Estádio do GEBA, em Buenos Aires, primeiro estádios dos Pumas.

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O rugby internacional tem muita história e muitos times com grandes feitos. Nesta semana, mostramos o grande Béziers, que busca se reerguer na segunda divisão francesa. Levantamos 5 gigantes do nosso esporte que hoje vivem no amadorismo e que talvez você desconheça. Vamos nessa?

 

5 – Amatori Milano

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Maior campeão italiano, o Amatori Milano dominou por completo o rugby italiano até os anos 40. Depois, o grande alvinegro de Milão voltou a brilhar nos anos 90, quando conquistou seus últimos títulos nacionais, em 1991, 1993, 1995 e 1996, totalizando insuperáveis 18 scudetos. Os dois últimos, na verdade, foram com o nome do AC Milan. Exatamente, o Amatori Milano associou-se ao gigante do futebol italiano, na época presidido pelo populista Silvio Berlusconi. A experiência como Milan começou excelente e terminou trágica. A parceria acabou em 1998 e levou a praticamente o fim do clube, que, quebrado, fundiu-se ao Calvisano brevemente e depois despencou pelas divisões inferiores da Itália, até fechar as portas em 2011.

O clube foi refundado como Amatori & Union e hoje está na Série B (a 3ª divisão italiana).

4 – Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires (GEBA)

Um dos primeiros clubes não-britânicos do rugby argentino, o GEBA foi um dos expoentes do rugby portenho (do rugby criollo, de jogadores hispânicos) no começo do século XX, sendo campeão de Buenos Aires por 4 vezes, a última em 1939. Localizado em lugar nobre da Capital Federal argentina, o GEBA ergueu nos Bosques de Palermo o maior estádio do rugby argentino, renovado em 1935. Com 12 mil lugares, o estádio do GEBA foi a casa principal dos Pumas até os anos 60, quando os jogos da seleção argentina começaram a ganhar palcos do futebol. O GEBA não se manteve na elite da URBA (o campeonato de Buenos Aires) e despencou para a 3ª divisão regional.

Não confunda o Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires (GEBA) com o Gimnasia y Esgrima de La Plata, grande clube do futebol argentino.

 

3 – Moseley

Um dos gigantes históricos do rugby inglês que hoje vive longe da Premiership é o Moseley, clube principal de Birmingham, a segunda maior cidade da Inglaterra. O Moseley nasceu em 1873 e teve seu apogeu nos anos 60 e 70, quando foi um dos maiores clubes ingleses. Somente em 1971 foi criada a primeira competição oficial nacional na Inglaterra, a Copa da Inglaterra (atual Premiership Rugby Cup) e o Moseley foi um dos times mais importantes dos anos iniciais da copa, sendo vice campeão da edição inaugural e campeão em 1982. O clube rubronegro ainda foi vice campeão da copa em 1979. Em 1986, foi criada finalmente a liga inglesa, a Premiership, e o Moseley esteve na primeira divisão até 1992, sendo rebaixado para nunca mais voltar. Hoje, o clube de Birmingham está na humilde terceira divisão nacional (National League 1).

 

 

2 – Neath

“Welsh All Blacks”. É esse o apelido dado a um dos mais importantes clube de Gales, o Neath. Cidade operária nas proximidades de Swansea, Neath é sinônimo de rugby, com seus uniformes pretos e sua icônica cruz no peito. Trata-se do clube mais antigo de Gales, fundado em 1871, e que produziu legiões de grandes nomes para a seleção nacional. Já enfrentou Springboks, Wallabies e All Blacks em grandes encontros e tem até vitória sobre Fiji no currículo. O clube se profissionalizou e jogou a Liga Celta (atual PRO14) até 2003, quando a federação galesa decidiu tirar os clubes da competição e criar franquias regiões. O preto da camisa dos Ospreys representa o Neath, que passou a fornecer atletas para o time. Porém, afastado da elite do rugby mundial, o Neath declinou, caiu ineditamente para a segunda divisão galesa e está próximo da falência.

1- Lourdes

Um dos cinco maiores campeões do rugby francês é de uma minúscula cidade na fronteira com a Espanha. O Lourdes, fundado em 1911 na cidade que é santuário religioso, foi uma verdadeira máquina de título do Campeonato Francês entre os anos 40 e 60, sendo a referência do rugby do país nos anos imediatemente após a Segunda Guerra Mundial (um “milagre” ovalado). Foram 8 títulos entre 1948 e 1968, com o icônico capitão Jean Prat conduzindo o brilhante time azul e vermelho. O profissionalismo não foi bom para o Lourdes, que não conseguiu recursos financeiros para militar na elite do país nunca mais, despencando para a atual quinta divisão.