Líbano na Copa do Mundo de Rugby League de 2017. Foto: RLWC2017

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A tragédia da explosão no Líbano levou o país do Oriente Médio, tão próximo dos brasileiros, às manchetes. Naturalmente, dentro da comunidade do rugby, houve a pergunta: existe rugby no Líbano?

A resposta é: sim.

O Rugby Union é o mais antigo no Líbano. Apesar do Libano ter sido território da França entre 1918 e 1945, o esporte não se enraizou por lá, e com um século XX turbulento, de guerra civil, o rugby só renasceu e se estabeleceu entre libaneses a partir de 1995. São poucos clubes, a maioria formados por estrangeiros ou libaneses que viveram no exterior, e a federação do país foi formada em 2009. Primeiro filiada à federação asiática e, desde 2020, ao World Rugby.

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O Líbano disputa atualmente a 4ª divisão do Campeonato Asiático, tendo flertado recentemente com a promoção. Em 2019, o Líbano venceu a Jordânia (71 x 03), mas perdeu para o Qatar (13 x 10). O país ainda não estreou no rugby feminino internacional.

O apelido da seleção libanesa é Phoenix (Fênix), uma vez que a lenda da ave fênix (ave mitológica de fogo, que renasce das cinzas) tem relação direta com o território do Líbano, centro da civilização fenícia (“fenício” e “fênix” são palavras de mesma origem, aliás). Os libaneses têm na fênix um símbolo nacional que expressa como o país tem a habilidade de se reconstruir após tragédias. Algo certamente importante agora.

O Rugby League é quem manda no Líbano

O Líbano é um dos países onde o Rugby League (o rugby de 13 jogadores) é maior que o Union. O motivo é simples: a Austrália é um dos países com maior colônia de libaneses no mundo, sendo que a maioria deles imigrou para o país durante a Guerra Civil do Líbano (anos 70 e 80). A cidade com mais libaneses na Austrália é Sydney, capital do Rugby League no país.

Nos anos 90, libaneses-australianos que voltaram para o Líbano introduziram o League por lá e o esporte ganhou aderência, sobretudo dentro de universidades.

O Líbano criou sua própria seleção de League, os Cedars (em referência ao Cedro, árvore símbolo do país), formada sobretudo por australianos de origem libanesa, mas que já conta com atletas formados no próprio Líbano. O resultado foi rápido e o Líbano se classificou para os Mundiais de 2000 e 2017. Em 2017, os Cedars alcançaram as quartas de final, sendo eliminados em jogo apertado contra Tonga. Os Cedars se garantiram também na edição 2021, sendo hoje considerados uma das 10 melhores seleções do mundo.