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ARTIGO COM VÍDEO – A Arena Barueri foi palco nesta sexta-feira de mais uma grande atuação da Seleção Brasileira. Os Tupis entraram em campo pela segunda rodada do Americas Rugby Championship, o Campeonato das Américas, e chegaram muito próximos de uma vitória histórica. Porém, com dois cartões amarelos em momentos cruciais do jogo, o Brasil acabou derrotado pelo Uruguai por emocionantes 33 x 29, que renderam ao menos mais um bônus defensivo ao time brasileiro no campeonato.

 

O Brasil largou na frente com penal bem batido pelo abertura David Harvey aos 2′. A resposta uruguaia foi imediata e, aos 4′, Rodrigo Silva empatou para os Teros na mesma moeda. O ritmo era intenso no início da partida e dois minutos mais tarde o Brasil assegurou seu lateral e arrancou mais um penal, que Harvey, um dos destaques da partida, aproveitou para recolocar os brasileiros em vantagem. E tinha mais do Brasil. Aos 11′, os Tupis cresceram no breakdown, garantiram o turnover e puxaram o contra-ataque com chute longo. Na sequência, o lateral foi ganho e a pressão nas 22 premiada com Monstro achando o espaço para mergulhar no pick and go para o primeiro try brasileiro, fazendo explodir o “Baruellis Park”. Harvey converteu e o Brasil abriu inesperados 13 x 3.

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O Brasil seguiu empolgado e pouco depois Lucas Muller quase produziu linda jogada, tentando o chapéu em uruguaio. Aos 18′, foi a vez dos Tupis aumentarem novamente o placar, com outro penal de Harvey. Mas, o Uruguai logo passou a fazer o jogo pender a seu favor, acumulando maior posse de bola que só não resultou em maior produtividade pelos incontáveis erros de manuseio. A partir dos 25′, o domínio territorial foi uruguaio e o Brasil mostrou grandes virtudes na defesa, com tackles fortes e precisos. Mas, aos 30′, veio o revés, com Nelson recebendo amarelo. O Uruguai aproveitou scrum a seu favor e deu uma prova de que ainda é superior ao Brasil nesse aspecto, empurrando para arrancar um penal try.

 

Com um homem a menos, o sistema defensivo brasileiro ruiu e o Uruguai teve tudo para ir ao intervalo em vantagem, o que não ocorreu por pouco. Na base das fases, os Teros quebraram a defesa verde e amarelo com Lamanna, que caiu no in-goal para o segundo try dos visitantes. Porém, a conversão desperdiçada manteve os orientais atrás no marcador, 16 x 15. Antes do intervalo, os visitantes ainda levaram mais perigo, primeiro com Favaro rompendo a defesa e sendo detido por Gelado e, depois, com penal nos instantes derradeiros, o qual os Teros apostaram em cobrar com rapidez ao invés de chutar a gol. O Brasil segurou a pressão final, com Harvey quase conseguindo uma interceptação, mas cedendo scrum. Os Tupis ganharam na formação e asseguraram a liderança do placar, com o primeiro tempo se encerrando em 80% de posse de bola para os uruguaios, mas com os Tupis sólidos no lateral, até então visto como uma deficiência.

 

O segundo tempo começou com posse de bola absoluta para os celestes, que não tardaram a se colocar em vantagem, com penal batido por Silva, 18 x 16. A resposta do time da casa foi imediata, com Harvey arrematando mais um penal, em dia que esteve perfeito nos chutes. 19 x 18. E dois minutos depois o Tanque brilhou, mostrou a qualidade de sempre e deu lindo chute de box kick para Daniel Sancery explorar a avenida no lado cego do ruck uruguaio e correr para o segundo try brasileiro, para o delírio da torcida que foi a Barueri. 26 x 18, com Harvey convertendo mais um.

 

O Uruguai jamais se abalou e aos 62′ os visitantes ganharam lateral nas 22 e o jovem scrum-half Santiago Arata achou o espaço para mergulhar no in-goal, mantendo os vizinhos vivos na disputa. Sem a conversão, a vantagem seguiu brasileira, mas por pouco tempo. Com um dia ruim de seus chutadores e com o jogo de mãos não fluindo da melhor maneira, o Uruguai foi ousado, ganhou penal três minutos mais tarde e rejeitou ir aos paus. Os Teros apostaram no lateral e foram premiados, com Kessler rompendo para o quarto try uruguaio, assegurando o bônus ofensivo com a defesa brasileira já cansada, pela posse de bola inferior durante a peleja inteira (35% ao final do encontro para os Tupis somente). O Uruguai errava demais com as mãos, mas se mostrava mais efetivo no controle do volume de jogo e da linha de vantagem.

 

Contudo, morto o Brasil não estava e no minuto seguinte o Uruguai cedeu mais um penal. Harvey foi implacável e deu nova vantagem ao Brasil, na reta final da disputa. Mas, novo revés aconteceu, com Wacko recebendo amarelo aos 73′. Com um a menos novamente, os Tupis não tiveram condições de segurarem a pressão final uruguaia. Martinez teve a chance de devolver a vantagem aos orientais, porém chutou penal para fora. Entretanto, era questão de tempo, e Lamanna, aos 75′, não perdoou, rompendo a defesa amarela mais uma vez para fazer seu segundo try, provando a força do pack celeste. Sem a conversão, o Brasil ainda teve um pingo de esperança e conseguiu pressionar no fim, mas os Teros resguardaram sua vitória. 33 x 29, sofridos para os dois lados, e primeira vitória dos platinos no torneio.

 
O Portal do Rugby conversou com Jardel Vettorato ao final da partida, confira o vídeo na íntegra, que ainda reservou uma infeliz surpresa para os fãs dese que é um dos símbolos da seleção.
 

 
 
“O jogo foi muito duro, muito parelho. Uruguai é uma equipe muito experiente, acabou de disputar uma Copa do Mundo. Vamos continuar trabalhando. Estamos no caminho certo, mostramos evolução com relação à última partida e foi por pouco que não conquistamos o êxito”, comenta Moisés Duque.

 

“Temos um plano de jogo bem definido. O time é bastante jovem e este é o começo. Estamos em crescimento. Deu para sentir a força da torcida”, afirma Daniel Sancery.

 

Após somar mais um ponto no Americas Rugby Champi0nship, o Brasil partirá para a sequência mais dura de embates. No próximo sábado, dia 27, os Tupis enfrentam o Canadá, em Langford, na província canadense da Colúmbia Britânica, no último jogo longe do território brasileiro. O Uruguai, por sua vez, receberá a Argentina no mesmo dia.

 

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Brasil 29 x 33 Uruguai, em Barueri

Árbitro: Damian Schneider (Argentina) / Auxiliares: Henrique Platais e Xavier Vouga (Brasil)

 

Brasil

Tries: Luiz Vieira “Monstro” e Daniel Sancery

Conversões: Harvey (2)

Penais: Harvey (5)

1 Wilton Rebolo “Nelson” (São José), 2 Yan Rosetti (CUBA, Argentina), 3 Jardel Vettorato (San Diego), 4 Lucas Piero Moraes “Bruxinho” (Desterro) 5 Luiz Gustavo Vieira “Monstro” (Oyonnax, França), 6 Mark Jackson “Wacko” (Desterro) 7 Cleber Días “Gelado” (Wallys)  8 João Luiz Da Ros (Desterro) (c) 9 Lucas Duque “Tanque” (São José), 10 David Harvey (NSW Country Eagles, Austrália), 11 Lucas Muller (Desterro), 12 Moisés Duque (São José), 13 Felipe Sancery (Albi, França), 14 Guilherme Coghetto (Farrapos), 15 Daniel Sancery (Albi, França).

Suplentes: 16 Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro), 17 Caique Silva (CUQ, Argentina), 18 Vitor Ancina (Curitiba), 19 Felipe Tissot (Curitiba), 20 Nicholas Smith “Nick” (SPAC), 21 Mateus Tavares Estrela (Niterói), 22 Laurent Bourda-Couhet (Band Saracens), 23 Yan Machado (Curitiba).

 

Uruguai

Tries: Lamanna (2), penal try, Arata e Kessler

Conversões: Silva (1)

Penais: Silva (2)

1 Mateo Sanguinetti (Los Cuervos), 2 Carlos Arboleya (Trébol Paysandú), 3 Juan Echeverría (Old Christians), 4 Franco Lamanna (Carrasco Polo), 5 Diego Magno (Montevideo Cricket), 6 Gonzalo Soto (Carrasco Polo), 7 Matías Beer (Old Christians), 8 Alejandro Nieto (Champagnat) (c), 9 Guillermo Lietjenstein (Trébol Paysandú), 10 Rodrigo Silva (Carrasco Polo), 11 Federico Favaro (Old Christians), 12 Andrés Vilaseca (Old Boys), 13 Pedro Deal (Old Boys), 14 Leandro Leivas (Old Christians), 15 Santiago Martínez (Carrasco Polo).

Suplentes: 16 Germán Kessler (Los Cuervos), 17 Facundo Gattas (Lobos), 18 Ignacio Secco (Trébol Paysandú), 19 Ignacio Dotti (Los Cuervos), 20 Lukas Lacoste (Trébol Paysandú), 21 Martín Secco (Los Curvos), 22 Santiago Arata (PSG), 23 Alberto Román (PSG).

 

 

EquipePJVED4+-7PPPCSP
Argentina XV2254104020799108
Estados Unidos1552123217711067
Canadá1453022019213953
Uruguai14530211123131-8
Brasil6510402107175-68
Chile551040173215-142

 

Foto: João Neto / Fotojump

4 COMENTÁRIOS

  1. Gostei muito de ver como o Brasil praticamente venceu esta partida. Como não é de nos surpreender, o Lucas Tanque foi impressionante e continuo achando ele o jogador mais técnico no Brasil. Mesmo que o David Harvey foi excelente nos chutes a gol não entendo porque ele não passa a bola para os centros Brasileiros. Força perigosa nossa com a bola nas mãos o Moises teva poucas oportuidades se bem que foi ótimo na defesa. Quero saber porque jogadores nossos na Seleção tem a mania de receber cartões amarelos… quanta displicência que talvez fosse o motivo de perder o jogo de ontem. Parabens à Seleção.

  2. Gostei muito de ver como o Brasil praticamente venceu esta partida. Como não é de nos surpreender, o Lucas Tanque foi impressionante e continuo achando ele o jogador mais técnico no Brasil. Mesmo que o David Harvey foi excelente nos chutes a gol não entendo porque ele não passa a bola para os centros Brasileiros. Força perigosa nossa com a bola nas mãos o Moises teva poucas oportuidades se bem que foi ótimo na defesa. Quero saber porque jogadores nossos na Seleção tem a mania de receber cartões amarelos… quanta displicência que talvez fosse o motivo de perder o jogo de ontem. Parabens à Seleção.