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O próximo final de semana é especial para a Seleção Brasileira Feminina. As Tupis irão a campo no Canadá para a disputa da 4ª (a penúltima) etapa da Série Mundial de Sevens Feminina 2015-16, que também é a última etapa que o Brasil disputará na temporada – já que a vaga de seleção convidada no último torneio do circuito, em Clermont, na França, será do Quênia. Com isso, quando o Brasil entrar em campo em Langford, subúrbio de Victoria, não estará em jogo apenas mais uma etapa da Série Mundial. Esta será a última vez até agosto que as Yaras irão encontrar em um mesmo torneio todas as potências mundiais juntas, em uma verdadeira prévia do Rio 2016.

 

O Canada Sevens terá transmissão ao vivo pelo worldrugby.org. O formato de disputa é o mesmo de sempre: três grupos com quatro seleções cada, sendo que as duas primeiras colocadas de cada grupo e as duas melhores terceiras colocadas avançarão às quartas de final.

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Chance final

Para o torneio, o Brasil contará com um elenco forte que, das principais atletas, não contará com Juka, Baby e Paulinha, mas terá a volta de um dos grandes nomes do rugby feminino nacional, Tatá. Na prática, esta é a grande última oportunidade de cada atleta provar que pode defender o Brasil nos Jogos Olímpicos diante das melhores seleções do mundo. É claro que os treinos seguem e as Yaras ainda deverão ter torneios de preparação até agosto, mas no nível do Rio 2016 o torneio em Langford é o último até o grande momento que todas esperam desde 2009.

 

“Nós queremos ver se nossas jogadoras estão aproveitando suas oportunidades no ataque para marcar mais tries contra esses times bem ranqueados. Também para aprender como se defender diante de times mais fortes e habilidosos. Minhas expectativas são que as esportistas mostrem seu melhor jogo e que possam competir contra os melhores times do mundo visando aos Jogos Olímpicos Rio-2016”, afirma o técnico das Tupis, Chris Neill.

 

O Brasil não disputou a terceira etapa, nos Estados Unidos, no fim de semana passado, e para seu retorno caiu no Grupo A do torneio canadense, tendo pela frente a líder Austrália, muito próxima do título da temporada, a Rússia e a França. As Tupis ainda não tiveram que enfrentar as australianas na atual temporada, mas já encararam as russas uma vez, em dezembro, em Dubai (vitória russa por 41 x 0), e a francesas nada menos que três vezes (uma em Dubai e duas em Barueri, a última encerrada em 24 x 7 para as europeias). Após participar de dois dos três torneios até aqui da temporada, o saldo do Brasil é de duas vitórias, sobre Irlanda, em Dubai, e Japão, em Barueri, somando um 10º e um 8º lugares. O tabu do 8º lugar não foi quebrado até agora, com o Brasil jamais em sua história na Série Mundial de Sevens Feminino tendo ultrapassado essa marca. Em Langford, o foco das Tupis não está mais em quebrar ou não barreiras, em alcançar ou não novos feitos históricos, mas em mostrar competitividade e proximidade com as demais grandes seleções do mundo, para ir ao Rio confiante. Mas, é evidente, que uma vitória sobre qualquer um dos oponentes da primeira fase, todos adversários muito complicados, daria um impulso extra à seleção brasileira e uma confiança que poderia fazer toda a diferença quando agosto chegar.

 

A Austrália desponta como a favorita da chave e tem a seu favor um assustador desempenho: três torneios e três títulos nesta temporada, somando impressionantes 14 pontos a mais que a vice líder Nova Zelândia e contando com a três maiores artilheiras em tries da temporada: Green, Cherry e Tonegato. Mais um título nesse fim de semana significará na prática a conquista da temporada para as australianas, seu primeiro título geral da Série Mundial de Sevens, e as aussies têm a seu favor na chave ainda o fato de não ter até aqui perdido para russas ou francesas. Porém, a Austrália já lamenta os desfalques de Green e Tonegato, que colocarão um novo desafio às líderes.

 

França e Rússia não terão maiores desfalques e brigam para darem um passo adiante no circuito. As francesas ocupam o quinto lugar geral e ainda não conseguiram chegar  uma final, ao passo que a Rússia – que ainda não tem vaga assegurada no Rio 2016 e pensa demais no Pré Olímipco Mundial de junho – largou a temporada com tudo com o vice campeonato em Dubai, mas despencou na sequência, ocupando agora o sexto posto geral.

 

Alguém irá derrubar a Austrália?

No Grupo B, a tricampeã do circuito, Nova Zelândia, desponta como a favorita, mas está muito pressionada por um resultado impactante, já que a equipe já não vence um torneio do circuito há um ano – justamente desde o torneio do Canadá de 2015. Se já não bastasse a frente que as australianas abriram na classificação, as neozelandesas lamentam as ausências de Kayla McAlister, Huriana Manuel e Gayle Broughton. Os Estados Unidos aparecem como a segunda força da chave, tendo derrotado a Nova Zelândia no sábado passado, em Atlanta, logo na estreia do novo técnico Richie Walker, que claramente “arrumou a casa” no primeiro desafio. Fiji, que caiu em rendimento em Atlanta, e Espanha completam o grupo correndo por fora – mas interessam ao Brasil na luta por uma difícil vaga nas quartas de final.

 

Por fim, a seleção da casa, o Canadá, está no Grupo C, onde é a principal estrela. As Canucks ocupam a terceira posição na temporada e também partem em busca do primeiro título na temporada. No ano passado, as canadenses decepcionaram em casa, mas se recuperaram garantindo seu primeiro título de uma etapa do circuito em Londres, na última etapa da temporada 2014-15. A quebra do gelo fora importante para a confiança das Canucks no caminho até o Rio 2016 e até aqui as canadenses alcançaram mais um final, em Barueri, quando perderam para as australianas. O Canadá desponta como a principal força a fazer frente às favoritas Austrália e Nova Zelândia nos Jogos Olímpicos, e o desempenho das principais atletas, como Jen Kish, Ghislaine Landry e Bianca Farella cria grandes expectativas para a torcida da casa.

 

Porém, as canadenses irão encarar na primeira fase a Inglaterra, para quem o Canadá perdeu na decisão de terceiro lugar na etapa passada, com Emily Scarratt despontando. A Inglaterra cresceu, ocupa o quarto lugar geral e ganhou um reforço de peso para Langford: Danielle Waterman. Japão e Irlanda completam o grupo e seus resultado também interessarão às brasileiras na luta pelas quartas de final.

 

SWS 2015-16 logo

Canada Sevens – 4ª etapa da Série Mundial de Sevens Feminina 2015-16 – em Langford, Canadá

Grupo A: Austrália, Rússia, França e Brasil

Grupo B: Nova Zelândia, Estados Unidos, Fiji e Espanha

Grupo C: Canadá, Inglaterra, Japão e Irlanda

 

Sábado, dia 16 de abril

* das 15h00 às 23h00, horário de Brasília

Inglaterra x Irlanda

Canadá x Japão

Austrália x França

Rússia x Brasil – às 16h06

Nova Zelândia x Fiji

Estados Unidos x Espanha

 

Inglaterra x Japão

Canadá x Irlanda

Austrália x Brasil – às 18h36

Rússia x França

Nova Zelândia x Espanha

Estados Unidos x Fiji

 

Inglaterra x Canadá

Irlanda x Japão

Austrália x Rússia

França x Brasil – às 21h50

Nova Zelândia x Estados Unidos

Espanha x Fiji

 

Domingo, da 17 de abril

*das 14h00 às 22h30

Finais

 

Brasil:

Amanda Araújo – Niterói

Bruno Lotufo – Band Saracens

Cláudia Teles – Niterói

Edna Santini – São José

Haline Scatrut – Curitiba

Júlia Sardá – Desterro

Juliana Michele – Curitiba

Luiza Campos – Charrua

Mariana Ramalho – SPAC

Raquel Kochhann – Charrua

Mariana Nicolau – São José

Taís Balconi – Desterro

 

SeleçãoPontuação geralEtapa 5 (França)Etapa 4 (Canadá)Etapa 3 (Estados Unidos)Etapa 2 (Brasil)Etapa 1 (Emirados Árabes)
Austrália941816202020
Nova Zelândia801618181612
Canadá742012141810
Inglaterra741420160816
França601214081214
Rússia420406100418
Estados Unidos461008121402
Fiji360804061008
Espanha260610020206
Brasil*120003000603
Japão120101030304
Irlanda110302040101
Quênia*020200000000
Colômbia*010000010000
* seleções convidadas
EtapaCampeão
Etapa 1 (Emirados Árabes)Austrália
Etapa 2 (Brasil)Austrália
Etapa 3 (Estados Unidos)Austrália
Etapa 4 (Canadá)Inglaterra
Etapa 5 (França)Canadá
- Pontuação: 1º lugar, 20 pontos / 2º, 18 pts / 3º, 16 pts / 4º, 14 pts / 5º, 12 pts / 6º, 10 pts / 7º, 8 pts / 8º, 6 pts / 9º, 4 pts / 10º, 3 pts / 11º, 2 pts / 12º, 1 pt.

 

Foto: João Neto/Fotojump

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