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A seleção brasileira de rugby não teve problemas para derrotar o México na primeira de duas partidas amistosas em território brasileiro. Diante de cerca de 4,998 (oficial) empolgados torcedores em São José dos Campos, os Tupis não foram mordidos pelas Serpentes mexicanas, vencendo por larga vantagem: 50 x 14. Com os ingressos sendo revertidos para o GAAC de São José, o estádio se tornou um grande evento social, com muitas família e interessados, num grande dia de rugby no Vale do Paraíba.

Na primeira patida diante do México, o Brasil apostou numa formação nova, para dar oportunidade a novos talentos aparecerem, com vistas para a disputa do Sul-Americano A. O jogo começou em ritmo lento, com alguns erros dos dois lados. O primeiro try brasileiro, no entanto, não tardou, com Tcheus encontrando o espaço pela defesa mexicana. 7 x 0.

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Apesar de claramente superior nos quesitos técnico e físico, o Brasil errou muito e permitiu que o México trabalhasse a posse de bola com algum perigo. Não demorou para que as Serpentes tivessem uma primeira chance de pontuar, mas o chute de penal não foi bom. Na sequência, o Brasil voltou a impor seu jogo, e quase encontrou o try, com Ogum correndo pela ponta. Porém, o passe recebido pelo ponta havia sido para frente. Como a jogada se desenrolou com vantagem de penal para o Brasil, Leco foi para o chute, ampliando  vantagem para 10 x 0.

O México sentiu o bom momento do Brasil, que foi para cima e ampliou a vantagem após poderoso volante finalizado por Diegão. 15 x 0, com o erro na conversão. Os visitantes ainda tiveram alguns bons momentos, ganhando certa vantagem nos rucks e aproveitando erros brasileiros na recepção de bola. Em rápido contra-ataque pela ponta, o México teve boa ação, mas não avançou, com Grampola recuperando para o Brasil. Na sequência, Gordo interceptou passe mexicano e conseguiu bom ataque para o Basil. Grampola também conseguiu boa investida para os Tupis, mas o quem voltou a dar trabalho foi o México. Após lateral rapidamente cobrado pelo Brasil, o México roubou a bola e, no contra-ataque, encontrou seu try com Pascal Nadaud. 15 x 7.

O try sofrido foi seguido de um momento de apreensão para os Tupis, com a lesão sofrida por Pedrinho, substituído por Rafael Dawalibi. O primeiro tempo se encerrou em 15 x 7, mostrando superioridade brasileira, mas com muitos erros e sem conseguir garantir grande vantagem a posse de bola.

Na segunda etapa, o Brasil voltou melhor, e quase ampliou o plcar com rápida ação pela ponta, interrompida com o knock-on de Saulo. Os Tupis tiveram mais duas alterações, com Saulo e Cocão dando lugar a Nelsinho e Camisa. A pressão dos Tupis foi intensa no início, e o terceiro try não tardou a sair, com Leo cravando no pick and go. Leco converteu, fazendo 22 x 7. Entretanto, os Tupis seguiram com algumas falhas na bola alta, permitindo ao México alguns taques perigosos, explorando falhas de posicionamento na linha. As Serpentes foram premiadas no ataque com dois penais que poderiam ter sido convertidos em pontos, mas os visitante optaram por chutá-los à lateral, parando depois na defesa brasileira.

Bastou o Brasil retomar a posse de bola e atacar com calma que sua evidente superioridade em campo foi convertida em pontos. Marcelo Bellorio encontrou o espaço pelo meio e cravou o quato try verde-e-amarelo, convertido por Leco, para a alegria da grande torcida presente no Vale do Paraíba. Na sequência, o knock-on no campo de defesa permitiu o ataque mexicano, mas sem levar perigo. O Basil fez mais uma alteração no time, saindo Gordo para a entrada de Boy. A equipe voltou a atacar e o try foi uma consequência. Eddy rompeu o tackle mexicano e cravou mais um try para os Tupis, após a cobrança rápida de penal pela ponta, que havia resultado em cartão amarelo para as Serpentes.

Com um atleta a menos, o México não aguentou mais o ritmo, e a linha brasileira passou a mandar no jogo. Eddy, muito bem na peleja, puxo novo ataque pela ponta, nvetendo o jogo para a outra ponta. O Mexico fechou sua defesa, o Brasil apostou no volante, a bola foi aberta e Nelsinho mergulhou para mais um try. A conversão de Leco elevou a contagem para 43 x 7.

Após o try, o Brasil efetuou mais duas mudanças, com as saídas de Leo e Bellorio para as entradas de Vitão e Abud. Os mexicanos ainda tiveram garra para pressionar o Brasil, após knock-on, mas o Brasil fechou bem a defesa, flutuando com precisão. O México foi premiado pela insistência com um try no pick and go, mas o final foi brasileiro. Eddy voltou a mostrar serviço pela ponta, arrancando novo penal para o Brasil. Os Tupis apostaram na jogada ensaiada no scrum, e a repetiram após mais dois penais, até Diegão apostar no lado cego do scrum e correr para o try final, convertido por Leco. 50 x 14, fim de papo, e festa da torcida.

Tupis e Serpentes voltarão a se enfrentar no sábado, em Santo André, às 16h00.

Após a partida, Diegão avaliou: “Começamos com alguns erros, mas fomos melhorando na partida. Conseguimos encaixar o melhor do nosso jogo na segunda parte e o time está bem contente. No começo, pecamos por querer dar um passe a mais, fazer um algo mais que não precisava. Quando voltamos com as coisas simples, conseguimos encaixar nosso jogo. Para mim é muito positivo ver que, se antes tinhamos um grupo muito restrito, hoje temos um grupo grande e nivelado. Mesmo não jogando com o time principal, temos um equipe muito consistente”.

Torosso, por sua vez, comparou o jogo contra o México com a gira por La Plata. “Assim como em La Plata, demoramos um pouco para encaixar nosso jogo. Mas, quando os rucks começaram a ficar eficientes, o jogo fluiu muito fácil. Os jogadores forem se encaixando no sistema”.

Scott Robertson, um dos treinadores da equipe, avaliou que “conseguimos trabalhar as qualidades dos atletas, aproveitar bem o campo todo. Para o segundo jogo, outros jogadores entrarão a equipe, teremos mais experiência em campo”. E acrescentou: “Eles se desenvolveram bem nos amistosos na Argentina mês passado e hoje mostraram um jogo de alta performance. Na próxima partida, precisamos começar bem e manter um jogo com velocidade”.

Do lado mexicano, o pilar português Pedro Leitão, ex-Cascais, que chegou a três aos e meio com as Serpentes, avaliou positivamente a primeira experiência de sua seleção fora da América do Norte e Caribe. “Ficamos muito contentes com a primeira etapa, mas caimos no segundo tempo. Tiramos uma experiência muito positiva, lutamos muito. O Brasil está em um nível mais alto”.

O prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida, ressaltou a importância do rugby para o Vale do Paraíba e para o esporte nacional. “São José já tem tradição nos esportes, a cidade é referência na modalidade e gostaríamos de sediar outras competições internacionais. Essa parceria com a Confederação Brasileira de Rugby é fundamental para a cidade e esperamos que ela continue”, afirmou.

O Portal do Rugby apontou Leo Frota como o destaque da partida.

Clique aqui para conferir as fotos do jogo.

 

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Brasil 50 x 14 México, em São José dos Campos

 

Brasil

Tries: Diegão (2), Tcheus, Leo Frota, Marcelo Bellorio, Eddy e Nelsinho.

Conversões: Leco (6)

Penais: Leco (1)

15 Tcheus, 14 Ogum, 13 Pedrinho, 12 Gordo, 11 Grampola, 10 Leco, 9 Torosso, 8 Diegão, 7 Saulo, 6 Bruxinho, 5 Carlão, 4 Bellorio, 3 Chabal, 2 Cocão, 1 Leo.

Suplentes: 16 Nelsinho, 17 Abud, 18 Vitão, 19 Camisa, 20 Rafa, 21 Eddy, 23 Boy.