Equipes reunidas para as semifinais do Brasileiro de Rugby League 13s, em São Lourenço, no mês passado. Foto: Brasil Rugby League

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O Rugby League pede passagem no Brasil! A modalidade de 13 ou 9 jogadores viverá o seu maior dia até hoje em solo brasileiro, com São Paulo recebendo a 1ª Copa Sul-Americana de Rugby League, na modalidade de 13 jogadores, em conjunto com o Brasileiro de 9-a-side! Serão nada menos que 20 partidas, de várias categorias, sendo jogadas no Clube de Campo do Palmeiras, entre sexta, dia 23, e domingo, dia 25.

Sul-Americano: chance do Brasil brilhar em outra bola oval

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A Copa Sul-Americana de Rugby League será um marco para a modalidade de 13 jogadores no Brasil. A competição será a segunda da modalidade já realizada na América do Sul, após o inaugural Campeonato Latino Americano de Rugby League, disputado no Chile no fim de 2017. Naquela oportunidade, o Brasil deu seus primeiros passos no League, colocando em campo sua primeira seleção, que acabou superada pelo Chile por 54 x 08 e pela Colômbia por 22 x 18.


O Chile  foi o campeão em 2017 e, com isso, não jogará a Copa Sul-Americana de 2018, tendo disputado o Campeonato das Américas (válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018) na semana passada. Com isso, Brasil, Argentina e Colômbia irão a campo em São Paulo para as disputas do título continental entre os homens, ao longo de 3 dias. Na sexta, o Brasil reencontra a Colômbia, ao passo que no sábado argentinos e colombianos duelam. Depois, no domingo, pela primeira vez na história haverá Brasil contra Argentina em 13 jogadores.

A Seleção Brasileira, comandada pelo técnico samoano Manupo Faalalo, conta com 22 jogadores, de clubes importantes do Rugby Union nacional, incluindo Lucas Drudi, do Jacareí, com longo currículo pelos Tupis e artilheiro do Super 16. For convocados ainda 2 atletas de futebol americano da Portuguesa e 2 atletas que atuam no Rugby League do exterior: Jorge Cabral, que joga no Oxford, time semi profissional da 3a divisão da Inglaterra), e Zachary Grundy, do Nambuur, clube amador australiano.


Mulheres de olho na Copa do Mundo de Rugby League de 2021!

A expectativa maior está nos jogos feminino. A Copa Sul-Americana Feminina consistirá em 2 jogos de 13s, no sábado e no domingo, entre Brasil e Argentina! E o vencedor progredirá nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de Rugby League de 2021. Serão 2 vagas para as Américas e o campeão sul-americano enfrentará no ano que vem equipes da América do Norte (ainda a definir).

O time brasileira, treinado pelo ex Tupis André “Boy”, está recheada de grandes nomes da história das Yaras. Estarão no time nada menos Paulinha Ishibashi (Rio 2016 e Copas do Mundo de Sevens de 2009 e 2013), Edna Santini (Rio 2016 e Copa do Mundo de Sevens de 2013) e Bruna Lotufo (Copa do Mundo de Sevens de 2009), apenas para citar as atletas com experiência nos máximos torneios de sevens do mundo. Carolina Palazzini, do Band, será a capitã do time, que conta com 20 atletas (das quais 7 são do Band).

Serão as primeiras partidas da história do League de 13 atletas feminino do Brasil.

Mais amistosos de seleções

Fechando a série de duelos entre seleções, Brasil e Argentina ainda se enfrentarão em mais 2 partidas. No sábado, tem confronto de seleções B dos dois países, valendo a Taça Prata Sul-Americana, ao passo que no domingo haverá amistoso M17. Grande novidade!


Brasil 9s é outra atração no Palmeiras

Junto dos confrontos entre seleções nacionais, o fim de semana estará repleto de jogos de Rugby League Nines, o Nine-a-side, modalidade reduzida de 9 jogadores, com 2 tempos de 7 minutos. Será o inaugural Brasil 9s, que contará com torneio masculino com 4 clubes no sábado e torneio feminino com 2 clubes no domingo.

O título do Brasil 9s será o primeiro a ser conhecido no League brasileiro, já que o Brasileiro de Rugby League 13s ainda não teve sua final (ainda a ser marcada entre Band e Tatuapé).

Entre os homens, o torneio contará com 2 times do Paraná – o Urutau, que marca sua volta a torneio oficiais, mas no League – e o novo Paraná XIII (formado por atletas de Curitiba), o Rio de Janeiro XIII e os paulistas do Tatuapé. Sistema de todos contra todos, com os 2 melhores fazendo a final (com golden point na prorrogação em casa de empate na final).

Já entre as mulheres duelarão as mineiras do São Lourenço e as caiçaras do Athenas Itanhaém, do Litoral Sul de São Paulo, outra novidade.

 

Sexta-feira, dia 23 de novembro

15:00 – Brasil x Colômbia – Sul-Americano Masculino de 13s

 

Sábado, dia 24 de novembro

08:00 – Paraná XIII x Tatuapé – Brasileiro Masculino de 9s
08:20 – Rio de Janeiro XIII x Urutau – Brasileiro Masculino de 9s
08:40 – Brasil “B” x Argentina “B” – Amistoso de 13s
10:40 – Paraná XIII x Urutau – Brasileiro Masculino de 9s
11:00 – Tatuapé x Rio de Janeiro XIII – Brasileiro Masculino de 9s
11:20 – Brasil x Argentina – Sul-Americano Feminino 13s
13:20 – Paraná XIII x Rio de Janeiro XIII – Brasileiro Masculino de 9s
13:40 – Tatuapé x Urutau – Brasileiro Masculino de 9s
14:00 – Colômbia x Argentina – Sul-Americano Masculino de 13s
16:00 – Disputa de 3 x 4 – Brasileiro Masculino de 9s
16:30 – Disputa de 1 x 2 – Brasileiro Masculino de 9s

 

Domingo, dia 25 de novembro

08:00 – São Lourenço x Tatuapé  – Brasileiro Feminino de 9s
08:30 – Brasil Sub17 x Argentina Sub17 – Amistoso de 13s
10:30 – São Lourenço x Athenas Itanhaem – Brasileiro Feminino de 9s
11:00 – Brasil “B” x Argentina “B” – Amistoso de 13s
13:00 – Tatuapé x Athenas Itanhaem – Brasileiro Feminino de 9s
13:30 – Brasil x Argentina – Sul-Americano Feminino 13s
15:30 – Combinado Brargentina x Athenas Itanhaem – Sub17 Feminino – Amistoso de 9s
16:00 – Brasil x Argentina – Sul-Americano Masculino de 13s

O que é o Rugby League?

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes e organizada por entidades distintas do Union. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union que reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França, onde segue bem abaixo do Union.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo. Os jogos têm 2 tempos de 40 minutos;
  • Já o Nines (9s) é a modalidade reduzida, com jogos entre times de 9 jogadores cada, em 2 tempos de 9 minutos ou 2 tempos de 7 minutos (dependendo do torneio);
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não é usado sistema de pontos bônus nas tabelas de classificação. A vitória vale 2 pontos, o empate 1 e a derrota 0;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;