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Há um ano, o rugby chegava de forma definitiva no último território ainda não explorado pelo esporte da bola oval: o rádio. Foi na noite do dia 20 de setembro de 2013, que o Estação Rugby Clube entrava no ar pela Rádio Estação Web (REW) sob o comando de Virgílio Franceschi Neto e Rogério Barbosa. Depois de algumas mudanças e outras 49 edições, o primeiro programa do rádio brasileiro exclusivo sobre rugby comemorou na última semana seu primeiro aniversário com uma audiência cativa espalhada pelo Brasil e o mundo.

A história do Estação Rugby Clube começou com o encontro entre a vontade do diretor-proprietárioda REW Rogério Barbosa em ter um programa sobre o rugby na rádio e o projeto idealizado por Virgílio Neto. “A ideia de transmitir e ter um informativo sobre o rugby surgiu quando fui com minha noiva até o Complexo Esportivo da PUC, em Porto Alegre, para ver a final do Gauchão de 2010 entre Charrua e Farrapos. Chegamos a fazer algumas transmissões experimentais em 2012, em parceria com o portal Travinha Esportes. Porém, ainda faltava ter alguém que realmente conhecesse tecnicamente a modalidade para produzir e apresentar um informativo ou um programa propriamente dito. Em meados de 2013 recebemos um e-mail do Virgílio, falando sobre seu histórico ligado ao esporte e à comunicação. Nesse e-mail ele manifestou interesse em transmitir jogos, além de ter um programa voltado ao rugby com informações de âmbito regional, nacional e internacional”, lembra Rogério.

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Se o desejo de ter um programa sobre rugby era antigo, o projeto que viria a se tornar o Estação Rugby Clube também estava em gestação há alguns anos. “A ideia [para o programa] surgiu durante o curso técnico de radialista que fiz entre 2011 e 2012. O rugby sai em jornais, revistas, TV, mas não tem espaço exclusivo no rádio, menos difícil de obtê-lo do que na TV”, conta Virgílio sem esquecer de projetos que já ligavam o rugby ao radialismo, como o RuckCast, do Júlio Muralha, o Seu Zé – Repórter Caipira, do João Malaia na Rádio São José Rugby, e o Rio Branco Rádio Clube, de Vitória (ES).

Primeiras transmissões e mudanças

Depois de alguns encontros, conversas e acertos, o Estação Rugby Clube foi ao ar pela primeira vez às 20h do dia 20 de setembro do ano passado, com meia hora de duração e destaques para as notícias dos campeonatos nacionais, como Super 10 e Super Sevens, regionais, como a Copa RS, e outras notícias de dentro e de fora das quadro linhas do Brasil e do mundo.

As lembranças das primeiras edições ainda na faixa noturna da programação do REW ficaram registradas de forma um pouco diferente na memória de Virgílio e Rogério. “O primeiro programa foi ao ar numa sexta-feira às oito da noite e a audiência foi um fiasco. Quem fica no computador ou ouvindo rádio ao telefone, gadgets, numa sexta à noite? Ninguém!”, lembra com humor Virgílio. Já para Rogério, a audiência já alcançava bons números para a primeira edição o programa, mas nada comparado ao que viria acontecer na terceira edição, quando o programa migrou para seu horário atual. “Após duas semanas, modificamos o horário do programa para às 13h05 e com isso atraímos mais ouvintes e emissoras interessadas em retransmiti-lo. Hoje já são mais de seis emissoras nacionais e três internacionais em rede”, comenta Rogério.

Mas as novidades não pararam por aí. Com o tempo, o Estação Rugby Clube ampliou sua duração, em março deste ano deixou de ser gravado para ser transmitido ao vivo, que permitiu uma maior interatividade com os ouvintes, e ganhou a presença de um novo apresentador, Rogério Barbosa, que veio completar a bancada do programa, do qual já era o responsável pelos trabalhos técnicos. Isso sem contar com as ações que vão além do programa, como as transmissões de jogos ao vivo de campeonatos estaduais e do confronto entre Farrapos e Desterro, válido pelo Super 10 deste ano, que atingiu um pico de audiência de mais 1200 ouvintes. Mais recentemente, o Estação Rugby Clube trouxe outra novidade: o Drop Estação Rugby Clube, que leva informações sobre o rugby em programetes de cinco minutos exibidos toda segunda e quinta-feira, às 10h e às 16h.

Hoje não há dúvidas de que todas essas mudanças e novidades agregaram ainda mais valor ao pioneiro programa sobre rugby na rádio brasileira. Prova disso são os números da audiência: são mais de 700 acessos únicos pelo site da Rádio Estação Web e suas plataformas, concentrados principalmente na Grande Porto Alegre e Serra Gaúcha, Curitiba, Grande São Paulo, Rio de Janeiro e algumas capitais do nordeste, como Fortaleza, Recife, Maceió e Natal. As retransmissoras do Estação Rugby Clube fazem os números da audiência chegarem a cerca de vinte mil ouvintes no Brasil e no exterior. “Como são emissoras locais de cidades bem pequenas, as pessoas acabam por escutar, garantir a audiência da rádio local e, consequentemente, a seguir o rugby. Não há muito tempo recebemos uma mensagem de uma mãe em uma pequena cidade que levava o filho à rodoviária para pegar o ônibus e ele poder treinar na cidade vizinha”, comenta Virgílio sobre o alcance do programa.

Um programa, muitos colaboradores

Nessas cinquenta primeiras edições do Estação Rugby Clube muita gente já deixou sua marca na história do programa, seja participando diretamente através de intervenções e colaborações, ou nas entrevistas com atletas, dirigentes e nomes importantes do jornalismo, do rugby e de outros esportes.

A lista de colaboradores do Estação Rugby Clube teve início ainda nas primeiras edições do programa, com Bruno ‘Limão’ Cardoso e do Professor Filipe ‘Cata’ Aguiar, mas que por compromissos profissionais não estão mais no estúdio, apesar de seguirem colaborando à distância. Com o passar do tempo três novos colaboradores ganharam espaço na agenda do programa co quadros que trazem as notícias do rugby praticado em Minas Gerais, Portugal e no interior de São Paulo.

“Começamos pelo Tacho Mineiro, do Fellipe Fraga, em janeiro, que eu já o acompanhava pelo site Portal do Torcedor, sobre esportes em Minas Gerais, em que ele abordava o rugby. Entrei o contato, o convidei e ele topou. Assim como foi com o Manuel Cabral, do Mão de Mestre, cujo quadro Pátio Lusitano estreou em fevereiro, com notícias sobre o rugby português. Por fim, o mesmo aconteceu com o Estação Paulista em maio, no convite ao Fernando Strongren, já conhecendo das suas andanças no meio do rugby do interior paulista que não o Vale do Paraíba”, detalha Virgílio Neto.

Quando o assunto são as entrevistas, muitos foram os momentos marcantes, como a entrevista com os jogadores do Serra, Brummers, Centauros, San Diego e Charrua para uma prévia do Campeonato Gaúcho da Primeira Divisão de 2014, que deu origem ao quadro “Mesa Oval” ou a entrevista ao vivo com o comentarista da ESPN Antônio Martoni, que inaugurou o telefone híbrido no estúdio da rádio. “Naquele programa tínhamos mais três convidados ali conosco que faziam as perguntas como se realmente fosse um bate-papo. Foi um recorde de audiência”, lembra Virgílio.

A lista de grandes entrevistas segue no relato de Virgílio Neto: “a primeira de todas, com o Guilherme Coghetto, fullback do Farrapos; com o Pablo Nogueira, de Manaus, sobre a Copa Amazônia Legal de Sevens; com o Marcello D’Orey, luso-brasileiro que jogou a Copa do Mundo de 2007 pelos Lobos [como é conhecida a Seleção Portuguesa de Rugby]; com o Jardel Vettorato depois da vitória sobre o Chile, em abril passado; com o Ricardo Sant’Anna, sobre o excelente projeto da Escola de Arbitragem; e com o Maurício Migliano e Lucas Toniazzo sobre o programa Pólo”.

Rugby e web rádio: um encontro de sucesso

Diferente das rádios tradicionais, as web rádios constituem um universo relativamente novo, de experimentação e em expansão no Brasil e no mundo. Desta forma, elas apresentam um conteúdo mais eclético e variado, conseguindo muitas vezes inovar mais por não estarem tão amarradas às questões comerciais e restrições geográficas como acontece com as rádios tradicionais. E foi nesse mercado das web rádios que o rugby brasileiro encontrou um terreno fértil para ganhar seu primeiro espaço no mais abrangente dos meios de comunicação.

Mas não foi só o rugby que ganhou com este encontro. Rogério Barbosa, que além de apresentador é fundador da Rádio Estação Web, destaca que com a chegada do Estação Rugby Clube trouxe ainda mais visibilidade para a web rádio, que retribuiu com a abertura de novos espaços para o rugby, com o Drop Estação Rugby Clube e transmissão de jogos ao vivo. “Quanto ao reconhecimento, é a consequência do trabalho que começou em setembro de 2013 e que vem conquistando cada vez mais ouvintes que se informam, parabenizam, enviam sugestões e participam das promoções. Acreditamos ser o sinal de que estamos no caminho certo”, completa.

Por fim, Rogério concluí apontando que o caminho para o futuro das web rádios está no encontro entre música, entretenimento e informação com projetos sérios e de qualidade. “São milhares de web rádios, com as programações mais variadas, de ecléticas a segmentadas. Porém são poucas que têm estrutura alicerçada no tripé informação/música/entretenimento. Muitas vezes são levadas ao ar sem nenhum comprometimento por parte de seus idealizadores, daí vem a descrença por parte de alguns anunciantes e investidores. A partir do momento em que todas tenham como base a difusão de conteúdo, gerando conhecimento, e a responsabilidade, essa questão será vencida de maneira gradativa. Na Rádio Estação Web, através da nossa programação no ar desde 2010, temos a preocupação de levar ao ar o conhecimento e a responsabilidade, que consideramos serem dois itens necessários para se viver como cidadão”, finaliza.

Serviço

O Estação Rugby Clube vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h05, pela Rádio Estação Web (www.radioestacaoweb.com.br).

 Escrito por: Fernando Strongren