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ARTIGO COM VÍDEOS – Sábado é dia de Brasil x Chile, Tupis x Cóndores! E o Brasil conheceu nesta sexta-feira seu XV titular, com o técnico argentino Rodolfo Ambrosio apostando em uma continuidade com relação ao trabalho feito nos três tests do fim de 2015, reforçando o elenco com adições vindas do exterior.

 

Dos 15 jogadores que começaram a partida contra a Colômbia em dezembro passado nada menos que 11 seguem no XV titular, sendo que dos mesmos 15 que iniciaram a vitória sobre os Tucanos somente dois não estão na relação de 23 nomes para a partida de abertura do Americas Rugby Championship (Robert e Wolf). Dos 23 daquele jogo, que acabou em 44 x 0 para o Brasil, 16 seguem nos 23 relacionados para o primeiro desafio dos Tupis deste ano. Já na comparação com o segundo jogo contra a Alemanha, 8 dos 15 titulares daquela partida seguem como titulares do Brasil contra o Chile, ao passo que da lista total de 23 de amanhã 16 estiveram no embate final contra os germânicos, que se encerrou com vitória dos visitantes por 31 x 7.

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Contra a Alemanha, o adversário mais forte do semestre passado, o Brasil mostrou poderio no pack de forwards, em especial no scrum, e a continuidade é visível na convocação de Ambrosio, com a primeira linha sendo a mesma que enfrentou a Colômbia e com apenas uma mudança com relação ao time que duelou com a Alemanha (Nelson no posto de Carnaval). Bruxinho segue inabalável na segunda linha e terá a companhia desta vez de Monstro, uma das importantes adições do elenco, atuando no time B do Oyonnax, mas que não esteve nos jogos de fim de ano. A terceira linha também mantém a coerência, com Ige e Nick donos de suas posições e com o australiano Wacko, que enfrentou a Colômbia, completando o trio (já que Matias não está recuperado de lesão). Tissot e Vitor, do Curitiba. dão força ao banco, junto de Abud e Yan, que serão importantes sobretudo no segundo tempo, enquanto Bergo aparece como opção para a terceira linha.

 

A linha sofreu mais mudanças. A camisa 9 tem dono e Rodolfo já deixou isso claro: é do sul-africano Beukes. A seu lado a preferência momentânea foi pelo australiano David Harvey, isto é, a dupla que encarou a Alemanha, deixando Tanque e Laurent como opções no banco. Moisés é o primeiro centro da esquadra verde e amarela, sendo opção para garantir uma transição em velocidade da bola. A seu lado estará o jovem Felipe Sancery, que joga no time B do Albi, da França, e impressionou diante da Colômbia, sendo um dos destaques. Seu irmão, Daniel, do time A do Albi, ganhou a camisa 15 e debutará logo como titular pelo Brasil, criando expectativa sobre seu nível e o que poderá agregar à equipe. Zé, um dos destaques do ano passado, foi mantido no time, mas como ponta, ao lado de Stefano, do San Luis, da Argentina, que deu mostras de estar se adaptando bem aos Tupis, ganhando inclusive uma convocação à seleção de sevens já. Martin, onipresente nas seleções brasileiras, é opção no banco para os 3/4s.

 

O Chile do técnico Elías Santillán, que acaba de voltar ao comando da seleção (e fez parte da comissão técnica da derrota chilena em 2014 em Barueri), vem forte, com cinco atletas que atuam no exterior, apesar da ausência importante do grande Pablo Huete, segunda linha que talvez seja o principal atleta chileno da atualidade. Santillán é famoso por dar ênfase ao pack e deverá preparar um time capaz de encarar o Brasil no scrum, fazendo frente à principal arma brasileira. Na linha, historicamente a qualidade chilena é inquestionável, mas Santillán deixou de fora todos os atletas que foram muito bem no mês passado atuando pela seleção de sevens, apontando para realmente uma separação nos elencos. Nas declarações prévias, os chilenos já afirmaram que sabem que o embate com o Brasil é chave para a sequência do trabalho e que o peso da derrota de 2014 ainda ressoa.

 

Em 2015, o Chile não só bateu o Brasil em Santiago, em jogo fraco tecnicamente dos dois lados, mas que acabou com o triunfo chileno com tries em cima de erros da linha brasileira, como também derrotou o Uruguai, surpreendendo a todos, com um pack muito forte e competente. A mudança de técnico e a crise de bastidores atrapalham, certamente, os Cóndores, mas também garantem gana extra contra os Tupis.

 

“Perder para o Brasil em 2014 foi bem duro. Mas sabemos que todas as seleções da América do Sul são fortes jogando em casa. O Chile tinha um plantel muito jovem e com pouca experiência internacional. Em 2015, a equipe se repetiu e ganhou aporte de jogadores que atuavam fora do país. Em 2016, este grupo de jogadores se manteve, contou ainda com mais jovens talentos e com um novo reforço de um grupo internacional”, apontou o treinador chileno, em entrevista ao UOL.

 

Favoritismo chileno, diante de talvez aquela que seja a mais forte seleção brasileira da “Era CBRu”. Um jogo parelho e decidido nos detalhes é o que se espera. Um ponto garantido no exterior já teria sabor de sucesso para o time brasileiro em sua nova empreitada. Não por acaso, Agustín Danza, CEO da CBRu, deixou claro: “daremos nosso melhor em campo, mas nesse momento não olhemos para o placar, mas sim para a performance e melhorias da nossa seleção”. Perspectiva enfatizada também por Ambrosio, que afirmou ao longo da semana que “nosso objetivo é fazer o melhor resultado possível dentro de campo. Mas antes de tudo, é imprescindível entender que agora não é hora de olharmos para o placar, mas sim para as performances coletivas do time e ações individuais dos jogadores que fazem parte do nosso planejamento estratégico de longo prazo visando ao crescimento do esporte nos próximos anos”.

 

Para Daniel Danielewicz, o Nativo, capitão dos Tupis, “o jogo contra o Chile é um marco para o rugby nacional, pois representa o primeiro grande passo no nosso planejamento a longo prazo. Vamos enfrentar as principais seleções das Américas e o Brasil só tem a crescer com isso”. E complementou, “também será ótimo poder usar o novo uniforme, abençoado por um pajé Tupi”, lembrando o fato do Brasil estrear seu novo uniforme na partida.

 

A partida não terá transmissão de TV para o Brasil, mas poderá contar com transmissão online chilena, ainda a confirmar.

 

E você, qual sua expectativa?

 

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19h00* – Chile x Brasil, em Santiago

Árbitro: Joaquin Montes (Uruguai) / Auxiliares: Francisco Saavedra e Frank Méndez (Chile)

* hora de Brasília

 

Brasil: 15 Daniel Sancery (Albi, França), 14 Stefano Giantorno (San Luis, Argentina), 13 Felipe Sancery (Albi, França), 12 Moisés Duque (São José), 11 Lucas Tranquez “Zé” (SPAC), 10 David Harvey (NSW Country Eagles, Austrália), 9 Beukes Cremer (Pasteur), 8 Nick Smith (SPAC), 7 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 6 Mak Jackson “Wacko” (Desterro), 5 Luiz Gustavo Vieira “Monstro” (Oyonnax, França), 4 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 3 Jardel Vettorato (San Diego), 2 Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro), 1 Wilton Rebolo “Nelson” (São José).

Suplentes: 16 Yan Rosetti (CUBA, Argentina), 17 Lucas Abud (SPAC), 18 Vitor Ancina (Curitiba), 19 Felipe Tissot (Curitiba), 20 Arthur Bergo (SPAC), 21 Martin Schaefer (SPAC), 22 Lucas Duque “Tanque” (São José), 23 Laurent Bourda-Couhet (Band Saracens).

 

Chile: 15 Leonardo Montoya (Rouen, França), 14 José Ignacio Larenas (Universidad Católica), 13 Matías Nordenflycht (COBS), 12 Francisco de la Fuente (Bagnères, França), 11 Italo Zunino (COBS), 10 Cristián Onetto (Old Boys), 9 Beltrán Vergara (Old Boys), 8 Benjamín Soto (Stade Français) (c), 7 Javier Richard (COBS), 6 Cristóbal Niedmann (Old Boys), 5 Matías Cabrera (Cisneros, Espanha), 4 Nikola Bursic (COBS), 3 Sergio de la Fuente (Waipu, Nova Zelândia), 2 Rodrigo Moya (Prince of Wales), 1 José Ramón Ayarza (La Voulte, França).

Suplentes: 16 Tomás Dussaillant (Old Boys), 17 Claudio Zamorano (Stade Français), 18 Luis Sepúlveda (Troncos), 19 Raimundo Piwonka (Prince of Wales), 20 Ignacio Silva (Stade Français), 21 Juan Pablo Perrotta (Universidad Católica), 22 Pablo Casas (Prince of Wales), 23 Matías Contreras (Alumni).

 

Histórico: 21 jogos, 19 vitórias do Chile, 1 empate e 1 vitória do Brasil. Último jogo: Chile 32 x 3 Brasil, em 2015 (Sul-Americano)

 

Vídeos

Brasil x Chile, em Santiago, 2015

Brasil x Chile, em Barueri, 2014


Brasil x Colômbia, em São Paulo, 2015

Brasil x Alemanha, em São Paulo, 2015