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ARTIGO COM VÍDEOS – Londres recebeu a etapa de fechamento da Série Mundial de Sevens Masculina 2015-16 neste final de semana e testemunhou grandes feitos. Primeiro, no sábado, Fiji assegurou o título da temporada de forma antecipada, garantindo o mínimo que precisa fazer: terminar o torneio entre os 8 melhores. No mesmo dia, o queniano Collins Injera ainda fez história, anotou seu try nº 231 no circuito e se tornou o maior anotador de tries da história da Série Mundial de Sevens – acabando o torneio de Londres com um total de 235, 5 tries a mais que o argentino Santiago Gómez Cora, então detentor do recorde.

 

No domingo, foi a vez da Escócia assombrar o mundo do sevens e conquistar pela primeira vez um título de torneio do circuito, logo no Templo do Rugby Inglês, Twickenham. Campanha surpreendente dos escoceses, que deixaram para trás a Inglaterra nas quartas de final, os Estados Unidos nas semifinais e a África do Sul na decisão.

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Na luta contra o rebaixamento, a lamentação ficou com Portugal, que foi rebaixado, perdendo a condição de seleção central do circuito. Os portugueses precisavam de uma grande campanha, mas acabaram no último lugar, sem uma vitória sequer e serão substituídos pelo Japão na próxima temporada.

 

Enquanto isso, o Brasil também desfrutava de mais uma chance de jogar entre os melhores do mundo. Os Tupis tiveram seus bons momentos, mas encerraram mais um torneio sem vitórias, indo para os Jogos Olímpicos com um tabu ainda na bagagem para quebrar no Rio de Janeiro.

 

Tupis lutam, sofrem com lesões e tabu segue

Pela terceira vez no ano, o Brasil disputou um torneio da Série Mundial de Sevens Masculina na condição de convidado, tendo a oportunidade de encarar grandes seleções do mundo. Os Tupis, no entanto, mais uma vez saíram sem vencer do torneio, sofrendo com as lesões, que tiraram Tanque, Lucas Muller e Sábados do time.

 

No sábado, o Brasil largou em Twickenham encarando os All Blacks pela primeira vez na história e, como esperado, a vitória foi da Nova Zelândia, 31 x 0. Na sequência, foi a vez dos Tupis caírem contra a velha conhecida Argentina, 28 x 7, com Daniel Sancery fazendo o try solitário do Brasil.

 

O primeiro dia se encerrou com a partida mais parelha para os Tupis, contra a Rússia. Os Ursos começaram arrasadores, com Simplikevich fazendo o primeiro try logo no começo. Mas, o Brasil igualou as ações e arrancou seu try antes do intervalo, outra vez com Daniel. Porém, sem a conversão, o jogo foi ao intervalo com vantagem russa de 7 x 5. Na volta, a partida ficou “lá e cá” e o Brasil flertou com a vitória, mas no apagar das luzes Simplikevich fez seu segundo try, dando o triunfo à Rússia por 14 x 5.

 

No domingo, com as lesões já cobrando seu peso, o Brasil não conseguiu repetir o desempenho que teve contra os russos. Diante do Canadá, nas Quartas de Final Bronze, o Brasil caiu por 19 x 7, com Moisés descontando para os Tupis apenas no fim, em jogo que os canadenses venceram no físico. Depois, na Semifinal Estímulo, os Tupis sentiram o poderio do Quênia, que decepcionou em Londres, apesar do feito de Injera. E o Brasil teve a “honra” de sofrer um try do maior tryman de todos os tempos, em derrota por 38 x 5. O único try brasileiro foi de Boy, em linda arrancada, como já é tradição no circuito.

 

Fiji no topo do mundo outra vez

A festa do sábado foi de Fiji, mas ela não aconteceu sem sofrimento. Logo no primeiro jogo do Grupo B, Fiji foi atropelado pela Inglaterra por 31 x 10 e se viu pressionado, tendo que vencer os dois jogos seguintes. mas os fijianos não tiveram problemas para lidar com a pressão. No jogo seguinte, Fiji fez 42 x 5 em Gales e sacramentou seu título com um triunfo sem tropeços contra a Austrália, 26 x 0, com Viriviri, Kolinisau, Taliga e Tuwai cruzando o in-goal. Festa fijiana, pois pela primeira vez na história Fiji conseguiu conquistar duas temporadas consecutivas da Série Mundial de Sevens – feito que não fora alcançado na época do grande Waisale Serevi. O primeiro lugar do grupo coube à Inglaterra, que derrotou a Austrália por 10 x 5, com tries de Dan Norton e de Marcus Watson, que voltou ao time.

 

No Grupo A, a África do Sul superou Estados Unidos, Samoa e Canadá para ficar com o primeiro lugar, enquanto Samoa foi a decepção, sendo derrotada tanto por EUA como por Canadá. No clássico norte-americano, deu empate em 12 x 12 e a vaga coube às Águias.

 

Já no Grupo C, Portugal lamentou mais três derrotas no torneio, caindo contra Quênia, França e Escócia. Os quenianos comemoraram contra os franceses o try do recorde de Collins Injera, mas decepcionaram com derrotas para França e Escócia, caindo na primeira fase.

 

No Grupo D, o grupo do Brasil, a Nova Zelândia e Argentina terminaram nos dois primeiros lugares após empatarem em 14 x 14. Quem correu atrás do placar foram os All Blacks, que igualaram o marcador apenas no minuto final, com try de Ware.

 

Escócia festeja em Twickenham

O domingo começou com o rebaixamento português sendo decretado nas Quartas de Final Bronze, com Portugal caindo diante da Austrália por 17 x 12. Os australianos, em jornada pouco inspirada, caminharam até a final do Bronze, quando foram derrotados por Gales por 24 x 19. Já no Estímulo, Portugal ainda encarou a Rússia na semifinal e foi derrotado, para não deixar dúvidas quanto ao rebaixamento. Mas, o título do Estímulo coube ao Quênia, superando a Rússia na final por 31 x 7.

 

Nas Quartas de Final Ouro, o dia começou com vitória suada da África do Sul sobre a Argentina, 21 x 19, enquanto Fiji trucidou a França por 40 x 7. As surpresas vieram na sequência, com os Estados Unidos pulverizando a Nova Zelândia por inesperados 42 x 14, com Perry Baker correndo para 4 tries. Depois, a Escócia frustrou a torcida da casa vencendo a grande rival Inglaterra por 17 x 0.

 

Na Taça Prata, o título coube à Nova Zelândia, que venceu a Inglaterra (35 x 10) e a Argentina (29 x 14). Os Pumas já tinham ganho destaque antes batendo a França por 31 x 5, com Imhoff jogando com o dedo fraturado.

 

Nas Semifinais Ouro, a África do Sul deu uma demonstração de força derrotando Fiji por 26 x 21, com Specman fazendo o try da vitória, ao passo que a Escócia voltou a causa furor ao bater os EUA por 24 x 17, com Fife fazendo o try da vitória no apagar das luzes em erro crasso dos americanos, carimbando pela primeira vez na história do circuito sua vaga a uma final de etapa. Os EUA se reergueram e ainda conquistaram outra vitória impactante, batendo Fiji por 26 x 19 na decisão do terceiro lugar.

 

Os Boks entraram na grande final com a pressão de terem vencido somente uma etapa do circuito nesta temporada, justamente em dezembro, quando venceram em casa. De olho nos Jogos Olímpicos, os sul-africanos sabiam que terminar a temporada com título seria essencial em sua preparação, mas a Escócia jogava livre de pressão e fez a festa em jogo emocionante. A máquina de tries Senatla fez o primeiro logo no começo para a África do Sul, mas Farndale e Wight (em maul!) viraram o placar para os escoceses antes do intervalo. Na segunda etapa, Specman e Afrika viraram para os sul-africanos. Fleming descontou para a Escócia, mas a África do Sul adicionou mais um try com Specman, dando a impressão de que a vitória seria sua. Ledo engano. Os escoceses jogaram com o coração no fim e com tries do herói Fife viraram o marcador nos instantes finais. 27 x 26, título inédito para o rugby escocês!

 

SWS 2015-16 logo

London Sevens – 10ª etapa da Série Mundial de Sevens Masculina 2015-16 – em Londres, Inglaterra

Grupo A: Samoa, África do Sul, Estados Unidos e Canadá

Grupo B: Fiji, Austrália, Inglaterra e Gales

Grupo C: França, Quênia, Escócia e Portugal

Grupo D: Argentina, Nova Zelândia, Rússia e Brasil

 

*horários de Brasília

Sábado, dia 21 de maio – das 05h30 às 14h40

França 14 x 14 Escócia

Quênia 22 x 17 Portugal

Samoa 05 x 12 Estados Unidos

África do Sul 21 x 07 Canadá

Argentina 22 x 12 Rússia

Nova Zelândia 31 x 00 Brasil

Austrália 22 x 10 Gales

Fiji 10 x 31 Inglaterra

 

França 45 x 10 Portugal

Quênia 12 x 24 Escócia

Samoa 19 x 24 Canadá

África do Sul x Estados Unidos

Argentina 28 x 07 Brasil 

Nova Zelândia 26 x 10 Rússia

Fiji 42 x 05 Gales

Austrália 07 x 10 Inglaterra

 

Escócia 31 x 14 Portugal

França 29 x 12 Quênia

Estados Unidos 12 x 12 Canadá

Samoa 00 x 22 África do Sul

Rússia 14  x 05 Brasil

Argentina 14  x  14 Nova Zelândia

Fiji 26 x 00 Austrália

Inglaterra 24  x 05 Gales

 

Classificação:

Grupo A: 1 África do Sul, 2 Estados Unidos, 3 Canadá, 4 Samoa

Grupo B: 1 Inglaterra, 2 Fiji, 3 Austrália, 4 Gales

Grupo C: 1 França, 2 Escócia, 3 Quênia, 4 Portugal

Grupo D: 1 Nova Zelândia, 2 Argentina, 3 Rússia, 4 Brasil

 

Domingo, dia 22 de maio – das 05h30 às 14h30

Quartas de final Bronze (Bowl):

Canadá 19 x 07 Brasil

Quênia 19 x 21 Gales

Rússia 17 x 22 Samoa

Austrália 17 x 12 Portugal

 

Quartas de final Ouro (Cup):

África do Sul 21 x 19 Argentina

França 07 x 40 Fiji

Nova Zelândia 14 x 42 Estados Unidos

Inglaterra 00 x 17 Escócia

 

Semifinais Estímulo (Shield)

Quênia 38 x 05 Brasil

Rússia 26 x 07 Portugal

 

Semifinais Bronze (Bowl)

Canadá 17 x 21 Gales

Samoa 21 x 22 Austrália

 

Semifinais Prata (Plate)

Argentina 31 x 05 França

Nova Zelândia 35 x 10 Inglaterra

 

Semifinais Ouro (Cup)

África do Sul 26 x 21 Fiji

Estados Unidos 17 x 24 Escócia

 

Final Estímulo (Shield)

Quênia 31 x 07 Rússia

 

Final Bronze (Bowl)

Gales 24 x 19 Austrália

 

Final Prata (Plate)

Argentina 14 x 29 Nova Zelândia

 

3º lugar

Fiji 19 x 26 Estados Unidos

 

Final Ouro (Cup)

Escócia 27 x 26 África do Sul

Brasil Masculino: André Luiz Silva “Boy” (SPAC); Felipe Claro “Alemão” (SPAC); Felipe Sancery (São José); Gustavo Albuquerque “Rambo” (Curitiba); Juliano Fiori (Richmond, Inglaterra); Laurent Bourda Couhet (Band Saracens); Lucas Muller (Desterro); Lucas Domingues “Sábados” (Curitiba); Lucas Duque “Tanque” (São José); Martin Schaefer (SPAC); Moisés Duque (São José), Daniel Sancery (São José) e Thiago Evaristo (Curitiba).

 

ClubeCidadeJogosPontos
OyonnaxOyonnax3090
AgenAgen3087
MontaubanMontauban3086
Mont-de-MarsanMont-de-Marsan3083
BiarritzBiarritz3081
PerpignanPerpignan3079
ColomiersColomiers3078
AurillacAurillac3070
CarcassonneCarcassonne3064
BéziersBéziers3063
VannesVannes3061
NarbonneNarbonne3061
AngoulêmeSoyaux-Angoulême3061
DaxDax3059
AlbiAlbi3057
BourgoinBourgoin-Jallieu3017
- Vitória com 3 ou mais tries de diferença = 5 pontos;
- Vitória com menos de 3 tries de diferença = 4 pontos;
- Empate = 2 pontos;
- Derrota por 5 pontos ou menos pontos = 1 ponto;
- Derrota por mais 6 pontos ou mais = 0 pontos;
- 1º lugar: promoção ao Top 14
- 2º ao 5º lugares: mata-mata de promoção ao Top 14
- 15º e 16º lugares: rebaixamento

 

SeleçãoJogosPontos
Namíbia14
Zimbábue14
Tunísia10
Quênia10

 

Maiores anotadores de tries de 2015-16:

1 – Seabelo Senatla (África do Sul): 66 tries

2 – Perry Baker (Estados Unidos): 48 tries

3 – Samoa Toloa (Samoa): 37 tries

 

Mais tackles efetuados em 2015-16:

1 – Osea Kolinisau (Fiji): 128 tackles

2 – Chris Dry (África do Sul): 122 tackles

3 – Bautista Ezcurra (Argentina): 121 tackles

 

Maiores pontuadores de 2015-16:

1 – Madison Hughes (Estados Unidos): 331 pontos

2 – Seabelo Senatla (África do Sul): 330 pontos

3 – Nathan Hirayama (Canadá): 295 pontos

 

Maior artilheiro de tries de todos os tempos da Série Mundial de Sevens: Collins Injera (Quênia)

Artilheiro de Tries da Temporada: Seabelo Senatla (África do Sul)

 

Time da temporada

Novato da Temporada: Henry Hutchinson (Austrália)