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ARTIGO COM VÍDEOS – A hegemonia australiana foi quebrada. Pela quarta (penúltima) etapa da Série Mundial de Sevens Feminina, em Langford, no Canadá, a Inglaterra quebrou a sequência de títulos da líder Austrália e subiu no lugar mais alto da etapa apenas pela segunda vez em sua história no circuito – a primeira desde Houston 2013. O título elevou as inglesas ao terceiro lugar na temporada, ultrapassando o Canadá, que voltou a decepcionar jogando diante de sua torcida. A Austrália, derrotada nas semifinais, se reergueu e garantiu o terceiro lugar no torneio, suficiente para lhe garantir 12 pontos de frente sobre a vice líder Nova Zelândia na classificação geral, com apenas uma etapa para o fim – em Clermont, na França, nos dias 28 e 29 de maio. Com isso, a Austrália será campeã do circuito sem depender de outros resultados caso termine em sétimo lugar na etapa final.
O Brasil também esteve em campo e conquistou o 10º lugar. Para as Tupis, o Canada Sevens foi o último grande torneio antes dos Jogos Olímpicos, uma vez que as brasileiras não jogarão como convidadas em Clermont. A despedida se deu com triunfo sobre a Irlanda e derrotas para Rússia, Austrália, França e Fiji.
Brasil sofre com jogo duro e termina em último
O Brasil encarou a Rússia em sua primeira partida do dia, e as russas abriram o placar com dois minutos de jogo em boa jogada pela esquerda, vencendo a marcação de Mari Ramalho, e pouco depois, Khamidova ampliou. As Yaras demoraram para entrar no jogo e encararam o jogo físico das russas, jogando mais fechado em um lado do campo, o que facilitou o trabalho defensivo adversário. No último lance a Rússia ampliou, fechando a etapa inicial em 17 a 0. O Brasil equilibrou as ações no segundo tempo, levou o jogo para o campo de ataque, e anotou dois tries, com Amanda e Mariana Nicolau, mas a margem conquistada no primeiro tempo deu tranquilidade para a Rússia colocar seu ritmo de jogo e vencer a partida.
Na sequência, o Brasil enfrentou as líderes da Série Mundial, a Austrália, e apesar de fazer um jogo bom, com posse de bola e agressividade, não conseguiu parar o jogo envolvente dos novos talentos australianos, com destaque para a grande forma de Penitani e anotou apenas um try. Claudinha anotou o try solitário do Brasil.
A última participação do dia para as Yaras reservou um duro embate contra a França. Totalmente dominadas, o Brasil atacou muito pouco e com um jogo pouco característico do seven, utilizando jogo de base e próximo dos rucks. A bola custou a chegar nas pontas e as francesas deram poucos espaços, mas quando atacaram colocaram muita velocidade e deram trabalho para nossas jogadoras que tiveram apenas dois minutos de real chance de colocar pontos no placar, sem sucesso, encerrando na última colocação.
Domingo com vitória para o Brasil
O Brasil abriu o domingo com uma suada vitória sobre a Irlanda. 10 x 5, pelas semifinais da Taça Bronze. As irlandesas abriram o placar com O’Flynn quebrando o tackle brasileiro pelo meio e disparando para o try. Mas, após o susto, as Tupis controlaram por completo as ações. Edninha empatou a partida antes do intervalo, tirando a bola do scrum e explorando o espaço deixado pelas verdes. Mari ainda perdeu um try feito, não conseguindo apoiar a bola no in-goal, por conta de uma mão irlandesa no meio do caminho. No segundo tempo, o que se assistiu foi um jogo de muitos erros dos dois lados, mas o Brasil controlou a posse de bola e foi premiado com o try da vitória no finzinho, com Júlia, depois de bela troca de passes dentro das 22.
A despedida do Brasil foi conta Fiji, na Final Bronze, e o placar foi até esperado: vitória de Fiji, que vem apresentando cada vez mais um rugby envolvente e ganhando atributos físicos que até pouco tempo não possuía. As fijianas 17 x 0 no primeiro tempo, dominando por completo as ações e envolvendo a defesa brasileira. Vodo fez 2 tries e Naiobasali mais 1. No segundo tempo, o Brasil esboçou a reação, com Raquel fazendo belo try após lateral. Mas, Fiji deu o troco e acabou com a reviravolta brasileira, com Cumu fazendo o try final da partida. 24 x 7, que fizeram o Brasil se despedir do circuito de 2015-16 com um 10º lugar.
Inglaterra derruba Austrália
As quartas de final largaram com Austrália e Nova Zelândia prevalecendo, como esperado, sobre Espanha e Rússia, respectivamente. Mas, o terceiro duelo foi decepcionante para a torcida local, com o Canadá, um dos favoritos, caindo por 14 x 12 contra a França, em jogo de final emocionante. Tremouliere fez o try do empate já nos acréscimos e a virada foi garantida com a conversão certeira. A Inglaterra, por sua vez, passou com contundência pelos Estados Unidos, 29 x 7, com Watmore mostrando porque seu retorno foi tão comemorado, fazendo 2 tries.
Nas semifinais, foi a vez de Austrália e Inglaterra se encontrarem, com as inglesas derrubando as australianos com vitória por 15 x 5, com tries de Scarratt, Watmore e Brown para as inglesas – e um try incrivelmente perdido Murphy, derrubando a bola no in-goal. Na sequência, a Nova Zelândia despachou a França por 12 x 7, com Portia Woodman, artilheira de Langford, fazendo o try decisivo.
Nas finais menores, o Canadá se recuperou da eliminação precoce conquistando a Taça Prata, ao passo que a Austrália não deu chances à França no terceiro lugar. E na grande final, a Inglaterra fez um jogo impecável, não deixando dúvidas sobre seu melhor momento e negando às neozelandesas o primeiro título na temporada. 31 x 14, com Fisher e Robertson fazendo 2 tries cada e Watmore deixando o seu.
Canada Sevens – 4ª etapa da Série Mundial de Sevens Feminina 2015-16 – em Langford, Canadá
Grupo A: Austrália, Rússia, França e Brasil
Grupo B: Nova Zelândia, Estados Unidos, Fiji e Espanha
Grupo C: Canadá, Inglaterra, Japão e Irlanda
Sábado, dia 16 de abril
Inglaterra 29 x 05 Irlanda
Canadá 38 x 00 Japão
Austrália 12 x 07 França
Rússia 31 x 10 Brasil
Nova Zelândia 26 x 05 Fiji
Estados Unidos 07 x 10 Espanha
Inglaterra 28 x 24 Japão
Canadá 26 x 00 Irlanda
Austrália 28 x 07 Brasil
Rússia 12 x 17 França
Nova Zelândia 31 x 07 Espanha
Estados Unidos 24 x 12 Fiji
Inglaterra 00 x 05 Canadá
Irlanda 21 x 14 Japão
Austrália 21 x 07 Rússia
França 26 x 00 Brasil
Nova Zelândia 19 x 07 Estados Unidos
Espanha 10 x 15 Fiji
Grupo A: 1 Austrália (9p, +40) 2 França (7p, +26) 3 Rússia (5p, +2) 4 Brasil (3p, -68)
Grupo B: Nova Zelândia (9p, +57), 2 Estados Unidos (5p, -3) 3 Espanha (5p, -26) 4 Fiji (5p, -28)
Grupo C: 1 Canadá (9p, +69) 2 Inglaterra (6p, +23) 3 Irlanda (5p, -43) 4 Japão (3p, -49)
Domingo, da 17 de abril
Quartas de final
Austrália 28 X 00 Espanha
Nova Zelândia 43 X 00 Rússia
Canadá 12 X 14 França
Estados Unidos 07 X 29 Inglaterra
Semifinais Taça Bronze (Bowl)
Brasil 10 X 05 Irlanda
Japão 10 X 33 Fiji
Semifinais Taça Prata (Plate)
Espanha 14 x 12 Estados Unidos
Canadá 27 x 00 Rússia
Semifinais Ouro (Cup)
Austrália 05 x 15 Inglaterra
Nova Zelândia 12 x 07 França
11º lugar
Irlanda 12 x 05 Japão
Final Bronze (Bowl)
Brasil 07 x 24 Fiji
7º lugar
Estados Unidos 15 x 10 Rússia
Final Prata (Plate)
Espanha 05 x 21 Canadá
3º lugar
Austrália 19 x 12 França
Final Ouro (Cup)
Inglaterra 31 x 14 Nova Zelândia
Seleção | Pontuação geral | Etapa 5 (França) | Etapa 4 (Canadá) | Etapa 3 (Estados Unidos) | Etapa 2 (Brasil) | Etapa 1 (Emirados Árabes) |
---|---|---|---|---|---|---|
Austrália | 94 | 18 | 16 | 20 | 20 | 20 |
Nova Zelândia | 80 | 16 | 18 | 18 | 16 | 12 |
Canadá | 74 | 20 | 12 | 14 | 18 | 10 |
Inglaterra | 74 | 14 | 20 | 16 | 08 | 16 |
França | 60 | 12 | 14 | 08 | 12 | 14 |
Rússia | 42 | 04 | 06 | 10 | 04 | 18 |
Estados Unidos | 46 | 10 | 08 | 12 | 14 | 02 |
Fiji | 36 | 08 | 04 | 06 | 10 | 08 |
Espanha | 26 | 06 | 10 | 02 | 02 | 06 |
Brasil* | 12 | 00 | 03 | 00 | 06 | 03 |
Japão | 12 | 01 | 01 | 03 | 03 | 04 |
Irlanda | 11 | 03 | 02 | 04 | 01 | 01 |
Quênia* | 02 | 02 | 00 | 00 | 00 | 00 |
Colômbia* | 01 | 00 | 00 | 01 | 00 | 00 |
* seleções convidadas | ||||||
Etapa | Campeão | |||||
Etapa 1 (Emirados Árabes) | Austrália | |||||
Etapa 2 (Brasil) | Austrália | |||||
Etapa 3 (Estados Unidos) | Austrália | |||||
Etapa 4 (Canadá) | Inglaterra | |||||
Etapa 5 (França) | Canadá |
Brasil:
Amanda Araújo – Niterói
Bruno Lotufo – Band Saracens
Cláudia Teles – Niterói
Edna Santini – São José
Haline Scatrut – Curitiba
Júlia Sardá – Desterro
Juliana Michele – Curitiba
Luiza Campos – Charrua
Mariana Ramalho – SPAC
Raquel Kochhann – Charrua
Mariana Nicolau – São José
Taís Balconi – Desterro