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Neste sábado, ocorreram jogos entre as equipes do Vale do Paraíba e da Capital, nas quais se enfrentaram pelas categorias M16, M18 e Paulista A. Porém o mais esperado ficara para o final, Pasteur versus São José. Jogo que poderia decidir o campeão paulista de 2012.

Assim como o horário previsto, o jogo começou logo após a partida do M18. Os atletas anfitriões foram recepcionados pelos torcedores e atletas das categorias de base em uma espécie de corredor, com direito a fogos de artifício. O campo estava cheio, não só pelos joseenses, mas também pela animada torcida do Pasteur que compareceu em peso.

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A equipe de fora começou chutando, dando a posse aos caipiras, que começou a atacar. O jogo seria duro, não só pelas habilidades das equipes, mas sim pelo resultado que ambos almejavam a vitória; e coube ao árbitro Mariano Goycoechea ser o maestro da partida. Os joseenses entraram muito bem no jogo, e começaram a pressionar a defesa dos azuis, que cometendo penal, dando direito ao lateral após o chute. Aí começou a jogada que garantiu o primeiro try do São José, aos 5 minutos de jogo. Line-out cobrado, os joseenses mantiveram a posse, e com os forwards conseguiram pontuar com Gabriel Bueno.

Com o ânimo reforçado, São José passou a dominar o jogo, sempre buscando espaço para jogar com os linhas, e Pasteur barrando as tentativas. Muitos chutes estratégicos para aliviar a pressão foram dados por ambas às equipes. Em uma jogada, a oval foi parar na mão do pilar Gabriel Bueno, que ao invés de seguir e derrubar a defesa mostrou que forwards também possuem visão de jogo e habilidade na mão. Decidiu abrir para Moises Duque que ampliou com mais um try.

O relógio marcava a metade do primeiro período, e o Pasteur acordou. Passou a dar menos chutes táticos para ficar com a posse, arriscou mais e ficou atento aos penais. Os anfitriões acabaram cometendo penais e deixaram na mão do abertura, ou melhor, no pé, a chance de diminuir. Sem sucesso.

A partida recomeçou, mas o perfil do jogo não mudou. Os torcedores (principalmente visitantes) ovacionavam ambas às equipes. Pasteur foi renovando aos poucos com as substituições. São José têm dois atletas penalizados com sin-bin (cartão amarelo), e deu a chance de penais ao Pasteur, que conseguiu diminuir, com o abertura indo para os postes.  Apesar da desvantagem numérica, São José segurou com os forwards, porém a equipe da casa sentiu o peso dos três pontos, pois não poderia perder nem empatar o jogo se ainda queria ganhar o campeonato. Mais penais para os dois lados. Enquanto o são José não aproveitou, Pasteur não deixou barato e voltou a pontuar com Maurício Draghi.  Jogo duro do começo ao fim, e mesmo nos acréscimos ninguém jogou a toalha.

Ao fim da partida, antes de seguirem para os vestiários e terceiro tempo, foi dado um grito pela partida: “São José, Pasteur, São José, Guimera”; este último, Ange Guimera, que sofreu um AVC, e que tanto ajudou o Rugby, incluindo São José e Pasteur sob os braços. Como um bom rugbier, está lutando.

Em entrevista ao Portal do Rugby, os capitães das respectivas equipes relataram suas opiniões da partida, bem como o árbitro Mariano.

“Sabíamos que o jogo seria difícil. Começamos muito bem no jogo, principalmente nos primeiros 25 minutos, mas pecamos cometendo alguns penais, dando a posse de bola e também a chance de marcarem 6 pontos. No segundo tempo levamos dois amarelos, mas conseguimos defender e não levamos try” disse Leonardo Frota, capitão do São José Rugby.

“Foi um jogo duro, com um ritmo muito acelerado, no qual já esperávamos por isso, já que jogar em São José dos Campos é sempre assim. Achei que demoramos em entrar no jogo, e o São José já veio pilhado desde o começo. Depois dos 20 minutos conseguimos equilibrar a partida e acho que foi muito interessante o fato de conseguirmos perder por menos de 7 pontos de diferença (ponto bônus defensivo) e isso conta no final do campeonato. Próximo ao término do jogo foi emocionante, pois ambas as equipes atacaram e tiveram a chance de ampliar. Apesar de não sabermos o resultado final do campeonato, acredito que esta foi a grande final proporcionada pelos pontos corridos, entre duas escolas que trabalham o rugby com seriedade” disse Maurício Draghi, capitão do Pasteur.

“Jogo corrido, bem disputado. Com possibilidade para com os dois lados. O São José entrou mais vontade, fez os tries, se acomodou no jogo e impediu através da defesa a recuperação do Pasteur. No segundo tempo o Pasteur dominou, mas não conseguiu mostrar pelo placar a superioridade inclusive numérica, com quase 20 minutos com jogador a mais” disse o árbitro Mariano Goycoechea.

Melhor jogador em campo: Em virtude da partida, e de como as duas equipes jogaram, o Portal do Rugby não elegeu o melhor jogador em campo, mas sim o melhor jogador de cada equipe. No São José foi eleito Gabriel Bueno e no Pasteur Diego Diniz.

Terceiro tempo: Após a partida, as equipes do Paulista A se reuniram na sede e puderam recuperar a energia gasta com a macarronada, conversar sobre o jogo e repor os líquidos com o elixir de cevada.

Placar Final:

São José Rugby 12 x 06 Pasteur Rugby

 

Vejaas fotos da partida entre São José e Pasteur, pelo Paulista A

 

São José Rugby

Tries: Gabriel Bueno (1), Moises Duque (1).

Conversão: Lucas Duque (1).

Cartões amarelos: Júlio Faria (1), Carlos Oliveira (1).

 

Pasteur Rugby

Penal: Maurício Draghi (2)

 

O Portal do Rugby se une em solidariedade à família São José, pela plena recuperação de Ange Guimerá, essa pessoa tão importante para o Rugby brasileiro.

Artigo e fotos por júlio Cézar Oliveira