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Pela primeira vez na história, Brasil e Alemanha duelaram em Blumenau, que também pela primeira vez recebeu uma partida da seleção brasileira de rugby. Como esperado, o time alemão se mostrou superior e garantiu a vitória por 29 x 12, mas os Tupis tiveram bons momentos e mostraram evolução, dominando o scrum e levando a Alemanha a muitos penais. Contudo, com erros de lateral e deficiência na articulação das jogadas, o Brasil não conseguiu marcar try, enquanto os alemães cruzaram o in-goal em quatro oportunidades. Como destaque, a torcida, que quase encheu o Estádio do SESI, criando um belo evento.

 

A Alemanha começou o jogo com tudo,imprimindo um ritmo forte, apostando no entrosamento – com mais metade do time atuando no mesmo clube – para construir fase a fase e cravar seu primeiro try, aos 5′. Sean Armstrong, o scrum-half australiano, chutou cruzado para as 22 e o trabalho dos forwards foi preciso, com Rob May fazendo o try dos visitantes, sem conversão.

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Apesar do início forte alemão, os Tupis se recompuseram logo e David Harvey não perdoou chutando o primeiro penal logo aos 8′, 5 x 3. Com os pontos, o Brasil ganhou em confiança e cresceu no scrum. Mas, aos 16′, a Alemanha voltou a mostrar que sua coesão fazia a diferença e, em outro bom trabalho de fases coordenado por Armstrong, Garner finalizou o try alemão. 12 x 3. Os Tupis tiveram chance de reduzir pouco depois, mas a bola se mexeu antes que Harvey arrematasse a gol, perdendo uma possibilidade clara. O australiano-brasileiro, no entanto, estava bem nos chutes e acertou mais dois penais antes do intervalo, com a Alemanha cometendo muitos erros não forçados. 12 x 9 para os visitantes no intervalo.

 

O segundo tempo largou positivo para os Tupis, com novo penal arrancado aos 42′. Entretanto, a longa distância do arremate dificultou a chance de Harvey, que não foi feliz no chute. E quem não faz, leva. Os germânicos ganharam terreno e trabalharam com muita velocidade, com Sean Armstrong abrindo bola longa para o abertura Te Huia (que apareceu pouco no jogo), invertendo o passe, quebrando a movimentação defensiva brasileira para Parkinson cruzar o in-goal.

 

Parkinson e Armstrong seguiram como os principais criadores do time europeu, que ganhou em volume de jogo. Parkinson teve nova chance com penal, mas errou arremate tranquilo. Aos 56′, no entanto, o scrum brasileiro cresceu com a entrada de Abud. A formação dos Tupis foi devastadora e Harvey chutou com precisão mais um penal, colocando o Brasil na colam 19 x 12. Mas, por pouco tempo. As trocas de forwards acabaram por favorecer os alemães. O Brasil teve grande momento aos 60′, com Armstrong recebendo amarelo. Harvey desperdiçou outra difícil chance para o Brasil em longa distância. E, logo depois, Jardel recebeu amarelo. A situação se inverteu e após o maul Fischer fez o quarto try alemão, liquidando a partida.

 

Depois do try os Tupis não voltaram mais ao jogo e cederam um último penal para a Alemanha fazer 29 x 12. Caique recebeu amarelo no fim, mas o jogo já estava definido. Triunfo germânico em Santa Catarina. Para o Brasil, criar mais oportunidades de try, criar profundidade na linha e evoluir nos laterais é essencial para que uma vitória seja possível. A Alemanha venceu com boa margem em Blumenau, mas não se provou uma equipe de alto nível.

 

Ige analisou a partida: “acho que a partida representou um avanço em nossa preparação. A Alemanha joga em igualdade contra Portugal e outros times da Europa e jogamos bem contra eles. Nosso objetivo é mais adiante, fazer uma boa preparação para pegar a Colômbia e depois fazer um forte Seis Nações”.

 

O scrum-half Sean Armstrong, da Alemanha, ressaltou que “a atmosfera do jogo foi fantástica. Muito legal ver a casa cheia e todo mundo empurrando o time. Se tivéssemos algo parecido na Alemanha seria um grande incentivo para nós. Sabíamos que o Brasil viria forte e não nos decepcionamos, Foi um jogo muito duro, de base e nós nos adaptamos ao estilo de jogo deles para conseguir a vitória”.

 

Brasil e Alemanha voltam a se enfrentar na próxima sexta-feira, no Pacaembu, em São Paulo.

 

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Brasil 12 x 29 Alemanha, no Estádio do SESI, em Blumenau

Árbitro: Mauro Rivera (Argentina)

Auxiliares: Ricardo Sant’Anna e Vitor Magalhães (Brasil)

 

Brasil

Penais: Harvey (4)

15 Lucas Tranquez “Zé” (SPAC), 14 Lucas Muller (Desterro), 13 Mateus Estrela (Niterói), 12 Martin Schaefer (SPAC), 11 Lucas Drudi (Jacareí), 10 David Harvey (NSW Country Eagles, Austrália/NRC), 9 Beukes Cremer (Pasteur), 8 Nick Smith (SPAC), 7 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 6 Arthur Bergo (SPAC), 5 Matheus Wolf (Joaca), 4 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 3 Jardel Vettorato (San Diego), 2 Yan Rosetti (CUBA, Argentina/URBA Top 14), 1 Wilton Rebolo “Nelson” (São José).

 

Suplentes: 16 Benê Rodriguez (São José), 17 Caique Silva (CUQ, Argentina/URBA 2ª divisão), 18 Lucas Abud (SPAC), 19 Lucas Correa “Tedd” (Farrapos), 20 Mark Jackson “Wacko” (Desterro), 21 Stefano Giantorno (San Luis, Argentina/URBA Top 4), 22 Robert Tenorio (Pasteur), 23 Felipe Claro “Alemão” (SPAC).

 

Alemanha

Tries: May, Garner, Parkinson e Fischer

Conversões: Parkinson (3)

Penais: Parkinson (1)

15 Raynor Parkinson (Heidelberger), 14 Mark Sztyndera (1880 Frankfurt), 13 Carlos Soteras-Merz (Pforzheim), 12 Paul Bosch (Heidelberger), 11 Hendrik van der Merwe (Heidelberger), 10 Jeremy Te Huia (Pforzheim), 9 Sean Armstrong (Heidelberger) (c), 8 Rob May (Heidelberger), 7 Jarrid Els (Heidelberger), 6 Jaco Otto (Heidelberger), 5 Michael Poppmeier (Heidelberger), 4 Benjamin Danso (Heidelberger), 3 Samy Füchsel (Heidelberger), 2 Dale Garner (Luctonians, Inglaterra/4ª divisão), 1 Arthur Zeiler (Heidelberger).
Suplentes: 16 Rupert Cowan (Richmond, Inglaterra/3ª divisão), 17 Jörn Schröder (Pforzheim), 18 Eric Marks (Aachen), 19 Marcus Bender (Handschuhsheim), 20 Robert Lehmann (Rottweil), 21 Pascal Fischer (Hannover 78), 22 Thomas van Gelderen (Neuenheim), 23 Oliver Paine (Pforzheim).

 
Foto: Cristiano Andujar/Fotojump

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