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No sábado, o Brasil fará mais uma estreia: pela primeira vez os Tupis irão encarar uma partida no Estádio do Canindé, em São Paulo casa da Associação Portuguesa de Desportos (o ingresso será 1 kg de alimento não perecível).

 

O jogo é contra a Colômbia e será importante por outro fato: quem vencer terá vaga no Sul-Americano A de 2016 e quem perderá terá que jogar a segunda divisão continental no ano que vem (caso haja empate, o jogo terá prorrogação com dois tempos de 10 minutos). Na história, brasileiros e colombianos se enfrentaram oito vezes, com oito vitórias brasileiras, a última em 2008, no Paraguai, 34 x 6. Desses jogos, apenas um foi em solo brasileiro, em 2004, no Estádio do Ibirapuera, em São Paulo, com vitória brasileira por 74 x 0, a maior da história do confronto. Favoritismo total dos Tupis, com certeza.

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O fato de jamais ter perdido para a Colômbia, contudo, esconde a realidade de que os Tucanos colombianos evoluiram enormemente desde então. Na data do último confronto, a Colômbia ainda sofria para derrotar Venezuela e Peru, mas desde 2008, quando o Brasil deixou a segunda divisão, a Colômbia se sagrou campeã em 2009, 2014 e 2015. Em 2012 e 2013, o título não veio porque o Paraguai esteve na disputa, enquanto apenas em 2010 e 2011 os Tucanos escorregaram contra seus vizinhos. Maior prova do crescimento colombiano é o 43º lugar no Ranking mundial que o país ocupa, pela primeira vez na história acima do Brasil.

 

Nos últimos anos, enquanto o Brasil perdeu muito mais do que venceu, por conta de enfrentar adversários mais fortes, como Uruguai e Chile, a Colômbia aprendeu a vencer, colecionando mais vitórias (sempre contra países mais fracos, como Venezuela, Peru e Equador) do que derrotas. Evidentemente, o abismo de qualidade entre os adversários mais frequentes de Brasil e Colômbia não oferece qualquer prova de quem os Tucanos podem vencer o Brasil em 2015, mas todo cuidado é pouco, pois, no mínimo, a Colômbia vem empolgada e se acostumou a definir jogos a seu favor. Nos últimos dois anos, a CONSUR (atual Sudamérica Rugby) não promoveu o jogo de repescagem entre o último colocado da primeira divisão e o campeão da segunda divisão, o que era muito aguardado sobretudo pela Colômbia, que vem tendo poucas oportunidades de enfrentar desafios que a ajudem a evoluir e subir mais degraus. Da mesma maneira que para o Brasil jogos contra Uruguai, Chile, Portugal e Alemanha – e no próximo ano Argentina, Canadá e Estados Unidos – oferecem a chance dos Tupis se desenvolverem, para os Tucanos a oportunidade de pegar o Brasil é dourada.

 

Os Tupis terão uma pressão extra pela frente: a obrigação de vencer pela primeira e única vez em 2015. Na única oportunidade que o Brasil jogou como favorito, contra o Paraguai, em casa, pelo Sul-Americano, saiu derrotado fazendo um jogo muito fraco. Depois da provação do Sul-Americano e dos amistosos contra a Alemanha – em especial do segundo jogo, que apresentou clara evolução do time brasileiro em vários setores – o Brasil tem tudo para ter seu melhor desempenho no ano, essencial para entrar mais confiante no Campeonato das Américas de 2016. Portanto, não basta vencer, é preciso ter a certeza de que o desempenho foi excelente.

 

Rodolfo Ambrosio não contará para o jogo com o abertura David Harvey, que retornou à Austrália, com Fernando Portugal, que se aposentou, e com Matheus Daniel, que fraturou o tornozelo no Pacaembu, mas já passou por cirurgia e iniciou seu trabalho de recuperação. Os Tupis sofreram muitas alterações com relação ao time derrotado no Pacaembu. Os três de trás mudaram, com Zé saindo da ponta e retomando a camisa 15 que fora de Coghetto, ao passo que Stefano e Robert entraram nas pontas e Boy deixou o XV. Nos centros, Martin segue no time, mas o brasileiro radicado na França Felipe Sancery, do time aspirante do tradicional Albi, assume a camisa 13 que fora de Portugal. Na criação, Beukes segue com a 9 e Lucas Duque, o Tanque, é a grande novidade do jogo, voltando à camisa 10 no posto de Harvey, que retornou à Austrália.

 

Na terceira linha, a camisa 6 de Matias ficará com o australiano Wacko, enquanto Wolf volta a vestir a 5 no lugar de Tissot, que volta ao banco. Na primeira linha, a única mudança foi a saída de Carnaval para o retorno de Nelson.

 

“O jogo diante da Colômbia é muito importante e, com certeza, será bem disputado. Nesta semana, priorizamos o ajuste de incorreções dos últimos jogos. Tiramos grandes lições das partidas contra a Alemanha e esperamos conquistar a vitória diante dos colombianos. As duas Seleções vão dar o máximo pela elite do Torneio Sul-Americano, e temos confiança de que faremos um bom duelo”, afirma o treinador do Brasil.

 

E a Colômbia? Os Tucanos vieram com um número muito limitado de atletas: somente 22, o que significa que viajaram no limite das verbas – e, por isso mesmo, apesar das dificuldades e da vulnerabilidade do elenco, devem jogar no limite da vontade e da doação para fazerem valer a viagem. Os colombianos treinaram ao longo da semana em São José dos Campos e têm como aliada a coesão do elenco, que conta com 16 jogadores que atuam juntos na seleção da província de Antioquia, mais forte do país, mantendo a base campeã em Lima no mês passado.

 

O jogo terá transmissão ao vivo pelo SporTV 3, às 21h00, e pela web rádio Rede Contínua (www.redecontinua.com.br), parceira do Portal do Rugby, a partir das 20h00.

 

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Brasil x Colômbia, no Estádio do Canindé, São Paulo

Árbitro: Joaquin Montes (Uruguai)

Auxiliares: Alejandro Longres (Uruguai) e Santiago Romero (Uruguai) / TMO: Santiago Slinger  (Uruguai)

 

Brasil: 15 Lucas Tranquez “Zé” (SPAC), 14 Stefano Giantorno (San Luis, Argentina/URBA Top 14), 13 Felipe Sancery (Albi, França/Pro D2), 12 Martin Schaefer (SPAC), 11 Robert Tenório (Pasteur), 10 Lucas Duque “Tanque” (São José), 9 Beukes Cremer (Pasteur), 8 Nick Smith (SPAC), 7 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 6 Mark Jackson “Wacko” (Desterro), 5 Matheus Wolf (Joaca), 4 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 3 Jardel Vettorato (San Diego), 2 Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro) (c), 1 Wilton Rebolo “Nelson” (São José).

Suplentes: 16 Yan Rosetti (CUBA, Argentina/URBA Top 14), 17 Caique Silva (CUQ, Argentina/Urba 2ª divisão), 18 Lucas Abud (SPAC), 19 Felipe Tissot (Curitiba), 20 Cléber Dias “Gelado” (Wallys), 21 Matheus Cruz (Jacareí), 22 Mateus Estrela (Niterói), 23 Guilherme Coghetto (Farrapos).

 

Colômbia: 15 Jorge Andrés Alvarez (Antioquia), 14 Juan Gabriel Davila Metaute (Antioquia), 13 Brayan Campiño Riascos (Valle), 12 Camilo Cadavid Cardona (Antioquia), 11 Jhon Arley Urrutia (Antioquia), 10 Emmanuel Bedoya Pulgarín (Antioquia), 9 Jeferson Borja Restrepo (Antioquia), 8 Sebastían Mejia Gil (Antioquia) (c), 7 Ferney Santiago Mejia (Antioquia), 6 Gerson Ortiz Cañas (Antioquia), 5 Andrés Quintero Espinosa (Antioquia), 4 Dani Giraldo Mesa (Antioquia), 3 Emanuel Mendoza Mosquera (Antioquia), 2 Manuel Correa Quintana (Antioquia), 1 Jaider Pemberthy Muñoz (Antioquia).

Suplentes: 16 Jhoann Mantilla (Santander), 17 Mauricio Espinal Vargas (Antioquia), 18 Andrés Zafra Tarazona (Norte de Santander),19 César Arango (Antioquia), 20 Rafael Altahona (Atlántico), 21 Pablo Arboleda Lemoine (Bogotá), 22 Eduardo Vásques Montoya (Antioquia).

 

Histórico: 8 jogos e 8 vitórias do Brasil.

2008 – Brasil 34 x 6 Colômbia;
2007 – Brasil 43 x 3 Colômbia;
2006 – Brasil 37 x 3 Colômbia;
2005 – Brasil 64 x 0 Colômbia;
2004 -Brasil 74 x 0 Colômbia;
2003 – Brasil 35 x 10 Colômbia;
2002 – Brasil 64 x 0 Colômbia;
2001 – Brasil 44 x 12 Colômbia;

 

Foto: João Neto/Fotojump