas indicações contra os Springboks como por exemplo. Poderíamos ter conferido o nº2 a Jamie George ou Ken Owens, mas Shota Horie foi um dos eixos da estratégia de Jamie Joseph, sendo essencial para a caminhada dos Brave Blossoms neste RWC.

 

HANDRÉ POLLARD (ÁFRICA DO SUL)
Este Mundial foi pautado por um problema contínuo: os número 10 que raramente apareceram em campo, em termos de jogo jogado. Richie Mo’unga não esteve mal, não foi genial (e até teve ser constantemente suportado por Beauden Barrett nos jogos a doer); Dan Biggar baseou-se muito num jogo ao pé e não foi capaz o suficiente para ser um atleta móvel; George Ford foi brilhante em alguns momentos, só que acabou engolido pela soberba defesa sul-africana no jogo da final, apesar de ter deslumbrado contra os All Blacks; Yu Tamura foi mais um agente de percussão na bela orquestra de Jamie Joseph do que um maestro; e Ntamack foi algo verde no encontro frente ao País de Gales, mas mostrou bons sinais para o futuro.
No meio disto tudo, o abertura mais consistente foi Handré Pollard, que acabou como o melhor marcador de pontos da competição (69) e com uma taxa de eficácia de alta qualidade. Como os seus colegas de posição, não foi genial na condução de bola, pecou por um conservadorismo exagerado (mais táctica de Rassie Erasmus que culpa do abertura) e faltou-lhe algum brilho com a oval nas mãos… contudo, o jogo ao pé, o ditar dos dinamismos de jogo e a capacidade de comandar as acções dos Springboks foi essencial para o título conquistado.

Escrito por: Francisco Isaac