Brasil no jogo histórico vencendo a Argentina XV. Foto: UAR/Gonzalo Munielo

Tempo de leitura: 3 minutos

ARTIGO COM VÍDEOS – O jogaço de estreia do Brasil no Americas Rugby Championship se aproxima: os Tupis jogarão sábado, dia 2, às 18h00, fora de casa, contra a Argentina XV. Os argentinos estão com um grupo renovado e de técnico novo, Ignacio Fernandez Lobbe, mas de qualquer modo querem avidamente dar o troco no Brasil após a história vitória brasileira em Buenos Aires no ano passado, que rendeu aos Tupis o título sul-americano.

Naquela partida, o Brasil saiu perdendo no primeiro tempo, indo ao intervalo em desvantagem de 33 x 03, para virarem o placar no segunda tempo para 36 x 33 de forma épica. De qualquer modo, o primeiro tempo daquela partida expôs problemas defensivos e convidamos Beukes Cremer, ex Tupi e atleta e auxiliar técnico da Poli, para analisar o sistema defensivo brasileiro:

 

Desafios defensivos para os Tupis – Por Beukes Cremer

- Continua depois da publicidade -

O grande desafio para o Brasil contra a Argentina será a forma com que os Tupis se movem ao largo dos rucks na defesa, precisando serem mais ativos, isto é, seguindo melhor as movimentações do ataque.

Também será preciso serem mais efetivos na comunicação na defesa e isso significa comunicação mais construtiva. Os jogadores precisam compreender quem está dentro e quem está fora no movimento de defesa para não deixarem espaços. É possível ver no último jogo os pilares e segundas linhas sendo colocados entre atletas da linha argentina. E a linha brasileira cometeu erros chutando bolas onde a linha argentina teria espaços para atacar.

Assim:

1) Brasil precisará trabalhar mais duro ao redor dos rucks para se movimentar mais rapidamente e pressionar a movimentação argentina;

2) Não podemos ter momentos de queda de rendimento e passividade. O Brasil precisa estar ativo o tempo todo sem a bola;

3) Os jogadores precisam de confiança entre si, pois quando não há confiança mútua entre os atletas, não é possível defender com qualidade. Quando não há confiança é possível ver dois defensores comprometidos com o mesmo jogador de ataque, o que acaba gerando espaços para o oponente explorar. E é assim que a Argentina vai ganhar vantagem.

Vamos a um exemplo logo do início do jogo do Sul-Americano que condensa os problemas apresentados naquele primeiro tempo:

Quando o lateral acaba, os jogadores observam a movimentação da bola sem olharem o time a movimentação do ataque. Eles seguem olhando a bola, mas o que deveriam fazer era olhar para o time atacante e conversarem entre si ativamente, uma vez que não podem fazer nada sobre a trajetória da bola. Na sequência, eles são surpreendidos pelos espaços gerados.

Vemos na sequência ainda uma falta de confiança entre os jogadores brasileiros, que leva à criação de um espaço enorme para a Argentina explorar.  A confiança de um jogador com o outro e a comunicação entre eles são essenciais.

Logo na sequência, no ruck, é possível ver a falta de comunicação dos jogadores brasileiros. Vendo apenas a bola, eles não são capazes de desbordarem com a velocidade necessária.

Depois, os forwards mais pesados são colocados em situação desfavorável, enquanto os atletas mais velozes da Argentina sabem que têm a vantagem.