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Apelido: Los Teros (Quero-queros)

População: 3.300.000

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Capital: Montevidéu

Continente: América do Sul

Principais títulos: Campeonato Sul-Americano de 1981

Mundiais disputados: 2 (1999 e 2003)

Melhor campanha em Mundiais: 3º na fase de grupos (1999)

Copa do Mundo de 2011: Não participou

Técnico de 2015: Pablo Lemoine

Caminho para o Mundial 2015:

01/05/2013 – Uruguai 58 x 7 Brasil; 04/05/2013 – Uruguai 23 x 9 Chile; 22/03/2014 – Uruguai 27 x 27 Estados Unidos; 29/03/2014 – Estados Unidos 32 x 13 Uruguai; 02/08/2014 – Uruguai 28 x 3 Hong Kong; 27/09/2014 – Rússia 22 x 21 Uruguai; 11/10/2014 – Uruguai 36 x 27 Rússia;

2015: Grupo A

20/09 – x Gales – Histórico: nunca se enfrentaram;

27/09 – x Austrália – Histórico: nunca se enfrentaram;

06/10 – x Fiji – Histórico: 1 jogo, 1 derrota. Fiji 39 x 24 Uruguai, em 1999 (amistoso);

10/10 – x Inglaterra – Histórico: 1 jogo, 1 derrota. Inglaterra 111 x 13 Uruguai, em 2003 (Copa do Mundo);

 

Tão bem conhecido pelos brasileiros, o Uruguai é o primeiro time que abordaremos em nossa Prévia da Copa do Mundo de Rugby! O Mundial está se aproximando e, em dentro de 12 semanas, teremos o pontapé inicial para a mais importante competição do rugby no planeta. Coloque em sua agenda: dia 18 de setembro começa a grande festa do rugby mundial na Inglaterra!

 

Los Teros são a novidade para o Mundial de 2015, sendo a única seleção que estará em campo na Inglaterra que não disputou a Copa do Mundo de 2011, tomando o lugar da Rússia, que esteve no Mundial da Nova Zelândia. Para carimbar seu passaporte ao torneio, os uruguaios tiveram um longo caminho: após vencerem Brasil e Chile, os uruguaios tiveram dois duros desafios contra os Estados Unidos, nos quais mostraram muita qualidade, sobretudo em seu temível pack, dando muito trabalho para as Águias, que empataram em Montevidéu, mas venceram na Grande Atlanta.

 

Com a derrota, o Uruguai foi jogado pela terceira vez seguida na Repescagem Mundial. O primeiro embate foi em casa contra Hong Kong, do qual os Teros saíram ilesos. Mas, a decisão da vaga seria contra a profissional Rússia, com o jogo de ida sendo marcado para o frio da Sibéria, em Krasnoyarsk. E, depois de horas de viagem, os Teros arrancaram um grande resultados contra os Ursos, perdendo por apenas 1 ponto de diferença. Na volta em casa, confiante, o Uruguai não deu chances para o azar, segurou os russos no primeiro tempo e liquidou a fatura na segunda etapa com uma vitória expressiva por 36 x 27.

 

A confiança demonstrada pela equipe uruguaia nas partidas contra Estados Unidos e Rússia foi consequência de um sólido trabalho realizado pela comissão técnica de Pablo Lemoine, com uma compreensiva estrutura de alto rendimento, montada apesar os parcos recursos da União de Rugby do Uruguai, que empreendeu seus esforços nos últimos anos em garantir condições para a evolução de sua seleção nacional, a partir da conquista de sua casa no Estádio Charrua e da viabilização de um sistema de remuneração a um grupo de atletas de elite, aliada no forte trabalho que vem dando frutos na base. Os Teros não retornam por acaso à Copa do Mundo após 12 anos, provando que, para aqueles que achavam que 2003 tivesse sido a última chance de uma seleção como o Uruguai, baseada em atletas amadores, chegar ao Mundial que estavam errados. O Uruguai encontrou seu espaço para crescer de forma inteligente, apesar de ainda a maior parte de seu elenco atuar nos clubes amadores do país.

 

O time de Lemoine, que jogou os Mundiais de 1999 e 2003 pelos Teros, além de ter defendido o Bristol, da Inglaterra, e o grande Stade Français, da França, deverá contar, caso nenhum contra-tempo atrapalhe, com três jogadores que atuam profissionalmente na Europa. O destaque é o segunda linha Rodrigo Capó Ortega, de 34 anos, que joga desde 2002 no Castres, da França. Ortega foi titular e um dos principais nomes do Castres campeão do Top 14 em 2013 e vice-campeão em 2014, tendo até o momento atuado por impressionantes 292 vezes pelo clube. Ortega ficou ausente dos Teros nos últimos tempos, mas voltou a vestir a camisa celeste nas Eliminatórias para a Copa do Mundo e, apesar de poupado em compromissos deste ano, deverá liderar o poderoso pack dos Teros, que promete, a exemplo do que já vez contra EUA e Rússia, dar mais trabalho do que seus adversários podem esperar. A seu lado, na primeira linha, outro veterano que atua em gramados franceses, o pilar Mario Sagario, do Massy, que jogou a segunda divisão na última temporada, também é um dos homens de confiança de Lemoine, assim como o também pilar Alejo Corral, que joga pelo SIC, da Argentina.

 

Na linha, a condução e criação da equipe fica por conta do excelente scrum-half Agustín Ormaechea, de família de longa tradição no rugby. Ormaechea, de 24 anos, está no momento atuando também na segunda divisão profissional da França, pelo Mont-de-Marsan. Além dele, o fullback Gastón Mieres também está na Europa, na segunda divisão italiana, jogando pelo pequeno Valpolicella. Ainda assim, os Teros podem ser considerados os “mais amadores” entre os times do Mundial, contando com a menor quantidade de plenos profissionais em seu elenco. Uma amostra de que equipes amadoras podem ter ambições.

 

É inegável que a volta do Uruguai à Copa do Mundo ganhou um ambiente indesejável. Os Teros caíram diante de predadores terríveis, no grupo da morte, e, apesar de tanto evoluírem, deverão voltar da Inglaterra com derrotas próximas da casa dos cem pontos, tendo pela frente Austrália, Inglaterra e Gales, todas necessitando desesperadamente fazer saldo de pontos contra os Teros, uma vez que a briga pela classificação às quartas de final entre elas será dramática. Fiji completa o grupo e corre por fora na briga pela classificação. Os fijianos sabem que têm força para aspirar uma inesperada classificação ou, pelo menos, um terceiro lugar, e também terão como meta atropelar os uruguaios com o maior placar possível. Mas, é no jogo com Fiji que o Uruguai tem chances de mostrar sua qualidade por alguns minutos ao mundo, uma vez que tem força para suplantar os fijianos na primeira e segunda linhas, caso os adversários da Oceania não tenham um dia dos melhores. A épica vitória sobre Fiji no Troféu Mundial Junior, obtida pela seleção M20 do Uruguai, serve de inspiração para o time adulto, que já comemorou o feito histórico dos Teritos e quer agora também festejar por sua parte.

 

Na última semana, os Teros seguiram preparação na Geórgia, saindo com três derrotas da Copa Tbilisi, contra uma desfalcada Geórgia, 19 x 10, diante da segunda seleção da Irlanda, 33 x 7, e diante da segunda seleção da Itália, 23 x 13. O positivo para os homens de Lemoine foi a atitude da equipe, jogando em igualdade com os fortes packs de Geórgia e Itália.

 

Para a esperança do torcedor uruguaio, os Teros jamais saíram de uma Copa do Mundo sem vitórias, tendo batido a Espanha em 1999 e a Geórgia em 2003. O problema é que desta vez não há nenhum seleção de pouca tradição em campo para os Teros levarem vantagem. A questão agora será conseguir seu prêmio pela pura superação.

 

Clique aqui para ver as demais prévias da Copa do Mundo de 2015.

 

Eliminatórias

Uruguai x Brasil, 2013

Uruguai x Chile, 2013

Uruguai x Estados Unidos, 2014

Estados Unidos x Uruguai, 2014

Uruguai x Hong Kong, 2014

Rússia x Uruguai, 2014

Uruguai x Rússia, 2014

Uruguai x Geórgia, 2003

Uruguai x Espanha, 1999